sexta-feira, novembro 10, 2017
Globo despacha William Waack para tirar a lama das próprias mãos
sexta-feira, novembro 10, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Assim como no episódio do assédio sexual
do ator José Mayer (naquele momento a Globo fez o cast feminino da casa vestir
uma camiseta estampada “Mexeu com uma mexeu com todas”), da mesma maneira
prontamente a emissora despachou William Waack depois da repercussão de um
antigo vídeo no qual o jornalista fazia afirmações racistas em tom de galhofa
enquanto aguardava para entrar ao vivo. Fosse em outros tempos, episódios como
esses entrariam para o folclore da história dos bastidores televisivos. Quem armou essa cilada contra William Waack
levou em conta o atual contexto delicado da Globo: depois de seu jornalismo de
guerra nos últimos anos ter dado visibilidade e repercussão à direita raivosa (aquela
que vê o “politicamente correto” como “conspiração comunista”) para acirrar a
crise política que culminaria no impeachment, agora a emissora tenta limpar
suas mãos da lama que estrategicamente revolveu por anos. Disse em nota que é
“visceralmente contra o racismo”. A Globo tenta ignorar de forma tautista a
patologia psíquica que ajudou a incitar, da mesma maneira como até hoje tenta
provar que nada teve a ver com a lama da ditadura militar que ajudou a esconder.
quinta-feira, novembro 09, 2017
A vida entre o milagre e o caos em "The Frame"
quinta-feira, novembro 09, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Cada vez mais filósofos, físicos e matemáticos
suspeitam que o Universo seria um gigantesco game de computador ou algum tipo
de simulação tecnológica. Qual a principal evidência? A capacidade humana de
também criar simulações e ilusões narrativas como o Cinema, TV e games de
computador. Em “The Frame” (2014), Jamin Winans (“Ink”) propõe uma espécie de
quebra-cabeças metafísico inspirado no célebre “Princípio da Correspondência”
do Hermetismo: assim como roteiristas escrevem narrativas e dramas de
protagonistas enquadrados pelos planos de câmera vistos pelos espectadores no
cinema e na TV, será que da mesma forma nossas vidas seriam, nesse momento,
roteirizadas e editadas como algum tipo de série assistida por alguma divindade
malévola no além? Os produtos audiovisuais funcionariam como pequenos fractais
– tal como o fracta na geometria, um fragmento que reproduz dentro de si,
infinitamente, o padrão do todo. Esta é a curiosa “narrativa em abismo”
gnóstica proposta por Jamin Winans em “The Frame”.
segunda-feira, novembro 06, 2017
O sonambulismo gnóstico-noir em "Sleepwalker"
segunda-feira, novembro 06, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Uma mulher traumatizada pela morte do seu marido convive com sérios distúrbios do sono: sonambulismo, insônia e pesadelos. Sob tratamento em uma clínica especializada, finalmente consegue um sono reparador. Porém, algo de assustador começa a acontecer: a cada despertar, é como se acordasse em uma realidade alternativa com um novo sobrenome e pessoas conhecidas que não se lembram dela. “Sleepwalker” (2017) é um curioso filme que transita entre a estética “noir” (ninguém é o que aparenta ser), uma estranha atmosfera retro atemporal e a narrativa gnóstica sobre uma protagonista que parece navegar por diversas realidades em busca de memórias perdidas e crescente paranoia. O sonambulismo é o elo que em “Sleepwalker” une o “noir” com o gnóstico: estar desperto em um sonho é um evento marcado por uma forte carga simbólica de alguém que tenta acordar e encontrar a verdade. Filme sugerido pelo nosso antenado leitor Felipe Resende.
sábado, novembro 04, 2017
Fantasma do Gnosticismo ronda CERN: para pesquisadores Universo não deveria existir!
sábado, novembro 04, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Quanto mais a Ciência se distancia do
antigo modelo mecanicista de Universo, curiosamente mais se aproxima da antiga
Cosmogênese do Gnosticismo e da mitologia grega na qual mesmo o poderoso Zeus
estava submetido às leis do Senhor do Tempo – Cronos. Pesquisadores do CERN
perplexos afirmam: o Universo não deveria existir! Sem conseguirem encontrar
assimetria entre matéria e anti-matéria, os pesquisadores atestam que o
Universo deveria ter se auto-aniquilado no segundo seguinte à Criação após o
Big Bang. Ao mesmo tempo, cientistas do Instituto Max Planck na Alemanha chagaram
a dados relativos à energia interna de um buraco negro que inesperadamente
confirmam a hipótese do Universo Holográfico – em algum lugar nos limites do
Universo existiu uma superfície 2D que “codificou” toda a informação que
descreve a nossa realidade 3D + Tempo. A improbabilidade do Universo seria mais
uma evidência do cosmos ser uma simulação finita?
quarta-feira, novembro 01, 2017
As 10 revelações gnósticas na série "Philip K. Dick's Electric Dreams"
quarta-feira, novembro 01, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Philip K. Dick escreveu seus contos sob a
sombra do macarthismo da Guerra Fria onde a lealdade e confiança eram as
principais armas contra a traição e delação de um sistema totalitário. Mas para
ele, esse sistema não era apenas político, mas cósmico – obra de um Deus
demente, um Demiurgo Criador que nos aprisiona por meio da ilusão moral (culpa)
e ontológica (o princípio de realidade). A nova série da rede britânica Channel
4 “Philip K. Dick’s Electric Dreams” (2017-) adapta esses contos de ficção
científica que conduziram o escritor até a violenta epifania mística em 1974,
na qual teve visões, sonhos e revelações místico-religiosas que o levaram ao
gnosticismo cristão. Os 10 contos que compõem a primeira temporada da série
apresentam não só a atmosfera do anticomunismo da Guerra Fria do momento em que
foram escritos. Mas didaticamente nos mostra os 10 grandes princípios da
Revelação Gnóstica que orientaram toda a obra do escritor. Por isso Philip K.
Dick tornou-se visionário: cada vez mais a realidade atual se assemelha a um
conto dele.
domingo, outubro 29, 2017
Curta da Semana: "Dive" - o espelho muito além de Narciso
domingo, outubro 29, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em todas as culturas, o espelho inspira
tanto o medo (o duplo como prenúncio da morte) como o reflexo da verdade e
sinceridade. Porém, na nossa cultura de selfies e redes sociais, ressuscitamos
o mito de Narciso, apaixonando-nos apenas pela superfície dos reflexos e imagens. Mas,
e se os nossos reflexos se rebelaram contra nós e, simplesmente, darem as
costas, assim como naquele famoso quadro do pintor surrealista Rene Magritte?
Esse é o tema do curta australiano “Dive” (2014): um homem que perdeu tudo, a
tal ponto que o próprio reflexo está lhe abandonando. Mas ele descobrirá algo
mais, para além da superfície do espelho: o abismo submarino do seu próprio
inconsciente.
sábado, outubro 28, 2017
Madonna e Bono Vox fazem o País cair na real
sábado, outubro 28, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Surreal ironia: enquanto o motorista da
Universidade Federal conduzia este humilde blogueiro para uma palestra no Rio no dia 24,
orientado por um aplicativo que em tempo real envia alertas de locais com tiroteios,
assaltos e arrastões, lá em cima, em cerimônia no Cristo Redentor, estavam
membros da elite artística e tecnológica global. Entre eles, Madonna, Bono Vox
e Elon Musk, convidados para o casamento de uma modelo brasileira com um
empresário da indústria do entretenimento mundial. No dia seguinte, Madonna
posou na Rocinha com roupa de camuflagem ao lado de policiais orgulhosamente
exibindo armas. Enquanto, na turnê brasileira, Bono Vox e o U2 hastearam a
bandeira nacional em um telão sob a exortação “censura nunca mais!”.
Casamentos-ostentação sempre ganham espaço na grande mídia em épocas de crise e
acirramento da desigualdade. Mas dessa vez, o momento é especial: o
ativismo-clichê de Bono Vox e a euforia de Madonna em área de violenta
conflagração parecem querer transmitir uma mensagem para o mundo: Vejam! O
Brasil voltou à normalidade – desempenhar o eterno papel de “país do futuro”
enquanto oferece como “city tour” para turistas as mazelas da violência e
apartheid social.
quinta-feira, outubro 26, 2017
"Cinegnose" debate na UFRRJ como o País foi psiquicamente envenenado pela grande mídia
quinta-feira, outubro 26, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Como foi possível uma ação midiática
organizada ter não só desestabilizado um governo para jogar o País numa surreal
crise política, mas também ter envenenado psiquicamente a esfera pública de
opinião, travando o debate político racional pelo ódio e intolerância. Esse foi
o tema central das discussões durante a apresentação que esse humilde blogueiro
proferiu na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, na cidade de
Seropédica, nessa última terça-feira. Sob o tema “Mídia, Hegemonia Política e
Intervenção Social”, este editor do “Cinegnose” procurou articular os conceitos
de “Bomba Semiótica” e “Guerra Híbrida” para entender os momentos em que a
grande mídia nacional interveio politicamente, desde o golpe militar de 1964
até os atuais movimentos táticos da Guerra Híbrida. Como se forma uma
engenharia de opinião pública e as possíveis táticas de “guerrilha antimídia”.
E como as novas tecnologias e a blogosfera podem ser os instrumentos desse tipo
de ação direta.
domingo, outubro 22, 2017
Editor do "Cinegnose" debate Mídia e Hegemonia Política na UFRRJ
domingo, outubro 22, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Este editor do “Cinegnose” participa de
mesa de debates “Meios de Comunicação e Intervenção Social” às 18h do dia 24/10
dentro do II Seminário Qualidade de Vida, Sustentabilidade e Economia
Alternativa na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), na cidade
de Seropédica. Irei expor o tema “O Poder Político da Mídia Hegemônica” no qual
descreverei os efeitos socialmente letais daquilo que as pesquisas desse blog
chamam de “bombas semióticas” dentro de uma guerra geopolítica mais ampla – a
“Guerra Híbrida”, nesse momento impactando o contínuo midiático nacional e por
trás das diversas “primaveras” que rondaram o planeta nos últimos anos. E
também uma avaliação das oportunidades de contra-hegemonia perdidas e a
possibilidade de uma guerrilha semiótica anti-mídia.
sábado, outubro 21, 2017
Replicantes, mulheres empoderadas e o Feminino Divino em "Blade Runner 2049"
sábado, outubro 21, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Por que as mulheres são as personagens
principais de “Blade Runner 2049”? Depois de os replicantes amarem a própria
vida mais do que os humanos a si mesmos, descobrem que ser inteligentes, fortes
e resistentes só os tornam ainda mais escravos dos humanos. Os replicantes Nexus 8 vão ao
encontro daquilo que é essencialmente humano, embora esquecido por todos nós:
amor, nascimento e alma. Fiel ao Gnosticismo de Philip K. Dick no livro que
inspirou a saga “Blade Runner”, Denis Villeneuve e o roteirista Hampton Fancher
constroem uma narrativa baseada na oposição central da Cosmologia Gnóstica: a
diferença entre “Criar” e “Emanar”: a Wallace Corporation cria ou fabrica
replicantes, enquanto os replicantes descobrem tudo aquilo que pode ser
“emanado” – aquilo que não se cria, mas nasce: amor e alma. Esse é o centro do
conflito de “Blade Runner 2049”, no qual o mito gnóstico do Feminino Divino
(assim como em “Mother!” de Aronofsky) é fundamental. Mulheres empoderadas,
tanto para o bem quanto para o mal.
quinta-feira, outubro 19, 2017
Para a CIA Plano Astral existe e é potencial arma de Parapolítica
quinta-feira, outubro 19, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Após dois anos de batalha judicial na qual ativistas processaram a CIA através da FOIA (Freedom of Information Act),
a Agência foi obrigada a disponibilizar 800 mil documentos em sua biblioteca
virtual disponível na Internet. Entre as 13 milhões de páginas revela-se o
interesse da Inteligência militar por investigações sobre percepção
extra-sensorial (ESP) e o Plano Astral. Dois documentos se destacam. O primeiro faz
um resumo das investigações da CIA sobre o Plano Astral. E o segundo, um
pequeno manuscrito sobre os perigos que envolvem essas pesquisas com referência
a Aleister Crowley e o “ocultismo profano” Nazi. É sabido que durante a Guerra
Fria os EUA fizeram intensas pesquisas sobre visão remota para espionagem. Mas
os documentos dos anos 1980 sugerem algo além: contato com “energias
inteligentes e não corporais” de outras dimensões e projeções da consciência ao
passado e futuro. Será que, assim como no ocultismo nazi, também a Inteligência
militar dos EUA tenta manipular potenciais armas de Parapolítica?
terça-feira, outubro 17, 2017
A Caverna de Platão vai ao espaço em "Órbita 9"
terça-feira, outubro 17, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um thriller romântico que simula ser um
thriller de ficção científica. Num futuro onde a única esperança para os
humanos é colonizar um planeta distante para fugir da Terra esgotada em seus
recursos naturais e climáticos, uma astronauta solitária espera a chegada de um
técnico que consertará o sistema de ventilação da nave ameaçada de esgotar o
estoque de oxigênio. Será o primeiro ser humano que verá em toda a sua vida,
reclusa naquela nave desde que nasceu. Esse é o filme espanhol “Órbita 9”
(2017) que logo no início do filme revela para o espectador o segredo que
envolve o Projeto de colonização, sugerindo uma espécie de “Show de Truman”
sci-fi com alusões à Alegoria da Caverna de Platão. Mas na medida em que a
narrativa avança passa a hibridar gêneros, pondo o foco em uma simples história
de amor impossível. Mesmo assim, “Órbita 9” suscita outros temas como bioética
e clonagem.
segunda-feira, outubro 16, 2017
Curta da Semana: "The Disappearance of Willie Bingham" - quando a justiça é privatizada
segunda-feira, outubro 16, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A atual agenda internacional das
privatizações toma conta da grande mídia e do discurso de políticos e
economistas. Preocupado com o alcance e consequências dessa panaceia que toma
da opinião pública, o diretor australiano Matt Richards imaginou um futuro próximo
no qual as privatizações alcançariam o sistemas judiciário, prisional e o
próprio Estado de Direito. Resultado: o Direito e a Justiça viram commodities.
E os limites entre a civilização e a barbárie começam a desaparecer. Combinando
sci-fi, horror e humor negro, o curta “The Disappearance of Willie Bingham”
(2015) mostra num futuro próximo na Austrália a “Amputação Progressiva”, nova
forma de punição criada por um sistema judiciário privatizado que substitui a pena
de morte, no qual a concessionária busca formas socialmente “sustentáveis” de punição: traga lucro para a empresa gestora,
sirva de exemplos para “escolas problemáticas” e satisfaça o impulso de
vingança das vítimas.
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