domingo, novembro 14, 2021

Domingo com Live Cinegnose 360: Rock, metaverso, mentiras verdes e o xadrez semiótico da 'terceira via'


Vinil, rock, filosofia, psicanálise, bombas semióticas, política e crítica midiática. Mais um domingo de pauta cheia na Live Cinegnose 360 #29, nesse domingo (14/11), às 18h no YouTube. Nos vinis do humilde blogueiro, o rock progressivo de Emerson, Lake & Palmer: Som, McLuhan e a estética da ditadura militar brasileira. Depois, vamos discutir um filme e um documentário: “Memórias do Amor” (2020, Pandemia, tecnologia e esquecimento) e “Bright Green Lies” (2021, as mentiras do Capitalismo que quer lavar mais verde). Como o Metaverso e a Inteligência Artificial poderão destruir a realidade. A terceira via Moro: as armadilhas do lavajatismo para a esquerda. Moro e a maioria silenciosa: análise de cenários eleitorais. E a crítica midiática da semana. 

sábado, novembro 13, 2021

As mentiras do Capitalismo que lava mais verde em 'Bright Green Lies'



Antes de ler qualquer coisa a respeito da conferência ambiental COP 26 e a urgência midiática a respeito das mudanças climáticas, assista ao documentário “Bright Green Lies” (2021) e o leitor terá um perfeito contraponto. O documentário da cineasta Julia Barnes, baseado em livro homônimo, desvenda a principal mentira na qual se baseia todo o hype verde: a de que as chamadas “tecnologias limpas” parecem nascer em árvores – energia elétrica, solar e eólica são produtos de uma indústria tão ou até mais devastadora dos recursos naturais do que a velha “indústria marrom”. “Bright Green Lies” revela como o ambientalismo tornou-se uma estratégia de propaganda para “lavar mais verde” o sistema predatório do capitalismo e sociedade de consumo. E transformar seus ativistas em lobistas de uma indústria sedenta por verbas públicas e incentivos fiscais. 

quinta-feira, novembro 11, 2021

Tecnologias nos deixam vulneráveis à pandemia do esquecimento em 'Memórias do Amor'


“Memórias do Amor” (Little Fish, 2020) é um filme estranhamente familiar com os tempos atuais, embora rodado em 2019: uma pandemia assola o planeta, criando medo e desespero. Porém, não é uma pandemia comum: é uma “aflição neuro-inflamatória” que nos faz perder a memória, lentamente ou de uma só vez. O que traz caos ao planeta: imagine, p. ex., um piloto de avião que, de repente, esquece como pilotar... O filme apresenta a ironia de uma pandemia de perda de memória ocorrer numa sociedade tecnológica na qual as mídias se transformaram no nosso principal estoque de informação. O que faz lembrar a sombria profecia do rei egípcio Thamus sobre a invenção da escrita: quando confundirmos informação com memória nos transformaremos em ignorantes, porque em algum momento esqueceremos o que foi um dia sabedoria.

quarta-feira, novembro 10, 2021

"Orçamento Secreto" e controle total de espectro: quando a esquerda emula lavajatismo


“Orçamento Secreto”, “Orçamento Paralelo”, “Pedalada Fiscal”, “Bolsolão”, “Fura Teto”. É o bate-bumbo diário da grande mídia contra as emendas parlamentares criadas para azeitar a aprovação da PEC dos Precatórios no Congresso, e prontamente suspensas pelo protagonismo do STF. Estratégia semiótica da “predicação analítica”: locuções que criam “blocos de pensamento” lavajatistas prontamente replicados por canais progressistas que, numa inacreditável Síndrome de Estocolmo, a esquerda também “lacra”. Participa da homogeneização do atual espectro político que ajuda a operar as três funções ideológicas dessa estratégia de predicação analítica: (1) Ocultar a indignação seletiva do jornalismo corporativo; (2) Ocultar o mal original: o teto de gastos; (3) Cair na armadilha do controle total de espectro e do movimento de pinça. Quem ganha? Sérgio Moro, futuro candidato antissistema com o controle de qualidade do lavajatismo. 

domingo, novembro 07, 2021

Domingo com Live Cinegnose 360 #28: Sonic Youth, pós-humanismo, funk, religião e crime organizado


Quer terminar o domingo com um olhar 360 graus sobre o futuro que nos aguarda nessa distopia chamada Brasil? Então participe da edição #28 da Live Cinegnose 360, nesse domingo 07/11, às 18h, no YouTube. Como sempre, começamos com os vinis do humilde blogueiro: a banda Sonic Youth em quatro tempos – O Inumano, mercado, cotidiano e zeitgeist. Depois, dois filmes sobre o hibridismo pós-humano: “Lamb” e “Titane”. Vamos também discutir a série brasileira Netflix “Sintonia”: Funk, religião e crime organizado – as três facetas da meritocracia periférica. Aproveitando o tema dessa série, discutiremos a ação da TV Globo no Dia da Favela: Globo se articula entre a religião de mercado e o crime organizado. A estratégia de apropriação semiótica da extrema-direita e a reabertura do Caso Adélio Bispo pelo TRF-1. COP 26 e o Capitalismo Verde: fabricando a “pirralha” Greta Thunberg – a financeirização da natureza fabricando a escassez ambiental. E a crítica midiática da semana. Participe da Live Cinegnose 360! 

sábado, novembro 06, 2021

O fetiche pós-humano no filme 'Titane'


“Amor é um cão do inferno”, diz a tatuagem entre os seios de Alexia, a protagonista do filme francês “Titane” (2021). Esse aviso para qualquer um que queira se aproximar dela é também uma alerta para os espectadores que verão um filme estranho, de horror corporal extremo, impiedoso e, em alguns momentos, com algum humor negro. “Titane” é a realização das profecias pós-humanas para esse século, de escritores do século XX como J.G. Ballard ou cineastas como David Cronenberg: a angústia humana pela imortalidade por trás do fetiche da fusão da durabilidade do metal com a vulnerabilidade da carne. Uma jovem que é eroticamente atraída por carros é o ponto de partida para um filme cujo tema do hibridismo se conecta diretamente com o atual zeitgeist que motiva as novas tecnologias: a agenda pós-humana.

quinta-feira, novembro 04, 2021

Em 'Lamb' a natureza é o nosso espelho irracional



Esse é para todos aqueles amantes de filmes estranhos. "Lamb" (2021), estreia do diretor islandês Valdimar Jóhannsson, é um imediato candidato a filme cult. Numa estranha atmosfera de fábula fantástica, "Lamb" faz uma espécie de terror folk ao mostrar um casal de fazendeiros, isolados na Islândia rural, vivendo sob o silencioso peso de alguma perda não revelada. Até que uma ovelha do rebanho tem um filhote que é imediatamente adotado pelo casal como fosse uma filha. Por que estão o tratando como um bebê?  Eles aprenderão da pior maneira possível o preço de projetarmos psiquicamente nossa irracionalidade na natureza: ela é apenas o espelho das nossas ansiedades, medos e desejos. Mas tudo o que temos de volta é a hostilidade e indiferença.

quarta-feira, novembro 03, 2021

A presunção da catástrofe da COP 26: engenharia de consenso do Capitalismo Verde


É mais fácil imaginarmos o fim do mundo do que o fim do Capitalismo”, disse certa vez Fredric Jameson. Por quê? Basta uma olhada nos títulos de filmes sci-fi nas plataformas de streaming e a retórica metonímica diária dos telejornais: acompanhamos a engenharia do consenso em torno de uma presunção da catásfrofe – as mudanças climáticas e o esgotamento dos recursos naturais estão levando à destruição do planeta! Mas não do Capitalismo, que vê na crise a repetição de uma velha lógica descrita por Marx e Weber: a pressuposição subjetiva da escassez gera valor. Esse é o pressuposto do “Capitalismo Verde” ou “Green New Deal”: o problema não está na sociedade, está numa Natureza tão frágil que precisa de ajuda: iniciativa privada, financeirização mas, principalmente, socializar as perdas e privatizar os ganhos. Três pequenos contos relacionados com a COP 26 mostram isso: o clichê “Ethno World” dos organizadores da Conferência, a carreata de 85 veículos de Joe Biden pela ruas de Roma e a “galhofa” de um diplomata norte-americano.

domingo, outubro 31, 2021

Live Cinegnose 360: doces ou travessuras? Não! Cinetanatologia, séries, crítica midiática, rock e política


Nem doces, nem travessuras. Só a Live Cinegnose 360 #27 nesse domingo de Halloween, às 18h no YouTube. Com uma pauta igualmente assustadora. Para começar, na sessão dos vinis do humilde blogueiro, Lou Reed e o Velvet Underground: Hippies MKUltra vs. Poetas Beatniks. Depois vamos conversar sobre duas séries. “Made For Love” (2021- ): amor pós-humano e totalitarismo tecnológico; “Departamento de Conspirações” (2021- ): Inside Jobs, Estado Profundo e psyops das teorias conspiratórias. Depois, Cinetanatologia: mortos e vivos nas representações do pós-morte no cinema. A estranha jurisprudência do TSE na absolvição da chapa Bolsonaro/Mourão. Capitalismo Verde e Grande Reset Global. Cancelamento e demissão do jogador Maurício: direita esquenta estratégia digital para 2022. E a crítica midiática da semana. A distopia brasileira é mais assustadora do que um Halloween... 

sábado, outubro 30, 2021

Cinetanatologia: imagens do pós-morte no cinema falam mais dos vivos do que dos mortos



Sabemos o que é morrer, mas nada sabemos sobre o que vem depois. A não ser testemunhos de supostos espíritos ou as controversas experiências de quase-morte tão estudadas por médicos, psiquiatras e neurocientistas. Mas há também as representações do cinema e audiovisual. Uma verdadeira “Cinetanatologia” na qual fala-se muito menos do Grande Além e muito mais das mazelas do mundo dos vivos – as representações fílmicas do pós-morte seriam verdadeiros sismógrafos das ansiedades ou temores de cada época, criando modelos diferentes de “céus” ou “infernos”: de representações objetivas a solipsistas. Porém, o século XXI revela uma mudança nas representações: deixa de ser um momento conclusivo ou de passagem para algo totalmente outro, tornando-se um evento absolutamente banal – continuação da mesma banalidade de quando éramos vivos. Ou uma prisão cósmica de multiversos quânticos e de inspiração gnóstica.

quinta-feira, outubro 28, 2021

'Departamento de Conspirações': será que a própria série é um inside job do Estado Profundo?


A série de animação adulta da Netflix “Departamento de Conspirações” (“Inside Job”, 2021-) navega pelo atual mar revolto das teorias das conspirações. Principalmente depois que elas foram apropriadas pela extrema direita “alt-right” e se transformaram em ferramenta política de desinformação. A série tem um difícil desafio: transformar reptilianos e governos das sombras em uma espécie de meta-humor – fazer paródias em cima de algo que, em si, já são paródias. Ou melhor, psyops para neutralizar o perigo do crescente número de pessoas que historicamente começaram a contestar versões oficiais. “Departamento de Conspirações” lembra a “Hipótese Fox Mulder”: por que o governo, ao mesmo tempo que encobre o fenômeno OVNI, também permite que se faça tantos filmes sobre o assunto? Para que todos pensem que é coisa de cinema e, quando surgirem notícias verdadeiras, ninguém acreditar. Será que a própria série é um “inside job” do “Estado Profundo”?

terça-feira, outubro 26, 2021

Quando o amor vira totalitarismo tecnológico na série 'Made for Love'


O messianismo tecnológico da gigantes tecnológicas sempre foi cheio de boas intenções - dar às pessoas o que supostamente querem: o menor esforço, facilidades e conveniências. Por que pegar um ônibus até o trabalho se posso fazer um home office? Para quê encarar uma discussão de relacionamento se um aplicativo pode garantir um relacionamento amoroso transparente e sem mentiras? Mas também, abolir qualquer sigilo ou privacidade. Como as melhores intenções como amor, felicidade e comunhão podem resultar num pesadelo totalitário? Esse é o tema da sátira ao Vale do Silício “Made for Love” (2021- ), série de humor negro na qual acompanhamos uma jovem em fuga depois de dez anos de um relacionamento tóxico, cujo marido é um híbrido de Jeff Bezos, Elon Musk e a gigante Google. O problema é que ela é a “usuária número 1”, com chip implantado em seu cérebro, de um aplicativo revolucionário do amor, monitorada 24 horas a partir de um campus tecnológico chamado “The Hub”. 

domingo, outubro 24, 2021

Live Cinegnose 360: Titãs, Cineteratologia, discos voadores e Guerra Cognitiva, Metaverso e pós-humanismo


Noite de domingo com rock no vinil, filosofia, crítica midiática e política. Live Cinegnose 360 #26, 24/10, 18h, no YouTube. Na sessão dos vinis, ambiguidade e ironia da banda Titãs no rock brasileiro. Filme Maligno: algoritmos e cineteratologia – as representações da monstruosidade e do Mal no cinema. O próximo passo da guerra híbrida na nova Guerra Fria: discos voadores e “Guerra Cognitiva”. O que significa a aposta de Mark Zuckenberg e Facebook no Metaverso? – Grande Reset Global e a digitalização da sociedade. Crítica midiática da semana: Paulo Guedes, Auxílio Brasil e terrorismo do mercado financeiro: como a empatia da grande mídia só vai até a página dois. 

sábado, outubro 23, 2021

Metaverso: a aposta transhumana do Grande Reset Global

Enquanto o CEO do Facebook, Mark Zuckenberg, aposta tudo no futuro do Metaverso (a convergência de realidade física, aumentada e virtual em um espaço online compartilhado), em Madrid foi realizada a Conferência Transvision 2021, com os pesos pesados do Vale do Silício da agenda transhumanista mundial. Nos últimos meses estão sendo lançadas de forma mais acelerada as bases intelectuais e tecnomísticas para uma nova ordem social totalmente digitalizada – aquilo que está sendo chamada de Quarta Revolução Industrial, paradigma global de transformação total – adotado pela Microsoft, Alibaba, Sony, General Motors, Mozilla e Salesforce, entre muitos outros. No contexto do “Grande Reset Global” anunciado pelo Fórum Econômico Mundial, o que tudo isso representa? Não precisa ser nenhum escritor distópico como George Orwell ou Aldous Huxley para imaginar as implicações políticas da religião pós-humanista transformada em realidade. 

quinta-feira, outubro 21, 2021

Depois da Guerra Híbrida: discos voadores e Guerra Cognitiva na Guerra Fria 2.0


Tendo a pandemia Covid-19 como janela de oportunidades, ocorrem dois eventos sincronicamente ligados no atual contexto da escalada da Guerra Fria 2.0 – no lugar dos velhos soviéticos, os malvados favoritos russos e chineses. De um lado, depois de décadas como tema tabu, os discos voadores viraram hype na grande mídia, depois de um relatório do Pentágono que suspeita de “aeronaves hipersônicas chinesas” por trás do fenômeno OVNI; e os eventos chamados “Desafios de Inovação” promovidos pela OTAN que apresentam o próximo passo da Guerra Híbrida: a Guerra Cognitiva – a militarização das neurociências e a transformação do cérebro de civis em campo de batalha, para defende-los da suposta ofensiva cognitiva da Rússia e China. Oportunidade de manipulação e controle de uma nova engenharia social, testada no Canadá em 2020 na coleta militar de big data, sob alegação de se tratar de programa para combater a pandemia.

terça-feira, outubro 19, 2021

A monstruosidade algorítmica do zeitgeist atual no filme 'Maligno'


Os algoritmos das plataformas de filmes em streaming acabaram se tornando os verdadeiros curadores que pautam a produção cultural. Mais do que isso, acabam transformado os roteiros fílmicos em autênticas colagens de sequências, argumentos e clichês que acompanham os padrões das escolhas dos usuários. "Maligno" (Malignant, 2021) é um exemplo flagrante onde tudo é misturado em alta velocidade, com plot twists a cada 15 minutos – a receita de terror pronta para ser servida aos espectadores. Por outro lado, essa bricolagem algorítmica deixa mais explícito o "zeitgeist" de onde os ingredientes dessa receita são retirados. Um exemplo é a forma como o Mal e a monstruosidade são representados em “Maligno”: não mais de forma xenomórfica e informe, mas agora como monstruosidade parasitária. Novidade cineteratológica que reflete a nova reconfiguração do Capitalismo atual.

segunda-feira, outubro 18, 2021

O Oculto na saga 'Venom', das HQs ao cinema: Teosofia e Magia do Caos, por Claudio Siqueira


"Venon: Tempo de Carnificina" estreou nos cinemas dia 7 de outubro deste ano. Embora a cronologia dos filmes mostre o anti-herói e seu filho rival em suas origens, a atual saga de Venom nos quadrinhos tem incríveis eminências pardas ocultas – Teosofia, Magia do Caos e esoterismo. O Cinegnose vem falar um pouco sobre o início da nova saga de Venom, que já vem saindo nas bancas há um bom tempo e culminou com a atual saga do Rei de Preto. 

domingo, outubro 17, 2021

Live Cinegnose 360 de domingo: Rock no vinil; análises fílmicas e políticas; será que você está numa seita e não sabe?



À beira do abismo distópico brasileiro, chegamos à edição 25 da “Live Cinegnose 360”, nesse domingo (17/10), às 18h no YouTube. Começamos com a materialidade histórica da banda IRA! no álbum “Psicoacústica”: por que a grande mídia brasileira esqueceu o rock? Depois, Geração Millennial e labirintos no filme “Dave Made a Maze” (2017) e utopias, distopias e hipo-utopias no filme “Settlers” (2021). Dez evidências de que você possa estar numa seita e não sabe. Barrado no jogo: a bomba semiótica anti-institucional de Bolsonaro. Bolsonaristas arrependidos querem votar em Lula? O filósofo Jean Baudrillard responde! O que tem a ver corte de 92% verbas à Ciência e Tecnologia e empresário que financia apoiadores de Ciro Gomes? E alguns flagrantes da manipulação semiótica diária do jornalismo corporativo. Antes do fim do mundo na segunda, participe da Live Cinegnose 360 no domingo!

quinta-feira, outubro 14, 2021

Em 'Settlers' o lado sombrio da conquista espacial é nós


No momento em que os empresários Jeff Bezos e Elon Musk estão reavivando de forma privatista a fantasia modernista da conquista do espaço, assistir à coprodução sul-africana/britânica “Settlers” (2021) é muito oportuna. Aqui não temos mais heróis ou cowboys da conquista espacial, mas “colonos”, com todas as suas implicações terrenas: a questão da propriedade da terra, conquista, pilhagem, traição e violência. Tudo em um microcosmo: um assentamento marciano com atmosfera controlada na qual uma pequena família vê a chegada de intrusos que reivindicam a posse do terreno. “Settlers” é mais um exemplo de uma tendência dos sci-fi independentes: não mais explorar utopias ou distopias no sentido clássico. Mas hipo-utopias pós-modernas: ficções científicas que, paradoxalmente, parecem se ressentir de ausência de futuro. O futuro não passaria de um espelho no qual mazelas do presente são projetadas. Na verdade, o futuro não existe - ele é apenas uma tela hiperbólica do presente.

quarta-feira, outubro 13, 2021

Sincronismos entre Nª Sª Aparecida, Vênus de Milo e Dia das Crianças, por Claudio Siqueira


12 de outubro comemora-se o Dia das Crianças. Curiosamente também é comemorada a data de Nossa Senhora de Aparecida. Mais curioso ainda é que a Vênus de Milo foi achada em condições semelhantes em 1830. Sincronicidade? “Quem conta um conto aumenta um ponto?” Ao invés de dar a resposta, o Cinegnose vem perscrutar a origem do mito de Nossa Senhora da Aparecida, bem como o da Vênus de Milo.

terça-feira, outubro 12, 2021

Bolsonaro barrado no jogo e TSE faz limited hangout dos "disparos em massa"

Nietzsche temia pelo momento em que o ressentimento passaria a gerar valores, alcançando o perigoso nível da racionalização. E é justamente isso que as operações psicológicas conseguem: os traumas psíquicos nacionais da militarização e escravidão tornam-se uma matriz geradora de valores cujo recall é acionado pelas bombas semióticas: justiçamento, judicialização, meganhagem, cismogêneses identitárias e... anti-institucionalização. O não-acontecimento de Bolsonaro barrado no estádio por não ser vacinado e o seu vídeo nas redes sociais com estudada indignação mais uma vez se conectou com esse imaginário antissistema ou não institucionalidade. Ao mesmo tempo, STF e TSE, depois de muito tempo, descobriram as “milícias digitais”, “abusos de poder econômico” e os chamados “disparos em massa” – expressão sensacionalista para criar um “limited hangout”. Ao confundir massificação com viralização, oculta o mais perigoso: a metodologia “microtargeting”, cuja eficiência é o que difere da massificação na propaganda política clássica.

domingo, outubro 10, 2021

Domingo com o retro-futurismo do Kraftwerk, Ocultismo em Brasília e no game Mortal Kombat e o novo salto mortal do Capitalismo


Mais um domingo, e ainda estamos sobrevivendo a essa distopia chamada Brasil. Então, se ainda resiste, participe da Live Cinegnose 360 #24, 10/10, às 18h no YouTube. Vamos começar com o retro-futurismo e o Gnosticismo na música eletrônica de Kraftwerk. Receberemos o nosso convidado e colaborador do Cinegnose, o jornalista e pesquisador de HQs, games e cartoons, Claudio Siqueira. Conversaremos sobre as influências ocultas e esotéricas de Brasília e do game “Mortal Kombat”. E depois, o apagão do Facebook e o Projeto Cyber Polygon: Forum Econômico Mundial prepara mais um salto mortal do Capitalismo. Por que o jornalismo corporativo blinda as offshores de Paulo Guedes e “Bob Fields” Neto? - a retórica jornalística para “segurar a barra” antes das privatizações da Eletrobrás e Correios. O xadrez da viralização e massificação na propaganda política das eleições 2022. Aguardamos os cinegnósticos! 

quinta-feira, outubro 07, 2021

Geração millennial perdida em um labirinto mitológico no filme 'Dave Made a Maze'


A Geração Millennial (ou “Geração Y”, a primeira a nascer e crescer cercado pelas mídias digitais) sempre foi caracterizada pela ansiedade, imediatismo, instabilidade emocional e falta de foco. Então, como representantes dessa geração se comportariam perdidos no interior de uma versão século XXI do mitológico labirinto de Creta, com Minotauro e tudo? Essa é a proposta da comédia “Dave Made a Maze” (2017): Dave, um jovem artista que nunca terminou nada que começou, decide fazer um labirinto de papelão na sala de estar até que alcance a perfeição. Em consequência, seu interior começa a ficar enorme, ganha vida própria e até um Minotauro começa a persegui-lo. Seus jovens amigos millennials também entram na obra para tentar para salvar Dave, para depois se verem perdidos e perseguidos pelo monstro mitológico. Através do autodistanciamento irônico e solipsista, todos tentam interpretar os simbolismos do labirinto e se salvar das armadilhas mortais de papelão. O resultado é um painel psíquico da geração mais tecnológica da História.

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