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sábado, novembro 08, 2025

O Capitalismo não é bom nem mau. Apenas perversamente funciona em 'O Mal Não Existe'



O que a eleição de Zohran Mamdani, o primeiro prefeito muçulmano de Nova York, rotulado de "socialista" por sua oposição a Trump, tem em comum com “O Mal Não Existe” (Aku wa sonzai shina, 2023, filme disponível na MUBI), o novo e perturbador filme do japonês Ryusuke Hamaguchi? Ambos os eventos, um político e um diretor de cinema, servem para expor a insuficiência da visão americana que reduz o capitalismo a um problema moral—uma luta entre ricos "bons" e ricos "maus". O filme de Hamaguchi, no entanto, leva essa discussão ao campo ecológico, dinamitando a ideia de "Bem vs. Mal" para sugerir que o verdadeiro perigo não está nas intenções dos agentes, mas na perturbação de sistemas que, como a natureza ou a economia, são fundamentalmente amorais e cegos. O que começa como uma parábola ecológica comum (um empreendimento para milionários que interfere numa idílica vila rural) termina mostrando que o Capitalismo não é bom e nem mau: ele apenas perversamente funciona.

sábado, novembro 01, 2025

Já faz muito tempo que é o fim do mundo em 'Sirât'



“Já faz muito tempo que o mundo está acabando”, diz um personagem no filme “Sirât” (2025, Prêmio do Juri em Cannes e indicado pela Espanha ao Oscar de Filme Estrangeiro), de Oliver Laxer e produzido por Almodóvar, que transforma raves e desertos em uma travessia do fim: “Sirât” acompanha uma caravana de corpos e veículos pelo Marrocos em busca de uma última festa — e, talvez, de algo que ainda pareça futuro. Entre batidas eletrônicas, paisagens em Super 16 mm e notícias de uma guerra indeterminada no rádio, o road movie se desloca da aventura para uma meditação lenta sobre morte, perda e luto, onde a rave vira rito coletivo e o deserto, uma catedral vazia do século XXI. No centro da jornada, um pai e um filho procuram a filha desaparecida; ao redor, uma comunidade improvisada tenta dançar enquanto a ponte para o inferno se estreita.

sexta-feira, setembro 19, 2025

O novíssimo gótico americano hiper-real no filme 'Holland'

 


Há um fenômeno curioso no Meio-Oeste americano, a chamada “América Profunda”: a criação de enclaves temáticos que buscam replicar um ideal europeu higienizado – de cidades com nomes de capitais europeias a parques temáticos. Uma nação com uma relação mal resolvida com sua própria identidade. Elas representam uma fuga da complexidade e da violência da história americana em direção a um passado europeu imaginado, um simulacro de autenticidade. A produção Prime Video, “Holland” (2025), dirigido por Mimi Cave, é um exemplo de história sobre “segredos por trás de cercas de madeira”. Ambientada em Holland (Michigan), uma cidade que emula paisagens holandesas hiper-reais com festivais de tulipas e réplicas de moinhos de vento e vilarejos europeus, oculta adultério e crimes em série. É o novíssimo gótico americano: a verdadeira arquitetura do horror não reside em porões escuros ou figuras monstruosas, mas na precisão milimétrica de uma maquete e na fachada de tulipas de uma "América Profunda" que sonha em ser Europa.

sábado, agosto 30, 2025

Morte, carma e culpa na família atual em 'Hallow Road - Caminho Sem Volta'


Dois pais entram em uma corrida contra o relógio quando recebem um telefonema angustiante de sua filha tarde da noite depois que ela causou um trágico acidente de carro. Quase todo o filme se passa no interior do carro em tempo real, com os pais desesperados tentando manter contato telefônico com a filha, enquanto a tela do Waze vai dando instruções de rota e o tempo que falta para chegar ao destino, numa angustiante contagem regressiva. Aparentemente apenas um drama familiar. Mais aos poucos vai virando outra coisa: entra um ambíguo toque sobrenatural (morte e carma). É o filme “Hallow Road – Caminho Sem Volta (2025), do diretor britânico-iraniano Babak Anvari, onde a estrada é uma alegoria da incapacidade dos pais de se reconciliar com a verdade que os condena: a “família renitente” – a ideia idílica de pais como porto de segurança e que supostamente manteria os filhos blindados das consequências dos seus próprios atos. Incapazes de lidar com dilemas morais.

terça-feira, agosto 12, 2025

Amor, trabalho e conhecimento deveriam governar a vida em 'Nossos Tempos'

 

“Amor, trabalho e conhecimento são as fontes de nossa vida. Deveriam também governá-la”, escreveu certa vez o psicanalista e ativista Wilhelm Reich. Há um descompasso entre o psiquismo (resistente a mudanças) e o conhecimento (cheio de rupturas e saltos). O que torna a sociedade frágil diante da cooptação política das chamadas “guerras culturais” reacionárias de extrema direita. A ficção científica mexicana Netflix “Nossos Tempos” (Nuestros Tiempos, 2025) é uma comédia romântica que transcende os limites do gênero, que habilmente mescla física teórica, viagem no tempo, sexismo, desigualdade de gêneros e as incertezas em relação ao futuro. Um casal de físicos apaixonados, na década de 1960, constrói uma máquina do tempo e acidentalmente saltam 59 anos no futuro. Pulando, de uma sociedade mexicana conservadora, patriarcal, marcada pela submissão feminina, para o futuro do empoderamento feminino e da crítica da desigualdade dos gêneros. Involuntariamente, o filme aborda essa questão reichiana.

quinta-feira, julho 17, 2025

Turismo e os dejetos humanos e da civilização no documentário 'Desastre Total: Cruzeiro do Cocô'

 


A indústria do turismo promete para seus clientes experiências renovadoras, alegria, aventura e diversão. Para fugirem de suas rotinas cinzentas. Mas às vezes descobrimos, da pior maneira possível, que não importa o quão distante nós vamos. Carregamos conosco as mazelas da civilização. É o que nos revela o documentário Netflix “Desastre Total: Cruzeiro do Cocô” (Trainwreck: Poop Cruise, 2025): em 2013 um navio de cruzeiro (com mais de 4 mil pessoas e treze andares) ficou sem energia após um incêndio na casa das máquinas. À deriva no Golfo do México, estarrecidos, passageiros e tripulantes viram excrementos humanos tomando corredores e escorrendo paredes abaixo: sem energia, simplesmente o sistema de esgotos deixou de funcionar. De repente, o navio de cruzeiro virou o microcosmo de tudo aquilo do qual queremos fugir viajando: dos excrementos, sejam humanos ou sociais – lixo, pobreza ou, simplesmente, o outro. Até a mídia descobrir e tudo virar um show de horrores sensacionalistas e uma catástrofe de relações públicas.

quinta-feira, julho 03, 2025

A desconstrução gnóstica e metalinguística de 'Marshmallow'


À primeira vista o filme “Marshmallow” (2025) parece mais do mesmo, com um toque nostálgico dos filmes da chamada “Espantomania” dos anos 1980:  uma história de terror em um acampamento de verão sinistro em que crianças e monitores se tornam alvos de um slasher sobrenatural. Mas o filme se transforma em outra coisa, seguindo a desconstrução metalinguística e gnóstica da realidade na esteira de produções como “O Segredo da Cabana” (2011) e “Don’t Blink” (2014). Mas também desconstrói esse próprio subgênero do terror: por que Hollywood é tão obcecada por histórias de jovens em acampamentos de verão se tão poucas famílias na América põem seus filhos nesse tipo de programa de férias? E a desconstrução de “Marshmallow” nos responde: porque são histórias que cumprem as funções propagandística e ideológica para América irradiar para todo o planeta.

quinta-feira, maio 08, 2025

No surrealismo, um sofá não é apenas um sofá em 'Mother, Couch'


Esse filme é para cinéfilos aventureiros. “Mother, Couch” (2023) é uma co-produção Suécia, Dinamarca e EUA, cuja estreia no cinema do diretor e roteirista Niclas Larsson segue a trilha de Charlie Kaufman de filmes como “Sínedoque, Nova York” (2011) e “Estou Pensando em Acabar com Tudo” (2020). Três meio-irmãos são forçados a ficar juntos quando sua mãe que se recusa a sair de um sofá em uma grande loja de móveis à beira da falência. Ela decide largar a sua casa e a própria família para viver num show room vintage dos anos 1980. O filme constrói uma ambiguidade entre o surrealismo e o realismo - Com muitos simbolismos, alegorias e o desenvolvimento dos personagens e de tramas abertas a diversas interpretações, percebemos que sofá não é apenas um sofá. A loja não é apenas uma loja. Pessoas não são apenas pessoas. Incomunicabilidade das relações humanas é o tema geral: quando uma instituição como a família deixa de funcionar, podemos trocá-la como fosse um móvel velho?

domingo, maio 04, 2025

Série 'Black Mirror', Sétima Temporada: hipo-utopia e os futuros que nunca existiram

 


A grande questão que a crítica levanta sobre “Black Mirror” é: será que a série ainda tem algo a dizer num mundo atual em que Big techs e Big Pharmas parecem realizar os pesadelos distópicos do criador Charlie Brooker? Parece que muitos críticos ainda não entenderam a proposta da série: “Black Mirror” não mostra futuros distópicos, mas hipo-utópicos. Nunca assistimos a mundos futuros na série. O que existe é uma projeção hiperbólica do que já vivemos no presente. Nos divertimos porque vemos a nós mesmos em tragicomédias tecnológicas, supostamente ambientadas no futuro. E a Sétima Temporada continua com a proposta hipo-utópica. Seis episódios unidos por uma ideia geral: o que está em jogo é a capacidade de transferir ou copiar seu Eu completo, ou partes como fragmentos de memória ou neurais, para uma realidade alternativa, uma dimensão alternativa ou simplesmente para uma nuvem para armazenamento. Reflexo do mundo atual dominado pelas “Tecnologias do Ego” que buscam um Eu performático.

quarta-feira, janeiro 29, 2025

A guinada metafísica PsicoGnóstica de Hollywood no filme 'A Cela'


Uma época em que Hollywood deu uma “guinada metafísica” (Boris Groys), cujo filme “Matrix” foi o ápice dessa guinada, tendo a mitologia gnóstica como impulsionadora. Mas o filme “A Cela” (The Cell, 2000), do então estreante Tarsem Singh (de videoclipes como “Losing May Religion” do R.E.M.), foi ao mesmo tempo síntese e ponto de inflexão. Como síntese, juntou a onda do Mal viral dos anos 1990 (desde “O Silêncio dos Inocentes”) à virada PsioGnóstica no cinema. Uma mistura bizarra de ficção científica, assassinatos em série, psicologia policial pop e efeitos especiais assombrosos que marcaram o início do novo milênio no gênero cinematográfico. Para encontrar a última vítima de um serial killer, o FBI se utiliza de uma tecnologia experimental de compartilhamento de mentes: entrar nos labirintos psíquicos e oníricos do criminoso em coma. Um filme que antecipou as topografias da mente de “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças” e “A Origem”.

sábado, janeiro 04, 2025

O horror de 'Nosferatu': o que você faz se o Mal beijar a esposa melhor que o marido?


O que você faz se o Mal beijar a esposa melhor que o marido? Certamente serão colocados em xeque toda racionalidade científica, a moralidade e a religião. Pode parecer grosseiro e simplista, mas este parece ser o argumento central de “Nosferatu” (2024), refilmagem do cineasta Robert Eggers (“A Bruxa”, “O Farol”) do clássico mudo “Nosferatu – Uma Sinfonia do Horror”, de 1922. Ao contrário do original, Eggers vai além de um conto sobre um vampiro: mais do que entidade das trevas, Nosferatu é o Mal puro capaz de distorcer a própria realidade. “Nosferatu” concentra-se no erotismo macabro e numa sexualidade melancólica e crepuscular que vai “além dos oceanos do tempo”. A representação ontológica do Mal e sua perturbadora conexão com o Erótico, o Orgasmo e a Morte - o erotismo como a afirmação da vida que se estende até a morte.

terça-feira, dezembro 17, 2024

A burguesia quer sangue em 'Sanguessugas: Uma Comédia Marxista Sobre Vampiros'


Assim como muitos escritores do século XIX, Karl Marx também foi impactado pela literatura gótica sobre vampiros e monstros. Por isso, a melhor metáfora do Capitalismo está em “O Capital”: um vampiro que suga o trabalho vivo para acumular o resultado do trabalho morto (o lucro) por toda a eternidade. Então, por que não transformar essa metáfora em uma alegoria? É o que faz o filme alemão “Sanguessugas: Uma Comédia Marxista Sobre Vampiros” (Blutsauger, 2022), em exibição na MUBI. Um falso barão foge da Rússia de Stálin e chega numa cidade da costa alemã, com um único propósito: encontrar um navio que o leve a Hollywood para tentar a sorte no cinema. Mas tudo o que consegue é conhecer uma elite de vampiros burgueses que sugam o sangue dos moradores, mas que põem a culpa das mordidas em pulgas... judias, chinesas etc. Vampiros que, também, adoram cinema.

sexta-feira, dezembro 06, 2024

O futuro fora da curva no profético filme 'Southland Tales'


A matéria-prima da ficção científica é o futuro. Portanto, se olharmos para o sci-fi do passado, encontramos três tipos de futuros: o retro-futurismo, o distópico e o hipo-utópico. Mas “Southland Tales – O Fim do Mundo” (Southland Tales, 2006), de Richard Kelly (Donnie Darko) é definitivamente um ponto fora da curva que acabou jogando o diretor ao ostracismo. Principalmente depois das vaias no Festival de Cannes. Dezoito anos depois, o filme revela ser assustadoramente profético: nova guerra fria e a escalada da ameaça nuclear; tecnologias supostamente limpas, mas que estão igualmente destruindo o planeta; a destruição da democracia liberal pela polarização alt-right através da viralização da cultura influencer-empreendedora-coach etc. Numa época em que as mídias sociais estavam engatinhando. Tão profético que até parece que o diretor Richard Kelly tinha conhecimento de algum tipo de agenda geopolítica secreta. 

quinta-feira, outubro 31, 2024

O pesadelo do espaço relativístico em 'Slingshot'


Desde que roteiristas e escritores abandonaram aquele modelo de sistema solar análogo a imagem do átomo com elétrons girando em torno do núcleo, adotando a perspectiva relativística (órbitas como quedas na deformação do espaço-tempo produzida massa do Sol, o espaço deixou de ser “a fronteira final” – como se referiam sci-fi clássicos como “Jornada nas Estrelas”. O espaço virou um pesadelo logístico (buraco de minhoca, velocidade wrap, efeitos estilingue gravitacional etc.) e existencial: no espaço não encontramos nada, a não ser nossos próprios pesadelos que trazemos da Terra. “Slingshot” (2024) é uma pequena joia sci-fi de baixo orçamento sobre um trio de astronautas que mergulha no atoleiro da loucura do isolamento, paranoia e ansiedade. Tentam manter a lucidez à medida que se aproximam de uma correção de curso assistida pela gravidade de Júpiter – o “estilingue”. 

quinta-feira, outubro 24, 2024

'Things Will Be Different': como esconder-se do destino do Tempo


Quantas vezes, em diversas situações, não falamos em “dar um tempo” ou “esperar a poeira baixar”. É como se tentássemos estancar a seta entrópica do tempo – o Tempo: a grande falha cósmica que condena toda a Criação ao fim, desordem e caos por meio do princípio termodinâmico da entropia. Mas também capaz de conspirar contra os nossos desejos e projetos pessoais. “Things Will Be Different” (2024) é um sci-fi ao mesmo tempo um thriller de ação, um quebra-cabeça e um drama de relacionamentos – um casal de irmãos rouba um banco e procura um lugar para se esconder até tudo se acalmar. Onde? Numa fenda aberta no tecido do tempo, um limbo atemporal entre passado, presente e futuro. Mas, como heróis prometeicos, terão que enfrentar não a polícia terrena, mas as autoridades do Tempo. 

sexta-feira, agosto 30, 2024

O obscuro objeto da sexualidade em 'Sexo, Mentiras e Videotape'



Sexo, Mentiras e Videotape” (1989), o filme de estreia de Steven Sorderbergh e ganhador da Palma de Ouro em Cannes, era, na época, um filme otimista: a esperança de que as novas tecnologias de vídeo resgatassem a materialidade e o espontâneo num mundo dominado pelos simulacros. Mal se sabia o que viria no próximo século: a democratização dos simulacros através das selfies e redes sociais. O filme conta a história de quatro pessoas cujas vidas sexuais estão seriamente confusas em torno de mentira. Até que a chegada de um forasteiro com um fetiche incomum (colecionar VTs com entrevistas nas quais mulheres confessam suas fantasias sexuais) muda tudo. Ele procura ir para além das mentiras e jogos de aparências da sedução, tentando encontrar a verdade da sexualidade nos vídeos. Estamos na pós-sexualidade: o reino das palavras que tentam suturar feridas psíquicas.

sábado, agosto 24, 2024

Os Três Cavaleiros do Apocalipse pós-moderno no terror 'Oddity'


Discutir sobre a natureza da pós-modernidade implica falar sobre os chamados “Três Cavaleiros do Apocalipse”: Nietzsche, Marx e Freud – aqueles que tiraram a centralidade da Razão e colocaram no lugar, respectivamente, o demasiado humano, o peso do legado do passado e o inconsciente. O thriller irlandês de terror “Oddity” (2024) transforma essas armas do Apocalipse em um conto sobrenatural com um atrevido humor negro no qual a racionalidade científica se opõe ao sobrenatural e o Oculto. O confronto entre um médico psiquiatra de comanda um hospital psiquiátrico com criminosos dementes e uma sensitiva proprietária de uma loja de antiguidades que vende objetos amaldiçoados. Razão vs. sobrenatural na elucidação de um assassinato que expõe o destino da Razão: transformar-se em “racionalização”, isto é, em álibi para o demasiado humano.

sábado, julho 27, 2024

Descendo pela toca do coelho da cismogênese política em 'Sombra Lunar'



A produção Netflix “Sombra Lunar” (In the Shadow of the Moon, 2019) é peculiar. Primeiro, que é impossível fazer uma análise sem incorrer em spoilers, pela sua natureza: reflexo do zeitgeist político atual de cismogênese. Segundo, porque o filme é um mush-up arriscado: imagine cruzar o filme “Seven” com o “Exterminador do Futuro”. Por isso, “Sombra Lunar” vai do típico trillher policial noir para a ficção científica. Em 1988, um policial, aspirante à detetive, depara-se com uma série de assassinatos estranhos e simultâneos. Enquanto sua esposa está na maternidade tendo sua filha. Fatos cujas consequências marcarão o restante da sua vida. Série de assassinatos que se repetirão a cada nove anos, acompanhando o ciclo da chamada “Lua sangrenta”. Quanto mais os ciclos se sucedem, mais profunda é a decida pela toca do coelho. 

quinta-feira, junho 13, 2024

Amor, família e catástrofe do tempo na Era Reagan em 'Peggy Sue - Seu Passado a Espera'


Depois de vários anos de experimentos estilísticos com novos processos cinematográficos e resultados desiguais, em 1986 Francis Ford Coppola decidiu fazer apenas um filme: “Peggy Sue – O Seu Passado a Espera” (Peggy Sue Got Married). Seguindo a receita narrativa de Spielberg e Zemeckis (histórias contadas para “crianças de qualquer idade”), Coppola embarca num enredo semelhante a “De Volta para o Futuro”, mas em um tom de conto de fadas adulto: uma mulher participa do baile comemorativo dos 25 anos da turma de formatura do ensino médio e desmaia. Quando acorda, descobre que voltou a 1960 e habita seu próprio corpo adolescente, mas com a consciência adulta. É a oportunidade da segunda chance para dirimir os arrependimentos do presente. Como produto da neoconservadora Era Reagan, “Peggy Sue” quer mostrar que o amor e a família estão além da catástrofe do tempo.

quinta-feira, maio 23, 2024

'Alice Através do Espelho' de Lewis Carroll vai ao multiverso quântico na série 'Constelação'


Vários efeitos colaterais da viagem ao espaço são estudados, dos efeitos da radiação cósmica na cognição e visão dos astronautas, à perda de massa óssea, muscular e alto risco de câncer. Além de misteriosos relatos de visões de luzes cegantes provenientes de aparições no espaço semelhantes a anjos. A série Apple TV+ “Constelação” (2024-) dá a sua interpretação para tudo isso. E na atual onda de produções sci-fi, somente pode ser dentro do campo dos multiversos quânticos. Mas aqui, a “sobreposição quântica” na verdade é a sobreposição da ficção-científica com o conto de fadas: a Alice de “Alice Através do Espelho” de Lewis Carroll encontra-se com o experimento imaginário de Schödinger do gato numa caixa ao mesmo tempo morto e vivo.

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