O grande dia para muitos jovens e adolescentes fãs da cultura pop está chegando. Dia 29 de março acontece no Rio de Janeiro o show tão esperado do cantor canadense de 23 anos e fenômeno midiático, Justin Bieber. Para muitos este momento é esperado com ansiedade desde fevereiro de 2016. Criticados por muitos e admirados por outros estes fãs se revezaram em um acampamento no local do show para garantir os melhores lugares. Mas afinal o que explica tamanha dedicação? Expressão incômoda de amor, ou pura alienação moldada por uma indústria midiática mestre no controle mental manipulando anseios e desejos de toda uma geração? Apenas as técnicas de publicidade e relações públicas não explicam o sucesso de Justin Bieber, assim como de tantos ídolos pop. Haveria um lado obscuro composto pelo psiquismo coletivo e o "ocultismo midiático" - a introdução de antigos e milenares símbolos de tradições esotéricas oriundas das escolas de mistérios.
Justin Drew Bieber
é um compositor e cantor de música pop e R&B. É um dos artistas mais
conhecidos mundialmente revelado pelo YouTube tendo vendido 18 milhões de
cópias até o momento e influenciado o comportamento de milhões de adolescentes
pelo mundo com suas roupas e estilo de cortes de cabelo (Biebercut).
Sendo um dos
queridinhos da indústria fonográfica sua presença é a garantia de grande
faturamento e sua influência lhe rendeu em novembro de 2012, o prêmio cedido
pelo Primeiro-Ministro canadense, “Queen Elizabeth II Diamond Jubilee Medal”,
que homenageia aqueles que tenham feito algo significativo para uma comunidade,
território, região ou cidade dentro do Canadá, ou até mesmo uma conquista no
exterior que traga algum crédito para o país.
Será que toda esse
holofote é a causa da iniciativa desses jovens brasileiros acampados desde
outubro de 2016 para vê-lo ou haveria uma explicação menos óbvia e mais
elaborada para tal comportamento?
Segundo Anna Freud (1895 - 1982),
psicanalista e filha do famoso médico neurologista Sigmund Freud, a natureza adolescente é excessivamente egoísta,
considera-se o centro do universo e o único objeto de interesse. Estes jovens
são capazes de travar as relações amorosas mais apaixonadas, e de terminá-las
tão rapidamente quanto começaram. Por um lado, eles se engajam na vida da
comunidade nos mais diversos segmentos e, por outro, têm uma grande necessidade
de solidão. Oscilam entre uma submissão cega a um líder cultural ou político, e
uma rebelião desafiadora contra qualquer tipo de autoridade. São egocêntricos e
materialistas e, ao mesmo tempo, cheios de ideais elevados e altruístas.
Uma nova maneira de comunicação
As conclusões de
Anna Freud oriundas da psicanálise criada por seu pai foram o alicerce no qual uma
nova maneira de comunicação de massa surgiu no período do pós-guerra, a partir
de outro membro de sua família, seu sobrinho Edward Louis Bernays (https://pt.wikipedia.org/wiki/Viena 1891 – 1995), um pioneiro
austro-americano no campo das relações públicas e da propaganda, conhecido
como o "Pai das Relações Públicas".
Citado pela revista Times como um dos americanos mais
influentes do século XX sua forma de trabalho se firmava no princípio de que as
sociedades se comportam como
manadas, as
pessoas são irracionais, suas decisões e ações são, portanto, manipuladas
facilmente.
Ele foi o grande
responsável pela disseminação do vício do tabaco entre as jovens mulheres
americanas através de uma - talvez a primeira e mais eficiente - bomba
semiótica lançada nos anos 50 pela indústria do tabaco.
Durante uma passeata em
comemoração à páscoa, em Nova Iorque, modelos e artistas femininas
foram contratadas para acenderem cigarros e fumarem em meio à multidão enquanto
fotógrafos eram estrategicamente posicionados para registrar toda a
movimentação desse “evento” que, na verdade, não passava de um comercial de
cigarros.
A expressão “Tocha da Liberdade” foi usada para enaltecer o objeto-símbolo da atitude de libertação feminina.
A expressão “Tocha da Liberdade” foi usada para enaltecer o objeto-símbolo da atitude de libertação feminina.
“Para manter uma
imagem de calúnia (desafio?) que ninguém pode negar...”
Bernays usou o
conceito do “Símbolo Fálico”, cunhado por seu tio Freud, no cigarro e fez dele um
objeto de poder, independência e liberdade. Ele percebeu que poderia fazer com
que as mulheres desafiassem o poder masculino através de uma atitude
transgressora, uma vez que para a época o uso do cigarro era eminentemente
masculino.
Assim o seu uso ficou associado a uma atitude, e essa por sua vez
feita só por pessoas de alta classe, modelos e artistas como Justim Bieber,
pessoas consideradas ícones de comportamento e formadores de opinião, portanto,
passiveis de serem imitados pelo grande público, ou seja, pela massa vista por
Edward Bernays como uma manada irracional facilmente manipulada.
A partir de
então suas ideias foram aprimoradas e ajustadas de forma a se tornar uma
ferramenta útil de controle usada principalmente pelas grandes corporações e
governos. Esse fato está muito bem documentado na série da BBC “The Century of the Self” (veja aqui https://www.youtube.com/watch?v=DotBVZ26asI ).
Há algo de podre no Reino da Dinamarca
A frase cunhada por
William Shakespeare em sua tragédia mundialmente conhecida -“Hamlet” se refere
às traições e homicídios que ocorriam ao longo da trama. Quando dizemos “há
algo de podre no reino da Dinamarca” nos referimos a cada fato obscuro e podre
que ocorre além das cortinas que cerram algum espetáculo, seja ele político,
social, artístico ou de qualquer outra natureza. Em outras palavras são fatos
não revelados, ocultos e que fedem.
Esse ocultismo midiático seria o lado negro
da força das ideias aperfeiçoadas de Edward Bernays só que agora com a
introdução de antigos e milenares símbolos de tradições esotéricas oriundas das
escolas de mistérios.
O famoso psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav
Jung que fundou a psicologia analítica e desenvolveu os
conceitos da personalidade extrovertida e introvertida, arquétipos e o inconsciente coletivo, disse certa vez:
"Minha tese, então, é como segue: além de nossa consciência imediata, que é de uma natureza inteiramente pessoal e que acreditamos ser a única psiquê empírica (mesmo se conectada à inconsciência pessoal como um apêndice), existe um segundo sistema psíquico de uma natureza impessoal, universal e coletiva que é idêntica em todos os indivíduos. Esse inconsciente coletivo não se desenvolve individualmente, mas é herdado. Ele consiste de formas pré-existentes, os arquétipos, que somente podem se tornar conscientes secundariamente e que dão forma definitiva a certos conteúdos psíquicos." [ The Concept of the Collective Unconscious; ].
Nos vídeos clipes
de Justin Bieber podemos facilmente identificar essa simbologia arquétipo
exposta em frames rápidos o suficiente para serem percebidos apenas
subconscientemente:
Justin Bieber - What Do You Mean?
Talvez um dos
símbolos mais conhecidos do público em geral seja o ‘Olho Que Tudo Vê’ ou o “Olho da Providência”
como também é conhecido, é um símbolo exibindo um olho cercado por raios de luz ou em glória, muitas vezes dentro ou em cima de um triângulo ou de uma pirâmide. Costuma ser interpretado como a representação do olho de Deus
observando a humanidade.
No entanto teorias mais alternativas sustentam que
esse símbolo tem uma designação mais ‘terrena’ digamos assim, no sentido de que
escapa a uma definição mítica ou divina para uma percepção mais cósmica ou
planetária. Seriam as chamadas Entidades Biológicas Extraterrestres (EBEs) que são
seres tangíveis que intergem com a humanidade desde os tempos bíblicos sendo
inclusive citados nesse livro sagrado, mais precisamente no livro de Enoch, e
denominados Nefelins ou Vigias. Aqui mais uma vez um clipe de Justim Bieber faz
referência e esse tema: https://www.youtube.com/watch?v=nntGTK2Fhb0
Skrillex and Diplo - "Where Are Ü Now" with Justin Bieber (Official Video)
Essas entidades
juntamente com membros de uma suposta elite mundial mal intencionada,
denominada pelo ex-ministro da Defesa do Canadá Paul Hellye como “A Kabbalah Negra” estariam por
trás dos eventos mais significativos da humanidade, moldando e guiando o curso
dos acontecimentos ao longo de milênios, por meio de sociedades secretas, as
chamadas escolas de mistérios, sendo a mais famosa delas a Franco Maçonaria, e
talvez a mais sinistras ‘Skull and Bones’ (Ossos e Caveiras) da Universidade de
Yale cujos membros figuram os ex-presidentes americanos Bush pai e Bush filho.
Esse controle se daria através dos meios de
comunicação de massa, a mídia eletrônica televisiva e mais recentemente a internet.
Como no caso de Justin Bieber que obteve visibilidade e projeção através do
YouTube. A presença daqueles que o promovem e influenciam o comportamento
jovem, é sistematicamente divulgada de forma desapercebida e cujo propósito está
bem detalhado nos tratados sobre o inconsciente coletivo de Jung, que parecem
demonstrar uma atração e fascínio natural quando expostos a estes símbolos
arquétipos, presentes já no inconsciente coletivo da humanidade que se expressa
por meios deles e de figuras mitológicas de diferentes povos e civilizações.
Como no filme de Paul Wendkos “A Irmandade Do
Sino” (The Brotherhood of the Bell)
de 1970, onde o professor Adrew ‘Andry’ Patterson (Glenn Ford) trava o seguinte
diálogo com seu pupilo Mr. Phillip Dunning (Robert Pine) após o ritual de iniciação
da Irmandade onde Mr. Dunning jura total obediência a seus superiores, logo no
início do filme:
Mr. Dunning: - Eu acho isso inacreditável, conseguir tudo aquilo que eu quiser.
Prof. Andy: -Tudo que um homem pode obter com dinheiro, prestígio e boas relações.
Mr. Dunning: - É, isso acaba de me ocorrer, nós agora somos parte do sistema.
Prof. Andy: - Parte não, ‘O’ sistema!!
Revelando aqui que,
assim como no filme, podemos estar vivendo em um mundo distópico controlado por
sociedades secretas que orienta e dirige os acontecimentos segundo seus
próprios interesses e propósitos nem sempre revelados, como bem expressou Sr. Arthur
Edward Waite (1857 -1942), comumente conhecido como A.E. Waite , poeta
britânico nascido na América e membro da Ordem Hermética da Aurora
Dourada (Golden Dawn):
“No fluxo geral da história humana as correntes invisíveis das sociedades secretas estão fluindo, que regula e determina a profundidade das mudanças em massa que são visíveis na superfície”
Seria essa a
evidência que explica o comportamento aparentemente extremo desses jovens
brasileiros acampados a meses aguardando o tão esperado show do astro
canadense? E talvez mais sinistro, explicaria todo o fenômeno ‘Justin Bieber’
como um boneco de ventrílogo que age segundo os ditames de um poder maior e
onipresente.
A sociedade não é transformada pelo exemplo
Jiddu Krishnamurti,
grande pensador e educador indiano nos ensina dizendo que “só o homem religioso
pode criar uma transformação fundamental na sociedade; o homem verdadeiramente
religioso está totalmente fora da sociedade, porque ele não é ambicioso, não
tem inveja, não fica seguindo nenhum ritual, dogma ou crença; e só tal homem
pode transformar fundamentalmente a sociedade. É muito estranho como nós adoramos
exemplos.
Não queremos aquilo que é puro, verdadeiro em si mesmo; queremos
intérpretes, exemplos, mestres, gurus, ídolos, ícones, como um meio através do
qual conseguimos alguma coisa – o que é puro absurdo, e é usado para explorar
pessoas. Se cada um de nós pudesse pensar claramente desde o início, ou nos
reeducarmos para pensar claramente, então todos estes exemplos, mestres, gurus,
sistemas, seriam absolutamente desnecessários, o que eles de todo modo são.”
Tal formulação
advém da mente de um homem cuja cultura, característica dos países orientais,
já carrega um pouco do desprendimento material e atenção aos condicionamentos, realidade
diametralmente oposta aos jovens brasileiros que no dia 29 de março finalmente
poderão estar frente ao seu grande ídolo, arquétipo de seus anseios e desejos mais
ambiciosos, fruto de uma sociedade invejosa e dogmática, controlada por uma
minoria obscura e difusa que por meio de instrumentos intangíveis conduzem toda
uma geração a resignar-se de seu destino sem chances de perceber a saída em si
mesma.