sexta-feira, novembro 28, 2025
Em 'Quando o Céu se Engana", mais terrível que a danação eterna é a precarização moderna
sexta-feira, novembro 28, 2025
Wilson Roberto Vieira Ferreira
sábado, agosto 30, 2025
Morte, carma e culpa na família atual em 'Hallow Road - Caminho Sem Volta'
sábado, agosto 30, 2025
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Dois pais entram em uma corrida contra o relógio quando recebem um telefonema angustiante de sua filha tarde da noite depois que ela causou um trágico acidente de carro. Quase todo o filme se passa no interior do carro em tempo real, com os pais desesperados tentando manter contato telefônico com a filha, enquanto a tela do Waze vai dando instruções de rota e o tempo que falta para chegar ao destino, numa angustiante contagem regressiva. Aparentemente apenas um drama familiar. Mais aos poucos vai virando outra coisa: entra um ambíguo toque sobrenatural (morte e carma). É o filme “Hallow Road – Caminho Sem Volta (2025), do diretor britânico-iraniano Babak Anvari, onde a estrada é uma alegoria da incapacidade dos pais de se reconciliar com a verdade que os condena: a “família renitente” – a ideia idílica de pais como porto de segurança e que supostamente manteria os filhos blindados das consequências dos seus próprios atos. Incapazes de lidar com dilemas morais.
quinta-feira, julho 03, 2025
A desconstrução gnóstica e metalinguística de 'Marshmallow'
quinta-feira, julho 03, 2025
Wilson Roberto Vieira Ferreira
sábado, maio 17, 2025
Cinderela na cultura coaching vira um conto de horror em 'The Ugly Stepsister'
sábado, maio 17, 2025
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O filme “The Ugly Stepsister” (Den Stygge Stesøsteren, 2025), da diretora norueguesa Emilie Blichfeldt, é mais uma releitura de contos de fada da cinematografia recente. Ela pega o conto clássico dos irmãos Grimm, “Cinderela”, e inverte o foco: acompanhamos a história não mais do ponto de vista da heroína, mas da ótica da meia-irmã feia que a todo custo quer ser a escolhida do príncipe. Qual o preço da beleza? É quando o conto “Cinderela” se encontra com o horror corporal cronenbergiano. E também quando descobrimos que Cinderela, desde o início com os irmãos Grimm, foi uma história de horror. Até ser embelezada pela Disney. Mas os irmãos Grimm ainda buscavam ensinar para o leitor uma “moral da história”. Ao contrário da versão de Emilie Blichfeldt: vira um conto de advertência sobre zeitgeist atual da hegemonia das tecnologias do Eu da cultura coaching – gerir a si mesmo como marca para ter o maior impacto num mercado competitivo.
terça-feira, maio 13, 2025
Clichês do Blues e mitologia dos vampiros no terror racial 'Pecadores'
terça-feira, maio 13, 2025
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Desde “Corra!”, de Jordan Peele, o terror racial tornou-se um subgênero que vem chamando a atenção: série "Them", "Barbarian", "Us", "Clonaram Tyrone!" etc. Mas essa junção entre o racismo, o sobrenatural e o fantástico vai além dos limites, de quebra renovando a mitologia dos vampiros. Estamos falando do filme “Pecadores” (‘Sinners”, 2025), de Ryan Coogler (Creed, Pantera Negra). Dois irmãos gêmeos voltam financeiramente bem-sucedidos do submundo de Chicago, para sua cidade natal no Delta do Mississipi no início dos anos 1930. Dispostos a inaugurar uma casa noturna de Blues. Mas enfrentarão um mal ainda maior do que deixaram para trás: vampiros ancestrais brancos sedentos por uma música que apaga as fronteiras entre a vida e a morte. Enquanto Coogler renova a mitologia vampiresca, empilha clichês brancos sobre o Blues, como, por ex., supostos pactos diabólicos por trás dos bluesmen. Para reduzir a questão do racismo uma questão de viés cultural: a ignorância e teimosia de pessoas que ainda não perceberam que os tempos mudaram.
sexta-feira, novembro 01, 2024
A nova onda do horror à gravidez no filme 'Apartamento 7A'
sexta-feira, novembro 01, 2024
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Nesse século estamos vivendo a nova onda do subgênero do terror, o “horror à gravidez”, cujo filme “O Bebê de Rosemary” (1968), de Roman Polanski, é o exemplar mais icônico. Ao lado de “Antibirth”, “A Primeira Profecia”, e “Imaculada”, agora temos uma espécie de spin off do clássico de Polanski: o filme “Apartamento 7A” (2024), com todos os tropos do subgênero: a mãe que vive uma relação de estranhamento seja diante forma de concepção, estranhamento em relação ao pai (o demônio) ou estranhamento pela evolução da gravidez (o horror corporal). Uma nova onda que reflete o zeitgeist desse século: a gravidez como alienação de si mesmo em tempos de precarização profissional, existencial e na relação com o futuro.
quinta-feira, setembro 19, 2024
'Os Fantasmas Ainda se Divertem': como Tim Burton transforma o Gótico em entretenimento
quinta-feira, setembro 19, 2024
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Assim como as animações da Walt Disney, Tim Burton tem a habilidade de transformar temas sombrios em entretenimento. Se em Walt Disney são os temas do abandono e separação, no caso de Tim Burton seus filmes transformam o Gótico americano de Edgard Allan Poe e Herman Melville em diversão para que o sonho americano dê risadas de si mesmo. Em “Os Fantasmas Ainda se Divertem” (Beetlejuice Beetlejuice, 2024), Burton retorna aos seus efeitos práticos e brinquedos analógicos para levar o Estranho, o Fantástico e o Sobrenatural para a típica família suburbana disfuncional: se no primeiro filme de 36 anos atrás a protagonista era a filha adolescente melancólica e depressiva, agora temos uma nova filha adolescente – também melancólica e depressiva, mas dessa vez pela ausência materna. Supostamente, a mãe prefere mais os fantasmas aos vivos. E Michael Keaton retorna sensacional ao rançoso e rabugento demônio, convidado a voltar ao mundo dos vivos exatamente pela disfuncionalidade do sonho americano.
sábado, julho 06, 2024
A modernidade, o vampiro e o patriarcado no filme 'Le Vourdalak'
sábado, julho 06, 2024
Wilson Roberto Vieira Ferreira
quinta-feira, junho 13, 2024
Amor, família e catástrofe do tempo na Era Reagan em 'Peggy Sue - Seu Passado a Espera'
quinta-feira, junho 13, 2024
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Depois de vários anos de experimentos estilísticos com novos processos cinematográficos e resultados desiguais, em 1986 Francis Ford Coppola decidiu fazer apenas um filme: “Peggy Sue – O Seu Passado a Espera” (Peggy Sue Got Married). Seguindo a receita narrativa de Spielberg e Zemeckis (histórias contadas para “crianças de qualquer idade”), Coppola embarca num enredo semelhante a “De Volta para o Futuro”, mas em um tom de conto de fadas adulto: uma mulher participa do baile comemorativo dos 25 anos da turma de formatura do ensino médio e desmaia. Quando acorda, descobre que voltou a 1960 e habita seu próprio corpo adolescente, mas com a consciência adulta. É a oportunidade da segunda chance para dirimir os arrependimentos do presente. Como produto da neoconservadora Era Reagan, “Peggy Sue” quer mostrar que o amor e a família estão além da catástrofe do tempo.
quinta-feira, maio 23, 2024
'Alice Através do Espelho' de Lewis Carroll vai ao multiverso quântico na série 'Constelação'
quinta-feira, maio 23, 2024
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Vários efeitos colaterais da viagem ao espaço são estudados, dos efeitos da radiação cósmica na cognição e visão dos astronautas, à perda de massa óssea, muscular e alto risco de câncer. Além de misteriosos relatos de visões de luzes cegantes provenientes de aparições no espaço semelhantes a anjos. A série Apple TV+ “Constelação” (2024-) dá a sua interpretação para tudo isso. E na atual onda de produções sci-fi, somente pode ser dentro do campo dos multiversos quânticos. Mas aqui, a “sobreposição quântica” na verdade é a sobreposição da ficção-científica com o conto de fadas: a Alice de “Alice Através do Espelho” de Lewis Carroll encontra-se com o experimento imaginário de Schödinger do gato numa caixa ao mesmo tempo morto e vivo.
quinta-feira, maio 09, 2024
'Exte: Hair Extensions': no J-Horror os cabelos querem vingar sua mercantilização
quinta-feira, maio 09, 2024
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O sucesso do J-Horror (o horror japonês) foi trazer na virada de milênio uma abordagem do gênero distante do Ocidente: ao invés da tradicional matriz edipiana, histórias de fantasmas prisioneiros no mundo físico em busca de vingança devido a traumas ou fortes emoções que não lhes permitem passar para um outro plano. Um fantasma conhecido como “onryō”, uma jovem que foi muito injustiçada por um homem na vida e agora busca vingança sobre os vivos. Marcada pela figura icônica dos cabelos pretos longos e pegajosos. “Exte: Hair Extensions” (Ekusute, 2007), de Sion Sono (Suicide Club), parece ser uma síntese desse gênero japonês, ao mesmo tempo em que faz uma piada interna contra o próprio J-Horror: os cabelos se transformam numa entidade com vida própria, em busca de vingança... em salões de beleza que vendem apliques feitos com fios de cabelos humanos. Sion Sono faz uma crítica social: a mercantilização do próprio corpo humano.
quinta-feira, maio 02, 2024
'Stopmotion': se somos modelos de animação, quem nos controla?
quinta-feira, maio 02, 2024
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O século XXI está testemunhando o despertar da antiga e trabalhosa técnica de animação chamada “stop-motion”. De simples efeito especial no século XX, agora se torna uma expressão animada em longa-metragem. Por um lado, o páthos da stop-motion reside em dar vida àquilo que é inanimado, como no mito de Golem e Pigmaleão. Mas também se conecta com a simbologia de bonecos e fantoches como expressão da condição gnóstica nesse mundo. O filme britânico “Stopmotion” (2023) é uma espécie de terror metalinguístico que tem como atração principal a fusão de live action com a stop-motion na qual inocentes fantoches sem vida passam a ganhar propriedades sobrenaturais que começam a invadir a vida de uma animadora que fica à mercê das suas criaturas artesanais. Um filme PsicoGnóstico no qual não é o mundo onírico e alucinações que borram as fronteiras com a realidade: é a stop-motion que invade a vida cotidiana, sugerindo que todos nós poderíamos ser meros modelos de animação. Mas controlados por quem?
sexta-feira, abril 05, 2024
Piscina, reificação social e desencantamento do mundo em 'Mergulho Noturno'
sexta-feira, abril 05, 2024
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Coisa que ganham vida e passam a caçar seres humanos é um tema recorrente no cinema: carros homicidas, tomates assassinos, pneus que se vingam da civilização, vestidos que matam entre outros numa lista infindável. “Mergulho Noturno” (Night Swim, 2024), dos mesmos produtores de “A Freira” e “M3GAN”) acrescenta mais um objeto que ganha vida: uma piscina que engole gente em um típico subúrbio de classe média. Embora “Mergulho Noturno” siga todos os cânones do gênero, seu roteiro é uma curiosa combinação de simbologias antropológicas (a antropomorfização dos objetos e reificação da sociedade), esotéricas (o imaginário do elemento água) e urbanas (o imaginário das classes médias suburbanas e o desencantamento do mundo).
quinta-feira, abril 04, 2024
O ancestral de todos televangelistas e da hipocrisia religiosa em 'O Mensageiro do Diabo'
quinta-feira, abril 04, 2024
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Depois de décadas de ascensão dos televangelistas, acompanhamos nesse século o retrocesso civilizatório da escalada global das relações promíscuas e hipócritas entre religião, política e Estado. Não faltaram alertas no campo do cinema e audiovisual, para começar na série “Handmaid’s Tale”. Esses alertas vêm de muito tempo antes, ainda no século XX, em produções como “O Mensageiro do Diabo” (The Night of the Hunter, 1955). Robert Mitchum interpreta um reverendo itinerante que, entre citações bíblicas, casa com viúvas para matá-las e roubar as economias da família em pela Grande Depressão americana. Mas filhos relutam em dizer onde seu pai verdadeiro escondeu o dinheiro fruto de um roubo. Com forte influência do filme noir e expressionismo alemão, à época foi um fracasso de público e crítica. Para ao longos dos anos acabar sendo reconhecido como uma obra-prima.
sexta-feira, março 29, 2024
Viagem no tempo vira ferramenta para consertar a vida ordinária em 'Questão de Tempo'
sexta-feira, março 29, 2024
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Richard Curtis é um especialista em filmes levemente românticos e supostamente cômicos como “Notting Hill”, “Quatro Casamentos e um Funeral” e “O Diário de Bridget Jones”. Quando o tema da viagem no tempo cai nas suas mãos, o desfecho não poderia ser outro. Um tema potencialmente tão disruptivo acaba se diluindo naquilo que exatamente o tema desafia: a realidade institucional. No filme de Curtis “Questão de Tempo” (About Time, 2013) a viagem no tempo se transforma numa ferramenta para consertar as desordens da vida ordinária do presente, incorrendo no velho clichê da “quebra-da-ordem-retorno-à-ordem”. Tão conservador que a mecânica temporal do filme ainda funciona dentro da causalidade newtoniana, ignorando os paradoxos quânticos que caracterizam a abordagem fílmica e literária contemporâneas do tema. Tim descobre que os homens da sua família têm o exclusivo poder de viajar para o passado. Então, decide transformar o mundo num lugar melhor. Para começar arranjando uma namorada.
sexta-feira, março 15, 2024
'Beau Tem Medo': o adulto é uma criança crescida em um Édipo arrasado
sexta-feira, março 15, 2024
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Nascemos pelados, sem nenhum pelo no corpo, desdentados, descoordenados, meio cegos, pensamentos confusos e nos sentindo afogados até os pulmões começarem a funcionar através do nosso próprio grito de terror. Chegamos a esse mundo com medo e vamos embora também com medo. Tudo isso é descompactado nas três horas do humor negro surreal de “Beau Tem Medo” (Beau is Afraid, 2023) do diretor/roteirista Ari Aster (“Hereditário”, “Midsommar”). Joaquim Phoenix faz uma odisseia épica de seu apartamento solitário (em um bairro assustador com crimes à luz do dia) para uma visita a sua mãe no dia do aniversário da morte de seu pai. É o gatilho que faz disparar medo e ansiedade, além da culpa edipiana de um homem na meia idade. Ameaças e perigos pulam por todos os lados. Metáforas de uma consequência freudiana: o adulto não passa de uma criança crescida, carregando medos e culpas de um Édipo arrasado.
quinta-feira, março 14, 2024
'O Astronauta': por que a humanidade quer ir para o espaço se todas as respostas estão na Terra?
quinta-feira, março 14, 2024
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Com a reativação do imaginário da conquista espacial no século XXI com projetos privados como os da SpaceX ou Virgin Galactic ressurge a questão: o que a humanidade tanto procura lá fora se tudo o que encontramos é o vazio, desolação, desertos ou infernos vulcânicos e mares ácidos? Quando tudo o que precisamos conquistar ou salvar está aqui no nosso planeta. Essa é a questão de fundo na produção disponível na Netflix “O Astronauta” (Spaceman, 2024). Um abatido e solitário cosmonauta da república comunista da Techecoslováquia ruma solitário para as cercanias de Júpiter para capturar amostras de uma misteriosa nuvem cósmica que passou a tomar conta dos céus terrestres. Mas descobre que não está só: uma aranha gigante alienígena curiosa quer mergulhar nas memórias do astronauta. Quer entender o que o faz se submeter a uma solidão auto infligida. “O Astronauta” é uma perfeita esquisitice espacial que trabalha com a simbologia esotérica dos chamados “registros akáshicos” e com a mitologia indo-europeia das aranhas.
quinta-feira, março 07, 2024
A imortalidade de uma divindade hedonista enlouquecida em 'Divinity'
quinta-feira, março 07, 2024
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O que aconteceria com uma sociedade cuja tecnociência descobrisse a droga da imortalidade? Do corpo, não da mente, que continuaria em seu natural processo de envelhecimento. Resultado: o ser humano se tornaria uma divindade hedonista e enlouquecida através do poder fálico eterno proporcionado por uma droga vendida como produto para poucos em comerciais na TV. “Divinity” (2023) é uma estranha ficção científica em p&b, uma alegoria enigmática de horror corporal com uma estética que faz homenagem ao expressionismo alemão de Fritz Lang. Sobre a descoberta da imortalidade que, de alguma forma, prejudicará o equilíbrio cósmico. Que fará o acerto de contas contra o cientista inventor do elixir. Um filme estranho para cinéfilos aventureiros.
segunda-feira, fevereiro 26, 2024
'O Mal que Nos Habita': quando o Mal gnóstico vira uma metáfora política da Argentina atual
segunda-feira, fevereiro 26, 2024
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Como um título em português pode estragar a exata compreensão de um filme! É o caso da produção argentina “Cuando Acecha la Maldad” (2023), de Demián Rugna (“Aterrorizados”), que mereceu em português o título “O Mal que Nos Habita”. Rugna impacta com sua brutalidade anárquica. Principalmente porque rompe com tabus e o cânone do gênero da representação do Mal e da monstruosidade. No filme, o Mal não é mais moral, punindo pecadores de forma exemplar. Mas ontológico, gnóstico. Uma combinação visceral de possessão demoníaca como fenômeno viral e epidemiológico num lugar remoto no interior da Argentina. Ele não nos habita, mas nos cerca e nos espreita. O Mal está na Criação, não em nós. O filme leva essa ideia a uma poderosa metáfora política da Argentina atual.
quinta-feira, outubro 19, 2023
'Cronos - A Relíquia do Tempo': escravos de Cronos, não percebemos o tempo oportuno
quinta-feira, outubro 19, 2023
Wilson Roberto Vieira Ferreira




















![Bombas Semióticas na Guerra Híbrida Brasileira (2013-2016): Por que aquilo deu nisso? por [Wilson Roberto Vieira Ferreira]](https://m.media-amazon.com/images/I/41OVdKuGcML.jpg)




