sexta-feira, setembro 06, 2024

'Tipos de Gentileza': as relações de dominação atuais estão muito além da sociedade disciplinar


Depois dos filmes narratologicamente “normais” como “The Favorite” e “Poor Things”, o diretor grego Yorgos Lanthimos retorna ao modo provocativo com o filme “Tipo de Gentileza” (Kinds of Kindness, 2024) – a retomada do tema que marca sua filmografia: o fascínio pela dinâmica brutal de poder que governa as relações humanas. Os três episódios que compõem as quase três horas de metragem ecoam teses como a da “servidão voluntária” de Éttiene de La Boétie ou do “medo à liberdade” de Erich Fromm. O filme é sobre dominação e controle, mas numa perspectiva que passa longe da “sociedade disciplinar” de Foulcault. É sobre a atual sociedade da positividade, do desempenho. E, como no informa o título, marcada por “gentilezas” que permeiam as relações de submissão – todas são dominadas por uma atmosfera de educação, delicadeza, onde o controlador vivamente demonstra empatia e interesse no bem-estar do submisso. Até a atmosfera carregada entrar em combustão e explodir. 

terça-feira, setembro 03, 2024

Extrema direita é sintoma da 'Sociedade do Cansaço'; timing do Xandão para o Sete de Setembro; Miriam Leitão terrorista



Na capa da Live Extra #62, esse Cinegnose foi profético... Pablo Marçal disse: “Ocês ainda vão sentir saudades do Bolsonaro!”. Marçal pulou 7 pontos na última pesquisa. Sintoma ou personagem necessário para a narrativa midiática? Esse é um dos temas da Live Extra Cinegnose #65, nessa quarta-feira (04/09), às 18h, no YouTube e Facebook. Começando com os Comentários Aleatórios, depois vem a Crítica Midiática: o candidato coach, sociedade do cansaço e o Capitólio Tabajara; Bastidores do programa Roda Viva: Marçal e marketing de guerrilha; será que o timing do Xandão foi preparar o clima para o Sete de Setembro? telecatch Xandão X Musk: defesa brasileira está nas mãos da Starlink; Terrorismo monetarista de Miriam Leitão ataca outra vez; agora é rabiola de pipa que ameaça sistema elétrico; Folha tentou dizer que greves e protestos em Israel eram contra Hamas. E outras bombinhas semióticas que eventualmente explodam até as 18h.

O candidato coach, a Sociedade do Cansaço e o Capitólio Tabajara


O ex-coordenador da campanha de Trump, Steve Bannon, disse certa vez a jornalistas: “vocês ainda terão saudades de Trump”. Nada é surpreendente no candidato coach Pablo Marçal: ele é apenas a evolução natural da estratégia alt-right de comunicação: forçar os limites de regras, legislações e instituições que supostamente defenderiam a Democracia. O que surpreende é observar como a sociedade não consegue oferecer nenhuma resistência: por todos os lados ou há omissão e negação ou, no caso da grande mídia, hipernormalização. De um lado, o candidato coach é o sintoma daquilo que o filósofo Byung-Chul Han chama de “Sociedade do Cansaço” – uma sociabilidade limítrofe e no espectro do déficit de atenção na qual o excesso de positividade normaliza a própria disfunção; e do outro, Marçal é personagem necessário para reforçar a narrativa do “Capitólio Tabajara” – que a suposta tentativa do golpe de Estado no 08/01 falhou porque “as instituições estão funcionando”.

sábado, agosto 31, 2024

Echo & The Bunnymen; o telecatch Xandão vs. Musk da plataforma de streaming da política brasileira; a namorada de Galípolo e o jornalismo


Chegamos ao ápice do telecatch Xandão vs. Musk... quando será o plot twist dessa série da verdadeira plataforma de streaming em que virou a política brasileira? Para entender, não perca a Live Cinegnose 360 #171 desse domingo (01/09), `as 18h, no YouTube e Facebook. Começando com Echo and the Bunnymen: introspecção e transcendência na adolescência do pós-punk. Depois, dois filmes: “Crumb Catcher” (quando empreendedorismo e motivação coach explodem em violência) e o clássico “Sexo, Mentiras e Videotape” (o obscuro objeto da sexualidade). Nos Livros do Humilde Blogueiro, Slavoj Zizek, Lacan e Marx. Na Crítica Midiática da Semana: Dissecando a narrativa telecatch Xandão vs. Musk; Musk e o cemitério de Teslas: é o crash de 1929, estúpido! O velho script alt-right de Pablo Marçal; a namorada de Galípolo da CNN: um “case” de promiscuidade do jornalismo corporativo; Zelensky está derrubando os próprios F-16 que EUA deram. E outras bombinhas semióticas.

sexta-feira, agosto 30, 2024

O obscuro objeto da sexualidade em 'Sexo, Mentiras e Videotape'



Sexo, Mentiras e Videotape” (1989), o filme de estreia de Steven Sorderbergh e ganhador da Palma de Ouro em Cannes, era, na época, um filme otimista: a esperança de que as novas tecnologias de vídeo resgatassem a materialidade e o espontâneo num mundo dominado pelos simulacros. Mal se sabia o que viria no próximo século: a democratização dos simulacros através das selfies e redes sociais. O filme conta a história de quatro pessoas cujas vidas sexuais estão seriamente confusas em torno de mentira. Até que a chegada de um forasteiro com um fetiche incomum (colecionar VTs com entrevistas nas quais mulheres confessam suas fantasias sexuais) muda tudo. Ele procura ir para além das mentiras e jogos de aparências da sedução, tentando encontrar a verdade da sexualidade nos vídeos. Estamos na pós-sexualidade: o reino das palavras que tentam suturar feridas psíquicas.

Empreendedorismo e motivação coach explodem em violência no filme 'Crumb Catcher'


Estamos vivendo a época da combinação infernal entre empreendedorismo e motivação coach – o paroxismo de toda a literatura de autoajuda, desde o seminal livro “Como Fazer Amigo e Influenciar Pessoas” de 1936. O resultado disso é mostrado na comédia dramática de humor negro “Crumb Catcher” (2023): ressentimento motiva um idoso garçom que se considera um “empreendedor e inventor” que tenta encontrar um investidor para sua última aposta: um dispositivo para limpar migalhas das mesas de restaurantes. E um casal de noivos, aparentemente ricos, sai da sua festa de casamento seguido pelo “garçom empreendedor” que pretende convencê-los a investir no negócio. Nem que seja à base da chantagem e extorsão. Porém, o casal vive a sua própria tensão das diferenças de classes sociais. Uma combinação explosiva: luta de classes e a polidez eufemista da propaganda coach que a qualquer momento pode se transformar numa explosão de violência. 

terça-feira, agosto 27, 2024

A mais-valia semiótica do PCC; Boulos e a esquerda que a extrema-direita adora; por que mídia criou a figura do "CLT Premium"?


No governo Bolsonaro, qualquer treta a culpa era de uma suposta “invasão hacker”... Agora, o PCC está atrás de tudo. Para grande mídia, também atrás dos incêndios que tomam conta dos biomas do País. Dessa vez, qual a mais-valia semiótica? Vamos discutir esse e outros temas na Live Extra Cinegnose 360 #64, nessa quarta-feira (28/08), 18h, no YouTube e Facebook. Depois dos Comentários Aleatórios em 360 graus, vamos dar continuidade à Crítica Midiática: Ronie Lessa telenoveliza assassinato de Marielle Franco no STF; PCC, incêndios e mais-valia emiótica; Por que mídia criou a figura do “CLT Premium”? Depois de Bob Fields Neto, Luciano Huck se encontra com Zelensky para... falar mal de Lula; Depois de Assange, agora é a vez de Pavel Durov; Demétrio Magnoli bate-boca ao vivo na Globo News: o grupo dos “bons-serviços-prestados”; Boulos e o Hino Nacional em linguagem neutra: como wokeísmo é o outro lado da moeda da extrema direita alt-right. 

sábado, agosto 24, 2024

Pat Metheny; Agro é fogo, a verdadeira mudança climática; Felipe Neto e as aventuras das mudanças de discurso; o meme Pablo Marçal


O Agro é Pop ou o Agro é Fogo? O agronegócio está transformando o País num material altamente inflamável... e em diversos sentidos. Trinta cidades ameaçadas por incêndios no interior de SP é apenas o começo. Esse é um dos temas da Live Cinegnose 360 #170, nesse domingo (25/08), às 18h, no YouTube e Facebook. Começando com o free jazz de Pat Metheny: a reinvenção da guitarra e do imaginário do jazz. Depois, vamos discutir o terror irlandês “Oddity” (terror e os três cavaleiros do apocalipse pós-moderno) e a série Netflix “Perdidos no Espaço” (a família do século XXI em cacos). Nos livros do humilde blogueiro, a questão do Wokeísmo. E na Crítica Midiática da semana: esquerda tenta racionalizar o meme Pablo Marçal; o Agro é fogo: a verdadeira mudança climática; Axé, Kamala: crianças radiantes do jornalismo felizes com o Império que agora jogará bombas sorrindo; 70 anos da morte de Getúlio Vargas: mídia entre indiferença e ironias; um Kennedy apoia Trump: guerra intestina no Estado Profundo? Felipe Neto: a cada pedido de desculpas, outro reposicionamento mercadológico de discurso.

Os Três Cavaleiros do Apocalipse pós-moderno no terror 'Oddity'


Discutir sobre a natureza da pós-modernidade implica falar sobre os chamados “Três Cavaleiros do Apocalipse”: Nietzsche, Marx e Freud – aqueles que tiraram a centralidade da Razão e colocaram no lugar, respectivamente, o demasiado humano, o peso do legado do passado e o inconsciente. O thriller irlandês de terror “Oddity” (2024) transforma essas armas do Apocalipse em um conto sobrenatural com um atrevido humor negro no qual a racionalidade científica se opõe ao sobrenatural e o Oculto. O confronto entre um médico psiquiatra de comanda um hospital psiquiátrico com criminosos dementes e uma sensitiva proprietária de uma loja de antiguidades que vende objetos amaldiçoados. Razão vs. sobrenatural na elucidação de um assassinato que expõe o destino da Razão: transformar-se em “racionalização”, isto é, em álibi para o demasiado humano.

quinta-feira, agosto 22, 2024

O coach venceu, agora só se fala no coach! Como aloprar a política com a comunicação indireta



O coach venceu! Agora só se fala no candidato coach à prefeitura de São Paulo, condenado por crimes de fraudes bancárias e suspeitas de conexões com o crime organizado. Mas tais denúncias parecem dar ainda mais luz própria a Pablo Marçal. As imagens nos bastidores pós-debate na TV Bandeirantes, cercado por câmeras, microfones e celulares de repórteres dão a dimensão do processo de normalização de mais uma metástase que promete destruir a política de dentro para fora. Ele é a confirmação prática de uma profecia que Paulo Virilio fez em 1995 para o século que viria: o ciberespaço vai destruir a democracia através do tempo real e interatividade digital. Marçal está sintonizado com o zeitgeist: a maneira como a técnica de comunicação indireta alt-right ganha força com os fenômenos do dilema midiático, lavajatismo, o “efeito Padre Kelmon”, alopragem política e a necessidade midiática da demonstração de que “as instituições estão funcionando”. 

terça-feira, agosto 20, 2024

Cismogênese põe Exu influencer na avenida; como lidar com a comunicação alt-right coach; Maduro põe mídia na saia justa


YEAH!!! Depois da Marcha para Jesus, agora também temos a Marcha para Exu em SP! Cismogênese da Guerra Híbrida está se transformando em Engenharia Social com Exu influencer... Esse é um dos temas da Live Extra Cinegnose #63, nessa quarta-feira (21/08), às 18h, no YouTube e Facebook. Depois de alguns polêmicos comentários aleatórios, vamos de Crítica Midiática do meio da semana, dando continuidade à crítica do domingo: Milhares de PMs vão disputar eleições municipais e Exu foi marchar na Avenida Paulista: flagrantes da engenharia social acelerada; Boulos, Datena e Nunes: a resposta correta à técnica de comunicação indireta de Pablo Marçal; Geopolítica dos EUA: Lula é a transição da “velha” para “nova” esquerda  – um exemplo: taxar super-ricos; Saia justa: Maduro explicita simetria entre extrema-direita brasileira e venezuelana. E outras bombinhas semióticas. Venha participar!

sábado, agosto 17, 2024

Jean-Luc Ponty e Jazz Fusion; problema público de saúde e econômico das Bets; Folha e alopragem política; OTAN prepara guerra nuclear


Bíblia vende de tudo... de candidatos nas eleições às bets e cassinos on line. Que viraram problema endêmico: de saúde pública a perda de poder de compra com o endividamento. Esse é um dos temas da Live Cinegnose 360 #169 desse domingo (18/08), às 18h, no YouTube e Facebook... o primeiro domingo sem Silvio Santos! Começando com o Jazz Fusion de Jean-Luc Ponty: a controvérsia do Jazz Rock ao Free Jazz. Em seguida, vamos discutir dois filmes: a série “Sunny” (incomunicabilidade e comunicação na sociedade da informação) e “Limbo” (o universo tem um plano ou é uma grande piada cósmica?). E nos livros do humilde blogueiro, o manifesto contra o trabalho. Na Crítica Midiática: a alopragem política da Folha; como as bets estão se transformando num problema de economia popular; Nova eleição na Venezuela?“Pato manco” Biden diz que sim e mídia diz que ele não entendeu a pergunta; Zelensky quer ver o oco: aproxima-se guerra nuclear OTAN-Rússia.

A alopragem política da Folha e as estratégias de comunicação 'alt-right'


As estratégias de comunicação alt-right da extrema-direita basicamente se estruturam em dois princípios: a “alopragem política” e a “comunicação indireta”. O não-acontecimento da matéria de Glenn Greenwald e Fabio Serapião na Folha contra a “falta de ritos” de Alexandre Morais, abrindo uma espécie de “Vaza Xandão” e a denúncia de “perseguição política” contra bolsonaristas flagrantemente revela isso. Principalmente com o timing no momento em que a ultradireita na Venezuela espelha o modus operandi da extrema-direita brasileira, colocando a grande mídia, que incensa Xandão como o guardião da Democracia, numa espécie de saia justa. Por que lá pode e aqui não? Folha não quer impeachment do Xandão, mas duas mais valias semióticas: (a) gerar mais uma crise e continuar suprindo a grande mídia de acontecimentos (alopragem política); (b) com o barulho todo, o efeito Firehose e dissonâncias cognitivas, criar o background subliminar da simetria lulismo-bolsonarismo.

sexta-feira, agosto 16, 2024

Série 'Sunny': incomunicabilidade e solidão na sociedade das tecnologias da informação



Como explicar o paradoxo de vivermos na sociedade das tecnologias da comunicação e informação na qual solidão, solipsismo e incomunicabilidade são problemas endêmicos? E para acrescentar mais uma variável nessa equação, temos agora a Inteligência Artificial, capaz de mascarar a experiência do luto e da finitude nas nossas vidas. De forma inusitada e divertida, a série Apple TV+ “Sunny” (2024 - ) aborda essas questões, no melhor lugar: o Japão, um país combinação entre tradições feudais com o dinamismo cultural e econômico do Capitalismo Tardio. Num futuro próximo no Japão, uma mulher tenta resolver o enigma do desaparecimento do marido e filho num acidente aéreo. Com a ajuda de um pequeno robô, cuja IA foi codificada pelo próprio marido para diluir o luto da futura perda. Uma descida para o submundo dominado por uma máfia Yakuza hightech.

terça-feira, agosto 13, 2024

O avião caiu e o gato quer subir no telhado; tributar super-ricos: populismo que os bilionários adoram; nova Operação Barbarossa na Rússia?



Certa vez, o coordenador da campanha de Trump, Steve Bannon, alertou aos jornalistas: “Vocês ainda terão saudades de Trump!”. Pablo Marçal é a distopia da “economia da atenção” transposto dos apps das bets para a Política! E normalizado pela grande mídia. Esse é um dos temas da Live Extra Cinegnose 360 #62, nessa quarta-feira (14/08), às 18h, no YouTube e Facebook. Depois de Comentários Aleatórios abordando Olimpíadas, Parapolítica, drogas e rock’n roll, vamos de Crítica Midiática do meio da semana: O desastre aéreo de Valinhos/SP: o gato está subindo no telhado? A foto da equipe de resgate: o zeitgeist do governo Tarcisão; Tributar as grandes fortunas: o populismo dos progressismos que minam a esquerda; a cismogênese do ouro feminino nos Jogos Olímpicos; Zelensky invade a Rússia: nova Operação Barbarossa? Crise do studio system global: Globoplay não dá retorno esperado à “famiglia” Marinho. 

sábado, agosto 10, 2024

Peter Gabriel; Lula vai para o Ocidente; traquejo lavajatista na cobertura da tragédia aérea em SP; "pachequismo" e cimogênese nas Olimpíadas


GO WEST! VÁ PARA O OCIDENTE! Guinada na geopolítica de Lula? Lula desistiu dos BRICS? “Cadê as atas?”, indaga Lula seguindo o mantra dos EUA e think tanks ocidentais que lutam pela “democracia e direitos humanos”... claro, tudo com muita empatia e solidariedade... Esse é um dos temas da Live Cinegnose 360 #168, nesse domingo (11/08), às 18h, no YouTube e Facebook. LIVE ESPECIAL: não é todo dia que o humilde blogueiro comemora seu aniversário numa Live! Começando com Peter Gabriel: do Genesis à World Music, um gênio do zeitgeist. Depois, vamos discutir os filmes “Como Vender a Lua” (como a força da ficção nos levou à Lua) e “MaXXXine” (Sincromisticismo, religião e pornografia). Na sessão dos livros, como superar a religião do trabalho. E na Crítica Midiática: “pachequismo” e cismogênese na cobertura brasileira dos Jogos Olímpicos; o traquejo lavajatista da grande mídia na cobertura de queda de avião em Valinhos/SP; Guinada geopolítica de Lula?... sob aplauso dos “progressistas”; Domínio da Energia gera guerras e revoluções coloridas: agora é a vez da Sérvia; Pablo Marçal: por que toda eleição precisa de um Padre Kelmon? A bomba semiótica do prejuízo da Petrobrás... É tudo no tijolaço de domingo!

sexta-feira, agosto 09, 2024

Sincromisticismo, religião e pornografia no filme 'MaXXXine'


Para os pesquisadores em Sincromisticismo, Hollywood é uma gigantesca corporação que recruta médiuns para, sob as bênçãos do Método da Actor’s Studio, incorporarem formas-pensamento retirada do inconsciente coletivo da humanidade. Para, a partir dessa tese, surgirem caricaturas de teorias conspiratórias que denunciam um suposto satanismo para destruir o Ocidente, é um passo. Esse é o pano de fundo do fechamento da trilogia de Tie West, “MaXXXine” (2024), uma homenagem ao terror slash dos anos 1970, agora ambientado em meados dos anos 1980. Agora, Maxine tenta sair dos filmes pornôs e virar estrela no mainstrem hollywoodiano – como sempre, deixando um rastro de sangue. “MaXXXine” revela como pornografia e religião estão estranhamente muito próximas. Afinal, foram os primeiros gêneros bem-sucedidos na história do cinema.

terça-feira, agosto 06, 2024

A reverência ideológica dos EUA a Rebeca; segunda sangrenta e guerra total no Oriente Médio: mercado precifica o Apocalipse


Axé, Kamala, a imarcrescível! Alviçaras Boric, o probo! Lula se une aos “democratas” que exigem transparência nas eleições venezuelanas, sob os aplausos da grande mídia e da mídia progressista que, estranhamente, deram match! Continuamos essa discussão na Live Extra Cinegnose 360 #61, nessa quarta-feira (07/08), às 18h, no YouTube e Facebook. Como sempre, com os trepidantes Comentários Aleatórios. Para, em seguida, entrarmos na Crítica Midiática: depois do ouro polissêmico da judoca Bia Souza, as reverências ideológicas dos EUA ao ouro de Rebeca Andrade; o mundo à espera do Apocalipse: a “segunda feira sangrenta” das bolsas e guerra total no Oriente Médio... só que não; grande mídia enaltece ao vivo bala, bomba e porrada de Tarcisão na Cracolândia; os “bombas semióticas amigas” olímpicas contra o governo; Agências de checagem ajudam desinformação com efeito Firehose. Bob Fields Neto ameaça aumentar juros... e Itaú comemora lucro de 10 bi, só no segundo trimestre. 

Jamais chegaríamos na Lua sem a força da ficção em 'Como Vender a Lua'


Do quê é preciso para pousar na Lua? Certamente uma equipe de brilhantes cientistas de foguetes, obstinados geeks programadores de computadores e um experiente chefe do controle da missão que foi piloto da Força Aérea. Mas, de que adianta tudo isso se a NASA não conseguir vender o pouso na Lua para financiadores e opinião pública? De que adianta um pouso real na Lua se o evento não render imagens inspiradoras e com suspense hollywoodiano? Então, mais do que cientistas e geeks, é preciso um diretor de vídeos publicitários e uma relações públicas. Esse é o tema do filme “Como Vender a Lua” (Fly Me to the Moon, 2024). Calma! O filme não sugere que o pouso foi uma farsa. Mas de como a América entrou na era do artifício no qual a simulação e o entretenimento passaram a ser forças dominantes em todos os setores da sociedade. 

sábado, agosto 03, 2024

Proto-fórmula de Elton John; o ouro polissêmico de Bia Souza; bombas semióticas olímpicas; pelegos da mídia; Maduro, não apresente as atas!



Nos tempos do filme brasileiro “Eles Não Usam Black Tie”, só havia pelegos no meio sindical... agora, ocupam a chamada “mídia progressista”. Agradando patrões que nem são os deles! Esse é um dos temas explosivos da Live Cinegnose 360 #167 desse domingo (04/08), às 18h, no YouTube e Facebook. Começando com Elton John: a proto-fórmula do futuro da música pop. Depois, vamos discutir a animação francesa “As Bicicletas de Belleville” (uma antevisão do século XXI) e o russo “Coma” (podemos ficar prisioneiros de nossas telas mentais). E a TV e a teoria do “grande público” na sessão dos livros. Na Crítica Midiática: bombas semióticas olímpicas; a medalha de ouro polissêmica da judoca Bia Souza; pelegos geopolíticos ocupam a mídia progressista – uma sociologia do campo jornalístico; Maduro, não apresente as atas! Para quê? Guerra Criptografada: na surdina, BC mantém taxa Selic; Não é só os juros e dólar altos: é a jogatina das Bets também.

sexta-feira, agosto 02, 2024

'As Bicicletas de Belleville': a animação que anteviu o que viria nesse século


Imagine se o Monsieur Hulot (personagem icônico de Jacques Tati) conhecesse Tim Burton; e Marquês de Sade se encontrasse com o infame ciclista flagrado dopado na Tour de France, Lance Armstrong. O resultado é a excêntrica, estranha, selvagem e mágica animação francesa “As Bicicletas de Belleville” (Les Triplettes de Belleville, 2003). É uma animação muito estranha para ser enquadrada em qualquer tradição estabelecida. A máfia francesa monta em “Belleville” (uma representação expressionista de Nova York) uma bizarra casa de apostas com ciclistas sequestrados da Tour de France. O animador Sylvain Chomet parece ter antevisto muitos aspectos do século que se iniciava: a hipertrofia comercial da Tour de France, a cooptação geopolítica da França (e de resto, da Europa inteira) pelos EUA na Guerra Fria 2.0 atual contra a Rússia, e a ascensão do universo das apostas com o domínio da tecnologia e financeirização.

quinta-feira, agosto 01, 2024

Bomba semiótica wokeísta e guinada na propaganda política nos Jogos de Paris



Que os Jogos Olímpicos são uma arma de propaganda política, não é novidade para ninguém. Porém, os Jogos Olímpicos de Paris apresentaram duas novidades: um sintoma que reflete o atual zeitgeist geopolítico europeu e uma guinada na propaganda política - uma cerimônia de abertura que abandonou os princípios da propaganda tradicional nesses eventos (nacionalismo, doutrinação ideológica, retórica e sedução) para detonar uma bomba semiótica wokeísta às margens do Rio Sena, com uma paródia de diversidade numa estilização da “Última Ceia”. Enquanto a propaganda clássica visava a esfera pública, a bomba semiótica cria ondas de impacto no contínuo midiático atmosférico: calculadamente “irritar” bolhas de extrema-direita e a “maioria silenciosa” para criar cismogênese – destruir aquilo que havia de civilizatório na democracia liberal burguesa: o ideal de uma tolerância em uma perspectiva cosmopolita, o equilíbrio entre tolerância e a aspiração à universalidade. 

terça-feira, julho 30, 2024

Venezuela: Lula arrasta bola de ferro geopolítica; Datena/Tarcisão: modelos midiáticos de 3° via; ironia: Biden sofreu golpe de Estado



“E a Venezuela, hein?”, “E o Maduro, hein?”, “Por que Lula silencia, hein?”. Grande Mídia começa a performar o seu papel no roteiro já pré-estabelecido para as eleições na Venezuela. Enquanto Lula arrasta a “Nice Ball” geopolítica dos EUA. Venezuela, Brasil e a sua maldição: o petróleo. Discutiremos esse e outros temas na Live Extra Cinegnose 360 #60, nessa quarta-feira. (31/07), às 18h, no YouTube e Facebook. Depois de mais um trepidante Comentários Aleatórios, a Crítica Midiática: Venezuela é pretexto para jornalismo corporativo bater em Lula; Começa o show: EUA preparam há um ano o golpe eleitoral na Venezuela; Como ONGs e Open Society tentam afastar Brasil dos BRICS; a mais-valia semiótica do wokeismo na abertura das Olimpíadas; Datena e Tarcísio “bandeirante-frankenstein” de Freitas: duas versões midiáticas de “terceira via”; Ironia nos bastidores: Biden sofreu um golpe de Obama. 

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