domingo, abril 07, 2019

Os contos de fadas se vingam da humanidade em "Border"

Outro filme para cinéfilos corajosos. O filme sueco Border (“Gräns”, 2018) nega ao espectador dois princípios básicos da narrativa hollywoodiana: verossimilhança e identificação. “Border” joga com a curiosidade e repugnância do público diante de um estranho casal de protagonistas: Tina é uma policial alfandegária com a capacidade incomum de farejar medo, culpa ou raiva nos passageiros, conseguindo detectar algo ilegal que estejam portando na passagem da fronteira. E Vore é um estranho viajante que atrai a curiosidade de Tina. A “feiúra” e os hábitos estranhos deles (a instrospecção deprimida de Tina e os risos de Vore como se soubesse de todos os apetites reprimidos de Tina) nos causam distanciamento. Mas um distanciamento necessário para...

segunda-feira, abril 01, 2019

As 10 táticas de manipulação de Chomsky: esquerda refém das provocações de Bolsonaro

Principalmente a partir das manifestações de rua em 2013, a esquerda perdeu completamente o controle da sua agenda. Desde então, enquanto permaneceu no governo limitou-se a agir reativamente controlando danos. E fora do poder, limita-se a deixar o sangue subir à cabeça e reagir a cada provocação do clã Bolsonaro, aceitando entrar no jogo da guerra semiótica criptografada. Sem conseguir criar uma agenda própria. A recente foi a ordem de Bolsonaro para as casernas comemorarem o golpe militar de 1964 como uma “revolução popular” – escandalizada, esquerda vai às ruas como se quisesse salvar a própria biografia, enquanto o País marcha para “reformas”, uberização do trabalho e extermínio do futuro de uma geração inteira. O linguista Noam Chomsky...

domingo, março 31, 2019

Cinegnose publica artigo científico sobre o fim do mundo

Em agosto do ano passado esse editor do “Cinegnose” participou do Simpósio “Do Mundo Arcaico às Cosmologias Modernas” no Rio de Janeiro, apresentando o tema “Por que o mundo tem que acabar? Neoapocalíptica e Escatologias Líquidas”. Uma tentativa de entender o que está por trás (imaginário, sensibilidade ou espírito de época) dessa espécie de midiatização do fim do mundo: a recorrência de produções cinematográficas, literárias, jornalísticas ou documentárias com narrativas apocalípticas sobre profecias, projeções científicas ou pseudo-científicas sobre cataclismas ambientais, cosmofísicos, sociais, biológicos etc. que potencialmente poderiam exterminar a humanidade ou destruir o planeta . O artigo científico, no qual se baseou...

sábado, março 30, 2019

A fenomenologia bergsoniana do Tempo em "Durante la Tormenta"

Somos seres que sentem tristezas, paixões, emoções pessoais ou estéticas. Essas sensações e emoções crescem em nossa alma até ocupar o psiquismo, criando nossas memórias. Elas conferem duração, o “tempo puro”, distinto do Espaço que nos dá a ilusão de que o Tempo é apenas uma sucessão de instantes fragmentados em passado, presente e futuro. Essas são as ideias do filósofo francês Henri Bergson, com grande atualidade e estudado em diferentes áreas como cinema, literatura, neuropsicologia e bioética. O filme espanhol “Durante La Tormenta” (2018) é um filme surpreendente pois consegue, em muitos aspectos, figurar em uma linguagem audiovisual a complexidade da fenomenologia de Bergson – uma misteriosa tempestade elétrica cria um contato...

domingo, março 24, 2019

O detetive diante dos mistérios quânticos no filme "Out of Blue"

Se o gato da experiência do físico austríaco Schrödinger pode estar simultaneamente morto e vivo dentro de uma caixa selada, haveria mesmo um assassinato para resolver? Se alguns astrofísicos acreditam que haveria um número infinito de universos com diversas variações possíveis das nossas vidas, ocorrendo todas simultaneamente, então qual a importância de encontrarmos uma resposta definitiva no presente? Se o detetive numa narrativa policial é aquele que tenta resolver enigmas com a racionalidade, como então lidar com um caso que parece imerso nesse conjunto de paradoxos quânticos? Esse é o filme “Out of Blue” (2018): uma policial tenta resolver o enigma da morte de uma astrofísica em um observatório astronômico. O problema é que a racionalidade...

sábado, março 23, 2019

Ressentimento de excluídos alimenta massacres dos zumbis na nova ordem global

“Incels” (Celibatários Involuntários), “Hominis Sanctus”, PUA (Pick-up Artists), formas violentas de socialização masculina (macho alpha etc.) e uma variedade de pseudociências e conspirações LGBTs e feministas contra os homens formam um ecossistema de informação de fóruns e chans da Internet e Deep Web que se transformaram em “exército psíquico de reserva” – usina de ressentimento e ódio que alimenta ataques e massacres como em Toronto, Realengo, Suzano e Nova Zelândia. Um exército de zumbis à espera de cripto-comandos, sejam presentes em videogames ou em discursos de extrema-direita de um Trump ou de um Bolsonaro. Nova ordem global representada pela ascensão do nacionalismo de direita na qual o capitalismo precisa eliminar ou “reciclar”...

domingo, março 17, 2019

Em "Brexit" as ligações perigosas entre ficção e realidade

Depois do filme “Polícia Federal: a Lei é para Todos” (2017) no cinema ou a série “O Mecanismo” (2018-) na Netflix (duas produções sobre processos que ainda não foram concluídos), agora é a vez de a HBO lançar “Brexit” (“Brexit: The Uncivil War”, 2019), também sobre eventos que ainda estão em desdobramentos: o resultado do referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia ainda não foi homologado e há investigações sobre a ilegalidade da campanha. Esse evento do Reino Unido foi o laboratório para as novas armas de guerra híbrida (algoritmos, mineração de dados e psicometria) que, dois anos depois, seriam aplicados silenciosamente na campanha eleitoral brasileira. Produções audiovisuais que expõem as perigosas relações de narrativas...

sábado, março 16, 2019

Massacre de Suzano: guerra híbrida prepara seu exército de zumbis

“Não tinha percebido, agora é tarde demais. A campanha deles começou há 20 anos... Um lento conta-gotas de medo e ódio...”. Talvez essa linha de diálogo do filme “Brexit” (narrando os bastidores de uma campanha política que disseminou polarização com todas as armas de uma guerra híbrida) seja uma das pistas para um início de discussão em torno do massacre na escola pública de Suzano/SP. Mais uma tragédia numa sucessão tão sincrônica de eventos que demonstra o quanto a psico-esfera nacional foi envenenada. Da recorrência de simbolismos dos sonhos nos períodos que antecederam guerras, constatada por Carl Jung na Alemanha, às “coincidências significativas” que acompanham os recentes massacres, ataques e atentados no Brasil, tudo parece comprovar...

domingo, março 10, 2019

O horror da elite poderosa e amoral no filme "Society"

Tente misturar referências cinematográfica como “Veludo Azul” com “Eles Vivem” e “Invasores de Corpos”, para depois se apropriar das obras de Salvador Dali, Goya e Bosch como se elas estivessem vivas e em movimento. O resultado estranho e bizarro será o filme cult de terror “Society” (1989): no subterrâneo da ensolarada vida em tons pastéis de mansões e ricaços de Beverly Hills, suspeita-se que se esconda algum tipo de lodo subterrâneo libidinoso e surreal de festas privadas, orgias e estranhos rituais. A suspeita e a paranoia farão os protagonistas suspeitarem de algo satânico, para descobrirem que é algo ainda maior e incompreensível, numa das sequências finais mais estranhas da história do cinema, podendo ser colocada ao lado de finais...

sábado, março 09, 2019

O show que nunca termina: a guerra semiótica criptografada do clã Bolsonaro

Muitos afirmam que o governo atual delibera através do Twitter. Parece que essas opiniões estão prisioneiras de uma aparência. Na verdade, esse governo se orienta principalmente pela estratégia de ocupação da pauta midiática de todo o espectro político. O capitão que posta “Xvídeos”?; “Golden Showers?”; declarações de que a democracia só existe por uma benesse das Forças Armadas? É um show que começou em setembro do ano passado e jamais termina: quase diariamente a irresponsabilidade retórica típica de uma eleição persiste num governo já eleito. Uma tática semiótica criptografada: criação sistemática de dissonâncias para cativar a atenção de toda a midiosfera. Enquanto isso, os movimentos da política executiva de terra arrasada seguem...

quarta-feira, março 06, 2019

Curta da Semana: "Animals" - Smartphone e solidão nos tornam selvagens

Um dia como outro qualquer de pessoas comuns viajando em um trem. Cada um perdido em seus próprios pensamentos e preocupações. Até que surge o inesperado: a porta do vagão não abre, e o trem permanece em movimento para as próximas estações.  Aquelas nove pessoas começarão a fazer uma rápida descida para o caos, a irracionalidade e, por fim, a selvageria – tudo registrado por um smartphone de um passageiro que apenas se preocupa em postar o vídeo em redes sociais, ao invés de tomar uma atitude de ajuda. Esse é o curta-metragem “Animals”(2019), trabalho de conclusão do “Animation Workshop” do animador dinamarquês Tue Sanggaard. Seis minutos que resumem as principais teses clássicas da psicologia social sobre o comportamento do homem...

segunda-feira, março 04, 2019

Estamos imersos no mar de sincronismos no filme "Redemoinho"

Qual a relação entre as ideias do pré-socrático Tales de Mileto e o filme “Redemoinho” (“Maelström”, 2000) do diretor canadense Denis Villeneuve? Está em uma narrativa que certamente é a que melhor explorou o simbolismo místico da água no cinema: um peixe prestes a ser sacrificado para se transformar em fruto do mar em um restaurante narra a “bonita história de uma mulher na longa descida à realidade”. O pai da filosofia ocidental achava que todas as coisas estão “cheias de deuses”. Pode parecer uma ideia poética, mas não para a protagonista de “Redemoinho” que da pior maneira conhecerá essa verdade filosófica – de que suas decisões estão imersas em um mar de sincronismos, tendo o peixe como elemento simbólico central. E de que uma vida...

domingo, março 03, 2019

O autoproclamado presidente José de Abreu e a "Carta Roubada" de Allan Poe

Teve repercussão internacional, ele chamou o autoproclamado presidente Juan Guaidó para o debate e o Google o reconhece como presidente do Brasil. Estamos falando de uma perfeita bomba semiótica de trolagem (“culture jamming”): através do Twitter, o veterano ator José de Abreu se proclamou presidente do Brasil e vem postando resoluções executivas tais como convocar Chico Buarque para o ministério e Marcelo D2 se colocou à disposição para o novo governo. Uma trolagem perfeita num momento em que a grande mídia vive a saia justa de tentar dar naturalidade e lógica a eventos arbitrários na atual guerra híbrida no Brasil e Venezuela. O impacto estratégico dessa bomba de trolagem está na semelhança da questão semiótica proposta pelo conto "A...

sábado, março 02, 2019

Cinegnose em Londrina: na guerra semiótica a esquerda descerá ao abismo para se encontrar

Desde o século passado a direita sempre esteve vários passos à frente ao lançar mão das tecnologias de ponta de cada momento. Lá atrás, nazistas usaram o rádio e o cinema. E hoje o nacionalismo de direita manipula algoritmos, inteligência artificial e mídias de convergência. Somente com uma formação interdisciplinar articulando ciências da comunicação, computação e política será possível a esquerda compreender as diferenças entre as dinâmicas de massificação e viralização, reformulando o ativismo e militância política. A esquerda terá que descer ao abismo simbólico para encontrar a si mesma. Esse foi o tema que dominou o workshop “Guerra Híbrida e Guerra Semiótica” ministrado por este editor do “Cinegnose” no último sábado (23/02) em Londrina/PR....

segunda-feira, fevereiro 25, 2019

Série "Boneca Russa": será o Tempo um bug algorítmico ou uma lição moral?

Há na vida apenas essas certezas: de que vamos morrer, que as pessoas que amamos também irão morrer e que eventualmente nossa própria morte fará outros sofrerem. Mas a sociedade nos oferece inúmeras estratégias e ferramentas tecnológicas para esquecermos dessa amarga ontologia. Principalmente para a geração dos millennials, através do individualismo e as bolhas virtuais das redes sociais digitais. Esquecendo que o mundo é muito maior do que pensamos e que nossos atos têm consequências sobre todos que encontramos. Esse é o tema subjacente da série Netflix “Boneca Russa” (2019-): tal qual o filme clássico “O Feitiço do Tempo” (1993), Nadia fica presa em um loop temporal – a cada morte em um ciclo, acorda diante do espelho do banheiro na sua...

sexta-feira, fevereiro 22, 2019

Cinegnose discute em Londrina "Guerra Semiótica e Híbrida"

Por que aquilo deu nisso? Por que toda aquela energia das manifestações nas ruas brasileiras, de jovens estudantes e ativistas, que queriam mudar o País (“desculpe o transtorno, estamos mudando o Brasil” eram as faixas mais vistas nas manifestações) resultou num retrocesso geopolítico de deixar atônito jornalistas e pesquisadores estrangeiros? Isso é que o Workshop “Guerra Híbrida e Guerra Semiótica” tentará responder nesse sábado (23/02), em Londrina, Paraná. Este editor do Cinegnose levará elementos teóricos das ciências da comunicação que poderão ser referências para construção de ferramentas e estratégias de ação nas guerras semióticas anti-mídia. Principalmente quando sabemos que grande mídia e novas tecnologias de convergência estão...

terça-feira, fevereiro 19, 2019

Globo adota "a boa notícia é que..." para tentar se salvar do baixo astral nacional

O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Não importa se as notícias sejam boas ou ruins. No todo, o produto deve garantir uma experiência esteticamente agradável para o espectador. Em suma, ser um “infotenimento”, para atrair prestígio, anunciante e rentabilidade. Porém, a atmosfera pesada desse início de ano baixou nos telejornais: Brumadinho, jovens atletas mortos no incêndio do CT do Flamengo, notícias diárias de feminicídios, câmeras nas ruas mostrando valentões armados disparando e matando em prosaicas brigas de trânsito ou simples disputa de vaga num estacionamento e seguranças matando pobres em supermercados. Conjunções adversativas e adjuntos adverbiais já não dão mais conta de neutralizar o tsunami de tragédias...

domingo, fevereiro 17, 2019

Deus e o Diabo querem nossas memórias e identidades em "Coração Satânico"

Em 1987 o filme “Coração Satânico” (Angel Heart) de Alan Parker (“Pink Floyd - The Wall” e “Fama”) alcançou o mesmo impacto de “O Sexto Sentido” de Shymalan: violentas viradas narrativas que comprovam como as nossas certezas em relação à realidade podem sumir em um instante. Porém, no thriller de horror “Coração Satânico” o problema fica mais complexo quando as próprias memórias e a identidade podem nos enganar. Um detetive particular é contratado para encontrar uma pessoa desaparecida. A investigação leva a um mergulho no obscuro mundo de religiões, magia negra e vodu. Mostrando que tanto Deus como o Diabo nos iludem ao criar a impressão de que nossos cultos e rituais nos mantém sob o controle do caos em que vivemos. Filme sugerido pelo...

terça-feira, fevereiro 12, 2019

Avise a esquerda: luta de classes existe, e está em Brumadinho e no CT do Flamengo

Cansada de tantas derrotas nos últimos tempos, a esquerda simplesmente comemora como fosse um gol a forma como a Globo detonou a ministra Damares Alves no quadro “Detetive Virtual” no Fantástico do último domingo. Uma detonação bem seletiva: enquanto a emissora demonstra toda sua indignação e furia investigativa nas questões identitárias e de costumes (vide a caça aos abuso sexuais de João de Deus), as tragédias de Brumadinho e do incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo são encaixadas na narrativa “tragédia-emoção-homenagens” – com direito a Galvão Bueno narrando os nomes dos jovens atletas mortos... Depois de colocar Lula na prisão perpétua e por os militares no Governo, agora o novo papel da Globo é varrer a luta de classes para...

domingo, fevereiro 10, 2019

O apocalipse foi a própria Criação em "Oblivion"

Se "Matrix" (1999) foi o auge hollywoodiano do gnosticismo pop, “Oblivion” (2013) é outro filme que consegue sintetizar o mito central dos gnósticos: o apocalipse já aconteceu, e foi a própria Criação: um erro cósmico no qual nos tornamos prisioneiros da ilusão e do esquecimento. Tom Cruise é Jack, um técnico de manutenção de drones e robôs cumprindo sua última missão na Terra: conduzir os recursos naturais remanescentes de um planeta devastado para uma lua de Saturno, último refúgio humano. Mas Jack aos poucos começa a questionar os propósitos da sua missão. Principalmente quando a mulher dos seus recorrentes flashs de memória aparece na queda de uma nav...

terça-feira, fevereiro 05, 2019

A Ciência é a última resistência contra a onda conservadora em "Boy Erased"

O cancelamento da Universal Pictures em exibir o filme “Boy Erased – Uma Verdade Anulada” nos cinemas brasileiros, mesmo sob a justificativa comercial de baixa perspectiva de bilheteria, acendeu a suspeita de autocensura – numa atmosfera política atual pesada e conservadora, uma produção que contesta a chamada “cura gay” não seria conveniente para a distribuidora. Mas o filme “Boy Erased” levanta outra questão tão sombria quanto a “conversão gay”: o projeto “científico” que está por trás – reescrever a própria história da Ciência, assim como o nazismo tentou ao criar um bizarro mix Ciência, Religião e Ocultismo. Depois da economia (neoliberalismo pentecostal) e a política (a direita nacionalista), a Ciência (escolas e universidades) é a...

domingo, fevereiro 03, 2019

A arte vinga-se do capitalismo no filme "Velvet Buzzsaw"

A arte pode ser perigosa e aqueles lucram com isso estão arriscando suas próprias vidas nessa sátira misturada com horror gore na produção Netflix “Velvet Buzzsaw” (2019). Se no filme anterior “O Abutre” o diretor e escritor Dan Gilroy figurava os bastidores da competição por audiência de programas sensacionalistas de TV, em “Velvet Buzzsaw” o alvo é o mundo do mercado das artes: artistas pretensiosos, gananciosos donos de galeria, clientes milionários e, principalmente, temidos críticos de arte – uma crítica publicada pode valer milhões de dólares ou o fim de uma carreira. Até encontrarem um acervo de pinturas e desenhos hipnóticos de um obscuro artista falecido. Uma oportunidade de lucro rápido. Mas um rastro de mortes começa a acompanhar...

sábado, fevereiro 02, 2019

A ameaça simbólica de Lula e a Síndrome de Brian da esquerda

“Covardia!”, “desumanidade!”, “barbárie!”. Assim reagiu a esquerda, chocada com a proibição de Lula (prisioneiro há nove meses) participar do velório do seu irmão em São Bernardo do Campo/SP. Até a ditadura militar autorizou que Lula fosse ao velório da mãe, em 1980!, acusa inconformada a esquerda. A Polícia Federal apresentou seis motivos para não conceder o benefício. Em cada um deles, está a evidência de que o atual oponente da esquerda não são mais os toscos militares da ditadura que, ironicamente, permitiam até gestos humanitários. Agora há um atento e utilitarista cálculo dos riscos na guerra semiótica: as repercussões simbólicas de Lula repentinamente aparecer em público, diante das lentes das câmeras. PF e Judiciário são mais zelosos...

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