Por que aquilo deu nisso? Por que toda aquela energia das manifestações nas ruas brasileiras, de jovens estudantes e ativistas, que queriam mudar o País (“desculpe o transtorno, estamos mudando o Brasil” eram as faixas mais vistas nas manifestações) resultou num retrocesso geopolítico de deixar atônito jornalistas e pesquisadores estrangeiros? Isso é que o Workshop “Guerra Híbrida e Guerra Semiótica” tentará responder nesse sábado (23/02), em Londrina, Paraná. Este editor do Cinegnose levará elementos teóricos das ciências da comunicação que poderão ser referências para construção de ferramentas e estratégias de ação nas guerras semióticas anti-mídia. Principalmente quando sabemos que grande mídia e novas tecnologias de convergência estão por trás das atuais formas inéditas de ação geopolítica.
“Iremos explicitar os aspectos simbólicos e comunicacionais do processo histórico que levou o país de potência emergente a linha auxiliar dos interesses americanos na atualidade”, diz Ferreira, que é professor de Estudos da Semiótica e Teoria da Comunicação, da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo, e colunista da Revista Fórum, do Jornal GGN e do Luis Nassif Online.
De acordo com Ferreira, o workshop terá um caráter histórico, teórico e prático. “Partiremos do período brasileiro de 2013 a 2016, quando, com o advento das chamadas “Jornadas de Junho”, o País assistiu à aplicação de um roteiro e narrativas idênticas às diversas “primaveras” que despontaram em países como Ucrânia, Síria, Egito, Tunísia, Georgia entre outros”, esclarece
.O professor explica que a aplicação desses roteiros recebeu vários nomes pelo mundo afora: “primaveras”, “levantes”, “protestos”, “jornadas”. “Não importam os termos, todas fizeram parte da estratégia da chamada “Guerra Híbrida” dentro dos interesses da geopolítica dos EUA.
No workshop, serão apresentadas didaticamente as diferentes fases da aplicação desse roteiro no Brasil e o funcionamento das “bombas semióticas” pela grande mídia e opinião pública”.
No workshop, serão apresentadas didaticamente as diferentes fases da aplicação desse roteiro no Brasil e o funcionamento das “bombas semióticas” pela grande mídia e opinião pública”.Em seguida, complementa Ferreira, haverá a descrição e a demonstração de como foram aplicadas as diversas ferramentas semióticas (liminares e subliminares) utilizadas para moldar a opinião pública: Engenharia de Opinião Pública, Engenharia Social, Agenda Setting e Espiral do Silêncio, Bombas semióticas, Estratégias Hipodérmicas, Estratégias Virais e uma série de outras ferramentas muito além das fakenews.
Por fim, Ferreira diz que serão debatidas alternativas práticas de guerrilha anti-mídia e estratégias de contra-comunicação.
Estoicamente, enfrentando o pânico por aviões, este blogueiro pousará em Londrina para debater todos esses temas abordados em postagens no Cinegnose desde o início, a partir das chamadas “Jornadas de Junho” de 2013... que deram no que deram...