sexta-feira, maio 19, 2017
Jogo Baleia Azul e suicídio: a morte é mais um produto à venda?, por Marcelo Gusmão
sexta-feira, maio 19, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“Torne a
mentira grande, simplifique-a, continue afirmando-a, e eventualmente todos
acreditarão nela”. Essa frase de Adolf Hitler descreve bem esse ‘e-fenômeno’
que se tornou o Jogo da Baleia Azul nos últimos meses. O que aconteceu foi algo semelhante à frase
do ditador, ou seja, o jogo é a mentira que se tornou grande, e por isso foi
curtida, comentada e compartilhada tantas vezes mundo afora que, eventualmente,
muitos acreditaram nela. Sabe-se agora, após investigações de sites
especializados, que o Jogo da Baleia Azul é um “fake news” (notícia falsa),
fruto do velho e conhecido telefone sem fio. Mas também a vida imita a arte:
o suposto jogo Baleia Azul foi
explicitamente inspirado no filme “Nerve: Jogo sem Regras” (2016). E
vice-e-versa, a arte imita a vida: a série "Os 13 Porquês” surge no momento em
que a ONU divulga números de que ocorre um suicídio a cada 40 segundos:
coincidências? sincronismos? Ou também a morte transforma-se em mais um produto
à venda?
quinta-feira, maio 18, 2017
Delações da JBS deixam nu o jornalismo da Globo
quinta-feira, maio 18, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Ao vivo repórteres e apresentadores nervosos,
consternados, engolindo seco em uma profusão exponencial de gafes e atos falhos
poucas vezes vista. Os jornalistas da Globo parece que foram pegos de surpresa:
depois de diariamente martelar a narrativa da governabilidade e do “ruim com
ele, pior sem ele”, de repente (como se fosse virada alguma chavinha seletora)
o discurso mudou radicalmente. Tudo após a explosão nuclear das delações
premiadas dos donos da JBS (terceiro maior anunciante da Globo) reveladas em suposto
“furo” do jornal “O Globo”. E ainda com direito a cobertura com imagens estilo
“black bloc” mostrando rolos de fumaça subindo diante do Palácio do Planalto em
noite de protestos. Por que a surpresa consternada dos jornalistas globais,
tidos como os mais bem informados e conhecedores dos bastidores do País, como diz marketing da emissora? Mais do que
provocar um terremoto político, as delações da JBS deixaram nu o jornalismo
global: revelou profissionais alheios à realidade e que apenas repetem
discursos ao sabor da mudança dos interesses corporativos da Globo. Mas isso
traz um custo psíquico aos incautos jornalistas da emissora.
quarta-feira, maio 17, 2017
A obsessão pela felicidade: em defesa da melancolia
quarta-feira, maio 17, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
terça-feira, maio 16, 2017
Curta da Semana: "Day 40" - os animais se amotinam contra Deus na Arca de Noé
terça-feira, maio 16, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Como Noé conseguiu colocar a cadeia alimentar
completa de animais dentro da Arca e por 40 dias todos viveram em paz e
harmonia enquanto o planeta era punido pelo Dilúvio? O produtor, diretor e
animador Sol Friedman, notório pelas suas produções que profanam contos
sagrados e tradições religiosas de todo o mundo, no curta de animação “Day 40”
(2014) apresenta com muito humor negro uma arca bíblica que mais parece um
navio de piratas amotinados. Um lugar tão pecaminoso quanto o mundo deixado
para trás e afogado pelo Dilúvio. Em muitos aspectos o curta lembra a leitura
gnóstica que Darren Aronofsky fez em “Noah” (2014). “Day 40” não é uma produção
aconselhada para pessoas religiosamente mais sensíveis.
segunda-feira, maio 15, 2017
Tentar lembrar pode ser uma armadilha em "Remainder"
segunda-feira, maio 15, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A memória é o que nos torna quem somos. Mas, se as memórias são resultantes das nossas percepções mais
subjetivas (cor, cheiro, sons etc.) podem ser interpretações e não gravações da
realidade. Por isso, podem se tornar armadilhas, quanto mais imergimos nelas.
Desde o filme “Amnésia” (2000) de Christopher Nolan esse perigo é tematizado
mais seriamente pelo cinema, até chegarmos a “Remainder” (2015): após um
acidente traumático, um jovem perde a memória e tenta montar o quebra-cabeças
das lembranças que restaram com um método extremo: com o dinheiro da milionária
indenização o protagonista monta gigantescos estúdios com atores contratados
para obsessivamente encenar seus cacos de memória. Mas o que deveria ser uma
progressiva conexão com a realidade, começa a se tornar um vício compulsivo.
Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.
domingo, maio 14, 2017
Cinegnose discute filme gnóstico, semiótica narrativa e jogos digitais na "Fatecnologia"
domingo, maio 14, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O cinema gnóstico. Gnosticismo nas ciências e nos jogos digitais e o Universo como um game de computador. As mito-narrativas gnósticas e as transformações da Jornada do Herói nas HQs e no Cinema. As semióticas das narrativas como ferramentas de produção textual, de roteiros e apresentações. Esses foram alguns dos temas discutidos por esse humilde blogueiro na 9a. Fatecnologia na Faculdade de Tecnologia de São Caetano do Sul (SP) na noite dessa última quinta-feira para uma plateia de interessados e participativos estudantes. E com uma conclusão final após diversas indagações: o Herói, assim como nós mesmos, não enfrenta “vilões”. Mas a nossa própria Sombra interior projetada na ilusão do mundo. Veja o vídeo e os slides do evento.
sábado, maio 13, 2017
Startup britânica promete construir a verdadeira Matrix
sábado, maio 13, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Uma startup britânica chamada Improbable
pretende criar a verdadeira Matrix: uma simulação em larga escala do mundo
real. E o ponto de partida já existe – a plataforma SpatialOS e o jogo de
computador Worlds Adrift, ainda restrito a acadêmicos e cientistas. O aporte de
milhões de dólares na startup por empresas de capital de risco, além do
interesse militar e indústria de entretenimento pelo projeto revelam evidentes
aplicações nas áreas estratégica, bélica e engenharia social: construir mundo
virtuais para simular o surgimento de extremismos violentos nas populações e
comportamentos econômicos. Mas a iniciativa dos co-fundadores Herman Nerula e
Rob Whitehead é também uma evidência da motivação místico-religiosa que possui
atualmente o Vale do Silício: Tecnognosticismo, imortalidade e a crença de que
já vivemos em uma gigantesca simulação. O game Worlds Adrift seria mais um
exemplo de como a ciência experimental se encontra com a prática religiosa: a
Teurgia.
sexta-feira, maio 12, 2017
Para quê serve a astrologia de massas?
sexta-feira, maio 12, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Na década de 1950 o alemão Theodor Adorno (pelo olhar sócio-psicanalítico) e o francês Roland Barthes (pelo ponto de vista da semiologia) empreenderam pesquisas sobre as colunas de astrologia, respectivamente do Los Angeles Time e do semanário Elle. Ambos chegaram à mesma reposta: a astrologia de massas serve para exorcizar o real. A astrologia deixa de ser uma abertura para o Oculto, o Onírico e o Imaginário para se transformar num espelho realista e disciplinador da própria rotina diária dos leitores. Será que essa resposta pode ser aplicada à astrologia de massas atual, mais de cinquenta anos depois dessas análises?
terça-feira, maio 09, 2017
Cinegnose participa da "Fatecnologia" discutindo semiótica dos jogos e gnosticismo
terça-feira, maio 09, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Semiótica, Jogos e Gnosticismo é a discussão que esse humilde blogueiro levará para a 9a. Fatecnlogia, evento da Faculdade de Tecnologia de São Caetano do Sul. A palestra acontece dia 11/05 e tem como principal objetivo apresentar as contribuições dos estudos das mito-narrativas (do Herói e a Gnóstica) para o mundo dos jogos digitais – principalmente a possibilidade de criação de um nível meta da própria realidade através do entretenimento. Seria o mundo lúdico dos jogos um nível meta no interior do próprio Universo simulado em que vivemos?.
segunda-feira, maio 08, 2017
A construção do super-herói amoral nas capas de "Veja" e "IstoÉ"
segunda-feira, maio 08, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Pela primeira vez em anos as capas as
revistas “Veja” e “IstoÉ” escancaram sinceridade e franqueza: recursos semióticos
como retórica, iconificação e analogia usados não mais para esconder, mas para
explicitar aquilo que sempre essas publicações não ousavam admitir: o juiz de
primeira instância Sergio Moro há muito deixou o campo do Direito para atuar
como um líder político messiânico que não mais julga em posição equidistante
entre promotoria e réu – assumiu uma batalha cujo ápice é o interrogatório de
Lula no Fórum de Curitiba no dia 10/05. Que as revistas simbolizam como algo
entre a luta livre mexicana ou uma contenda de box do século. Mas há algo mais
nessas capas: o juiz Moro não é um herói que segue o modelo clássico (épico ou
trágico), mas é o Super-Herói amoral das HQs e adaptações cinematográficas da
Marvel e DC Comics: aquele que luta pela Justiça e a Verdade, acima do Bem e do
Mal. Cimento ideológico necessário para a opinião pública se resignar ao ver a
própria carne sendo cortada com as supostas “reformas”, como “efeito colateral”
aceitável em nome da Verdade – se for necessário, o Super-Herói pode até
destruir o mundo, mesmo que seja para derrotar vilões que também querem
destruir o mundo.
sábado, maio 06, 2017
"Complicações do Amor": pode algo tão bom não funcionar mais?
sábado, maio 06, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Não se perca no infeliz título em português,
que faz parecer uma comédia romântica de sessão da tarde. “Complicações do
Amor” (The One I Love, 2014) é uma crítica ambígua e até sombria (ao melhor
estilo das atmosferas da série “Além da Imaginação”) contra todo aparato
fármaco, psicoterapêutico e neurocientífico atual mobilizados para supostamente
nos fazer felizes. Porém o efeito colateral prático é viciosidade, dependência
e compulsão. Afinal, é a alma do negócio para manter todos sob controle – as
chamadas “tecnologias do espírito”. Um casal em crise terminal procura um
terapeuta para tentar resgatar os momentos felizes que foram perdidos no
passado e que fizeram Ethan e Sophie ficarem juntos. O terapeuta sugere um
final de semana a sós em uma remota casa de campo onde tentem resgatar o que foi perdido na relação. O problema é que lá
encontrarão uma espécie de sala de espelhos cada vez mais perturbadora com
resultado imprevisível e ambíguo - e até elementos CosmoGnósticos. Matrix nas relações conjugais?
quinta-feira, maio 04, 2017
A morte de Belchior e a construção do estereótipo do "maluco beleza"
quinta-feira, maio 04, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Belchior foi um verdadeiro objeto voador não
identificado na MPB. Por décadas a mídia corporativa tentou enquadrá-lo em
alguma categoria: “rapaz romântico”, “brega”, “figura de voz fanhosa e bigodão”
etc. E nos últimos anos, procurou encaixá-lo na narrativa “desaparecido/aparecido” e, por
fim, na sua morte, transformá-lo no estereótipo do “maluco beleza”. Para quê?
Para enquadrá-lo na derradeira narrativa do modelo negativo moralizante: o
“maluco beleza” irresponsável que não conseguiu dar a “volta por cima” numa suposta
carreira que descia ladeira abaixo. Belchior sabia que a mídia fazia tábula
rasa da sua obra e, por isso, de forma autoconsciente virou um OVNI da MPB. A
forma como a grande mídia “reciclou” a morte de um ser inclassificável confirma
uma tese do pensador Theodor Adorno sobre a função do entretenimento na
Indústria Cultural: apertar ainda mais os arreios que nos prendem à disciplina
do mundo do trabalho.
quarta-feira, maio 03, 2017
Xamanismo, viagem no tempo e fenômenos quânticos em "Tiempo Muerto"
quarta-feira, maio 03, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O filme argentino “Tiempo Muerto” (2016) é
mais uma incursão do cinema atual no tema da viagem do tempo, mas por um viés
bem particular – loops temporais e paradoxos como obstáculos para a “segunda
chance” que possa alterar a linha do tempo. Inconformado com a morte da sua
esposa, o protagonista contrata um “tempo morto” – um estranho ritual que
envolve xamanismo, ocultismo e fenômenos quânticos. Tempo, psiquismo e memórias
são contínuos que esbarram em um traço da natureza humana: a compulsão a
repetição. Sem conseguirmos seguir em frente, ficamos neuroticamente fixados em
experiências de prazer ou dor no passado, repetindo a cena do trauma. Quem sabe
pensando que um dia o Titanic não afunde.
terça-feira, maio 02, 2017
Em "Almas à Venda" a chave do sucesso é a perda da alma
terça-feira, maio 02, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Com ironia e com humor negro, "Almas à Venda" (Cold Souls, 2009), tematiza criticamente como o mundo dos negócios (management + tecnologias do espírito) invade nossa última morada que ainda tenta resistir: a alma. No mundo atual dominado pelo paradigma da financeirização na qual qualquer coisa (ações, títulos, carros, pessoas, sentimentos e até a alma) tem que ser submetida aos princípios da liquidez e mercantilização totais, um homem descobre a chave do sucesso: o "Armazém de Almas" - clínica especializada em estocar a sua alma para substituir por outra de um doador anônimo, mais bem sucedido. Mas o protagonista descobre algo mais: quando estamos vazios e sem alma conseguimos ser mais bem sucedidos profissionalmente.
domingo, abril 30, 2017
Curta da Semana: "Edifício Tatuapé Mahal" - a vida secreta dos bonecos de maquete
domingo, abril 30, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Estamos no universo dos bonecos daquelas
maquetes que vemos em show room de lançamentos imobiliários. Um boneco
argentino chamado Javier vem para São Paulo aproveitando o boom imobiliário no
bairro do Tatuapé. Através dele conhecemos como esses pobres trabalhadores são
explorados por agentes imobiliários e sujeitos a arbitrariedade de filhos de
clientes que tratam as maquetes como fossem brinquedos. Mas também conhecemos
os dramas existenciais da vida secreta dos bonecos de maquetes. Esse é o curta
de animação brasileiro “Edifício Tatuapé Mahal” (2014) da dupla de diretoras
Fernanda Salloum e Carolina Markowicz. Um interessante mix de humor negro com
paródia ao típico melodrama latino-americano.
sábado, abril 29, 2017
Globo tenta abafar o barulho do seu silêncio na greve geral
sábado, abril 29, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A Globo, acompanhada do restante da mídia
corporativa, ressente-se de um cada vez mais grave processo de negação da
realidade. Os sintomas são cada vez mais agudos, como demonstrou o silêncio dos
últimos dias sobre a articulação da greve geral pelas centrais sindicais e movimentos
sociais. Um silêncio bem barulhento, pois revelou a sua autoconsciência do
poder de duas armas semióticas que sempre dispara em contextos de
desestabilização política: a “profecia autorrealizável” e o “efeito copycat”. O
constrangimento e “saia justa” dos apresentadores nas primeiras horas da manhã
de sexta-feira também revelou uma aposta: "as nossas armas semióticas são tão poderosas que, se ficarmos em silêncio, nada vai acontecer! Mas a negação tautista da mídia corporativa descobriu da pior forma
possível que existe vida lá fora, no deserto do real.
quinta-feira, abril 27, 2017
A monstruosidade ideologicamente amoral no filme "Vida"
quinta-feira, abril 27, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A um mês do lançamento de “Alien: Covenant”
no qual Ridley Scott dá continuidade ao anterior "Prometheus", o filme "Vida" (Life, 2017) de Daniel Espinosa é lançado. Com o mesmo plot de Scott para
“Alien” (1979): astronautas aprisionados em uma nave encurralados por um
espécime predador extraterrestre praticamente indestrutível. Em 1979, Scott
rompeu com uma tradição da figuração dos monstros no cinema: dos seres
disformes e mórficos para os informes, xenomórficos e híbridos – os “monstros
moles”. Seres amorais que matam não por maldade, mas por sobrevivência.
Em "Vida" Espinosa retoma essa monstruosidade contemporânea, porém sem o cinismo crítico e gnóstico
de Scott: lá, o alien xenomórfico fazia parte de conspirações de demiurgos;
aqui em “Vida”, o parasita-predador é uma amostra de que o evolucionismo de
Darwin rege o próprio Universo e o monstro é o ápice da perfeição das leis da adaptação e seleção natural. As mesmas leis que também regem os mercados aqui
na Terra.
quarta-feira, abril 26, 2017
Um trem desaparece em anomalia topográfica no metrô de Buenos Aires em "Moebius"
quarta-feira, abril 26, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Ao contrário dos filmes sci-fi que exploram os paradoxos temporais, o filme argentino "Moebius" (1996) explora os paradoxos espaciais, transformando-se numa espécie de thriller matemático. Inspirado na enigmática figura topológica da "fita de Möbius", a narrativa interpreta-a como um portal dimensional, lembrando das origens sagradas da Geometria na antiguidade. Um trem desaparece no metrô de Buenos Aires. A rede do metropolitano ficou tão complexa que assumiu a forma da "fita de Möbius" - figura geométrica paradoxal que não possui o lado de "dentro" e de "fora". Sem saber os engenheiros projetaram um portal por onde o trem passou. E ele continua viajando, invisível e prisioneiro de uma anomalia espacial.
terça-feira, abril 25, 2017
A ética e moral da viagem no tempo e o Efeito Mandela na série "12 Monkeys"
terça-feira, abril 25, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Produzida pelo canal Syfy, a série “12
Monkeys” (2015-) procura expandir a narrativa do filme clássico de Terry
Gilliam “Os 12 Macacos” (1995): a humanidade foi devastada por um apocalipse
viral, a Terra ficou fria e em ruínas sob o domínio de gangues saqueadoras. Enquanto
isso, em instalações secretas, cientistas tentam encontrar uma forma de conter
as mutações do vírus. Um grupo constrói uma máquina do tempo para enviar crono-astronautas
para o passado e impedir o vírus, antes das mutações. Isso significaria reescrever
toda a linha do tempo até o futuro. A série propõe uma geografia do Tempo bem
diferente das produções contemporâneas sobre o tema: ao invés de mundos
quânticos alternativos paralelos, uma única linha do tempo que poderia ser
reescrita diversas vezes. Além da série parecer se inspirar no famoso “hoax”
Efeito Mandela, propõe um novo viés sobre a viagem no tempo – as possíveis
implicações éticas e morais: a superação do paradoxo, alterando o passado,
poderia nos empurrar para uma perigosa amoralidade.
sábado, abril 22, 2017
Deus joga dados em não-acontecimento da Champ Élysées
sábado, abril 22, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Nas imagens da CNN estranhamente a câmera parece dar a deixa para as ações na Champs Élysées: quando veem a câmera bombeiros e paramédicos começam a correr não se sabe para onde, enquanto cruza a cena policiais antimotim com escudos, capacetes fortemente armados em fila – para onde estão indo se a área foi isolada e o atirador já está morto? Inúmeras anomalias marcaram mais um não-acontecimento às vésperas das eleições presidenciais na França. E como sempre (Londres, Berlim, Nice, Bataclan, Charlie Hebdo etc.) mais recorrências e sincronismos. Enquanto a Ciência tenta compreender a realidade a partir de fenômenos recorrentes e eventos sincrônicos, o Jornalismo ainda crê em acidentes, no acaso e nas fatalidades. Para a grande mídia, fora desse mundo no qual Deus parece jogar dados com os acontecimentos, estão à espera os paranoicos teóricos da conspiração. Mas dessa vez a “coincidência” entre os tiros no boulevard mais famoso do mundo e o debate eleitoral num estúdio de TV foi além da conta...
quarta-feira, abril 19, 2017
"Uberização" da educação: saem pedagogos e Construtivismo, entram gestores e neurociências
quarta-feira, abril 19, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O País está
hipnotizado pelo show diário de meganhagem midiática de colarinhos brancos
sendo levados presos por cinematográficos policiais federais com suas
reluzentes botas e armas negras. Porém, a passos lentos mas seguros, no
subterrâneo desse espetáculo de moralização nacional está ocorrendo uma
revolução silenciosa que vai determinar o futuro das próximas gerações:
reformas educacionais que estão impondo uma agenda secreta, a gestão de um novo
projeto de nação. Sai o Neodesenvolvimentismo lulopetista para entrar o
Capitalismo Cognitivo. No campo educacional, sai o Construtivismo de Piaget
para entrar as neurociências aplicadas à educação, turbinada por ONGs e
institutos privadas do indefectível mundo financeiro. Saem pedagogos, entram
engenheiros e gestores. No lugar de valores como autonomia e conhecimento
entram “disparos neuronais” e “sinapses” para formar futuros profissionais que
não mais lidarão com conhecimentos, mas com “efeitos do conhecimento” das
plataformas tecnológicas - a "uberização" da educação.
segunda-feira, abril 17, 2017
Propaganda e a demonização do inimigo, por Marcelo Gusmão
segunda-feira, abril 17, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O filme “1984” foi exibido esse ano em 165
cidades nos EUA como forma de protesto contra o presidente Donald Trump. Ele
demoniza imigrantes e a oposição também o demoniza, definindo-o como o “novo
Big Brother”. Enquanto isso o Brasil está um caos, dividido, semelhante a final
de um campeonato: de um lado do campo os “Coxinhas”, no outro lado os “Mortadelas”.
Há quem prefira dizer “esquerda” contra “direita”, ou ainda “amarelos”
(canarinhos) contra os “vermelhos”. Essa divisão não é novidade - desde que o
mundo é mundo há violência e luta pelo poder. “Nós contra Eles” sempre foi um
princípio de identidade entre os “Iguais” das diversas irmandades, seja times
de futebol, equipes em gincanas escolares, entre bairros, cidades, países,
partidos políticos e, é claro, ideologias. Demonização e a divisão do inimigo
são grandes princípios de propaganda e persuasão. Como lidar com essa
dualidade? Qual a sua origem? Há como
anular sua força?
domingo, abril 16, 2017
Curta da Semana: "El Empleo" - o emprego que te espera no futuro
domingo, abril 16, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Com mais de 100 prêmios na sua trajetória em
festivais, o curta de animação argentino “El Empleo” (2008) é uma produção bem
oportuna para os tempos atuais em que vivemos onde o melhor remédio prescrito
para a crise econômica e o desemprego são eufemismos como “terceirização”,
“empreendedorismo” etc. O curta é o paroxismo da situação atual: para gerar
emprego uma sociedade parece consumir a si mesma - pessoas começam a assumir a função de objetos
cotidianos em “inovadoras” formas de “prestação de serviço”: a mulher-cabide, o
homem-abajur e assim por diante. Um curta surreal e tragicômico, mas que dá
muito no que pensar. Curta sugerido pelo nosso leitor A.Lex.
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