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domingo, junho 25, 2017

Curta da Semana: "Robot & Scarecrow" - somos robôs e espantalhos em um amor impossível


Um drama de Romeo e Julieta pós-moderno. Um amor impossível entre um espantalho e um robô em meio a um festival de música eletrônica em uma zona rural qualquer. Esse é o curta “Robot and Scarecrow”, 2017) de Kibwe Tavares, conhecido por produções onde os efeitos digitais se fundem organicamente com “live action” – um robô programado para performar um show musical se apaixona por um espantalho despertado pelas bicadas dos corvos. Se misturam na multidão e tentam viver uma improvável história de amor. O curta é um dos exemplos mais diretos de como o fascínio pelos simulacros humanos (androides, robôs, fantoches, bonecos etc.) no cinema funcionaria como um espelho da própria condição humana. Naquele festival de música a condição tanto das estrelas pop quanto do público - controlados pela indústria do entretenimento, programados como um robô ou espetados em um mastro como um espantalho.

terça-feira, junho 13, 2017

Curta da Semana: "Cream" - a estrada da história das invenções está coberta de cadáveres


O que aconteceria se um cientista descobrisse um creme capaz não só de tirar manchas do rosto em questão de segundos, mas que também fosse capaz de produzir mágicos efeitos colaterais? - curar doenças, acabar com a fome, a pobreza, a morte, a tristeza e até fazer crescer florestas em desertos e despoluir o ar e rios. Todos ficariam felizes... menos algumas pessoas cujo poder depende da deliberada fabricação da escassez para a criação de valor e lucro – e por isso a estrada da história das invenções seria coberta por cadáveres. Esse é o tema dessa pequena fábula contemporânea, o curta “Cream” (2017) David Firth, conhecido pela série de animação de humor negro e terror psicológico “Salad Fingers”. Com surrealismo e um humor politicamente incorreto que lembra “South Park”, Firth introduz o espectador às principais teses do ativismo-conspiratório: as descobertas científicas filtradas ou censuradas pelas necessidades mercadológicas e a grande mídia como a principal ferramenta de engenharia de opinião pública.

terça-feira, maio 30, 2017

Curta da Semana: "High Chaparral" - refugiados sírios perdidos na hiper-realidade


O que tem a ver os filmes de faroeste de Hollywood com um parque temático no interior gelado da Suécia chamado “High Chaparral” e refugiados sírios? Muitos vezes a ironia faz a realidade superar a própria ficção. Dois documentários curta-metragem, “High Chaparral” (2016) e “Return to High Chaparral” (2017) mostram como um parque temático sobre o Velho Oeste dos filmes hollywoodianos se transformou em abrigo para 500 refugiados sírios no inverno sueco. Vítimas do mundo real encontrando abrigo na hiper-realidade criada pelo “soft power” norte-americano. Um parque temático, que encena histórias de heróis com grandes armas derrotando vilões, dá abrigo a vítimas dessas mesmas armas, só que no mundo real. Refugiados de um país distante pouco familiarizados com filmes de faroeste, mas que, mesmo assim, ficam fascinados ao verem atores suecos repetindo narrativas hollywoodianas semelhantes àquelas deixadas em seus países destruídos.

terça-feira, maio 16, 2017

Curta da Semana: "Day 40" - os animais se amotinam contra Deus na Arca de Noé


Como Noé conseguiu colocar a cadeia alimentar completa de animais dentro da Arca e por 40 dias todos viveram em paz e harmonia enquanto o planeta era punido pelo Dilúvio? O produtor, diretor e animador Sol Friedman, notório pelas suas produções que profanam contos sagrados e tradições religiosas de todo o mundo, no curta de animação “Day 40” (2014) apresenta com muito humor negro uma arca bíblica que mais parece um navio de piratas amotinados. Um lugar tão pecaminoso quanto o mundo deixado para trás e afogado pelo Dilúvio. Em muitos aspectos o curta lembra a leitura gnóstica que Darren Aronofsky fez em “Noah” (2014). “Day 40” não é uma produção aconselhada para pessoas religiosamente mais sensíveis.

domingo, abril 30, 2017

Curta da Semana: "Edifício Tatuapé Mahal" - a vida secreta dos bonecos de maquete


Estamos no universo dos bonecos daquelas maquetes que vemos em show room de lançamentos imobiliários. Um boneco argentino chamado Javier vem para São Paulo aproveitando o boom imobiliário no bairro do Tatuapé. Através dele conhecemos como esses pobres trabalhadores são explorados por agentes imobiliários e sujeitos a arbitrariedade de filhos de clientes que tratam as maquetes como fossem brinquedos. Mas também conhecemos os dramas existenciais da vida secreta dos bonecos de maquetes. Esse é o curta de animação brasileiro “Edifício Tatuapé Mahal” (2014) da dupla de diretoras Fernanda Salloum e Carolina Markowicz. Um interessante mix de humor negro com paródia ao típico melodrama latino-americano.

domingo, abril 16, 2017

Curta da Semana: "El Empleo" - o emprego que te espera no futuro


Com mais de 100 prêmios na sua trajetória em festivais, o curta de animação argentino “El Empleo” (2008) é uma produção bem oportuna para os tempos atuais em que vivemos onde o melhor remédio prescrito para a crise econômica e o desemprego são eufemismos como “terceirização”, “empreendedorismo” etc. O curta é o paroxismo da situação atual: para gerar emprego uma sociedade parece consumir a si mesma -  pessoas começam a assumir a função de objetos cotidianos em “inovadoras” formas de “prestação de serviço”: a mulher-cabide, o homem-abajur e assim por diante. Um curta surreal e tragicômico, mas que dá muito no que pensar. Curta sugerido pelo nosso leitor A.Lex.

domingo, abril 09, 2017

Curta da Semana: "At The End of The Cul-de-Sac" - o prazer voyeurista com um drone


Depois de filmar curtas com Iphone e snorriCam, o diretor Paul Trillo aceitou o desafio de fazer um curta com um único plano sequência (sem cortes) com imagens captadas por um drone. É o curta “At The End of Cul-De-Sac” (2016). A câmera fixa em um drone paira, desliza e gira em torno dos atores que nos mostram um protagonista invadindo um condomínio fechado para bater na porta de uma residência. Ele está transtornado e à beira de um colapso nervoso. Os moradores observam à distância, tentam entender o que acontece. Mas assim como nós espectadores vendo tudo através da onisciência do drone, os moradores parecem ter um prazer voyeurista em observar a cena e registrar tudo através de smartphones. Apesar do experimentalismo tecnológico, o curta aborda uma tradicional representação do cinema: os condomínios fechados suburbanos mostrados como enclaves de intolerância e preconceito.

domingo, março 26, 2017

Curta da Semana: "The Internet Warriors" - o lado oculto dos "haters"


Haters”, “trolls”, “comandantes do caps lock”. Eles são os “guerreiros da Internet”. Depois de uma pesquisa de quatro anos entrevistando-os por todo o mundo, o cineasta e fotografo norueguês Kyrre Lien produziu uma série de documentários curta-metragem chamada “The Internet Warriors”(2017). Lien ouviu usuários que dedicam a maior parte do seu tempo para ficar diante da tela do computador, “opinando” sobre qualquer coisa através de um discurso polarizado, agressivo, intolerante, racista e preconceituoso. O documentário quer entender como pessoas comuns, pessoalmente agradáveis e educadas com seus filhos e esposas, são capazes de ocupar redes sociais e fóruns de discussão com um discurso tão carregado de ódio.

domingo, março 19, 2017

Curta da Semana: "Beleza Americana 2" - a vingança dos descartados


No filme "Beleza Americana"(1999) o diretor Sam Mendes via em um saco plástico que girava ao vento um momento no qual uma “força benevolente” mostrava o sublime por trás das coisas banais. Mas, e se essa força não for assim tão benevolente e se revoltar contra a humanidade que teima em banalizar as coisas através do descarte e obsolescência? O resultado pode ser uma sangrenta perseguição protagonizada por uma sacola plástica em busca de vingança. Esse é o curta “Beleza Americana 2” (2017) de Zak Stoltz, uma bizarra e surreal releitura da poética sequência do filme original. O curta se integra a uma tradição no cinema de objetos que ganham vida e parecem querer se vingar do homem: tomates, carros, bonecos, pneus, árvores de natal. E agora, sacos plásticos. Uma tendência que reflete o novo mal estar da civilização: de ver na descartabilidade dos objetos a expressão da própria obsolescência humana.

terça-feira, março 07, 2017

Curta da Semana: "Night Mayor" - Aurora Boreal, Nikola Tesla e a energia livre


Quando pensamos em Modernidade o que lembramos? Tecnologia, velocidade, capitalismo, urbanidade, eletricidade, o cinema. Um verdadeiro turbilhão para onde somos transportados quando assistimos ao curta “Night Mayor” (2008) do canadense Guy Maddin. Misturando o atual estilo do falso documentário (mockumentary) com a linguagem e fotografia do cinema mudo, Maddin nos conta a história de um inventor bósnio que em 1939 descobriu no Canadá que a Aurora Boreal é na verdade constituída por melodias e imagens. E que poderiam ser transmitidas livremente pelas linhas telefônicas através do “Telemelodium”. Mas o governo não vai gostar muito dessa invenção... O curta é uma pequena obra-prima claramente inspirado no inventor croata Nikola Tesla que pagou com a própria vida uma descoberta feita em 1899 que poderia colocar em risco o Capitalismo: a energia livre.

domingo, fevereiro 19, 2017

Curta da Semana: "The Crossing" - os subterrâneos do terror


Uma mulher tenta desesperadamente ligar para seu namorado, sentindo-se culpada por um desentendimento que poderá colocar fim na relação. É tarde da noite, e ela desce as escadarias de uma passagem subterrânea para, lá dentro, encontrar o Mal. Ou a si mesma. Esse é o curta russo “The Crossing” (2016) que explora um dos temas preferidos do terror: os subterrâneos. Porões, metrôs, garagens subterrâneas, tuneis etc., ao mesmo tempo que nos fascinam, também nos apavoram. O medo que pode ser tanto interpretado como um arquétipo gnóstico (a metáfora da condição humana prisioneira nesse mundo), como compreendido pelo viés psicanalítico: nos subterrâneos está o nosso inconsciente – culpas e traumas dos quais queremos nos livrar. Mas o reprimido sempre retorna, transformado em monstros e pesadelos.

domingo, fevereiro 05, 2017

Curta da Semana: "Being Batman" - o homem que acredita ser o próprio Cavaleiro das Trevas


No começo esse humilde blogueiro achava que o curta “Being Batman” (2016), de Ryan Freeman, fosse mais uma sátira sobre o super-herói. Até perceber que o curta é um documentário com um personagem real que vive na cidade de Brampton, em Ontário, Canadá. Um homem que acredita ser o próprio Batman e que os acontecimentos trágicos da sua vida fizeram-no se conectar sincronicamente ao personagem fictício de Bruce Wayne. Todas as noites Stephen Lawrence sai da sua “batcaverna” a bordo de uma réplica do batmóvel do filme de 1989 de Tim Burton para vigiar as ruas da cidade. No curta “Being Batman” Lawrence dá depoimentos sobre a sua vida como Batman. Mostra sua casa transformada em batcaverna, suas armas e a rotina noturna. Isso não é cosplay: Lawrence diz ser o próprio Batman!

segunda-feira, janeiro 23, 2017

Curta da Semana: "Help Us" - medo e culpa no altruísmo moderno


Caro leitor, chegou o momento de abrir o seu coração e esvaziar sua carteira para ajudar a curar alguma coisa que está errada com as pessoas desse curta-metragem. “Help Us” (2016), de Joel Cares, lembra aqueles vídeos institucionais de ONGs como Médicos Sem Fronteiras, Save The Children etc. Mas ao invés de vermos flagelados de algum lugar remoto e sem esperança, vemos uma família de classe média pedindo ajuda e o nosso dinheiro. O que há de errado com eles? Um curta que aplica  dissonância cognitiva e o método de comutação para fazer o espectador refletir sobre o destino da velha caridade e humanitarismo que hoje se transformou em “voluntariado” e “ativismo”. Qual a recompensa psíquica que encontramos na velha filantropia profissionalizada pelas ONGs? Qual a relação entre essa recompensa e os rostos "psychos" dos personagens do curta que ao invés de inspirarem altruísmo dão medo. 

segunda-feira, janeiro 09, 2017

Curta da Semana: "Reset" - nada é o que parece


No curta sueco “Reset” (2013) nada é o que parece. Uma amorosa mãe lê rotineiramente para a filha cartas de um pai ausente que promete retornar em breve ao lar. Uma fazenda remota e isolada do resto do mundo guarda um mistério que, para ser resolvido, dependerá que a menina compreenda o sentido de estranhos códigos numéricos. Um surpreendente drama alusivo às mitologias gnósticas sintetizado em 16 minutos – a mitologia do retorno de Sophia à Plenitude, a função consoladora e ilusória das religiões para nos manter esperançosos dentro de uma prisão e a diversidade de mundos simulados.

sexta-feira, dezembro 30, 2016

Cinco filmes para ver depois do Ano Novo


Cinco filmes sobre o Ano Novo para ver depois das comemorações do Ano Novo. Filmes que vão do humor politicamente incorreto, humor negro ao pessimismo filosófico e o próprio fim do mundo. Filmes que nos fazem pensar sobre as principais instituições que envolvem essas festas: a contagem regressiva, as promessas para o próximo ano, o futuro e o passado. Rituais que cuidadosamente repetimos todo ano. Mas se o leitor quiser assistir antes das festas da virada de ano, é por sua conta e risco...




1. “200 Cigarrettes” – Ano Novo, cigarros e a geração MTV

O filme “200 Cigarettes” (1999) é um programa oportuno para essa época de comemorações do ano novo, pois nos faz refletir sobre o tempo e as mudanças da cultura e identidade entre as gerações X, Y e Z.

Por que na virada para o terceiro milênio, a MTV produziu um filme tão nostálgico, cuja história se passa na noite de ano novo de 1981? “200 Cigarettes” é o testamento de uma geração que a MTV soube muito bem moldar, aquela que acreditava que a própria vida poderia ser um vídeo clip.

Porém, não esperava que a cultura punk DIY (Do It Yourself – “faça você mesmo”) que ela ajudou a destruir com a cultura pop retornaria como vingança, dessa vez renascida pela Internet 2.0. Mas o mal estar da incomunicabilidade permanece porque os meios digitais se tornaram nada mais do que uma nova plataforma comercial.


2. Curta “Dinner For One” – tenha um final de ano politicamente incorreto

Por que TVs europeias, principalmente alemãs, a cada 31 de dezembro exibem um velho curta em preto e branco chamado Dinner For One, desde 1963? Alemanha, Leste Europeu e países nórdicos exibem todo final de ano o curta original ou versões com um humor mais politicamente correto.

Dinner For One é a síntese da fleugma e humor negro inglês: uma senhora da alta sociedade comemora seus 90 anos e um mordomo finge servir a convidados em uma grande mesa de jantar com cadeiras vazias – são os lugares de amigos de outras comemorações, já falecidos. Um bizarro mix de embriaguez involuntária, morte e aniversário. Por que a cada final de ano os europeus continuam assistir fascinados a esse estranho curta?




3. “A Roda da Fortuna” – a gnose de Ano Novo

Vale a pena assistirmos ao filme “A Roda da Fortuna” (The Hudsucker Proxy, 1994) dos irmãos Coen. Ainda mais nas comemorações de chegada do ano novo, onde todos parecem querer capturar e reter um momento no tempo, que então já será passado.

Por isso, “A Roda da Fortuna” é um grande filme para ser visto e refletido nesses últimos momentos de ano velho. Uma fábula sobre os nossos vícios temporais que estão sempre presentes em todo final de ano: ou caímos no tempo linear (as famosas promessas e desígnios para o ano novo) ou no tempo cármico - a ilusão de que tudo depende de nossa vontade para a roda da fortuna girar, sem entendermos que somos prisioneiros da cilada do “eterno retorno”.



4. “Last Night” – Ano Novo e o fator humano no fim do mundo

Não sabemos como e porque o mundo vai acabar à meia noite nas comemorações do Ano Novo. Habitualmente nos filmes-catástrofes hollywoodianos temos muita ação, destruição e explosões que acabam desviando a atenção do espectador do sintoma cultural que representa a recorrência do tema fim do mundo no cinema.

Ao contrário, no canadense Last Night (1998) a narrativa disseca uma variável que nenhum filme-catástrofe desenvolve: o fator humano. No filme não há ônibus espaciais, generais estressados ou cientistas heroicos. Apenas pessoas comuns que tentam realizar seus últimos desejos antes do fim. E esses desejos transformam-se em termômetro do mal estar cultural que estava por trás da histeria midiática do “novo milênio” no final do século XX.






5. “Lua de Fel” – quando a contagem regressiva do final de ano é uma bomba-relógio

Mais um final de ano e outra contagem regressiva para a meia-noite. Por que essa contagem, como fosse uma bomba relógio? Essa é uma pergunta feita por pensadores como Jean Baudrillard até chegarmos ao filme Lua de Fel (Bitter Moon, 1992) de Roman Polanski.

A poucas horas da festa de réveillon em um cruzeiro marítimo, forma-se um bizarro triângulo amoroso entre um casamento que tenta sobreviver e outro que se transformou em ódio mútuo. Um flashback episódico da história de um homem destruído pela paixão. “Por que as coisas boas nunca duram?”, pergunta-se Polanski.

A aproximação que o diretor faz dessa questão com a festa do réveillon, sugere uma resposta: a percepção do tempo como bomba-relógio cria as doenças espirituais contemporâneas: o niilismo e o hedonismo.


sexta-feira, dezembro 23, 2016

Seis filmes para pensar o Natal


Em sete anos de existência o blog “Cinema Secreto: Cinegnose” sempre quis homenagear o Natal com sugestões e análises de filmes e curtas metragens que celebrassem com muito humor negro e surrealismo não apenas a data festiva mas também a controversa figura do Papai-Noel. Afinal, os leitores do “Cinegnose” merecem um olhar alternativo para uma data tão previsível como um Roberto Carlos Especial de todo final de ano na TV. Aqui estão seis sugestões de filmes que farão o leitor refletir sobre os simbolismos e ícones natalinos.

domingo, dezembro 18, 2016

Curta da Semana: "Monkey Love Experiments": amor, macacos e corrida espacial



Corrida espacial entre EUA e URSS nos anos 1960. Enquanto os americanos mandavam para o espaço macacos, na Terra um cientista fazia cruéis experiências para estudar a privação do amor maternal e social com filhotes de macacos rhesus. Essa situação paradoxal da Ciência inspirou o curta “Monkey Love Experiments” (2014) que emula os famosos vídeos das experiências do Dr. Harry Harlow sobre a natureza do amor. Um pequeno filhote em sua cela agarrado a sua mãe artificial sonha em ser mais uma macaco que será enviado para o espaço. O curta sugere duas discussões: os rituais de sacrifício aos quais sociedade submete a infância; e como Ciência, para estudar o amor, não deve amar o próprio objeto que estuda.

segunda-feira, novembro 28, 2016

Curta da Semana: "Poet Anderson: The Dream Walker" - como escapar das armadilhas dos sonhos?


O cinema sempre mostrou um interesse pelo mundo dos sonhos. Certamente por que o dispositivo cinematográfico (projetor e tela) simula a “tela mental” dos sonhos - o mundo onírico como projeções dos nossos próprios medos, desejos e fantasias. Porém, a inconsciência dessa tela mental pode nos tornar prisioneiros do “terror noturno” ou das formas-pensamento plasmadas no mundo etérico. Esse é o tema do curta de animação “Poet Anderson – The Dream Walker” (2014) dirigido por Tom DeLonge, ex-guitarrista da banda Blink-182. O curta é mais um exemplo da tendência recente da abordagem dos sonhos no cinema e audiovisual: a abordagem mais hermética e esotérica sobre os sonhos lúcidos. Curta sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.

domingo, novembro 13, 2016

Curta da Semana: "Are You Lost In The World Like Me?" - o espelho negro do smartphone


Mais um protesto antissistema que parte do interior do próprio mainstream musical. É o vídeo-clip “Are You Lost In The World Like Me?” do DJ norte-americano Moby. Uma animação onde Disney parece se encontrar com Aldous Huxley. Um mundo distópico de tecno-fatalismo no qual todos são escravos dos verdadeiros espelhos negros narcísicos atuais representados pelas telas dos smartphones. Como todo produto industrializado que quer ser anti-establishment, forma e conteúdo estão em conflito – invoca o arquétipo do Estrangeiro (alienação e estranhamento) mas, ao mesmo tempo, cria um melancólico conformismo com a previsível estética da animação vintage e o retrô musical dos anos 1980. É a “Adgnose” na Publicidade atual.

domingo, outubro 30, 2016

Curta da Semana: "How to Make A Nightmare" - De onde vêm os pesadelos?


O Halloween está chegando, uma data festiva criada midiaticamente a partir da matéria-prima dos nossos pesadelos. E de onde eles vêm? Do inconsciente? Ou... alguém ou alguma coisa os produz para ao mesmo tempo se alimentar do nosso medo e nos manter “na linha” nesse mundo? O curta “How To Make A Nightmare” (2014) pretende abordar essa questão. O curta é mais uma evidência de como a sensibilidade gnóstica vem transformando gêneros como o terror e ficção-científica – se esses gêneros foram tributários do viés da psicanálise freudiana, nos últimos tempos tudo está mudando: sonhos e pesadelos não são mais produtos do inconsciente mas agora construções elaboradas por alguém que não nos ama.

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