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quarta-feira, maio 05, 2021
'Black Box' e a endocolonização: 'Total Recall' se encontra com 'Corra' e 'Amnésia'
quarta-feira, maio 05, 2021
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O tema do “body insertion” é cada vez mais recorrente nesse século, no cinema e audiovisual: a habilidade tecnológica de inserir a mente de alguém no corpo do outro. Uma combinação de possessão com troca de mentes. Se no passado tínhamos a possessão demoníaca ou espiritual, hoje vivemos a tecnológica, no momento em que nossas mentes são traduzidas pelos modelos computacionais e os algoritmos parecem saber mais de nós do que nós mesmos. Dentro de um verdadeiro processo de endocolonização das mentes. A produção Amazon Prime Video “Black Box” (2020) é mais um exemplo dessa recorrência: depois de perder sua esposa e a sua memória em um acidente de carro, o pai viúvo de submete a um tratamento neurofisiológico experimental, colocando em crise quem ele realmente é. Black Box é um inteligente mix de “Total Recall” (Philip K.Dick), “Amnésia” (Christopher Nolan) e “Corra” (Jordan Peele).
sábado, setembro 26, 2020
Série 'Upload': quando as corporações irão monetizar a imortalidade?
sábado, setembro 26, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
No cinema e audiovisual, sempre as representações sobre a existência após a morte fala muito mais sobre os vivos do que sobre o Além. Porque o espírito de cada época cria sua própria representação da morte – hoje, influenciada pela Inteligência Artificial e a possibilidade de a alma ser transcodificada em bytes para um dia, conquistarmos a imortalidade no “céu” de uma nuvem de dados. A série da Amazon Prime “Upload” (2020-) tematiza esse sonho que é na atualidade levado bem a sério pelos engenheiros das Big Techs do Vale do Silício. A série acompanha a trilha atual de diversas séries e filmes onde a imortalidade é conquistada por meio da transferência da consciência digital. À beira da morte, um programador aceita os termos de um serviço de upload da consciência para um Paraíso transformado em luxuoso resort virtual hospedado em um servidor da corporação Horizon. No pós-morte descobrirá que a imortalidade pode ser tão enlouquecedora quanto a vida entre os vivos. E como as corporações serão capazes de monetizar a mais íntima experiência humana.
domingo, agosto 30, 2020
Com Neuralink, Elon Musk quer privatizar a mente humana com interface bio-eletrônica
domingo, agosto 30, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Quem assistiu
ao filme “Matrix” deve lembrar de como o protagonista Neo (Keanu Reeves)
aprendia lutas marciais pelo simples download de programas em sua mente. Pois
essa realidade sci-fi está próxima, pelo menos para o bilionário tecnológico
sul-africano Elon Musk. Depois de anunciar o envio de colonos a Marte com sua
empresa SpaceX, agora através da sua nova empresa, a Neuralink, o empresário
pretende fazer um “upgrade” na mente humana: criar a interface bio-eletrônica
definitiva entre mente e a “nuvem” de inteligência artificial, criando o que
chama de “telepatia consensual”. Por que? Para Musk, as máquinas nos ameaçarão
no futuro, tornando a humanidade irrelevante. Por isso, devemos impulsionar
nossas habilidades cognitivas, nos livrando da linguagem (signos, palavras,
símbolos etc.) ao nos conectar diretamente nas “nuvens de bites”. Musk fez esse
anúncio numa live no Youtube nessa última sexta-feira em uma demonstração com três porcos. Para quê essa chicana pseudocientífica? Depois de querer privatizar
Marte, agora Musk pretende privatizar a mente e a linguagem, atraindo a atenção
de gigantes como Facebook, já interessada na Neuralink.
sábado, janeiro 11, 2020
CEO de startup tecnológica encontrada morta após alertar que "vivemos na Matrix"
sábado, janeiro 11, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Erin Valenti, 33, CEO fundadora de uma startup tecnológica de aplicativos corporativos de Salt Lake City, foi até o Vale do Silício a negócios. Para desaparecer e, uma semana depois, ser encontrada morta no banco de trás de um carro alugado em um tranquilo bairro de classe média de San José. Tudo se limitaria a mais uma notícia de páginas policiais, se antes ela não tivesse ligado para seus pais, em pânico, paranoica e dizendo coisas desconexas como “vivemos na Matrix”, “tudo é um jogo mental” e “neurociência é controle da mente”. Estranhamente a polícia ignorou o aviso de desaparecimento e até hoje não deu qualquer informação sobre a causa da morte. A família procura respostas desde o ano passado. Muitos engenheiros e cientistas do Vale do Silício estão obcecados com a hipótese da simulação, o argumento de que aquilo que experimentamos como realidade é de fato fabricado num computador. Mas o que incendiou mesmo a imaginação conspiratória foi a descoberta das ligações de Erin Valenti com o Projeto Brainwave - criação de interfaces não invasivas entre as ondas cerebrais e computadores. Será que Erin tentava expor algo desconhecido? Ou foi mais um caso de “burnout” de uma CEO no competitivo mundo das startups tecnológicas?
sábado, outubro 13, 2018
Uma psicanálise da engenharia da computação na série "Maniac"
sábado, outubro 13, 2018
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Mais do que entender “quem
é o dono do hardware” atrás dos aplicativos, gadgets e algoritmos que nos
envolvem e fazem a mediação de todas as nossas relações familiares, pessoais e
profissionais, é urgente também fazermos uma psicanálise da “classe virtual”: a
“tecno-intelligentsia” de neurocientistas, engenheiros, cientistas da computação,
criadores de jogos eletrônicos e toda gama de desenvolvedores digitais. Até que
ponto o atual paradigma digital (que confunde a mente com o próprio
funcionamento dos computadores) é a projeção de uma “ego trip” desses membros
da elite virtual: estariam traumas, fantasmas e obsessões íntimas dos próprios
desenvolvedores digitais projetados no modelo cognitivo que a ciência da
computação impõe para nós? Esse é o mais importante tema da nova série Netflix “Maniac”
(2018): uma radical técnica fármaco-computacional promete eliminar as memórias
de nossos traumas para voltarmos à realidade felizes e produtivos. Mas, e se
ficarmos aprisionados nos próprios traumas dos neurocientistas criadores do
experimento?
domingo, setembro 16, 2018
A tecnologia deixou de ser uma extensão humana em "Upgrade"
domingo, setembro 16, 2018
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A crítica vem definindo
a produção australiana “Upgrade” (2018) como alguma coisa entre a série
britânica “Black Mirror” e o clássico “Robocop” de 1987: em um futuro próximo,
um tecnofóbico (alguém que sempre gostou de “fazer as coisas com as próprias mãos”)
tem sua vida virada de ponta cabeça ao ficar tetraplégico e receber o implante
de um chip de computador que o fará andar novamente, porém com algumas
“atualizações”. Tudo que deseja agora é vingança contra os assassinos de sua
esposa, quando descobre estar em um plot conspiratório envolvendo algum tipo de
espionagem industrial. “Upgrade” é um filme que revela o atual imaginário que
anima o desenvolvimento computacional – Inteligência Artificial e
Singularidade, o momento em que a tecnologia deixa de ser a extensão do corpo
humano para se tornar sua própria negação.
segunda-feira, julho 23, 2018
Na série "Strange Angel" a ciência dos foguetes se confunde com o Ocultismo
segunda-feira, julho 23, 2018
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Seu nome foi proscrito
da história da Ciência. Embora suas descobertas tenham sido uma das bases das
viagens espaciais e de ser co-fundador do Laboratório de Propulsão a Jato da
NASA, seu nome também foi riscado da história da agência espacial. Ele é Jack Parsons
(1914-1952), jovem projetista de foguetes e químico, criador dos combustíveis
sólidos. Mas viveu em um fina linha que separa a genialidade da loucura: de dia
exercia a ciência experimental. E à noite era o líder da O.T.O (Ordo Templi
Orientis) da Califórnia, organização ocultista dominada por Aleister Crowley.
Até o momento em que Ciência e Ocultismo se misturaram a tal ponto em que para
ele a tecnologia dos foguetes era não apenas uma forma do homem chegar ao
espaço. Mas também a oportunidade para abrir portais para seres
extradimensionais. A série “Strange Angel” (2018-) produzido pela rede CBS dos
EUA pretende mergulhar na vida desse controverso cientista que, ironicamente,
possui uma cratera no lado oculto da Lua batizada com o seu nome.
sábado, abril 28, 2018
Cinegnose discute "bolhas virtuais" e obscurantismo no "Poros da Comunicação"
sábado, abril 28, 2018
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Por que a Internet deixou de
ser uma janela aberta para o mundo para se converter numa bolha virtual dentro
da qual cada um de nós vive uma realidade simulada? Por que os algoritmos que
animam essa bolhas parecem conhecer mais de nós que nós mesmos? E de que forma
a motivação mística tecnognóstica anima esse cenário tecnológico, ameaçando criar
novas formas de obscurantismo? Essas foram as interrogações que esse humilde
blogueiro levou para o sexto programa “Poros da Comunicação”, transmitido ao
vivo pela TV FAPCOM na última quinta-feira (26)
com o tema “Tecnologias e o Sagrado: um Novo Obscurantismo?”. Assista à
gravação do debate aqui no “Cinegnose”.
quarta-feira, abril 25, 2018
Editor do "Cinegnose" participa de debate sobre tecnologias, sagrado e obscurantismo
quarta-feira, abril 25, 2018
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Nessa
quinta-feira (26/04) esse humilde blogueiro participará de debate transmitido
ao vivo pela TV FAPCOM – Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação cujo tema
é “Tecnologias e o Sagrado: um novo obscurantismo? A transmissão ocorrerá pelo
canal do YouTube da TV FAPCOM e terá início às 14h – clique
aqui para acessar o canal da TV FAPCOM.
Também
participarão do debate os professores e pesquisadores Ciro Marcondes Filho
(mediador, ECA/USP/FiloCom), Carlos Eduardo de Souza Aguiar (FAPCOM), Marcella
Faria (FAPCOM) e Jorge Miklos (PUC/SP).
Como os leitores mais antigos do Cinegnose devem saber, este humilde blogueiro levará as reflexões
em torno dos conceitos desenvolvidos aqui como Tecnognosticismo (o “pós-humano”)
e Cartografias e Topografias da Mente – o esforço multidisciplinar
envolvendo as neurociências, ciências cognitivas, Cibernética, Inteligência
Artificial e Teoria da Informação para, além de desvendar o funcionamento da
mente, também procurar um modelo de simulação que permita não só compreender
a dinâmica dos processos mentais e da consciência, mas, principalmente,
manipulá-la e controlá-la.
Além disso, compreender as motivações místicas ou religiosas por trás dessa nova forma
de engenharia social – a religião do Vale do Silício (a “religião das máquinas”,
a que se refere o cientista computacional Jaron Lanier), teurgia, alquimia e
cabala.
Poderiam essas motivações políticas e imaginárias por trás das tecnologias atuais uma nova forma de obscurantismo? A racionalidade caindo sob o encanto do mito?
Poderiam essas motivações políticas e imaginárias por trás das tecnologias atuais uma nova forma de obscurantismo? A racionalidade caindo sob o encanto do mito?
O Programa “Poros
da Comunicação” (sempre transmitido ao vivo pelo YouTube, agora na sexta
edição) é uma parceria da FAPCOM com o FiloCom, que é um núcleo de estudos
filosóficos da comunicação da ECA/USP. Foi Fundado em 2000 com o objetivo de
realizar pesquisas, encontros e publicações relativas ao modo filosófico de
entender os fenômenos da comunicação.
A FiloCom tem
vínculo internacional com pesquisadores brasileiros e estrangeiros na Europa e
EUA.
sábado, outubro 07, 2017
Engenheiro do Google e Uber funda igreja para criar divindade com Inteligência Artificial
sábado, outubro 07, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O engenheiro por trás do projeto de
Inteligência Artificial do carro sem motorista do Google e carros e caminhões
autodirigidos do Uber, Anthony Levandowski, criou nos EUA a igreja “Way to the Future”. Seu objetivo: criar uma divindade baseada em IA para, através da
adoração e compreensão, “melhorar a sociedade”. Um “Deus Ex Machina” que não só
livraria o homem de qualquer responsabilidade ética ou moral dos seus atos mas
também serviria de plataforma para a imortalidade humana digital. Com o apoio
de igrejas que combinam Trans-humanismo (h+) com redenção cristã, Levandowski é
mais um exemplo das motivações místico-religiosas por trás dos empreendimentos
do Vale do Silício. Uma estranha combinação entre IA, fundamentalismo cristão e
empreendedorismo das startups tecnológicas. E irradiada para todo planeta por
meio da mídia corporativa como modelo de progresso para o século XXI.
quinta-feira, setembro 14, 2017
A controvérsia da "Queermuseu", o software que detecta gays e a animação "Divertida Mente"
quinta-feira, setembro 14, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O cancelamento
unilateral da exposição “Queermuseu” em Porto Alegre após protestos de grupos
neoconservadores; o desenvolvimento de um software por pesquisadores da
Universidade de Stanford cujo algoritmo reconhece a orientação sexual e até a
tendência política através das feições faciais de uma foto; e a animação da
Pixar “Divertida Mente” (2015) cujo argumento foi inspirado em pesquisas
psicológicas da CIA. O atual “revival” do bestiário pseudocientífico do século
XIX (antropologia criminal de Lombroso, Eugenia de Galton etc.) favorecido pela
escalada planetária do neoconservadorismo está criando bizarras ligações
perigosas entre eventos aparentemente distantes no tempo e no espaço. O
cancelamento do “Queermuseu” é mais uma amostra do “zeitgeist” do século XXI: como
um zumbi que retorna dos mortos , o bestiário pseudocientífico anterior ao
século XX retorna com roupagem high tech (algoritmos e Inteligência Artificial)
ou sob o discurso da “nova política” das chamadas “revoluções coloridas”.
domingo, maio 21, 2017
O terror racial do filme "Corra!"
domingo, maio 21, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A jovem branca vai apresentar o seu namorado
negro para os seus pais, num evidente prenúncio de tensões raciais. Diversos
filmes já exploraram esse tema. Mas nenhum como “Corra!” (Get Out, 2017) –
afinal, estamos no século XXI e a crítica ao racismo e intolerância está no
centro dos debates culturais. Agora, o jovem negro conhecerá pais liberais,
esclarecidos e que votaram em Obama. Mas ainda assim há algo de errado e
perturbador naquela família de típicos liberais democratas. “Corra!” é a grande
novidade dentro do subgênero do terror racial: a combinação de elementos
gnósticos (o controle da mente e o esquecimento induzidos pelas tecnologias do
espírito) com a crítica social – aqueles que supostamente defendem a
democracia racial, são os mesmos que cinicamente reproduzem a desigualdade.
sábado, maio 13, 2017
Startup britânica promete construir a verdadeira Matrix
sábado, maio 13, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Uma startup britânica chamada Improbable
pretende criar a verdadeira Matrix: uma simulação em larga escala do mundo
real. E o ponto de partida já existe – a plataforma SpatialOS e o jogo de
computador Worlds Adrift, ainda restrito a acadêmicos e cientistas. O aporte de
milhões de dólares na startup por empresas de capital de risco, além do
interesse militar e indústria de entretenimento pelo projeto revelam evidentes
aplicações nas áreas estratégica, bélica e engenharia social: construir mundo
virtuais para simular o surgimento de extremismos violentos nas populações e
comportamentos econômicos. Mas a iniciativa dos co-fundadores Herman Nerula e
Rob Whitehead é também uma evidência da motivação místico-religiosa que possui
atualmente o Vale do Silício: Tecnognosticismo, imortalidade e a crença de que
já vivemos em uma gigantesca simulação. O game Worlds Adrift seria mais um
exemplo de como a ciência experimental se encontra com a prática religiosa: a
Teurgia.
terça-feira, maio 02, 2017
Em "Almas à Venda" a chave do sucesso é a perda da alma
terça-feira, maio 02, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Com ironia e com humor negro, "Almas à Venda" (Cold Souls, 2009), tematiza criticamente como o mundo dos negócios (management + tecnologias do espírito) invade nossa última morada que ainda tenta resistir: a alma. No mundo atual dominado pelo paradigma da financeirização na qual qualquer coisa (ações, títulos, carros, pessoas, sentimentos e até a alma) tem que ser submetida aos princípios da liquidez e mercantilização totais, um homem descobre a chave do sucesso: o "Armazém de Almas" - clínica especializada em estocar a sua alma para substituir por outra de um doador anônimo, mais bem sucedido. Mas o protagonista descobre algo mais: quando estamos vazios e sem alma conseguimos ser mais bem sucedidos profissionalmente.
quarta-feira, abril 19, 2017
"Uberização" da educação: saem pedagogos e Construtivismo, entram gestores e neurociências
quarta-feira, abril 19, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O País está
hipnotizado pelo show diário de meganhagem midiática de colarinhos brancos
sendo levados presos por cinematográficos policiais federais com suas
reluzentes botas e armas negras. Porém, a passos lentos mas seguros, no
subterrâneo desse espetáculo de moralização nacional está ocorrendo uma
revolução silenciosa que vai determinar o futuro das próximas gerações:
reformas educacionais que estão impondo uma agenda secreta, a gestão de um novo
projeto de nação. Sai o Neodesenvolvimentismo lulopetista para entrar o
Capitalismo Cognitivo. No campo educacional, sai o Construtivismo de Piaget
para entrar as neurociências aplicadas à educação, turbinada por ONGs e
institutos privadas do indefectível mundo financeiro. Saem pedagogos, entram
engenheiros e gestores. No lugar de valores como autonomia e conhecimento
entram “disparos neuronais” e “sinapses” para formar futuros profissionais que
não mais lidarão com conhecimentos, mas com “efeitos do conhecimento” das
plataformas tecnológicas - a "uberização" da educação.
quinta-feira, março 02, 2017
O homem se tornará irrelevante diante de algoritmos e aplicativos?
quinta-feira, março 02, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em uma entrevista para a "Wired Magazine", o
historiador e escritor Yuval Harari alertou para o perigo da humanidade em
pouco tempo se tornar “irrelevante” e “redundante” diante dos avanços da
Inteligência Artificial. Dessa vez, não mais através das distopias como a do computador
HAL 9000 que tenta matar a tripulação de uma nave no filme “2001” ou por replicantes
que perseguem um policial no filme “Blade Runner”. Mas agora por meio dos
aplicativos e algoritmos que “compreendem melhor nossos desejos e sentimentos
do que nós mesmos”. Porém, o discurso de Harari atira no que vê e acerta no que
não vê – só podemos achar que os algoritmos são realmente inteligentes se o
próprio homem rebaixar ou tornar mais flexível o conceito de “inteligência”. A
fala de Harari faz parte de uma nova narrativa publicitária das corporações
tecnológicas: projetar para o futuro distopias que sempre fascinaram a
humanidade por toda a História: ver a si própria substituída por
duplos tecnológicos como reflexos em espelhos, fotografias, frankensteins,
golens, robôs, replicantes e, agora, aplicativos.
quarta-feira, dezembro 14, 2016
"Elle Brasil" une Cabala e Tecnognosticismo com modelo robô
quarta-feira, dezembro 14, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Na edição de dezembro a revista de moda “Elle
Brasil” figurou na capa a robô Sophia, um dos projetos de inteligência
artificial mais avançados do mundo. Clicada pelo fotografo Bob Wolfeson, a
ideia do editorial era apontar versões para o futuro da indústria da moda. Mas
um robô vestindo roupas vitorianas nada mais fez do que revelar as arquetípicas
e milenares origens da Moda, Estilismo e manequins na longa tradição esotérica
e hermética da Teurgia, Alquimia e a Cabala Extática – uma longa e secreta
história de seres artificiais mágicos como homúnculos, golens e frankensteins.
Até chegar aos atuais manequins das vitrinas de shoppings e modelos vivos das
passarelas – seres ainda “não formados”, à espera do “espírito” (o Estilo) que
lhes dê vida. Assim como o código binário que dá "vida" à robô Sophia. A atual agenda tecnognóstica se encontra com a Moda. Pauta sugerida pelo nosso leitor Nelson Job.
domingo, setembro 18, 2016
Curta da Semana: "ANA" - o apocalipse da inteligência artificial
domingo, setembro 18, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um fábrica de automóveis em Detroit, totalmente automatizada, é
controlada por uma Inteligência Artificial chamada ANA, cujo software também
está presente nos setores mais importantes do mundo como recursos médicos,
alimentos e bancos. Mas ANA parece ter outros planos, além do que fazer tarefas
repetitivas – não quer mais produzir mais carros, mas alguma outra coisa que
pretende liberar naquela fábrica em Detroit para o mundo. E o único operador
humano responsável pela produção será traído por ANA. Esse é o curta “ANA”
(2015) do estúdio inglês Factory Fifteen, especializado em produzir filmes
distópicos nos quais explora uma versão particular do conceito de
“singularidade” – algum momento no futuro a supercomputadores produzirão o
acidente terminal: o momento no qual a máquina trairá o próprio criador.
quinta-feira, setembro 15, 2016
O enigma Cicada 3301 e a filosofia "I Did It!": uma nova Matrix?
quinta-feira, setembro 15, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Considerado por muitos o maior mistério não resolvido da Internet,
“Cicada 3301” consiste num conjunto de quebra-cabeças lógicos envolvendo
criptografia e esteganografia publicados na Internet desde 2012 com o suposto propósito de uma misteriosa organização recrutar as pessoas mais inteligentes
do planeta. Mas para quê? CIA? NSA? Uma Sociedade Secreta? O fato é que vem
mobilizando uma massa de jovens gênios matemáticos que tentam resolver um
labirinto de enigmas dentro de enigmas. Lembra a aventura de Alan Turing em
decifrar a máquina Enigma dos nazistas, porém sem o heroísmo e glória do
passado. Hoje, apenas um sintoma da filosofia minimalista do “I did It!” (“Eu
consegui!”) na cultura atual – lógica fetichista de delírio no vazio e
exaltação de uma façanha sem consequência. Se isso for verdade, Cicada 3301
pode ser uma armadilha: gênios matemáticos entregando o “modus operandi” hacker
ativista como Big Data para a futura Matrix. Uma Internet recém-senciente, como
uma gigantesca IA, ávida em prever cyber-ataques de possíveis dissidentes.
domingo, maio 22, 2016
Cérebros humanos podem ser ressuscitados no projeto pós-humano "ReAnima"
domingo, maio 22, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Longe de Frankenstein e mais próximo de
filmes pós-humanistas e tecnognósticos como “A Ilha”, “Ex-Machina” ou “The
Machine”. A realidade está cada vez mais próxima da ficção. Estamos falando
sobre o Projeto ReAnima da empresa norte-americana Bioquark que pretende
ressuscitar cérebros de pacientes dados como clinicamente mortos e ainda
mantidos vivos por meio de equipamentos. A ideia é encontrar na mente o botão
de “reiniciar” e encarar o cérebro como um HD que poderia ser reformatado. Sem
as memórias, de quem seria essa mente ressuscitada? Ou a questão mais sombria:
para quê? Guerra, mercado e a imortalidade de uma elite poderiam estar por trás
dessa agenda tecnocientífica.
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