sexta-feira, outubro 04, 2024

Pós-meritocracia: grande mídia foi traída pela Faria Lima


Poucos estão percebendo uma sutil ironia que envolve o crescimento desse novo ecossistema digital composto, de um lado, pelas apostas e cassinos online; e do outro, a atração da classe média pela diversificação das carteiras de investimentos no alcance dos dedos na tela de um smartphone. “Colonistas” da grande mídia estão se sentindo traídos pelo seu maior aliado e patrocinador, a Faria Lima, a “elite irresponsável” que se apaixonou pelo “forasteiro” Pablo Marçal. Mais do que um hype, Marçal é um sintoma do zeitgeist desse novo ecossistema digital: a pós-meritocracia e a gameficação. Que coloca em xeque a ideologia do mérito-empreendedorismo que o jornalismo corporativo abraçou como a terra prometida pós golpe de 2016. Não chegamos a nenhuma terra prometida, enquanto a Faria Lima descobriu que está no mesmo negócio de apostas e cassinos. Pós-meritocracia: o povo não quer mais empreender, quer jogar!

terça-feira, outubro 01, 2024

Netanyahu atrapalha "Axé" Kamala? Queimadas no País são as novas Jornadas de 2013? Esquerda descobriu a roda: 'pobre de direita'!



O Joe “pato manco” Biden já estava de pijamas quando o Irã lança mísseis contra Netanyahu. “Axé” Kamala já está preocupada com o fogo amigo de Biden: bala de prata de Trump nas eleições? Enquanto no Brasil, grande mídia esfrega as mãos e estuda como a crise vai sobrar para o Lula. Vamos discutir esses e outros assuntos na Live Extra Cinegnose 360 #69, nessa quarta-feira (02/10), às 18h, no Facebook e YouTube. Depois das trepidantes Conversas Aleatórias, a Crítica Midiática: Escalada da guerra no Oriente Médio? Vai sobrar para o Lula; “Elite Inculta”: agora é Miriam Leitão que reage à pós-meritocracia; “Pobre de Direita”: a esquerda descobriu a roda! Brasil ainda queima: é a nova “Jornadas de 2013”? Como retórica das mudanças climáticas ajudam reeleições; Felipe Neto inventa o conceito de “ódio sistêmico”... e outras bombinhas semióticas.

O horror do fardo da autoconciência e da obsolescência em 'A Substância'


Filmes críticos sobre como nos sentimos (em particular, as mulheres) esmagados por padrões de beleza impossíveis e pela hiperfixação da sociedade na juventude não é novidade. Mas “A Substância” (The Substance, 2024) não é uma crítica genérica: a diretora Coralie Fargeat abre fogo contra a cultura atual das promessas prét-à-porter de beleza e juventude – a cultura Ozempique. Com a propaganda que promete a chance de “se sentir como você mesmo novamente”, barato e com resultados rápidos. Uma atriz premiada que se tornou cinquentona vê sua vida perder o controle ao ser discretamente afastada pela indústria do entretenimento sempre em busca de “carne nova”. Espelhos e sociedade da imagem criam o fardo da autoconsciência e da obsolescência. E um conto de horror corporal que lembra os filmes de Cronenberg e o banho de sangue final de “Carrie” de Brian de Palma.

sábado, setembro 28, 2024

Eufemismo e Líbano exploitation; Miriam Leitão e 'Vodou Economics'; a mafiosa uberizadora do sexo; Folha reage à pós-meritocracia


Para grande mídia, de repente brasileiros “morrem durante conflito”, a guerra é sobre “Israel X Hezbollah”, enquanto o “conflito escala”. Vamos discutir o impagável e vasto repertório de eufemismos e frases sem sujeito do jornalismo corporativo na Live Cinegnose 360 #175, nesse domingo (28/09), às 18h, no YouTube e Facebook. Para começar, a música da banda Simple Minds: a angústia do esquecimento na geração MTV. Depois, vamos analisar os filmes “Longlegs – Vínculo Mortal” (o Diabo é brincalhão e perverso) e “Bardo Blues” (o guia do mochileiro do após morte). E nos livros do humilde blogueiro, os sete achados de Freud que mudaram a História. Crítica Midiática da semana: a guerra de Netanyahu: o jornalismo não informa, eufemiza; quem ganha com queimadas e crise ambiental? Miriam Leitão, a feiticeira do “Vodou Economics”! Modus operandi das máfias: o caso Fatal Model e da climatologista Luciana Gatti; o que o caça mais avançado da Marinha dos EUA estava fazendo no Brasil? A onda pós-meritocrática: Folha reage contra “a era da impaciência”. Venha participar!

sexta-feira, setembro 27, 2024

O Diabo brincalhão e perverso do gótico americano em 'Longlegs - Vínculo Mortal'


O Diabo é brincalhão e perverso. Se ele quer dominar mesmo o mundo porque não ataca de uma vez o Vaticano, possuindo cardeais e o Papa? Não! Ele prefere possuir crianças ou atormentar um vigário qualquer em uma paróquia distante. Por isso o Diabo é uma figura próspera no gótico americano, repleto de famílias puritanas e fundamentalistas cristãos imersos na castidade paranoica. Todo o hype em torno do thriller de terror “Longlegs - Vínculo Mortal” (Longlegs, 2024) era verdadeiro, ao combinar os tropos principais do gótico americano com a figura do Detetive pós-moderno, cuja lógica e intuição é incapaz de solucionar o enigma de um serial killer com motivações ocultistas satânicas. Porque o próprio detetive é a parte principal do problema. “Longlegs” lembra “O Silêncio dos Inocentes”. Mas sem a bússola que Lecter representava para a Clarice. O Detetive está só, sugado cada vez mais pelo “vínculo mortal”.

terça-feira, setembro 24, 2024

Marçal, filho dileto da mídia e pós-meritocracia; extrema direita quer combater o patriarcado e o racismo: e agora? Ninguém quer parar Netanyahu


Se a lei eleitoral desobriga à grande mídia convidar Pablo Marçal, por que insiste em colocá-lo nos debates? Qual o ardil da grande mídia, controlada por apenas cinco famílias? Esse é apenas um dos temas da Live Extra Cinegnose 360 #68, nessa quarta-feira (25/09), às 18h, no YouTube e Facebook. Começando com a terceira edição das Conversas Aleatórias: através do chat, uma conversa livre e fora de pauta. E depois, a Crítica Midiática: Pablo Marçal é o filho dileto da grande mídia e da pós-meritocracia – e a cobaia do laboratório político de SP; o telecatch do Judiciário com Deolane e Gustavo Lima; o ministro “Kasio com K” estava na festa de foragido da Justiça; extrema direita também que combater o patriarcado e o racismo... e agora? Líbano: porque Ocidente não quer parar Netanyahu; exército ucraniano desmorona: oficialmente, 80 mil desertores. EUA não sabem como acabar com a guerra.  

Em defesa de Pablo Marçal: ponham ele na conta da grande mídia



Se a lei eleitoral desobriga à grande mídia convidar Pablo Marçal, por que insiste em colocá-lo nos debates? Mesmo com os recorrentes problemas, como no último debate Flow Podcast? Hipocritamente, o jornalismo corporativo se posiciona com a vestal da moralidade política e continua denunciando as “cenas deprimentes”. Marçal é a garantia de audiência e clickbaits de um produto midiático que se tornou engessado e monótono ao longo dos anos. Além de garantir dissonância cognitiva necessária para desmoralizar a política - que alimenta a extrema direita. É hora de defender Marçal, colocando-o na conta da grande mídia: ele é seu filho dileto. Mais do que isso: representa a “pós-meritocracia” dentro do ecossistema atual dos jogos e apostas online e do cassino dos investimentos financeiros para as “sardinhas” iludidas da classe média. Pós-meritocracia: caldo cultural que envolve o ideário da autoajuda, messianismo coach e a promessa do enriquecimento rápido através da gameficação generalizada nesse novo ecossistema da mídia convergente. 

sábado, setembro 21, 2024

SP Metal; Tábata tem razão: Marçal é o jogo do tigrinho; retórica das mudanças climáticas ajuda em reeleições;teleféricos e ubers para a periferia


Marte ataca? Não, é Netanyahu e seus pagers explosivos! Prometendo levar o conceito de Estado terrorista a um novo patamar: a paranoia global com laptops, celulares... Venha discutir esses e outros temas na Live Cinegnose 360 #174. Que começará com o Heavy Metal SP: imergindo na subcultura metaleira brasileira. Para depois discutirmos dois filmes: a continuação “Os Fantasmas Ainda se Divertem” (como Tim Burton transformou o Gótico Americano em entretenimento) e o terror “Cuckoo” (a simbologia do pássaro cuco e darwinismo social). Na sessão dos livros, é possível uma sociedade da esperança? Na Crítica Midiática: Netanyahu e o pagers assassinos: temos que nos preocupar? Copom e Selic: Galípolo se exibiu para a Faria Lima; Tábata tem razão: Pablo Marçal é o jogo do tigrinho; Retórica das mudanças climáticas: como tragédia ambiental ajuda em reeleições; Como faria limers veem a periferia: depois de teleféricos, ubers no lugar de ônibus.

O horror da tentação darwinista social no filme 'Cuckoo'


Todo filme de terror explora os simbolismos mais recônditos da humanidade. Mas “Cuckoo” (2024), escrito e dirigido pelo alemão Tilman Singer, vai resgatar um simbolismo inusitado: o do passarinho cuco, notabilizado pelo relógio clássico – uma ave parasita e imitadora. Uma adolescente se muda para os Alpes alemães com o pai, madrasta e meia-irmã. Ao lado de um resort remoto e vazio. Sabemos que desde “O Iluminado” isso não traz bons pressentimentos. “Cuckoo” é um conto humano-aviário fantasmagórico que se transforma em puro show de aberrações e horror corporal. Mas que dá uma alerta: a tentação darwinista social presente nas formas mais inesperadas e surpreendentes na História – a aspiração totalitária pela busca de uma suposta pureza deixada por nós em algum paraíso natural perdido. E que a todo custo teria que ser recuperado.  

quinta-feira, setembro 19, 2024

'Os Fantasmas Ainda se Divertem': como Tim Burton transforma o Gótico em entretenimento


Assim como as animações da Walt Disney, Tim Burton tem a habilidade de transformar temas sombrios em entretenimento. Se em Walt Disney são os temas do abandono e separação, no caso de Tim Burton seus filmes transformam o Gótico americano de Edgard Allan Poe e Herman Melville em diversão para que o sonho americano dê risadas de si mesmo. Em “Os Fantasmas Ainda se Divertem” (Beetlejuice Beetlejuice, 2024), Burton retorna aos seus efeitos práticos e brinquedos analógicos para levar o Estranho, o Fantástico e o Sobrenatural para a típica família suburbana disfuncional: se no primeiro filme de 36 anos atrás a protagonista era a filha adolescente melancólica e depressiva, agora temos uma nova filha adolescente – também melancólica e depressiva, mas dessa vez pela ausência materna. Supostamente, a mãe prefere mais os fantasmas aos vivos. E Michael Keaton retorna sensacional ao rançoso e rabugento demônio, convidado a voltar ao mundo dos vivos exatamente pela disfuncionalidade do sonho americano.

terça-feira, setembro 17, 2024

Bets e governo: entre nova receita e pandemia psíquica; Marçal dá cadeirada nele mesmo; Globo manda Gabeira para Roraima para criar nova crise


VEM PRA BET VOCÊ TAMBÉM, VEM!!! Bets têm até outubro para se regularizarem. Quem não se regularizar, será considerada BET PIRATA... qual a diferença atual entre o dinheiro falso e o dinheiro especulativo do mercado financeiro? Pois é, será a mesma coisa com os jogos on-line. Esse é um dos temas da Live Extra Cinegnose 360 #67, nessa quarta-feira (18/09), às 18h, no YouTube e Facebook. Depois do novo quadro Conversas Aleatórias, a Crítica Midiática da semana: Marçal deu a cadeirada em si mesmo e virou Padre Kelmon; por que agressões físicas em debates na TV acompanham países que sofreram ataques de guerra híbrida? Queimadas e guerra híbrida: Portugal e ataques em escola; Engenharia social? Bets e prostituição patrocinam futebol brasileiro; Globo manda Gabeira para Roraima para prospectar mais uma “crise diplomática”; “Superquarta”: Galípolo vai cortar da própria carne para a Faria Lima?

sábado, setembro 14, 2024

PJ Harvey; Jornalismo Tostines; enchentes, seca e incêndios: o Capitalismo de Desastre; o boné de Biden; a geopolítica imaginária da mídia brasileira


O Brasil queima! Enquanto isso a grande imprensa tupiniquim dá uma grande contribuição para a história do jornalismo, para além do seu grande léxico de eufemismos: o JORNALISMO TOSTINES, com paradoxos que desafiam a lógica! Venha conhecer essa revolução da linguagem jornalística na Live Cinegnose 360 #173, nesse domingo (15/09), às 18h, no YouTube e Facebook. Que começa com PJ Harvey: quando o rock alcança a maioridade. Depois vamos analisar o novo filme de Shyamalan “Armadilha” (inverossimilhança e gap geracional) e “Yannick” (a subversão metalinguística contra o entretenimento comercial). Na sessão dos livros, uma reflexão filosófica sobre o Wokeísmo. E na Crítica Midiática: Jornalismo Tostines ou como dar a notícia e não dizer nada; enchentes, seca e incêndios abre novo mercado: o Capitalismo de Desastre; a Opinião Pública não existe: por que pesquisas Quaest e DataFolha dão resultados tão diferentes? Debate Kamala X Trump: mídia brasileira e o seu conto de fadas geopolítico; O boné de Biden: esse homem pode decidir pela Terceira Guerra Mundial. Tudo isso nesse domingo!  

sexta-feira, setembro 13, 2024

O Brasil pega fogo: Jornalismo Tostines e Capitalismo de Catástrofe



Olhamos para as imagens dos incêndios que estão fazendo o País arder e pensamos imediatamente em apocalipse e nas imagens hollywoodianas de filmes como Mad Max. Por que é mais fácil a gente pensar no fim do mundo do que no fim do Capitalismo? Por que falar em Capitalismo? Por que todos esses incêndios guardam um padrão que o jornalismo hegemônico quer esconder: recorrência, sincronismo, sequencialização e precipitação, apontando para uma engenharia política do caos. Muito além do “Aquecimento Global”. E que toda a catástrofe ambiental brasileira é provocada pelo modelo produtivo neocolonial digital de exaustão de todos os biomas. Entra em ação o “jornalismo Tostines”, de viciosidade e “rocambole semiótico”. Mas nem tudo está perdido: a Faria Lima descobriu o Capitalismo de Catástrofe e as Climatechs. Como a catástrofe pode se transformar numa lucrativa commodity. 

A subversão contra a fascinação e o tédio no entretenimento em 'Yannick'


Desde que filmou um pneu serial killer rodando pelo deserto se vingando dos humanos que o descartaram em “Rubber” (2010), o diretor francês Quantin Dupieux é obcecado pela ideia da desconstrução todas as regras que regem o roteiro de cinema (principalmente a ideia de verossimilhança). Em "Yannick" (2023, em exibição na MUBI), dessa vez Dupieux volta a desconstrução para a relação do público com o entretenimento – no caso, uma plateia e os atores no palco de um pequeno teatro em Paris. Um espectador insatisfeito resolve fazer justiça com as próprias mãos – confronta os atores e, num ousado exercício metalinguístico, decide reescrever a peça em tempo real e dirigir os atores. Com uma arma na mão, pega todos como reféns da sua fúria crítica. Um filme deliciosamente subversivo que tematiza os sentimentos conflitantes de fascinação e tédio que envolvem o consumo do entretenimento comercial.

quinta-feira, setembro 12, 2024

'Armadilha': Shyamalan entre a inverossimilhança e o gap geracional


Será mesmo um estádio lotado com 20 mil pessoas para assistir ao show de um ícone pop o melhor lugar para se prender um homem desconhecido? Para M. Night Shyamalan, sim! Todo roteiro ficcional faz um pacto de suspensão da incredulidade com o espectador. Através da verossimilhança. Mas “Armadilha” (Trap, 2024) força muito a barra – o FBI transforma um estádio em uma grande armadilha para capturar um notório serial killer. Com referências a Hitchcock e Brian De Palma, Shyamalan parece ter transformado o seu último filme em veículo para sua filha, cantora e compositora. Ainda assim, “Armadilha” suscita dois temas do século XXI: a transformação das celebridades em influencers e a ausência simbólica do pais pelo aumento do gap geracional. 

terça-feira, setembro 10, 2024

Brasil Mad Max hipernormalizado; PL da Anistia e Alopragem política; Globo vai entrar no mercado de cassinos; Kamala X Trump


Desde a infância ouvimos dizer que o Brasil é o país do futuro. Pois o futuro chegou! O futuro do filme Mad Max, desértico e em combustão – figurado e literal. Vamos discutir esse e outros temas na pauta da Live Extra Cinegnose 360 #66, nessa quarta-feira (11/09), às 18h, no YouTube e Facebook. Com uma novidade: o quadro “Conversas Aleatórias” – conversas no chat sobre qualquer assunto com o humilde blogueiro. Depois, a Crítica Midiática: como se hipernormaliza o Brasil Mad Max no jornalismo corporativo; Sai Silvio Almeida entra Macaé Evaristo: a inapetência Woke continua; Jornalistas da Globo incomodados: Grupo Globo vai entrar no mercado de cassinos; Marçal X Malafaia: alopragem política ou divisão na extrema-direita? Apropriação semiótica e alopragem política: a PL da Anistia; Venezuela: exílio político ou acordo político? Debate Kamala X Trump – estratégia alt-right vs. retórica neoliberal progressista. 

sábado, setembro 07, 2024

Go-Go's; Silvio Almeida e a bola de ferro identitária woke; queimadas, bets viram braço do crime organizado, mas mídia só pensa na Venezuela




Fogo no parquinho identitário? Uma conspiração do “racismo estrutural” contra o ministro Silvio Almeida? Por que, quase um ano depois do assédio, Anielle Franco denuncia para uma ONG global? Mais uma bola de ferro para Lula arrastar? Depois da geopolítica a “identitária woke?”. As respostas para todas as perguntas, na Live Cinegnose 360 #172, nesse domingo (08/09), às 18h, no YouTube e Facebook. Começando com a banda Go-Go’s: a versão punk feminina do Sonho Americano. Também vamos discutir os filmes “Tipos de Gentileza” (relações de dominação muito além da sociedade disciplinar); “Nocturama” (explodam estátuas e palácios, mas deixem os shoppings!). Nos livros do humilde blogueiro, a “Sociedade do Cansaço”. E na Critica Midiática da semana: caso Silvio Almeida – fogo no parquinho identitário ou... algo mais? O país incendiando e a mídia faz presunção da catástrofe climática; Bets, Deolane e Futebol: engenharia social; ONS: apertem os cintos que o Estado sumiu;  DataFolha: Marçal cresce e rejeição aumenta: um pequeno caso de Teoria da Informação.

sexta-feira, setembro 06, 2024

'Tipos de Gentileza': as relações de dominação atuais estão muito além da sociedade disciplinar


Depois dos filmes narratologicamente “normais” como “The Favorite” e “Poor Things”, o diretor grego Yorgos Lanthimos retorna ao modo provocativo com o filme “Tipo de Gentileza” (Kinds of Kindness, 2024) – a retomada do tema que marca sua filmografia: o fascínio pela dinâmica brutal de poder que governa as relações humanas. Os três episódios que compõem as quase três horas de metragem ecoam teses como a da “servidão voluntária” de Éttiene de La Boétie ou do “medo à liberdade” de Erich Fromm. O filme é sobre dominação e controle, mas numa perspectiva que passa longe da “sociedade disciplinar” de Foulcault. É sobre a atual sociedade da positividade, do desempenho. E, como no informa o título, marcada por “gentilezas” que permeiam as relações de submissão – todas são dominadas por uma atmosfera de educação, delicadeza, onde o controlador vivamente demonstra empatia e interesse no bem-estar do submisso. Até a atmosfera carregada entrar em combustão e explodir. 

terça-feira, setembro 03, 2024

Extrema direita é sintoma da 'Sociedade do Cansaço'; timing do Xandão para o Sete de Setembro; Miriam Leitão terrorista



Na capa da Live Extra #62, esse Cinegnose foi profético... Pablo Marçal disse: “Ocês ainda vão sentir saudades do Bolsonaro!”. Marçal pulou 7 pontos na última pesquisa. Sintoma ou personagem necessário para a narrativa midiática? Esse é um dos temas da Live Extra Cinegnose #65, nessa quarta-feira (04/09), às 18h, no YouTube e Facebook. Começando com os Comentários Aleatórios, depois vem a Crítica Midiática: o candidato coach, sociedade do cansaço e o Capitólio Tabajara; Bastidores do programa Roda Viva: Marçal e marketing de guerrilha; será que o timing do Xandão foi preparar o clima para o Sete de Setembro? telecatch Xandão X Musk: defesa brasileira está nas mãos da Starlink; Terrorismo monetarista de Miriam Leitão ataca outra vez; agora é rabiola de pipa que ameaça sistema elétrico; Folha tentou dizer que greves e protestos em Israel eram contra Hamas. E outras bombinhas semióticas que eventualmente explodam até as 18h.

O candidato coach, a Sociedade do Cansaço e o Capitólio Tabajara


O ex-coordenador da campanha de Trump, Steve Bannon, disse certa vez a jornalistas: “vocês ainda terão saudades de Trump”. Nada é surpreendente no candidato coach Pablo Marçal: ele é apenas a evolução natural da estratégia alt-right de comunicação: forçar os limites de regras, legislações e instituições que supostamente defenderiam a Democracia. O que surpreende é observar como a sociedade não consegue oferecer nenhuma resistência: por todos os lados ou há omissão e negação ou, no caso da grande mídia, hipernormalização. De um lado, o candidato coach é o sintoma daquilo que o filósofo Byung-Chul Han chama de “Sociedade do Cansaço” – uma sociabilidade limítrofe e no espectro do déficit de atenção na qual o excesso de positividade normaliza a própria disfunção; e do outro, Marçal é personagem necessário para reforçar a narrativa do “Capitólio Tabajara” – que a suposta tentativa do golpe de Estado no 08/01 falhou porque “as instituições estão funcionando”.

sábado, agosto 31, 2024

Echo & The Bunnymen; o telecatch Xandão vs. Musk da plataforma de streaming da política brasileira; a namorada de Galípolo e o jornalismo


Chegamos ao ápice do telecatch Xandão vs. Musk... quando será o plot twist dessa série da verdadeira plataforma de streaming em que virou a política brasileira? Para entender, não perca a Live Cinegnose 360 #171 desse domingo (01/09), `as 18h, no YouTube e Facebook. Começando com Echo and the Bunnymen: introspecção e transcendência na adolescência do pós-punk. Depois, dois filmes: “Crumb Catcher” (quando empreendedorismo e motivação coach explodem em violência) e o clássico “Sexo, Mentiras e Videotape” (o obscuro objeto da sexualidade). Nos Livros do Humilde Blogueiro, Slavoj Zizek, Lacan e Marx. Na Crítica Midiática da Semana: Dissecando a narrativa telecatch Xandão vs. Musk; Musk e o cemitério de Teslas: é o crash de 1929, estúpido! O velho script alt-right de Pablo Marçal; a namorada de Galípolo da CNN: um “case” de promiscuidade do jornalismo corporativo; Zelensky está derrubando os próprios F-16 que EUA deram. E outras bombinhas semióticas.

sexta-feira, agosto 30, 2024

O obscuro objeto da sexualidade em 'Sexo, Mentiras e Videotape'



Sexo, Mentiras e Videotape” (1989), o filme de estreia de Steven Sorderbergh e ganhador da Palma de Ouro em Cannes, era, na época, um filme otimista: a esperança de que as novas tecnologias de vídeo resgatassem a materialidade e o espontâneo num mundo dominado pelos simulacros. Mal se sabia o que viria no próximo século: a democratização dos simulacros através das selfies e redes sociais. O filme conta a história de quatro pessoas cujas vidas sexuais estão seriamente confusas em torno de mentira. Até que a chegada de um forasteiro com um fetiche incomum (colecionar VTs com entrevistas nas quais mulheres confessam suas fantasias sexuais) muda tudo. Ele procura ir para além das mentiras e jogos de aparências da sedução, tentando encontrar a verdade da sexualidade nos vídeos. Estamos na pós-sexualidade: o reino das palavras que tentam suturar feridas psíquicas.

Empreendedorismo e motivação coach explodem em violência no filme 'Crumb Catcher'


Estamos vivendo a época da combinação infernal entre empreendedorismo e motivação coach – o paroxismo de toda a literatura de autoajuda, desde o seminal livro “Como Fazer Amigo e Influenciar Pessoas” de 1936. O resultado disso é mostrado na comédia dramática de humor negro “Crumb Catcher” (2023): ressentimento motiva um idoso garçom que se considera um “empreendedor e inventor” que tenta encontrar um investidor para sua última aposta: um dispositivo para limpar migalhas das mesas de restaurantes. E um casal de noivos, aparentemente ricos, sai da sua festa de casamento seguido pelo “garçom empreendedor” que pretende convencê-los a investir no negócio. Nem que seja à base da chantagem e extorsão. Porém, o casal vive a sua própria tensão das diferenças de classes sociais. Uma combinação explosiva: luta de classes e a polidez eufemista da propaganda coach que a qualquer momento pode se transformar numa explosão de violência. 

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