quinta-feira, setembro 28, 2023

Turismo, provincianismo globalizado e morte no filme 'Um Efeito Ótico'


Seguindo a trilha do surrealismo do cinema de David Lynch, Charlie Kaufman e Spike Jonze, “Um Efeito Ótico” (Un Efecto Óptico, 2020, disponível na HBO Max), do diretor espanhol Juan Cavestany, vai ficando cada vez mais estranho e desafiador ao espectador na medida em que a narrativa avança. Um casal espanhol decide viajar para Nova York para “desconectar-se” do seu cotidiano. Após o embarque, começam a sentir que provavelmente a cidade não é aquela que a agência de turismo lhes vendeu. O que começa como uma crítica ao provincianismo globalizado que se tornou a experiência do turista na atualidade, aos poucos começa a transitar para uma atmosfera gnóstica: morte, cinema e a experiência da “tela mental”.

'Ninguém Vai Te Salvar': por que queremos acreditar em discos voadores?


Para Jung o fenômeno OVNI era arquetípico: se no passado procurávamos a salvação nos céus através do mito e da religião, agora, numa sociedade tecnológica e ateia, procuramos a mesma coisa através dos discos voadores. O filme “Ninguém Vai Te Salvar” (No One Will Save You, 2023) lembra essa tese junguiana o fazer um mix de duas visões que sempre foram opostas nas representações dos extraterrestres no cinema: ou são objetos fóbicos, ou pacifistas que tentam salvar a humanidade de si mesma. Um filme que é uma experiência cinematográfica: com apenas duas linhas de diálogo, apresenta uma história impulsionada exclusivamente pela ação e narrativa visual – uma jovem solitária que mora num casarão tenta resistir a uma invasão alienígena.

terça-feira, setembro 26, 2023

Live Extra: síndrome do Tenente Frank toma mídia; Astrologia e mudanças climáticas? Mídia está vendo Live Cinegnose


“Por favor, dispersem! Não há nada aqui pra se ver!”. A grande mídia está cada vez parecida com a icônica cena do tenente Frank em “Corram que a Polícia Vem Aí”: fazer o distinto público não olhar o essencial e se divertir com telecatchs... Por isso, venha participar da Live Extra Cinegnose 360 #20, nessa quarta-feira (27/09), às 18h, no YouTube e Facebook. Depois de outra trepidante sessão dos Comentários Aleatórios, vem a Crítica Midiática do meio da semana: o que tem a ver Astrologia com a retórica das mudanças climáticas? Urgência sismo-climática: parece que a mídia está assistindo à Live Cinegnose. Biden com megafone na mão emula Lula... da classe média; Marinha não quer dar golpe em Brasília... é na Bahia; O telecatch de General Heleno na CPMI; identitarismo e cismogênese no governo Lula: prato cheio para O Globo; Atlantic Council faz discurso metonímico sobre Putin. Venha participar nessa quarta!

sábado, setembro 23, 2023

'Blur' e o projeto neoliberal dos 90's; cresce temperatura da retórica da fervura global; Charles Dickens interrogou Mauro Cid?


A Marinha queria invadir Brasília pelo Lago Paranoá? Como o respeitável público acredita em qualquer coisa, a Live Cinegnose 360 não se cansa de denunciar... e continua na edição #126, nesse domingo (24/09), às 18h, no YouTube e Facebook. E vamos começar com a banda “Blur”: Britpop e as “comunidades imaginadas” como projeto neoliberal dos 90s. Depois, vamos discutir o filme chileno “O Conde” (Pinochet, vampiros e a teratopolítica) e o filme “Dalíland” (como o Capitalismo Tardio superou o surrealismo de Salvador Dalí). E na sessão dos livros do humilde blogueiro, o projeto militar do social irradiado e um indígena pensa no fim do mundo. E na Crítica Midiática da semana: a temperatura máxima da retórica da “fervura global”; será que Charles Dickens interrogou o tenente-coronel Mauro Cid? O ato falho da Folha: jornalão acredita que Notícias Populares era “cool”; está aumentando o poder aquisitivo? Então grande mídia descobre os males do consumismo; nova guerra híbrida focará na ação direta das ONGs; para o Atlantic Council quem jogou as bombas atômicas no Japão foi a Rússia. Venha participar nesse domingo!

sexta-feira, setembro 22, 2023

Tragédia e ironias no filme 'Dalíland': como a realidade superou o surrealismo


O filme “Dalíland: A Vida de Salvador Dalí” (Daliland, 2022) começa com uma tragédia e termina com uma ironia. Começando com o trágico incêndio na sua casa na Espanha em 1984, acompanhamos a vida do pintor (interpretado por Ben Kingsley) nos anos 1970, a partir das memórias de um jovem admirador e funcionário de uma galeria de arte em Nova York. Mostra como sua arte havia se transformado em um produto pop, tão contemporâneo como o de  Andy Warhol. Sempre sedento por dinheiro em cash para custear seu estilo de vida de excessos, Dalí acabou prisioneiro do personagem que criou. Ironicamente, a única forma que o artista modernista encontrou para sobreviver à pós-modernidade: parecia que o mundo tinha ultrapassado o surrealismo – através da publicidade, sociedade de consumo e cultura pop a realidade roubou dele os estranhos mundos que sonhava. Restou a ele se agarrar no próprio personagem que criou para si mesmo.

quinta-feira, setembro 21, 2023

Pinochet, vampiros e teratopolítica no filme 'O Conde'


No aniversário de 50 anos do violento golpe militar do Chile (que em 1973 derrubou o governo socialista de Salvador Allende), estão sendo exibidos muitos filmes e documentários sobre aqueles acontecimentos. Mas nada se compara à produção Netflix “O Conde” (El Conde, 2023):  Augusto Pinochet, assume a forma de um monstro político, um vampiro centenário condenado a viver para sempre escondido depois de fingir a própria morte, para evitar a punição merecida depois de anos de assassinatos e corrupção. Um fascista-vampiro que passou séculos lutando contra qualquer revolução socialista ou democrática. E uma freira-exorcista decide extirpar o Mal daquele corpo, para livrar o mundo do golpismo diabólico. “O Conde” é um exemplo da estratégia semiótica da “teratopolítica”: demonizar o inimigo político até transformá-lo em uma anormalidade, aberração e perigoso veículo de contágio de ódio e violência. Uma estratégia ambígua que pode despolitizar cenários políticos complexos.

terça-feira, setembro 19, 2023

Nessa quarta: Zelensky faz discurso sombrio e Lula acerta alvo midiático; escândalo Intermed, médicos e a elite


Zelensky vai para a ONU lamentar que não tem armas nucleares... mas tudo com o que a grande mídia se preocupa é com os gastos do cartão corporativo de Lula. Esse é um dos temas em discussão da Live Extra Cinegnose 360 #19, nesta quarta-feira (20/09), às 18h, no YouTube e Facebook. Depois da trepidante sessão dos Comentários Aleatórios, vem a Crítica Midiática do meio da semana: jornalismo metonímico na agenda setting da urgência climática; Privatização da Sabesp: como o mercado cria a escassez; a cobertura descontextualizada do escândalo do “punhetaço” dos jogos da Intermed; Embargo econômico de Cuba, cartão corporativo, Zelensky... as formas do jornalismo corporativo tentar emparedar Lula na ONU; Discurso de Lula na ONU: perfeitamente modulado para logística da produção de notícias; Javier Milei lidera com apoio político dos EUA e imaginário do Brasil. E muito mais nessa quarta! 

Você não percebeu: quadro 'Ilha dos Mortos' apareceu em diversas obras midiáticas, por Claudio Siqueira


Adquirido por personagens históricos tão diversos como Hitler, Lenin e Freud, o quadro "Ilha dos Mortos", de Arnold Böcklin, marcou profundamente o imaginário coletivo. Alusões a essa obra apareceram em diversas cenas de obras midiáticas e quase sempre a figura do protagonista visita a ilha e retorna revigorado após um fatídico encontro consigo mesmo. Böcklin, pintor surrealista influenciado pelo romantismo pré-rafaelita, mesclava ambos os estilos para pintar figuras mitológicas em ambientes reais. Embora não soubesse, estava ajudando a fundar os alicerces do ClockpunkJungle FantasyFantasia Medieval e tantos outros gêneros que procuram misturar o real e o fictício.É que, para ele, o real nada mais é do que uma projeção do imaginário. Realmente (com o perdão da piada paradoxal), não há critério para medi-lo e mesmo os fatos estão à mercê das interpretações. Cinegnósticos, bem-vindos à Ilha dos Mortos!

sábado, setembro 16, 2023

'Uriah Heep' e ascensão das mitologias no rock; Judicialização, hipertelia e telecatch; preços caem, mas para mídia é ruim


Data Venia, o humilde blogueiro vai acompanhar o relator em mais um show híbrido do STF da punição dos primeiros de mais de mil zé manés do telecatch de golpe de Estado. É nesse domingo (17/09), na Live Cinegnose 360 #125, às 18h, no YouTube e Facebook. Vamos começar com o hard rock de “Uriah Heep”: por que a ascensão das mitologias medievais no rock? Depois, vamos analisar o filme brasileiro “Era o Hotel Cambridge” (somos todos refugiados, do país e de nós. Mesmos) e a série “Origem” (filmes CosmoGnósticos e o microcosmo da condição humana). Na sessão dos livros do humilde blogueiro, sincromisticismo e Uberização. E na Crítica Midiática da semana: julgamento dos zé manés do 08/01: Judicialização alcança o estágio da hipertelia; Javier Milei recebe apoio do X de Musk e ganha ferramentas imaginárias do Brasil; o caso do preço do filé mignon: quando grande mídia quer transformar boas notícias em más... e muito mais! É nesse domingo.  

O mistério CosmoGnóstico da série 'Origem' faz microcosmo da condição humana


As narrativas CosmoGnósticas (protagonistas que se encontram prisioneiros em realidades artificialmente construídas ou acidentalmente criadas) estão deixando as telonas para ocupar as séries de TV. Um exemplo dessa tendência é “Origem” (From, 2022-), um candidato a pelo menos se equiparar a “Lost”, a série Cosmognóstica mais bem-sucedida – aplicando algumas fórmulas de “Lost”, “Origem” dá continuidade ao drama gnóstico de protagonistas presos em mundos que funcionam como microcosmos da condição humana. Um xerife caminhando por uma rua e tocando um sino que carrega em uma das mãos, avisando a todos para entrar nas suas casas antes de anoitecer, é a imagem indelével que abre a série – os mistérios de uma cidade em ruínas, aparentemente fora do tempo e espaço.

sexta-feira, setembro 15, 2023

No filme 'Era o Hotel Cambridge' somos todos refugiados, do país e de nós mesmos


Sentir-se como estrangeiro (seja em outro ou no próprio país) torna-se condição existencial crescente num capitalismo de exclusão – a produção constante de refugos sociais, aqueles que são excluídos até da própria exploração do mercado. Redundantes e inúteis, se apegam nos últimos destroços de um naufrágio social: sua própria cultura e as formas de comunicações possíveis entre alteridades, organizadas como grupos de resistência. O filme brasileiro “Era o Hotel Cambridge” (2016), da cineasta Eliane Caffé, retrata essa condição num híbrido de documentário e ficção, ao fazer o relato da ocupação do outrora glamouroso Hotel Cambridge, abandonado, entre outros edifícios no Centro de São Paulo. Uma questão aparentemente local, mas que ganha alcance universal através da linguagem ficcional que dramatiza a questão central nesse momento: somos todos refugiados, do país e de nós mesmos.

terça-feira, setembro 12, 2023

Live Extra: pânico geopolítico mídiático; ligações perigosas Porta dos Fundos, Duvivier e guerra híbrida; telecatch Braga Netto


Por que os países do Conselho de Segurança da ONU NÃO são signatários do Tribunal Internacional de Crimes de Guerra? Por que o Brasil é? Por que a grande mídia ataca Lula ao fazer esses tipos de perguntas? Entre outras, essas são as questões que serão discutidas na Live Extra Cinegnose 360 #18, nessa quarta-feira (13/09), às 18h, no YouTube e Facebook. Depois da trepidante sessão dos Comentários Aleatórios, vamos de Crítica Midiática do meio da semana: semana começa com a conclusão do silogismo do jornalismo metonímico entre ciclones e G20; Porta dos Fundos, Gregorio Duvivier e Guerra Híbrida: tudo a ver; “mimimis” e “ignorância”: a reação geopolítica da grande mídia às críticas de Lula ao Tribunal Internacional de Crimes de Guerra; Quebra do sigilo de Braga Netto? Outro show de dissonâncias cognitivas para ocultar a Inteligência das FFAA na intervenção militar do Rio. E muito mais! Venha participar.  

sábado, setembro 09, 2023

'Procol Harum"; o esperto timing de tartaruga do STF; ciclone no Sul, G20 e jornalismo metonímico; o cavalo de Tróia Duvivier


“Independência ou morte!”. É com esse brado retro que vamos começar a Live Cinegnose 360 #124, nesse domingo (10/09), às 18h, no YouTube e Facebook. Começando com o proto-progressivo-gótico “Procol Harum”: o enigma de “A Whiter Shade of Pale”. Vamos discutir o documentário “CEO em Fuga: A História de Carlos Ghosn” (cada vez mais o mundo corporativo está parecido com uma seita) e o estranho sci-fi “Sob a Pele"(um filme ambíguo e fora do seu tempo). Na sessão dos livros do humilde blogueiro, a tolerância na democracia liberal e uma guerra dos mundos. Na Crítica Midiática da semana: jornalismo metonímico: ciclone no Sul e Lula no G20; Porque Gregório Duvivier quer tanto uma mulher negra no STF: cavalos de Tróia na guerra híbrida; Rodrigo Bocardi da Globo: das bolinhas de tênis do Clube Pinheiros aos motoristas assaltados na Marginal Pinheiros; o esperto timing de tartaruga do ministro do STF Dia Toffoli; Terremoto no Marrocos: por que mídia se interessa mais pelo caos climático do que pelo caos sísmico? E muito mais nesse domingo... venha participar! 

sexta-feira, setembro 08, 2023

Uma invasão alienígena ambígua e fora do tempo no filme 'Sob a Pele'


O filme “Sob a Pele” foi lançado em 2013, mas tem o sabor dos filmes sci-fi cult dos anos 1970: intensidade visual subjetiva, montagens dissociativas e estranhos efeitos sonoros. Estamos aqui no velho tema da invasão alienígena. Porém, narrado de uma forma ambígua: um alien travestido de mulher sexy e misteriosa vaga pelas ruas de Glasgow, Escócia, dirigindo uma van e atraindo homens para o que parece ser uma dança de acasalamento fatal. O que está acontecendo? Qual é o plano? A vanguarda de um plano de invasão alienígena? Ou algum tipo de turismo sexual intergaláctico? Como nos informa o título, o filme explora a dualidade entre o interior e o exterior do ser. E, como superfície, a pele é a grande metáfora.

quinta-feira, setembro 07, 2023

Em 'CEO em Fuga: A História de Carlos Ghosn' o mundo corporativo parece uma seita


Gênios e gurus do mundo corporativo vão e vem a cada estação, sempre com um sistema messiânico que promete novos “valores” e “visões” para o sucesso. E o início desse século teve o seu: o libanês-brasileiro Carlos Ghosn, que salvou Renault e Nissan da falência. Muito bem pago e intocável teve ascensão meteórica na escada corporativa, baseada em abordagem de gestão multiculturalista. Mas, no chão de fábrica, a receita é a de sempre: corte de custo e demissões em massa. O documentário Netflix “CEO em Fuga: A História de Carlos Ghosn” (2022) descreve como essa ascensão terminou numa fuga cinematográfica do Japão após ser preso em um escândalo financeiro: dentro de uma caixa de instrumentos musicais, direto para o aeroporto. “CEO em Fuga” revela como o mundo corporativo está cada vez mais parecido com uma seita.

terça-feira, setembro 05, 2023

Mídia contra-ataca 'pibão' de Lula, dissonâncias cognitivas e envenenamento semiótico do Sete de Setembro


Cadê as imagens da missão impossível do Hacker de Araraquara? Quem sabe, em alguma edição dos contos dos Irmãos Grimm... que deveria ser lido nas faculdades de jornalismo... Isso e muito mais será discutido na Live Extra Cinegnose 360 #17, nessa quarta-feira (06/09), às 18h, no YouTube e Facebook. Depois de mais trepidantes Comentários Aleatórios, a Crítica Midiática do meio da semana: HOW CONVEEEENIENT! CPI não encontra imagens do hacker no Ministério da Defesa: é dissonância cognitiva! Operação Escudo no Guarujá matou mais do que o ciclone no Rio Grande do Sul; Por que Gregório Duvivier está tão interessado pela próxima indicação de Lula ao STF? Educação explosiva em SP: PowerPoint + dissonância cognitiva; Pibão do Lula? Jornalismo econômico contra-ataca! Por que Dilma Rousseff incomoda tanto a grande mídia? Os perigos do envenenamento semiótico do Sete de Setembro. E muito mais!

sábado, setembro 02, 2023

Tears for Fears: do Mod ao Pop; SP educa o precariado; o escossistema do 'agrojornalismo' dos depoimentos na PF


AVANTE SÃO PAULO!!! A vanguarda educacional mundial do precariado! Vamos homenagear os visionários e incompreendidos gestores Tarcisão e Feder na Live Cinegnose 360 #123, nesse domingo (03/09), às 18h, no YouTube e Facebook. Vamos começar com Tears for Fears: da subcultura Mod ao Grito Primal e o Pop. E depois dos Comentários Aleatórios, discutiremos o filme taiwanês “The Sadness” (a mitologia zumbi ressignificada) e a tragicomédia italiana “Tempos Super Modernos” (descendo no inferno da precarização). Na sessão dos livros do humilde blogueiro, cinema, catástrofe e Gnosticismo. E na Crítica Midiática da Semana: o ecossistema do “agrojornalismo” dos depoimentos na PF de Mauro Cid e Cia; PF e Partido Militar alopram cenário político: estratégia Nem-Nem ou PsyOp da anti-política?  CPI do 08/01: um flagrante do papel dos aloprados de extrema-direita no telecatch; São Paulo: educando o precariado para a dissonância cognitiva; Por que Dilma Rousseff incomoda tanto o jornalismo corporativo? E muito mais nesse domingo! 

sexta-feira, setembro 01, 2023

Descida ao inferno tragicômico da precarização em 'Tempos Super Modernos'


As engrenagens de uma máquina industrial engolindo Chaplin em “Tempos Modernos” foi o ícone do velho capitalismo industrial. E qual seria o melhor ícone que representaria o atual capitalismo de plataforma que “liberta” o trabalhador da linha de montagem para ser precarizado? Uma boa contribuição é dada pelo personagem Arturo, com sua bike, mochila e smartphone na comédia dramática italiana “Tempos Super Modernos” (“E noi come stronzi rimanemmo a guardare”, 2021). Acompanhamos a tragicômica saga do protagonista pelo inferno da precarização, depois de ter sido demitido pelo próprio algoritmo que criou. 

quinta-feira, agosto 31, 2023

'The Sadness': zumbis e humanos entre a civilização e a barbárie


No cinema a mitologia zumbi passou por várias transformações: escravos de fazendeiros, símbolos do racismo, representação sanitária e viral do Mal etc. Mas seja qual for o roteiro, há um prazer catártico nesse subgênero: o prazer dos sobreviventes por poderem matarem zumbis como num jogo de tiro ao alvo. Afinal, eles são trôpegos e idiotas. Mas a produção taiwanesa “The Sadness” (Ku bei, 2021) inverte totalmente isso: dessa vez o prazer catártico é dos mortos-vivos. Uma praga viral toma conta da capital Taipé tornando os infectados monstros amorais que matam e estupram com um sorriso sádico no rosto. Como em todos os filmes sobre zumbis, “The Sadness” reflete a crise social ou econômica do momento (no caso, a pandemia global) e a própria condição humana, no limite entre civilização e barbárie.

terça-feira, agosto 29, 2023

Nessa quarta: Celulares, offshore, o ardil midiático do coração do Faustão, Lula e as estratégias semióticas irônicas


Com o humilde blogueiro preocupado com possíveis taxações do seu rico dinheirinho do jogo “Banco Imobiliário”, acontece a Live Extra Cinegnose 360 #16 nessa quarta-feira, 18h, no YouTube e Facebook. Depois dos Comentários Aleatórios, a Crítica Midiática do meio da semana: o Telecatch dos celulares: como suspeitos produzem propositalmente provas contra si mesmos; a manipulação semiótica da taxação dos Fundos e Offshore; Bolsonaro será preso: é o silogismo da estratégia “Nem-Nem”; O coração de Fausto Silva: o ardil semântico da mídia quando confunde “fila” com “lista”; Macron também quer a Amazônia: é a chantagem climática, estúpido! Lula indica uma mulher ao STJ: estratégia semiótica irônica? Guerrilha semiótica: como a esquerda pode testar limites da grande mídia? E muito mais, nessa quarta-feira.  

sábado, agosto 26, 2023

Duran Duran; Mídia não viu BRICS na Lua; martirização calculada de Trump e Bolsonaro; Zanin e as estratégias irônicas


É acreditando no Papai-Noel, no coelhinho da Páscoa e nas FFAA legalistas garantidoras da nossa democracia que acontece nesse domingo (27/08) a Live Cinegnose 360 #122, às 18h, no YouTube e Facebook. Começando com Duran Duran: da subcultura New Romantics ao Pop. Depois, dois filmes: “Corner Office” (a distopia da cultura corporativa) e a comédia argentina “Matrimilhas” (a cultura dos aplicativos e a invasão das métricas na vida privada). Na Sessão dos Livros, o humilde blogueiro fala também de um livro seu. E na Crítica Midiática da Semana: jornalismo corporativo – má-fé ou ingenuidade geopolítica? CPI e o acordão para livrar cúpula militar; Quem NÃO matou Prigozhin? Grande mídia não viu os BRICS na Lua; a martirização calculada de Bolsonaro e o “mugshot” de Trump; Caso Zanin mostra que esquerda precisa usar estratégias políticas irônicas. Isso e muito mais nesse domingo! 

Amor, cultura dos aplicativos e milhagens no filme 'Matrimilhas'


Dos cálculos das milhagens do cartão de crédito à cultura dos aplicativos, cada vez mais as métricas estão tomando conta não só da vida pública. Também da privada, como, por exemplo, nos aplicativos de relacionamentos. A comédia argentina da Netflix “Matrimilhas” (Matrimillas, 2022) leva essa tendência às últimas consequências quando um casal tenta salvar o seu casamento em crise. A solução para reacender a chama do relacionamento só poderia ser encontrada em três elementos que compõe o imaginário da classe média atual: a cultura dos aplicativos, as milhagens do cartão de crédito e o negócio das criptomoedas – um App que promete esquentar o amor entre casais através do acúmulo de milhagens na medida em que cada uma satisfaça o parceiro. Através dos algoritmos, o amor se transforma num game interesseiro.

sexta-feira, agosto 25, 2023

A atmosfera distópica da cultura corporativa no filme 'Corner Office'


A frieza dos ambientes corporativos é um tema bem explorado pelo cinema em diversos gêneros: da comédia em “The Office” ao sci-fi opressivo da série “Ruptura” - ambientes com atmosfera distópica, estéril, labirínticos e cinzentos. Organizações burocráticas modernas tão autocentradas que parecem ter esquecido o seu propósito: é mais importante reproduzir o status quo do que permitir qualquer inovação que, remotamente, possa desafiar a hierarquia . “Corner Office” (2022) é uma comédia sombria sobre o novo funcionário que chega otimista uma organização, para descobrir a hipocrisia da cultura corporativa: a ilusão de que somos livres para pensar fora da caixa. Lá descobre que penas em um lugar poderá ser criativo e independente: em uma misteriosa sala atrás de uma porta que só ele consegue enxergar. O problema é que uma organização não pode tolerar uma atitude tão disruptiva. 

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