domingo, abril 19, 2020
Coronavírus: vaidade e guerra criptografada ocultam Biopolítica e Necropolítica
domingo, abril 19, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
De todos os pecados, a vaidade é a aquele mais apreciado pelo Diabo. A semana começou com uma armadilha que o “Fantástico”, da Globo, armou para Mandetta: uma entrevista cuidadosamente editada e destacada, representando a mosca azul da política que picou o agora demissionário ministro da Saúde. Mas pouco importa: isso é apenas a interface de uma guerra criptografada cujos conflitos e polarizações (p. ex. da atual palavra-fetiche “Ciência” versus “Negacionismo”) eletrizam nossos corações e mente para as telas de TV e celulares. Ocultando não somente o sistema operacional (SO) que está rodando em Brasília e que manipula atores zumbis – oculta principalmente as “backdoors”, programas maliciosos que operam no segundo plano do SO: Biopolítica e Necropolítica. Como, diante de toda uma Nação, usar o dinheiro público para produzir a maior concentração de riqueza da História no cassino financeiro? Como, diante dos olhares de todos concentrados na TV e redes sociais, implementar uma higiene social que elimine idosos, doentes, desempregados e toda a sorte de uma massa considerada supérflua inútil segundo a moralidade da atual agenda neoliberal? A pandemia COVID-19 é a incrível janela de oportunidades que se abre para a criação de uma nova ordem global. E o que a esquerda pode fazer diante disso?
sexta-feira, abril 17, 2020
A atualidade de "O Enigma de Andrômeda" em tempos de pandemia
sexta-feira, abril 17, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um filme oportuno para ser revisto em meio a atual crise do COVID-19: “O Enigma de Andrômeda” (The Andromeda Strain, 1971), do mestre Robert Wise (“O Dia Em Que a Terra Parou, 1951). Primeiro, por propor a hipótese da “panspermia”, cuja relação com a atual pandemia COVID-19 é sustentada por alguns cientistas - vida está presente em todo o universo e espalhada através de meteoros, cometas e poeira espacial. Segundo, pela suspeita de que armas biológicas seriam a alternativa para desequilibrar o empate nuclear durante a Guerra Fria. Um thriller científico assustador e esteticamente tão realista e preciso que esquecemos que estamos assistindo a uma obra de ficção. Um satélite espacial cai num pequeno vilarejo em uma região desértica do Arizona. Todos morrem de formas bizarras. O mistério é que sobrevivem apenas um bebê e um idoso. Quatro cientistas em um complexo subterrâneo correrão contra o tempo para descobrir a natureza desse vírus extraterrestre. E, principalmente, a cura.
quarta-feira, abril 15, 2020
A extrema-direita flerta com o Ocultismo na série "Motherland: Fort Salem"
quarta-feira, abril 15, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Na História Moderna, a extrema-direita sempre teve uma inclinação ao Ocultismo: a Magia como forma de conquistar o Poder e controlar o imaginário social. Desde o nazi-fascismo no século XX à atual alt-right (direita alternativa) de Trump e Steve Bannon, há uma ação parapolítica envolvendo a apropriação do esoterismo de Aleister Crowley à Magia do Caos de Austin Spare. A série “Motherland: Fort Salem” (2020-) é mais uma evidência disso: num mundo alternativo, as perseguidas e condenadas bruxas de Salém, da América Colonial, fizeram um acordo com o Governo para salvar a sua espécie: se transformaram no braço armado da Nação. A magia utilizada como força bélico-militar em defesa da Pátria e da geopolítica dos EUA. Por trás de muitos clichês das atuais distopias teens, a série tenta esconder as assustadoras implicações dos pressupostos de “Motherland”: as supostas heroínas podem acabar virando vilãs – bruxas à serviço de uma máquina de guerra imperialista.
domingo, abril 12, 2020
Coronavírus: jornalismo no álcool em gel simula polarização Mídia X Bolsonaro
domingo, abril 12, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Nesse momento o respeitável público acompanha uma suposta batalha épica entre a grande mídia (em particular a Globo) do lado do Iluminismo, da Ciência e da Informação; e do outro o obscurantismo negacionista de Bolsonaro. Telecatch para entreter as massas: se, como falam diariamente colunistas e analistas, o presidente é uma figura tão tóxica que incitaria as pessoas a relaxar o isolamento social, então por que destacam e repercutem as “saidinhas” de Bolsonaro por padarias e centros comerciais, enquanto jornalistas e cinegrafistas se aglomeram em torno dele? Desrespeitando as medidas sanitárias... Lição semiótica: não se pode negar transformando em imagem aquilo que é negado, é o triunfo icônico. Negar Bolsonaro ao mesmo tempo que o exibe e o promove é a complexa operação semiótica jornalística nesse momento. Grande mídia e Bolsonaro partilham da mesma visão de Economia, Estado e Sociedade. Por isso, acompanhamos uma polarização simulada fabricada por um jornalismo tão asséptico quanto álcool em gel - promove o isolamento social por um ponto de vista de classe média em espaçosas casas. Enquanto os pobres se apinham nas periferias, ressentido... E Bolsonaro está à espera deles.
sábado, abril 11, 2020
Curta da Semana: "The Bumbry Encounter" - Ufologia e tensão racial
sábado, abril 11, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O Caso Hill é um marco na Ufologia e um paradigma para todas as narrativas de abduções: um casal inter-racial em 1961 teria sido abduzido por aliens em uma estrada noturna. Num contexto da paranoia da Guerra Fria e o crescimento dos conflitos raciais nos EUA, o caso teve diversas interpretações sócio-psicológicas, lembrando a abordagem de Carl G. Jung sobre o fenômeno UFO: num mundo à beira do apocalipse, sempre buscamos a salvação no céu. O curta “The Bumbry Encounter” (2019) usa o elemento da ficção científica como veículo para discutir o tema – na verdade, somos todos abduzidos. Mas não por Ets, mas pelos próprios conflitos e tensões produzidos pela sociedade.
quinta-feira, abril 09, 2020
Coronavírus: o sistema operacional que roda em Brasília e a reengenharia social
quinta-feira, abril 09, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O leitor deste Cinegnose deve lembrar do filme “Ela” (Her, 2013) no qual um homem triste e solitário se apaixona pela voz de uma Inteligência Artificial, sem prestar atenção no sistema operacional que roda por trás da interface da tela. A situação desse protagonista é análoga ao atual cenário político e opinião pública sequestrados pela sofisticada guerra criptografada que pula na interface como ícones em uma tela: Bolsonaro X Mandetta, Negacionistas X Ciência, Weintraub X China, Bonsonaro X General Braga Neto, Bolsonaro X governadores, e assim “ad infinitum” numa espiral de simulações de polarização. De repente, por contraste, Mandetta, Doria e Witzel surgem como faróis da Razão e da Ciência. Quando, há não muito tempo, desmontavam o SUS, atiravam em “cabecinhas” e mandavam a polícia atirar em bailes funks. Todos hipnotizados por uma interface criptografada, enquanto por trás roda um sistema operacional (SO) com atores em piloto automático, criando dissonâncias, conflitos e “golpes brancos” para excitar o distinto público. Atores que se promovem mutuamente, enquanto o SO, oculto pela criptografia roda a sua agenda secreta da Operação Pandemia global: com recursos públicos injetar liquidez no cassino financeiro, reciclar figuras da extrema-direita para um futuro cenário pós-polarização, com Bolsonaro impedido e PT com registro cassado e... monitorar celulares dentro de uma nova reengenharia social.
domingo, abril 05, 2020
Quando a Publicidade se torna uma mitomania em "A Casa"
domingo, abril 05, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um publicitário passa quase uma vida inteira vendendo imagens de realizações de sonhos, desejos e fantasias. Vende imagens daquilo que supostamente nós mereceríamos: felicidade, carros de luxo, famílias “doriana” perfeitas, casas amplas em tons pastéis etc. E se ele acreditar tantos nessas imagens que vendeu por anos e achar que agora é a vez dele merecer tudo isso? E se de tanto repetir uma mentira, passar a acreditar nela, tornando-se um mitômano obsessivo e perigoso? Esse é o filme “A Casa” (“Hogar”, 2020), aposta da Netflix num filme espanhol que claramente tenta seguir a trilha do sucesso do coreano “Parasita”: desigualdade social e luta de classes escamoteada por uma maquinação tramada contra uma família rica e bem-sucedida. Quase sempre, publicitários no cinema são figurados entre mentirosos arrependidos ou cínicos. Mas “A Casa” inova ao mostrar as consequências de uma mitomania: um profissional que confunde sua própria vida com as imagens de seu próprio portfólio publicitário. Filme sugerido pelo nosso colaborador Felipe Resende.
sábado, abril 04, 2020
O "meteoro" midiático coronavírus: o dinheiro público é o papel higiênico do cassino financeiro
sábado, abril 04, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A narrativa da grande mídia sobre a pandemia do novo coranvírus (a “Teologia do COVID-19”) basicamente se desenrola através de dois plots principais: Primeiro, de que um “meteoro” (o ministro Paulo Guedes usou também essa expressão) atingiu a economia derrubando as bolsas e trazendo desemprego; e segundo, de que o vírus original veio de um morcego, pangolins ou bananas numa úmida e suja feira de rua chinesa. “Profeticamente”, palavra por palavra dos cenários simulados no “Event 201: Global Pandemic Exercise” em outubro de 2019 (organizado não por cientistas ou pesquisadores, mas por representantes do “Big Money” e da “Big Pharma”) está se concretizando: cenários e mais cenários foram detalhados examinando o que aconteceria nos mercados de capitais, telejornais grande mídia, mídia independente, colapso das bolsas de valores, a extensão do vírus a algo de 65 milhões de pessoas e assim por diante. Não fosse a pandemia, 2020 seria marcado por um crash financeiro global mais violento que de 2008. O colapso ocorreu, mas sob a narrativa midiática do “meteoro” que torna invisível para o distinto público uma fato: de que o dinheiro público é o papel higiênico do cassino financeiro global.
quarta-feira, abril 01, 2020
Plano Astral em guerra: Magia do Caos, o movimento antifascista e a Corrente 108
quarta-feira, abril 01, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Além da análise fílmica, esse Cinegnose vem se dedicando ao longo desses anos à engenharia reversa das bombas semióticas nos seus diversos cenários políticos (guerra híbrida, guerra criptografada etc.) – bombas persuasivas, retóricas e de manipulação para conquistar corações e mentes e criar uma paródia de opinião pública. Mas outra guerra está sendo travada, no cenário etéreo, energético ou do Oculto: uma “baderna Magicka” – criação verdadeiras “bombas magickas” nas quais são condensados “sigilos”, formas astrais e “mantras mágickos”, como forma de atacar a egrégora bolsonarista e ao mesmo tempo energizar uma egrégora antifascista. Apresentamos nesse Cinegnose uma resposta da escritora e ocultista Lua Valentia à postagem deste blog sobre o livro “Dark Star Rising – Magick and Power in the Age of Trump”: como a extrema-direita manipula elementos da Magia do Caos na rede digital global que substituiria o Plano Astral. Lua Valentia mostra que o movimento da Magia do Caos não está “infestado de fascistas”: de fato, aqui no Brasil, existe um movimento antifascista – o movimento caoista representado pela “Corrente 108”.
domingo, março 29, 2020
Em "Vivarium" o micro e o macrocósmico se encontram na prisão da família e do casamento
domingo, março 29, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“Para onde foi todo mundo?”, pergunta-se um jovem casal que foi conhecer a casa perfeita para comprar em um subúrbio de classe média. Mas que se veem de repente presos em um misterioso labirinto em loop de casas idênticas, estranhamente hiper-reais, com suas cercas brancas, grama verde e um céu azul com nuvens perfeitas que lembram os quadros surrealistas de René Magritte. Será que estão presos em uma armadilha hiperdimensional? Uma metáfora da prisão do casamento e da família no qual o micro e o macrocósmico se encontram? Esse é o filme “Vivarium” (2019), um curioso híbrido de ficção científica e terror, co-produção belga-irlandesa-dinamarquesa. Um filme ambicioso que pretende explorar um grande arco simbólico que começa com o Paradoxo de Fermi na Cosmologia (“para onde foi todo mundo?”) até chegar as alusões ao pintor Magritte, ao misticismo do número nove e da cor verde que domina aquele subúrbio – a síntese do sonho da classe média americana. Filme sugerido pelo nosso colaborador Felipe Resende.
quinta-feira, março 26, 2020
Filme "O Poço" explicado: a arapuca cósmica que tira o pior de nós
quinta-feira, março 26, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Nesses dias de confinamento obrigatório por conta da pandemia do coronavírus, assistir ao filme espanhol “O Poço” (“El Hoyo”, 2019), disponível na plataforma Netflix, é uma boa pedida: um filme repleto de referências, alusões e simbologias sociais, políticas e religiosas. E com um final enigmático que faz você se perguntar: “perdi alguma coisa?”. E com tempo sobrando, assistir ao filme outra vez ou correr cenas específicas. Protagonistas presos em uma espécie de experimento psicossocial sádico: uma prisão vertical com uma cela em cada nível. Duas pessoas por cela. E uma plataforma com comida que desce por um poço central. Cada nível terá dois minutos por dia para comer o que puder. Até não sobrar nada para os níveis mais inferiores. Uma gigantesca armadilha que cria um pesadelo sem fim, mas que simboliza a própria condição humana que nos aguarda quando chegamos a essa vida: medo, solidão e desespero que tira o pior de nós.
terça-feira, março 24, 2020
A luta de classes zumbi em "Corona Zombies": o primeiro filme baseado no coronavírus
terça-feira, março 24, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Presidentes não fazem nada, os ricos (os primeiros vetores da contaminação) estão indiferentes com os mais pobres, enquanto o consumismo-pânico dos ricos acaba com estoques de papel higiênico, álcool em gel e máscaras. Milhões morrem... para depois retornarem das tumbas como zumbis, em busca de vingança contra o andar de cima da sociedade. Esse é o terror B “Corona Zombies”, já em fase de pós-produção e com lançamento previsto para 10 de abril através da Amazon Prime (EUA) e da plataforma de streaming da produtora Full Moon Features. Um filme de baixo orçamento, terror B “exploited”. Muitos dirão que é de “mau gosto” explorar de forma oportunista um drama ainda em andamento. Mas o forte comentário social de “Corona Zombies” nos alerta sobre algo ignorado. A mídia nos tranquiliza dizendo que, depois de tudo acabar, a vida voltará ao normal. Não! Nos defrontaremos com o pós-apocalipse econômico, emocional e familiar... e, talvez, zumbis em busca de vingança?
domingo, março 22, 2020
Coronavírus e o "sonho erótico totalitário": jornalismo no álcool em gel, panelas e papel higiênico
domingo, março 22, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Quando, depois de mais de um ano de governo Bolsonaro, jornalistas do canal Globo News conseguem finalmente ligar lé com cré (admitir que as declarações do presidente não são “polêmicas” mas propositais) é porque realmente vivemos momentos muito especiais – bairros de classe média que votaram pesado no “17” agora batem panela gritando “Fora Bolsonaro!”, enquanto papel higiênico e máscaras desaparecem num típico comportamento irracional de psicologia das multidões. Além de assistirmos a um jornalismo asséptico, mergulhado no álcool em gel: fala em “solidariedade” enquanto ignora a distribuição desigual dos prejuízos. Para começar, dos mercados financeiros em relação à economia real. Essas são facetas da Pandemia do Coronavírus, revelando sua natureza de “domínio total de espectro”. Aquilo que, segundo o filósofo Slajov Zizek, representa “o sonho erótico de qualquer regime totalitário”. Não sejamos ingênuos semióticos: uma coisa é a ameaçadora mutação viral do novo coronavírus. Outra, é quando essa mutação vira um signo midiático, o sonho de qualquer regime totalitário.
sexta-feira, março 20, 2020
Os círculos dos vivos e dos mortos no horror sul-africano "8"
sexta-feira, março 20, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“8” (2019) é um horror sul-africano que foge totalmente os cânones do horror e do gótico euro-hollywood cêntrico. A partir da tensão racial como pano de fundo (os eventos ocorrem no auge do apartheid nos anos 1970) uma família branca é assombrada pela mitologia ancestral negra sul-africana, fugindo do tradicional maniqueísmo do gênero e figurar o confronto do Bem e Mal, Vida e Morte dentro dos ciclos da Natureza – a Morte capaz de tirar a vida, mas também capaz de criar vida. E o simbolismo mágico do número oito: o símbolo do infinito e do constante fluxo de energia. No caso do filme, o infinito intercâmbio entre vida e morte. O número que consiste em dois círculos ou anéis que se interligam e interagem: o mundo dos vivos e dos mortos. Filme sugerido pelo nosso colaborador Felipe Resende.
domingo, março 15, 2020
Coronavírus: circuit breaker político, engenharia social e domínio de espectro total
domingo, março 15, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Enquanto a grande mídia ocidental sustenta a narrativa de que o epicentro da Pandemia do COVID-19 estave numa feira de rua suja e úmida na China, reportagens da mídia do Japão e Taiwan começam a levantar evidências de que esse novo coronavírus teria sua origem nos EUA. Isso depois do repentino fechamento no ano passado de um laboratório de armas biológicas em Maryland, por ausência de salvaguardas contra vazamentos patógenos. Em seguida ocorreram crises de “fibrose pulmonar” nos EUA, cuja culpa foi colocada nos cigarros eletrônicos. Juntamente com a “coincidência” da realização dos Jogos Mundiais Militares em Wuhan pouco tempo antes da eclosão da crise, provavelmente o “Evento do Cornavírus” entrará para a História como um dos maiores eventos de engenharia social da humanidade. Marcará o início de uma nova era da biopolítica e bioeconomia: “circuit brakers” que extrapolam a simples ferramenta de frear um mercado financeiro em crise – uma nova forma de consenso social ao colocar todo o cotidiano dos indivíduos e cenários políticos em suspensão. Uma gigantesca “psy op” para criar o cenário geopolítico perfeito de “domínio total de espectro”.
sábado, março 14, 2020
Série "Rick e Morty": qual bateria o nosso universo alimenta?
sábado, março 14, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Rick and Morty (2013-) é uma das séries de animação atuais que mais explora a complexidade da mitologia gnóstica. Mas não apenas como um simples sci-fy: fã da dupla Doc e Marty do filme clássico “De Volta Para o Futuro”, o criador Justin Roiland queria fazer uma releitura, mas sem viagens no tempo e indo mais além - como a descoberta de infinitos planetas e multiversos (às vezes com versões melhoradas de nós mesmos) nos leva à amoralidade, o niilismo e o relativismo existencial. Mas é no episódio “The Ricks Must Be Crazy” que a série consegue materializar a totalidade da cosmologia gnóstica: mundos dentro de mundos criados com uma única finalidade – manter a bateria do veículo de Rick funcionando. E o nosso mundo, gera energia para quem? Teurgia, Alquimia e Vale do Silício se encontram num dos melhores episódios da série.
domingo, março 08, 2020
Curta da Semana: "Mobile" - a urgência "glocal" do telefone celular
domingo, março 08, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Nossos dispositivos tecnológicos são cada vez mais “glocais”: o contraste entre o global e o local acaba desaparecendo e se fundindo no tempo real das redes digitais. E o celular é o dispositivo que mais captura essa natureza ao mesmo tempo dicotômica e ubíqua. Tudo ao mesmo tempo tão longe e tão perto, o que traz o imperativo moral de não mais ignorarmos crises humanitárias, sociais e políticas, cada vez mais “glocais”. “Mobile” (2018), do diretor norueguês Truls Krane Meby, traz essa discussão sobre as novas tecnologias de comunicação ao narrar o drama de um jovem refugiado sírio estabelecido na Noruega. Tendo o celular como única ferramenta para ajudar sua família, em situação de perigo na fronteira dos Balcãs.
sábado, março 07, 2020
O preço perigoso das tecnologias do espírito no filme "Perfect"
sábado, março 07, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Estreando em longas metragens, o diretor Eddie Alcazar faz uma extrapolação alucinatória das tendências atuais do aprimoramento cosmético do autoconhecimento através de uma viagem sensorial que combina ficção científica com horror corporal ao estilo Cronenberg. “Perfect” (2019) é um filme que lembra a narrativa sensorial e abstrata de “Mãe!” (2017) de Darren Aronofsky, no qual a viagem interior do protagonista combina com arquétipos e mitologias gnósticas. Um jovem psiquicamente perturbado é enviado para uma clínica com sofisticada tecnologia de reprogramação mental através de “implantes microbiônicos” no corpo do paciente, descobrindo da pior maneira possível o preço da “pureza da mente”. As atuais tecnologias do espírito prometem o sucesso ilimitado do autoconhecimento. Mas a viagem interior pode encontrar os mais perigosos instintos que ligam às nossas origens ancestrais.
quinta-feira, março 05, 2020
Coronavírus: quem está ganhando com a simulação de pandemia?
quinta-feira, março 05, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“Não é motivo para pânico”, afirma a infectologista, enquanto o efeito de cenário virtual mostra dois gigantescos modelos 3D do novo coronavírus girando no estúdio, como se ameaçassem jornalista e entrevistados. Esse flagrante no Fantástico da Globo é o padrão recorrente da atual cobertura da ameaça de pandemia: a presunção da catástrofe induzida por uma narrativa ambígua que gera confusão e medo. Igual as chamadas “fake news”, o álibi da grande mídia para se livrar de qualquer suspeita. Por que essa ambiguidade deliberada? Quem está ganhando? Talvez a resposta esteja lá em outubro de 2019, no “Event 201 - A Global Pandemic Exercise” realizado no Johns Hopkins Center for Health Security, Baltimore. DOIS MESES ANTES da atual crise, o evento realizou uma simulação cuidadosamente projetada de uma possível epidemia de coronavírus, então chamado de “nCoV-2019” – muito próximo do acrônimo atual. Seguindo o mesmo “modus operandi” dos supostos atentados terroristas na Europa e EUA dos últimos anos, sempre antecipados por exercícios de simulação.
sábado, fevereiro 29, 2020
Coronavírus: Epidemia? Pandemia? Ou infodemia semiótica?
sábado, fevereiro 29, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Quanto mais passa o tempo e quanto mais a cobertura midiática se transforma numa guerra de versões, a epidemia da estação, o novo coronavírus (depois de SARS, ebola, gripe aviária, gripe suína, que prometiam a letalidade de uma gripe espanhola ou da própria peste negra), mais revela a sua função social de manter a ordem por meio de uma calamidade natural externa. Epidemia? Pandemia? Arma biológica criada em algum laboratório secreto? Mais do que tudo isso: o novo coronavírus se revela uma verdadeira arma na guerra da informação – uma “infodemia” com alto rendimento semiótico. De um lado, na geopolítica dos EUA que se esforça em quebrar a crescente participação da China na cadeia produtiva global. E do outro, na narrativa da grande mídia brasileira reeditando o “jornalismo de conjunções adversativas” em que bolsa cai e dólar dispara porque foram viralmente infectados: a economia “agora vai!”, MAS... só que não! E a culpa são dos chineses, italianos... a infodemia de expectativas é tão especulativa quanto o estouro das bolhas do cassino das bolsas de valores ao sabor das notícias da epidemia ajudam a derrubá-las.
“Quem quer manter a ordem?
Quem quer criar desordem?
Não é tentar o suicídio
Querer andar na contramão?”
(“Desordem”, Titãs)
Quem quer criar desordem?
Não é tentar o suicídio
Querer andar na contramão?”
(“Desordem”, Titãs)
quarta-feira, fevereiro 26, 2020
Um quebra-cabeça paranoico no filme "Entre Realidades"
quarta-feira, fevereiro 26, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Sarah é uma jovem comum que vive uma vida muito comum: trabalha em uma loja de artesanato, adora cavalos e assiste sua série sci-fy favorita em casa todas as noites. Mas quando Sarah conhece um cara que ela gosta, começa a ter estranhos sonhos lúcidos que passam a se confundir com a realidade. Com histórico familiar de esquizofrenia e depressão, Sarah é aquilo que a narratologia chama de “narradora não confiável”. Mas o problema para o espectador é que sonho e realidade começam a ter uma estrutura lógica envolvendo aliens, abduções, clones e loops temporais. Haveria algo além de supostos surtos esquizofrênicos? “Entre Realidades” (“Horse Girl”, 2020) é um quebra-cabeça paranoico da Netflix na qual o espectador terá que se defrontar com truques narrativos e pistas tanto falsas como verdadeiras para responder essa questão: será que aquilo que entendemos como realidade é apenas o resultado da nossa percepção? Filme sugerido pelo nosso colaborador Felipe Resende.
domingo, fevereiro 23, 2020
Edison versus Tesla: o mistério do dispositivo para conversar com os mortos
domingo, fevereiro 23, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Quase meio século depois de ter inventado a lâmpada incandescente e o fonógrafo, o inventor e empresário Thomas Edison enfrentou o físico sérvio Nikola Tesla na última batalha das invenções: criar um dispositivo para conversar com os mortos – o telefone espiritual, uma espécie de “disque-fantasma”. Embora fosse agnóstico e crítico feroz das sessões espíritas, muito populares na virada do século, Edison acreditava que a conexão com o Outro Mundo somente poderia ser realizada através da Ciência. Em si mesma, a eletricidade era, e ainda é, misteriosa: embora faça parte do nosso cotidiano, ainda não sabemos a real natureza dessa força – ela parece possuir todas as propriedades das velhas mitologias animistas do passado. Enquanto Tesla buscava essa comunicação com o Além através do rádio, Edison optou pelo telefone. Assim como o fonógrafo foi recebido como a realização do antigo sonho da imortalidade, Edison via no sinal telefônico a possibilidade de se comunicar com “partículas imortais”. Esse é mais um capítulo da História de como o avanço tecnocientífico é alavancado pelo misticismo e por mitologias milenares.
sábado, fevereiro 22, 2020
Fascistas e invisibilidade midiática não se combatem com flores
sábado, fevereiro 22, 2020
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O mais importante na grande mídia não é o que ela pauta. É o que ela não diz. O jornalismo corporativo tem o dom de atribuir invisibilidade a fatos que não atendem a atual pauta que sustenta a estratégia semiótica de guerra criptografada: a pauta identitária, cultural e de costumes. A invisibilidade do documentário “Democracia em Vertigem” na premiação do Oscar e os 20 dias de greve dos petroleiros são exemplos: depois que o documentário “perdeu” e a greve foi suspensa, de repente a mídia descobriu que existiam, mas como “derrotados”. O que há em comum nesses fatos “invisíveis”? São contra-pautas – revelam temas econômicos que mostram a insustentabilidade da agenda neoliberal. Grande mídia fala agora em impeachment de Bolsonaro depois do ataque à jornalista Patrícia Campos? Agora colunistas da grande mídia descobriram o “projeto de poder autoritário” de Bolsonaro? Mais uma tática de jornalismo Snapchat que hipnotiza a esquerda. Mas a retroescavadeira de Cid Gomes jogada contra policiais milicianos amotinados no Ceará mostra que não se combate o fascismo com flores, mas com uma contra-pauta que faça a esquerda abandonar as lacrações das guerras identitárias-culturais.
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