segunda-feira, setembro 12, 2016
Os ataques de 11 de setembro foram os primeiros não-acontecimentos transmídia do século XXI
segunda-feira, setembro 12, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Nesse último domingo foram completados os 15 anos dos atentados de 11 de
setembro nos EUA. Barack Obama homenageia os mortos com coroas de flores como
fossem a contraprova necessária para dar veracidade a um evento marcado por uma
espiral de “teorias conspiratórias”: Falsa Bandeira? Trabalho Interno? Ou
simplesmente, a mãe de todos os “não-acontecimentos”? Ensaiados através da
década de 1990, desde a Revolução Romena, Guerra do Golfo, passando pelos
bombardeios em Kosovo e Sarajevo, finalmente em 2001 surge não-acontecimento
completo - a matriz do mesmo “modus operandi” dos atentados subsequentes:
Maratona de Boston, atentados na França, Boate Pulse etc. Mas dessa, vez o
09/11 trouxe uma novidade que marca esse início de século: o primeiro
não-acontecimento transmídia: assim como um produto transmídia de
entretenimento, o evento foi propositalmente roteirizado com erros de
continuidade, contradições, lacunas e inverossimilhanças para gerar uma espiral
de interpretações (“teorias conspiratórias”), produzindo intermináveis
“spin-offs”. Assim como projetos transmídias como a série “Lost” ou franquias
“Star Wars” ou “Harry Potter”.
Não haverá catástrofe real, porque vivemos sob o signo da catástrofe
virtual” (Jean Baudrillard)
domingo, setembro 11, 2016
O terror do passado assombra a vida doméstica em "O Espelho"
domingo, setembro 11, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O gênero terror atual persegue uma fórmula básica: combinar os medos
atávicos do horror clássico com os medos domésticos da vida cotidiana: o
ladrão, a infidelidade, o abandono na infância, pais ausentes etc. “O Espelho”
(Oculus, 2013) é um exemplo dessa combinação perfeita que consegue contornar os
clichês do gênero – a história de um espelho assombrado por uma suposta força
maligna que vem colecionando vítimas por séculos. Os medos de uma típica
família de classe média são potencializados por um conjunto de simbolismos
arquetípicos que povoa esse simples objeto doméstico – o medo do reflexo e seu
duplo. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.
sexta-feira, setembro 09, 2016
Quando o Brazil se encontra com o Brasil em "Brazil, O Filme"
sexta-feira, setembro 09, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Nesses dias em que o Brasil transformou-se em uma verdadeira república
distópica, um bom filme para assistir é “Brazil, O Filme” (1985) de Terry
Gilliam, integrante da trupe de humor inglês Monty Python. Gilliam criou uma
nova versão de “1984” de George Orwell: um sistema totalitário obcecado pela
posse de informações numa sociedade onde pessoas e coisas estão totalmente
interligadas por dutos, tubos e canos. O filme vislumbrou 31 anos atrás a
vigilância e totalitarismo das redes de informação atuais e a dissidência de
hackers – aqui representado por “encanadores” free-lancers, considerados dissidentes
terroristas. Direitos individuais inexistem e qualquer um pode ser condenado e
executado através de “provas” recolhidas pelo Ministério da Informação. Alguém
pode ser morto por engano, mas tudo foi feito com “boa-fé”. Em tempos onde policiais federais aparecem na mídia como heróis hollywoodianos,
“Brazil, O Filme” torna-se amargamente atual.
quarta-feira, setembro 07, 2016
Por que a "Folha" também tornou-se tautista?
quarta-feira, setembro 07, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em seu editorial “Fascistas à Solta” de 02/09 o jornal "Folha de São
Paulo" exige a repressão mais dura aos “fanáticos por violência”, jovens
desarmados que insistem em gritar “Fora Temer” nas ruas. Como explicar um jornal que um dia foi sintonizado
com o espírito do seu tempo, quando deu visibilidade às “Diretas Já” e
tornou-se modelo de modernização do Jornalismo, como pode a “Folha” terminar
dessa maneira? Naquele momento jovens ocupavam as ruas exigindo eleições
diretas. Por que hoje a mesma Folha, orgulhosa da “revolução gerencial da mídia
brasileira” do "Manual de Redação", é incapaz de perceber o limiar de uma nova
geração que também clama por eleições diretas? A Folha, no meio impresso,
padece do mesmo mal da Globo, no meio audiovisual: o tautismo (autismo +
tautologia). E a origem desse tautismo pode estar no próprio Projeto Folha iniciado em
1984 cuja contradição era confundir o conceito de opinião pública com uma
relação privada de consumo com seus leitores.
segunda-feira, setembro 05, 2016
Curta da Semana: "Movie Mind Machine" - somos viciados em esquecer
segunda-feira, setembro 05, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Cansados de sempre buscar novos filmes que repitam o prazer dos filmes
clássicos, dois fãs de cinema desenvolvem uma máquina que consegue escanear o
cérebro e localizar as memórias específicas de cada filme assistido. A memória é
apagada e o mesmo filme pode ser assistido de novo com o prazer da primeira
vez. O mesmo filme pode ser assistido infinitas vezes, por toda a vida! Esse é
o impagável curta “Movie Mind Machine” (2015), uma comédia em estilo
mockumentary sobre a neuro-máquina que promete revolucionar o mercado
audiovisual. O curta é uma crítica bem humorada da cultura atual retro e
obcecada por nostalgia. Mas também suscita uma questão mais séria: como a
cultura atual estimula o psiquismo do vício e do esquecimento, por meio da indústria de drogas, fármacos e sociedade de consumo, como mecanismos
psíquicos de negação da realidade.
domingo, setembro 04, 2016
A gravidez é a alienação do sexo no filme "Antibirth"
domingo, setembro 04, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Há um assustador subgênero dentro dos filmes de terror: protagonistas
tomadas por uma assustadora gravidez que pode trazer dentro de si a própria
semente do Mal. É um tema recorrente no cinema, passando por clássicos como “O
Bebê de Rosemary”, “It’s Alive” ou, recentemente, “Prometheus”. Toda
recorrência na produção cinematográfica significa a existência de algum
imaginário ou arquétipo que procura expressão audiovisual. O independente “Antibirth”
(2016) é mais um filme que se enquadra nessa temática onde a gravidez é
representada como algo estranho e invasor, alienado da própria sexualidade.
Tema que ganhou espaço no cinema paralelo à revolução sexual e o individualismo
e narcisismo da sociedade de consumo. A gravidez se torna a alienação da
sexualidade e a própria alienação de nós mesmos. Por isso, no estranho filme
noir-psicodélico “Antibirth” pessoas alienadas de seus próprios desejos são
candidatos perfeitos para algum estranho experimento.
sexta-feira, setembro 02, 2016
Impeachment, o não-acontecimento e a psico-história
sexta-feira, setembro 02, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Comparam a consumação do impeachment de Dilma Rousseff com as
circunstâncias do golpe militar de 1964. Lá estavam a força de armas e
coturnos. Aqui em 2016, todas as “data venias” dos rapapés de juízes, juristas
e parlamentares. Mas os eventos são incomparáveis: lá em 1964 tivemos a
tragédia de um evento histórico. Hoje, assistimos ao vivo pela TV a farsa de um
“não-acontecimento” que simulou ser um evento histórico. Desde a seminal Guerra
do Golfo em 1992, os não-acontecimentos dominam o horizonte de eventos das
sociedades, seja por guerras, atentados terroristas ou golpes parlamentares. Em
todos eles, um complexo jurídico-midiático inverte as relações de causa-efeito:
não se trata mais de acontecimentos que geram informação, mas o inverso – a
História transforma-se em “Psico-História”, para usar uma expressão de Isaac
Asimov. Compreender os mecanismos dos não-acontecimentos é fundamental para uma
ação política que vise não apenas ocupar as ruas. É urgente também ocupar o
contínuo midiático que compreende a zona virtual de interface entre a mídia e a realidade. Lá estão estão os “agentes Smiths” (repórteres e editores) a serem enfrentados por guerrilhas midiáticas.
quarta-feira, agosto 31, 2016
Um Triângulo das Bermudas quântico no filme "Triângulo do Medo"
quarta-feira, agosto 31, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O misterioso Triângulos das Bermudas foi pouco explorado pelo cinema,
restringindo-se a filmes e séries de baixo orçamento para a TV. Mas “Triângulo
do Medo ” (Triangle, 2009) do inglês Christopher Smith fez mudar esse cenário –
mais três filmes sobre o tema estão atualmente em produção. Além de se inspirar
em “O Iluminado” de Kubrick e num antigo filme francês chamado "La Jetee" (que
inspirou Terry Gilliam a fazer “Os Doze Macacos”), “Triângulo do Medo” renova
as teorias sobre as estranhas anomalias que aconteceriam naquela região: não
mais fenômenos paranormais ou extraterrestres – agora, o Triângulo das Bermudas
seria uma gigantesca “caixa de Schrödinger”: fenômeno quântico onde diferentes
versões de nós mesmos se sobrepõem de forma catastrófica. “Triangle” se inspira
nas hipóteses discutidas pela Física atual como a “Interpretação dos Muitos
Mundos” e a do “Mundos em Choque”. Filme sugerido pelo nosso leitor João Carlos.
segunda-feira, agosto 29, 2016
Anjos, demônios e LSD no filme "Alucinações do Passado"
segunda-feira, agosto 29, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“Mestre Eckhart [teólogo da filosofia medieval] também viu o inferno.
Sabe o que ele disse? Ele disse que a única coisa que queima no Inferno é a
parte de você que não te deixa ir adiante na sua vida, suas memórias, suas
amizades. Eles as queimam por completo. Mas eles não estão te punindo. Estão
libertando a sua alma. Se você está com medo de morrer e resiste você verá
demônios arrancando sua vida. Mas, se estiver em paz, então os demônios se
tornam anjos libertando-o da Terra” - Louis (Danny Ayello) no filme “Alucinações
do Passado”(Jacob's Ladder, 1990).
sábado, agosto 27, 2016
O estilo "Welcome to Brazil" no filme "Boi Neon"
sábado, agosto 27, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Enquanto em 1979 o filme “Bye Bye Brasil”, de Cacá Diegues, era a despedida
de toda uma geração para um País que não mais existiria graças a americanização
trazida pela TV, no filme “Boi Neon” (2015), de Gabriel Mascaro, a geração
atual declara: “Welcome to Brazil”. Não mais o Brasil da “Caravana Rolidei”
cuja trupe visitava rincões de subdesenvolvimento, mas agora o Brasil de um
road movie que circula nos bastidores dos agro shows do Nordeste – vaquejadas e
leilões. A selvageria por trás do "mise en place" dos agronegócios é amenizada através dos signos do “rústico”, do “rural”, do “selvagem” padrão
exportação. Desdobramento do chamado “cinema de retomada”, cujos diretores e produtores são egressos do mercado audiovisual publicitário e televisivo. “Boi Neon” é a história de um vaqueiro que tem um sonho:
transformar-se em estilista de Moda.
quinta-feira, agosto 25, 2016
Globo News dá "pérolas coxinhas" para desempregados
quinta-feira, agosto 25, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Diariamente acompanhamos na grande mídia um desfile de clichês do manual do perfeito empreendedor de si mesmo, “pérolas coxinhas”: pessoas proativas, criativas etc. teriam mais chances de arrumar um emprego... apesar da crise. O adjunto adverbial de concessão é o único elemento que dá racionalidade a essa fábula diária na TV. Uma dessas fábulas foi narrada pela Globo News: a história de dois jovens que ficavam com placas de cartolina na Avenida Paulista pedindo emprego. E o telejornal mostrou o sucesso da “proatividade”. Um exemplo de como as notícias estão abandonando o Jornalismo para entrar no campo morfologia do Conto Fantástico, como estudou Vladimir Propp. E mais um exemplo de como as esquerdas até hoje não entenderam a eficácia comunicativa da Direita – ideologia não se combate com crítica ideológica, mas com guerrilha e anarquia midiáticas.
segunda-feira, agosto 22, 2016
A distopia do esquecimento no filme "Embers"
segunda-feira, agosto 22, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Uma
doença neurológica contaminou a maioria da população do planeta, na qual as
pessoas perdem as memórias de curto prazo. A vida em sociedade torna-se
impossível, transformando grandes cidades em espaços vazios e ruínas por onde
vagam pessoas tentando sobreviver imersas no esquecimento. Esse é o filme “Embers”
(2015), uma co-produção Polônia/EUA que faz uma abordagem bem diferente do
tradicional tema das distopias pós-apocalipse: aqui não há um mundo novo a ser
reconstruído por adição, mas um mundo cruel que opera por subtração. O filme questiona:
o que nos torna humanos? A memória ou o esquecimento? Mas “Embers” também é
sombriamente profético - num mundo
digital no qual a memória é frágil e efêmera, a única coisa que sobrará serão
os suportes analógicos dos livros, a última esperança para recuperar a
humanidade esquecida. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.
domingo, agosto 21, 2016
Curta da Semana: "Third Reich" - Hitler não morreu para os "The Residents"
domingo, agosto 21, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A
banda mais estranha da história do rock faz um vídeo obscuro e surreal de um
dos discos mais enigmáticos dos anos 1970. Estamos falando da banda “The
Residents” e do disco “Third Reich N’Roll” de 1976. Ao comemorar o trigésimo
aniversário em 2001, “The Residents” lançaram o box com DVD e CD chamado “Icky
Flix”. Ao longo de décadas os membros da banda se mantiveram incógnitos, não
dão entrevistas e nos shows apresentam-se em estranhos disfarces. O vídeo-clip “Third
Reich” do DVD Icky Flix” é tão estranho quanto a banda. Se o pensador Theodor
Adorno estivesse vivo, certamente gostaria desse curta – Hitler e o
nazi-fascismo foram destruídos, mas seu “modus operandi” permaneceu na Indústria
Cultural.
sábado, agosto 20, 2016
Grande Mídia vê Olimpíadas Rio 2016 como anestésico político
sábado, agosto 20, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Depois
da Copa de 2014, cujo baixo astral culminou com os 7 X 1 da Alemanha contra o
Brasil, as coisas mudaram na cobertura da grande mídia dos Jogos Olímpicos Rio
2016: tudo é espetáculo, da organização do evento ao desempenho olímpico dos
atletas brasileiros. Se em outros tempos eventos negativos eram repercutidos
para criar evidências de desorganização e fracasso, agora são minimizados ou se
transformam em instrumento de uma inesperada verve patriótica, como no caso dos
nadadores norte-americanos pegos na mentira, depois de anos de um interesseiro
culto ao complexo de vira-latas. Porém, na cobertura tautista (autismo +
tautologia) principalmente da Globo “gafes” acontecem: William Waack que acidentalmente
saiu script patriótico que a Globo agora quer turbinar (o vício falou mais alto
para Waack) e, mais uma vez, o narrador Galvão Bueno comete atos falhos, sempre
alheio à realidade externa ao seu falatório. Para a grande mídia as Olimpíadas
se transformaram num anestésico político para o grave momento que atravessa o
País do impeachment.
quinta-feira, agosto 18, 2016
Em "Esquadrão Suicida" o Coringa foi a maior vítima
quinta-feira, agosto 18, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A maior vítima do filme “Esquadrão Suicida” não foi a super-vilã do Outro Mundo Enchantress. Foi o Coringa de Jared Leto, vítima da diluição de todos os vilões do filme na estratégia ideológica do “good-bad evil”: maus, porém com bom coração. Os brutos também amam. Forma hollywoodiana de esvaziamento do Mal ontológico – o vilão não quer se vingar do herói, mas da sociedade hipócrita que o produziu. Em tempos de endurecimento da guerra contra o terrorismo, Hollywood não pode permitir mais um Coringa como o de Heath Ledger. Com a neutralização do arquétipo do Coringa, pelo menos Leto livrou-se da maldição sincromística que o palhaço do crime parece lançar sobre os atores que o encarnam.
terça-feira, agosto 16, 2016
Pokémon GO: bem vindo ao deserto do real!
terça-feira, agosto 16, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O filme “Matrix” e o conto “Sobre o Rigor da Ciência” do argentino Jorge
Luís Borges ajudam bastante a entender a atual febre em torno do jogo Pokémon
GO. Não a compreender o jogo em si (de forma positiva ajuda a nos familiarizar com o ambiente urbano e nos
tira do sedentarismo, a velha crítica contra os tradicionais games de
computadores e consoles) mas a elucidar para qual futuro ele aponta. Realidade
aumentada é a união da representação com a tecnologia, do mapa com o
território, do virtual com o real. Mas se no conto de Borges pedaços do mapa
ficaram grudados ao real, no mundo Matrix é o real que vira um deserto e se
agarra na virtualidade. Por enquanto programas como Pokémon GO são metafóricos,
anedóticos e, por isso, divertidos. Mas a tecnologia da realidade aumentada vai
muito além do que ajudar a compreensão da realidade: pode desertificá-la.
segunda-feira, agosto 15, 2016
O peso da decadência moderna no filme "High-Rise"
segunda-feira, agosto 15, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um misterioso arquiteto planeja um arranha-céu que deveria ser uma
incubadora de mudanças na sociedade. Um edifício idílico com todas as
comodidades modernas destinado a ser uma “máquina de morar” autogerida. Mas
algo deu errado, transformando o projeto em um pesadelo apocalíptico que
mistura horror, sexo, drogas e a principal ironia: a Razão e a Racionalidade de
um projeto futurista se converte em niilismo, hedonismo e violência. É o filme
“High-Rise” (2015), adaptação de obra do escritor J.G. Ballard de 1975 cujas
visões sobre o futuro são considerados por muitos como proféticas – a sociedade
corroída pelos seus principais males: a luta do homem contra si mesmo e de
todos contra todos.
domingo, agosto 14, 2016
Curta da Semana: "Getting Fat in a Healthy Way" - a Terra, a Lua e a obesidade
domingo, agosto 14, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em um universo alternativo a força gravitacional do planeta se
enfraqueceu devido a uma catástrofe geofísica envolvendo Terra-Lua. Quem tiver
menos de 120 quilos terá sérios problemas para levar uma vida normal – poderá sair flutuando e
se perder na atmosfera. Por isso a obesidade passa a ser valorizada e vira o
novo padrão de beleza. E se nesse mundo um homem magro se apaixonasse por uma
mulher obesa? O curta “Getting Fat in a Healthy Way” (2015) do búlgaro Kevork
Aslanyan coloca esse argumento sci-fi como pano de fundo para uma singela
história de amor que suscita uma discussão sobre os padrões de beleza: se são
relativos, por que se transformam em padrões ditatoriais?
sábado, agosto 13, 2016
Galvão Bueno: do patriotismo ao tautismo
sábado, agosto 13, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O locutor da Globo Galvão Bueno é o homem certo para o lugar certo. Os nadadores preparavam-se para a largada na piscina do Parque Olímpico da Rio 2016 quando a árbitra parou tudo. Em meio ao silêncio exigido para a concentração dos atletas alguém não parava de falar, alheio ao momento: era Galvão Bueno, que mereceu ao vivo uma reprimenda de um comentarista do canal inglês BBC: “o colega perto de mim precisa calar a boca”, disse. Bueno é o homem certo, com sua verborragia patriótica cultivada nos tempos dos bons resultados brasileiros no futebol e F1. Os bons resultados acabaram, mas o cacoete ficou. Agora tornou-se sintoma do tautismo (autismo + tautologia) crônico de uma emissora que de tão centrada nela mesma começa a contaminar seus jornalistas, apresentadores e artistas. Em muitos momentos o monopólio político e econômico da Globo parece fazer seus profissionais terem lapsos de memória sobre a existência de alguma coisa de real do outro lado dos muros da emissora.
quinta-feira, agosto 11, 2016
Série "Mr. Robot", segunda temporada: o labirinto PsicoGnóstico
quinta-feira, agosto 11, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A série “Mr. Robot” é fascinada por sistemas. Depois de mostrar a
virtualidade do sistema financeiro e a sua destruição por sistemas de
computadores na primeira temporada, agora a série mergulha no sistema
esquizofrênico do protagonista Elliot. Dos temas CosmoGnósticos, agora a série
aprofundará temas PsicoGnósticos: como o controle do Ego é uma ilusão – assim
como Tyler Durden libertou-se do psiquismo do protagonista em “Clube da Luta”,
da mesma forma Mr. Robot desafiará as ilusões dos medicamentos antidepressivos,
psicoterapias e todo o ideário da autoajuda.
terça-feira, agosto 09, 2016
Rebelião gnóstica e Hipótese Fox Mulder na série "Mr. Robot" - primeira temporada
terça-feira, agosto 09, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A série de TV “Mr. Robot” (2015-) de San Esmail é vista pela crítica como um mix
de “Matrix” com “Clube da Luta” onde a violência de socos e Kung Fu é
substituída pela cultura do cyber-ativismo hacker. Mas a série vai mais além.
Entra nos temas principais do gnosticismo sci-fi do escritor Philip K. Dick:
paranoia, amnésia, esquizofrenia e identidade em um sistema onde a mentira é a
base de toda a confiança: um sistema econômico onde débitos e dívidas se
sustentam na crença de que, apesar de toda a virtualidade das transações
financeiras, o dinheiro existe em algum lugar como base moral de todo o valor. E
tudo pode ser destruído da noite para o dia por hackers que pretendem salvar o
mundo através de linhas de programação. Como explicar essa mensagem de rebelião gnóstica em série de TV em uma grande rede dos EUA? Talvez
a chamada “Hipótese Fox Mulder” explique.
sábado, agosto 06, 2016
O professor sabe que vai ser demitido quando...
sábado, agosto 06, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Esse humilde blogueiro resolveu dar uma pequena contribuição à Antropologia Corporativa. No momento em que escolas e faculdades estão sendo
rapidamente adquiridas por grupos educacionais nacionais e internacionais,
oligopolizando o setor, a cultura organizacional escolar cada vez mais se
assemelha à cultura corporativa. Principalmente naqueles sinais que indicam que o professor vai ser demitido como um mal necessário na implantação das novas e
revolucionárias ferramentas organizacionais e educacionais trazidas por
messiânicos gestores e CEOs. Fique atento a esses sete sinais. Eles podem também
ser estendidos ao mundo corporativo em geral.
quinta-feira, agosto 04, 2016
Estranhas forças governam nossas vidas em "Harodim: Olhe Mais Perto"
quinta-feira, agosto 04, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Paul Finelli, roteirista que nunca teve uma obra adaptada por algum
estúdio de Hollywood, escreve em 2010 outro roteiro, dessa vez sobre a morte do
líder da Al-Qaeda Osama Bin Laden. Roteiro que tinha tudo para ser engavetado.
Até que, um ano depois, Paul Finelli assistiu perplexo na TV as imagens da
morte de Bin Landen por SEALs da Marinha dos EUA no Paquistão. A narrativa dos
eventos era quase um espelho do seu roteiro. A realidade imitando a ficção foi o
início da produção do filme “Harodim: Olhe Mais Perto” (2012), uma produção
austríaca do Terra Mater, estúdio que afinal se interessou pelo roteiro de
Finelli. O líder terrorista mais procurado do mundo é capturado e levado por um
ex-especialista em black-ops da Inteligência dos EUA para um lugar desconhecido
no metrô de Viena. Lá assistimos a uma hora e meia de interrogatório onde serão feitas aterrorizantes revelações sobre
fatos da história recente desde os atentados do 11 de setembro nos EUA. E que
há forças por trás da nossa vida ordinária que estão muito além do
livre-arbítrio. Filme sugerido pelo nosso leitor Romeu.
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