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quinta-feira, dezembro 07, 2017

Mídia dilui significado da descoberta de papiro com "ensinamentos secretos" de Jesus


As notícias foram dadas como alguma coisa entre Indiana Jones, conspirações do “Código da Vinci” de Dan Brown ou sobre Jesus convenientemente próximo do Natal. As notícias sobre a descoberta do manuscrito em grego do “Primeiro Apocalipse de Tiago” (manuscrito apócrifo gnóstico até então conhecido em linguagem copta da chamada “Biblioteca de Nag Hammadi”), perdido no acervo da Universidade de Oxford, foram cercadas por uma mitologia midiática que sempre é acionada para diluir aquilo que é de mais virulento e revolucionário no Gnosticismo (razão pela qual foi tão perseguido por toda a História): os conflitos políticos e econômicos como parte do drama de uma luta cósmica entre o Bem e o Mal, sem superação dialética ou solução evolutiva. A grande mídia cobriu a descoberta como “religiosa”, diluindo a potencial ameaça às instituições desse mundo: de que Jesus não veio para nos “salvar”, mas para nos revelar algo que já existe dentro de nós – apenas nos fazem esquecer através de ilusões. E a mídia que “noticia” a descoberta do manuscrito é uma delas.

terça-feira, agosto 08, 2017

Como escapar da Matrix: 10 definições de "gnose" através do cinema


Desde os clássicos filmes gnósticos “Show de Truman” e “Matrix” a espécie humana é representada como prisioneira em uma gigantesca ilusão cósmica – tecnológica, psíquica ou midiática. Como escapar dela? Para o Gnosticismo, através da “gnosis” (“conhecimento”). Mas que tipo de conhecimento é esse? Uma epifania místico-religiosa? Algum tipo de comunhão secreta com o Divino? Iluminação espiritual? O Cinegnose reuniu dez definições de estudiosos sobre o conceito de “gnose” e como os filmes gnósticos figuram essa espécie de rota espiritual de fuga: quem éramos, o que nos tornamos, onde estávamos, para onde fomos lançados, para onde estamos indo, do que estamos libertos, o que é o nascimento e o que é renascimento.

sexta-feira, junho 30, 2017

Quando sorrir soa parecido com gritar em "Helter Skelter"


Mais um filme japonês que trabalha com simbologias alquímicas de transmutação pessoal. Adaptado de um mangá homônimo e iconografia inspirada no filme “Beleza Americana”, “Helter Skelter”(Herutâ Sukerutâ, 2012) do diretor e fotografo Mika Ninagawa é um exemplo de como a cultura japonesa conseguiu filtrar a sociedade de consumo ocidental através de valores milenares, combinando tudo isso com cenários futuristas e distópicos: uma top model chamada Lilico, ícone dos adolescentes conectados 24 horas em dispositivos moveis atrás de mexericos de famosos, é uma celebridade de capas de revistas, publicidade e TV, cuja beleza esconde um sinistro segredo – uma clínica de estética com revolucionário método combinando tráfico de órgão e placentas humanas, no qual corpos são reconstruídos como verdadeiros frankenteins. Uma modelo que se transforma numa gueixa pós-moderna, uma máquina de processamento de  desejos de milhões. A beleza leva a juventude para o fundo do poço, onde destruir a si mesmo é a única saída: no caso de Lilico, quando sorri, na verdade está gritando.

quarta-feira, junho 28, 2017

Tricô, lã e Alquimia no filme "Wool 100%"


Um filme para os cinéfilos amantes do surreal e do estranho. “Wool 100%” (“100% Lã, 2006) do escritor/diretor japonês Mai Tominaga é uma curiosa comédia que combina a fábula gótica e fantástica com o humor negro repleto de simbolismos: duas irmãs idosas passam os seus dias acumulando objetos e sucatas em seu casarão, recolhidos e catalogados diariamente em uma pequena cidade japonesa. Até que encontram um cesto cheio de novelos de lã vermelha. Do emaranhando de fios surge uma jovem que tricota sem parar o próprio suéter que veste, para depois desfiar e recomeçar tudo de novo. A jovem intrusa dará início a uma complexa simbologia de transformação alquímica envolvendo a cor vermelha, tricô, infância, sexo e amor – simbolismo de libertação das protagonistas presas nas memórias do casarão, como fosse a cartografia das suas próprias mentes.

terça-feira, maio 02, 2017

Em "Almas à Venda" a chave do sucesso é a perda da alma


Com ironia e com humor negro, "Almas à Venda" (Cold Souls, 2009), tematiza criticamente como o mundo dos negócios (management + tecnologias do espírito) invade nossa última morada que ainda tenta resistir: a alma. No mundo atual dominado pelo paradigma da financeirização na qual qualquer coisa (ações, títulos, carros, pessoas, sentimentos e até a alma) tem que ser submetida aos princípios da liquidez e mercantilização totais, um homem descobre a chave do sucesso: o "Armazém de Almas" - clínica especializada em estocar a sua alma para substituir por outra de um doador anônimo, mais bem sucedido. Mas o protagonista descobre algo mais: quando estamos vazios e sem alma conseguimos ser mais bem sucedidos profissionalmente.

segunda-feira, abril 17, 2017

Propaganda e a demonização do inimigo, por Marcelo Gusmão



O filme “1984” foi exibido esse ano em 165 cidades nos EUA como forma de protesto contra o presidente Donald Trump. Ele demoniza imigrantes e a oposição também o demoniza, definindo-o como o “novo Big Brother”. Enquanto isso o Brasil está um caos, dividido, semelhante a final de um campeonato: de um lado do campo os “Coxinhas”, no outro lado os “Mortadelas”. Há quem prefira dizer “esquerda” contra “direita”, ou ainda “amarelos” (canarinhos) contra os “vermelhos”. Essa divisão não é novidade - desde que o mundo é mundo há violência e luta pelo poder. “Nós contra Eles” sempre foi um princípio de identidade entre os “Iguais” das diversas irmandades, seja times de futebol, equipes em gincanas escolares, entre bairros, cidades, países, partidos políticos e, é claro, ideologias. Demonização e a divisão do inimigo são grandes princípios de propaganda e persuasão. Como lidar com essa dualidade?  Qual a sua origem? Há como anular sua força?

quarta-feira, dezembro 14, 2016

"Elle Brasil" une Cabala e Tecnognosticismo com modelo robô


Na edição de dezembro a revista de moda “Elle Brasil” figurou na capa a robô Sophia, um dos projetos de inteligência artificial mais avançados do mundo. Clicada pelo fotografo Bob Wolfeson, a ideia do editorial era apontar versões para o futuro da indústria da moda. Mas um robô vestindo roupas vitorianas nada mais fez do que revelar as arquetípicas e milenares origens da Moda, Estilismo e manequins na longa tradição esotérica e hermética da Teurgia, Alquimia e a Cabala Extática – uma longa e secreta história de seres artificiais mágicos como homúnculos, golens e frankensteins. Até chegar aos atuais manequins das vitrinas de shoppings e modelos vivos das passarelas – seres ainda “não formados”, à espera do “espírito” (o Estilo) que lhes dê vida. Assim como o código binário que dá "vida" à robô Sophia. A atual agenda tecnognóstica se encontra com a Moda.  Pauta sugerida pelo nosso leitor Nelson Job.

segunda-feira, julho 11, 2016

A Simbologia Alquímica em "As Tartarugas Ninjas", por Claudio Siqueira


Dia 16 de junho deste ano estreou nos cinemas o filme "As Tartarugas Ninjas: Fora das Sombras" (Teenage Mutant Ninja Turtles: Out of the Shadows). Após sua primeira edição em maio de 1984 pela editora Mirage Studios, os quatro esdrúxulos personagens tiveram diversas obras midiáticas envolvendo seu universo, de desenhos animados a videogames. Mas, desde o novo filme de 2014, é apresentada uma versão mais diferenciada entre os personagens. E com razão, já que os quatro diferem bastante não apenas em sua personalidade, mas nos elementos alquímicos que representam.

quarta-feira, julho 06, 2016

Motivação, alquimia e rebelião: 7 cenas sobre demissão no cinema


Por decurso de prazo e fim do prazo de validade, depois de 30 anos lecionando e pesquisando na Universidade esse humilde blogueiro foi demitido. Para espiar os demônios internos, nada melhor do que dar uma olhada em como o cinema representa esse divisor de águas na vida de qualquer um. Representações alquímicas, mensagens motivacionais, meta-demissões, cruel antropologia corporativa e mergulhos nas águas profundas da rebelião, com direito a automutilação e chantagens, estão nas sete melhores sequências de demissão no cinema recente selecionados pelo “Cinegnose”.

sábado, julho 02, 2016

Alquimia e esoterismo em "Os Goonies", por J. B. de Oliveira


Os filmes de Spielberg sempre foram carregados de pistas sobre teorias conspiratórias e simbolismos esotéricos como em “E.T.” ou “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”. Spielberg foi fundamental para a mudança da opinião pública em relação a existência de seres-extraterrestres. Ele foi um dos principais precursores da guinada metafísica de Hollywood com a exploração de um mix de esoterismo, Ufologia (“Contatos Imediatos”, por exemplo, contou com a consultoria do ufólogo Allen Hynek) e simbolismo hermético. Mesmo o filme “Os Goonies” (1985), que mergulha no imaginário infanto-juvenil de caças a tesouros, trapalhadas e travessuras, está repleto de simbolismos herméticos e alquímicos.

terça-feira, junho 28, 2016

Cinegnose discute no Rio formas do Cinema escapar da caverna de Platão


O cinema é um dispositivo que descende diretamente o Mito da Caverna de Platão. Partilha da construção da irrealidade do mundo, mas também pode ser uma porta da saída dessa caverna por meio da criação do “acontecimento comunicacional” que induza a estados iluminados ou alterados de consciência. E que, por fim, favoreça a “gnose”. Essa foi a conclusão final da jornada que esse humilde blogueiro participou ministrando palestra e workshop no Rio de Janeiro nessa última sexta e sábado. Realizados na Casa da Ciência da UFRJ e na livraria Estação das Letras, e organizados pelo Coletivo Transaberes, tive a oportunidade de apresentar um amplo painel dos diversos renascimentos do Gnosticismo nas ciências, artes e literatura, até o momento atual do Gnosticismo Pop hollywoodiano. É mais uma forma de aumentar o véu da ilusão, mas também abre fissuras por onde podemos escapar.

sábado, março 26, 2016

Em "Closer To God" o mito de Frankenstein enfrenta a Ciência, Mídia e Religião


Como o clássico terror gótico “Frankenstein” seria contado no século XXI? Certamente o cientista teria a sua disposição a clonagem e contra ele o sensacionalismo midiático alimentando uma turba enfurecida de fundamentalistas religiosos pregando o fim da Ciência e uma nova Idade Média. Esse é o terror independente “Closer To God” (2014) de Billy Senese, onde vemos o drama de um geneticista criador do primeiro clone humano e que terá que enfrentar uma extensa cobertura midiática que o transforma em alvo de diversos grupos religiosos radicais e violentos. Um filme que evita os clichês hollywoodianos do “cientista louco” e do maniqueísmo “Ciência versus Religião”. Todos os lados (Ciência, Mídia e Religião) têm suas mazelas e culpas. E o único ser próximo de Deus é a pequena Elizabeth, o bebê clone inocente de toda a tragédia ao redor. Filme sugerido pelo nosso leitor Antonio Oliveira.

sábado, janeiro 30, 2016

No filme "O Novíssimo Testamento" Deus não morreu - apenas se tornou inútil


Deus existe, e ele está em algum lugar em Bruxelas. Arrogante e grosseiro, passa os dias digitando em um computador ultrapassado regras para tornar a vida de todos um inferno. Mas o que ninguém sabe é que Ele tem uma filha que está decidida a ser mais bem sucedida do que seu irmão, Jesus – libertar a humanidade do jugo de um Demiurgo através do Novíssimo Testamento. Esse é o filme “O Novíssimo Testamento” (Le Tout Nouveau Testament, 2015) do belga Jaco van Dormael, uma comédia de humor negro blasfema, herética mas, principalmente, gnóstica: se soubéssemos o momento exato da nossa morte, paradoxalmente viveríamos melhor a vida que nos resta, sem o medo do caos e do aleatório que impedem o nosso livre-arbítrio. Para Van Domael, Deus não morreria, mas se tornaria inútil.

O que faria o leitor se soubesse o dia, a hora e o minuto exato da sua morte? Continuaria levando a vida normalmente cumprindo seus deveres e reponsabilidades à espera do fim? Ou mandaria tudo às favas e realizaria tudo aquilo que seus deveres e responsabilidades não deixavam?

Mas quem enviou essa informação tão precisa e perturbadora? Uma pessoa que teve acesso ao computador de Deus, roubou as informações e, por vingança, as enviou para todos os celulares do planeta via mensagem SMS.

sábado, dezembro 05, 2015

O sobrenatural pode ser digital?


Até aqui nos filmes de terror o Mal, fantasmas e maldições sempre se espalharam principalmente por meio de linhas telefônicas, monitores de TV e ondas de rádio. Isso sem falar das contaminações biológicas pelo sangue ou ar. Ou seja, o Outro Mundo sempre nos alcança no mundo cinematográfico através das tecnologias analógicas e meios físicos. O que dizer então de filmes recentes onde o sobrenatural manifesta-se através das tecnologias digitais como Internet e dispositivos móveis? É verossímil espíritos agirem através de sinais fragmentados e binários? Se os fenômenos ocultos, mágicos ou espirituais baseiam-se em um princípio de semelhança (o Outro Mundo precisa sempre de um meio físico ou contínuo para estabelecer uma ponte com o mundo físico), seria possível fantasmas ou forças espirituais manifestarem-se por meio das mídias digitais?

quarta-feira, outubro 28, 2015

Curta da Semana: "Rabbit" - Alquimia e a essência sombria dos contos de fadas

Um curta que é um prato cheio de alusões a mitos alquímicos e à essência sombria dos contos de fadas originais, perdida desde as adaptações comerciais da Disney: é o Curta da Semana do “Cinegnose” – “Rabbit” (2005) do animador inglês Run Wrake. Um conto de fadas invertido onde as crianças tornam-se vilãs em uma narrativa surreal onde os pequenos protagonistas descobrem uma fantástica maneira de transformar moscas em joias – um homúnculo viciado em geleia de ameixa vermelha.

sexta-feira, agosto 28, 2015

Por que Hollywood está interessada na mente humana?

Por que Hollywood anda tão interessada na mente humana? De filmes como “Amnésia” (2000) até a atual animação da Pixar “Divertida Mente” (2015) é recorrente o tema da possibilidade representação, mapeamento ou virtualização da mente para que possamos melhor controlá-la ou aumentar suas potencialidades. Sabendo-se que desde a II Guerra Mundial Hollywood tornou-se uma poderosa ferramenta de repercussão das agendas políticas ou econômicas dos EUA, o que representaria essa recorrência temática desse início do século? Esse foi o tema desenvolvido por esse humilde blogueiro na CONACINE 2015, onde procurei expor que nesse momento o cinema estaria repercutindo duas agendas: uma “tecnognóstica” e a outra religiosa, cujo epicentro estaria no Vale do Silício:  a propagação da “religião das máquinas”.

Por que o roteiristas e diretores do cinema andam tão interessados pelo tema da mente humana? É visível a recorrência desse tema na cinematografia desse início de século, desde Amnésia (2000), passando por Vanilla Sky (2001) e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (2004) até os recentes Transcendence, Lucy e a animação da Pixar Divertida Mente.

Nesse conjunto de filmes está sempre presente a ambição pela possibilidade de mapeamento, simulacão e controle da mente humana. Por que esse tema é tão recorrente no cinema nesses últimos tempos?

domingo, maio 24, 2015

Parapolítica e subversão ocultista no filme "A Montanha Sagrada"

Em 1980 John Lennon concedeu entrevista à “Playboy” onde dizia que caíra fora dos Beatles porque eles teriam sido criados por “craftsmen” (termo ambíguo que pode designar tanto “artistas” ou “artesãos” quanto “iniciados ao ocultismo"). Sete anos antes Lennon ajudou a financiar o filme “A Montanha Sagrada” (1973) do chileno Alejandro Jodorowsky, sobre oito "craftsmen" (poderosos industriais e políticos) que são iniciados por um alquimista na busca da verdadeira fonte do Poder: a imortalidade e o aprimoramento espiritual. Verdadeiros magos negros donos dos mercados de armas, moda, arte, brinquedos, drogas e sexo. Pretendem alcançar a chamada “montanha sagrada” em uma distante ilha. Jodorowsky buscou no filme uma dupla subversão: denunciar a dimensão parapolítica onde magos ocultistas formariam a elite mundial que aplicaria sofisticadas técnicas psíquicas de controle social; e do outro didaticamente mostrar para os espectadores os passos da iniciação ocultista que poderia nos livrar das ilusões que nos prendem ao mundo material e ao julgo dessas elites ocultistas.

Depois de conseguir a atenção do público alternativo e das chamadas “sessões da meia-noite” em cinemas underground de Nova York com o filme El Topo (1970), o diretor chileno Alejandro Jodorowsky conseguiu o suporte financeiro de John Lennon e Yoko Onno para o seu projeto espiritual cinematográfico A Montanha Sagrada – a princípio, um filme que continuaria a temática de El Topo, isto é, sobre purificação, a descoberta da Verdade por trás das aparências do mundo (Maia) e, por fim, a constante busca pelo aprimoramento espiritual.

quarta-feira, dezembro 03, 2014

O Inferno alquímico de Dante no filme "O Reflexo do Medo"


Conhecida como "Cidade Luz", Paris também é escura e misteriosa: sob a cidade se estende uma vastíssima rede de mais de 300 quilômetros de túneis e labirintos. São as chamadas “catacumbas de Paris” ou “cidade dos mortos” onde jaz os restos de seis milhões de pessoas, além de vestígios de cultos celtas, franco-maçons, gravuras e sinais ritualísticos sagrados. Nessa atmosfera claustrofóbica e sombria se movem os arqueólogos urbanos do filme “O Reflexo do Medo” (As Above, So Below, 2014), misturando terror com thriller psicológico no estilo falso documentário ou “found footage”. Como informa o título original, a narrativa explora o princípio alquímico da Correspondência, repleto de referencias ao chamado esoterismo cristão presente na obra de Dante Alighieri “A Divina Comédia”, na qual o diretor John Erick Dowdle se inspirou para escrever o roteiro.

sexta-feira, outubro 31, 2014

Em "Amantes Eternos" a melancolia dos vampiros denuncia a decadência dos vivos

Conhecido pelos seus protagonistas que vivem sempre à margem da sociedade, arrebatados pelo vazio existencial e, por isso, capazes de um olhar mais crítico e verdadeiro, o diretor Jim Jarmusch (“Estranhos no Paraíso”, “Down By Law”, “Dead Man”, “Flores Partidas”) agora acrescenta os vampiros a sua galeria de anti-heróis. Em “Amantes Eternos” (Only Lovers Left Alive, 2013) Jarmusch questiona como seria viver eternamente em um mundo de seres mortais. Como seres que atravessaram séculos por todas as cenas culturais, científicas e artísticas poderiam viver num mundo que parece ter esquecido de tudo que de mais importante a História ofereceu (como, por exemplo, o trágico destino das ideias do cientista Nikola Tesla), e vê no You Tube a sua única fonte de cultura e entretenimento. Ironicamente,  para os vampiros os mortais não passariam de “zumbis” – seres condenados pela morte a recomeçarem sempre do zero do esquecimento.

Parecia que o cinema já tinha mostrado tudo sobre os vampiros: seres da noite, mortos vivos, encarnação do próprio Mal, seres dotados de perigoso poder de sedução, amores platônicos entre vampiros e mortais, amaldiçoados com a imortalidade, doentes contagiosos etc. Mas faltava um diretor como Jim Jarmusch para trazer esse personagem para a sua galeria de anti-heróis underground, aqueles que vivem à margem da sociedade e que, por isso, são capazes de um olhar crítico para uma sociedade de resignados.

quarta-feira, setembro 17, 2014

A Química transforma-se em Alquimia na série "Breaking Bad"



Após cinco temporadas, a premiada série televisiva de dramas, crimes e thriller “Breaking Bad” (2008-2013) ingressou na lista de filmes de diversos gêneros que exploram simbologias alquímicas de transformação como “Blue Velvet” de David Lynch ou “Beleza Americana” de Sam Mendes. Narrativas que exploram as possibilidades de transformações íntimas em nossas vidas através de elementos que tradicionalmente tomamos como negativos: caos, trevas e morte. Um professor de Química confronta a morte, o câncer e um vida fracassada por meio de uma jornada radical de redenção no submundo do narcotráfico. A metanfetamina azul se transforma na série em simbologia alquímica ao mesmo tempo de redenção espiritual e destruição de um mundo de aparências. Por isso, “Breaking Bad” também foi um “experimento sociológico”, segundo seu criador Vince Gilligan.

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