O que há em comum entre o filme mexicano “Santa Claus” (1959, aka “Santa Claus vs. The Devil”) e “Star Wars Holiday Special” (1978), o especial de Natal da CBS, considerado a pior coisa já feita para a TV? Cada uma dessas produções, na sua época, traduziu o Natal de acordo com o “espírito do tempo”. O primeiro, na esteira do início da corrida espacial e Guerra Fria EUA e URSS. E o segundo, no rastro do sucesso do filme de 1977, já antevendo o computador pessoal e compras e comunicação através da Internet. Contextos tecnológicos e políticos diferentes que criaram, cada um no seu tempo, formas diferentes de interpretar os simbolismos natalinos: o primeiro, global; o segundo, cósmico. Mas os destinos das produções foram diferentes: “Santa Claus” foi um dos filmes natalinos mais reprisados da TV norte americana; enquanto “Star Wars Holiday Special” foi renegado pelos atores, fãs e pelo próprio George Lucas: “eu queria apenas tempo e um martelo para destruir cada cópia”, lamentou.