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terça-feira, janeiro 22, 2019

Marketing pós-humano e pós-verdade na ascensão dos influenciadores virtuais

Lentamente uma nova raça de avatares está se infiltrando nos “feeds” das redes sociais: são os influenciadores virtuais – supermodelos lindíssimas, como vidas cheias de música e ativismo social, promovendo marcas famosas de moda. Mas por trás estão algoritmos probabilísticos combinando o trabalho de fotógrafos, computação gráfica e inteligência artificial. Faz parte da chamada “Revolução Industrial 4.0” que nada mais faz do que estender para o século XXI o espírito do velho capitalismo: redução de custos e enxugamento da cadeia produtiva, aumento de lucros e incremento do controle social e político.  Mas para os seguidores dessa nova geração do Marketing de Influência, pouco importa se os influenciadores são reais ou virtuais – se artistas, celebridades e famosos sempre foram simulacros, então chega de intermediários! Assim como as fake news, o marketing pós-humano está criando a pós-verdade: o mix de autodistanciamento irônico e niilismo. Pauta sugerida pela nossa leitora Alana Pinheiro.

quarta-feira, novembro 07, 2018

Estamos todos à espera de algo que nunca chega em "Esperando Godot"

Obra-prima do Teatro do Absurdo de Samuel Beckett, “Esperando Godot” sempre esteve à espera de uma adaptação cinematográfica. A qual Beckett resistia por temer que o espírito de dissonância original da peça fosse perdido na linguagem fílmica. Mas o projeto “Beckett in Film” do diretor irlandês Michael Lindsay-Hogg certamente superou esses temores de Beckett. Em “Esperando Godot” (2001), a peça em dois atos em que nada acontece ganha novos tons, principalmente gnósticos: por que dois mendigos à espera do misterioso Godot que nunca aparece, simplesmente não viram as costas e vão embora? O que temem? O absurdo e surrealismo de "Esperando Godot" é apenas a superfície de um horror metafísico de Beckett que parece remeter ao trauma do Holocausto: como foi possível uma barbárie jamais vista na Segunda Guerra Mundial? Que cosmos é esse em que vivemos que cria condições para acontecer horrores que jamais deveriam acontecer?

segunda-feira, outubro 15, 2018

"O Abrigo": o mais perturbador filme pós-apocalipse dos últimos tempos


Pode parecer que “O Abrigo” (“The Divide”, 2011) é mais um filme pós-apocalíptico em que, outra vez, Nova Iorque é destruída. Dessa vez por bombas nucleares em uma guerra indeterminada. Mas dessa vez não temos uma narrativa épica de um herói que luta em colocar ordem no caos para salvar o dia. As coisas irão de mau a pior num grupo de sobreviventes em um abrigo subterrâneo. A obsessão pela temática pós-apocalipse e do fim do mundo no cinema encobre a raiz de um sintoma que “O Abrigo” revela de maneira explícita: o freudiano “Mal-Estar da Civilização” assentado no temor da morte, da fragilidade do corpo e no inferno que representa o outro. Por isso, o diretor Xavier Gens vai buscar inspiração em dois clássicos da literatura do niilismo pós-guerra: a peça “Entre Quatro Paredes” de Sartre e “O Senhor das Moscas” de William Golding. “O Abrigo” é um filme para cinéfilos com mente e estômago fortes. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.

quinta-feira, maio 31, 2018

A "Nova Ordem" do bullying e intolerância no filme "Klass"

A princípio, o filme estoniano “Klass”(2007) é mais um filme sobre assassinatos seriais em escolas, na linha de “Elephant”, “Tiros em Columbine” ou “Precisamos Falar Sobre Kevin”. Também baseado em um incidente real, “Klass” se esforça em não ser mais um filme “sobre” violência escolar, mas procura falar “da” violência, sem estilização tradicional do tema – fetichização das armas e atiradores vestidos com trajes snipers negros. Formado por um cast de atores amadores e não-atores, “Klass” arranca performances espontâneas e brutais sobre a história de Joosep, vítima de bullying e desprezo de uma classe que cria um mundo fechado. Incompreensível para adultos preocupados com seus próprios afazeres. “Klass” vai ao fundo psicológico do nascimento do extremo desejo de vingança: uma Nova Ordem na qual família e escola pouco significam ou compreendem um movimento que está muito além da Razão: uma secreta aliança entre Id e Superego – autoritarismo aliado ao prazer sadomasoquista. Filme sugerido pelo nosso onipresente leitor Felipe Resende.

domingo, maio 13, 2018

Cigarros e niilismo gnóstico no filme "Lucky"


Um homem solitário e ranzinza confronta a chegada da morte. Com quase 90 anos, ele segue uma rotina espartana: faz alguns exercícios de ioga pela manhã, depois pega o chapéu e caminha através de uma paisagem árida de cactos numa cidadezinha no meio do nada. Trava conversas aleatórias sobre religião, filosofia, moral, game shows da TV, saúde e a morte numa cafeteria e num bar. Enquanto fuma muitos, muito cigarros. E entre seus interlocutores está o famoso diretor David Lynch, que faz um homem que tem uma tartaruga chamada “Presidente Roosevelt”. Esse é o filme “Lucky” (2017) sobre um protagonista ateu que entra na lista de produções sobre personagens excêntricos de uma América profunda. Mas Lucky tem um ateísmo de natureza muito especial – é dotado de um niilismo gnóstico. Ele não crê num propósito ou sentido para a vida. Pelo menos, não para esse mundo.

quarta-feira, maio 02, 2018

O mal-estar dos millennials diante do fim do mundo em "Bokeh"



Um jovem casal norte-americano em férias na Islândia. Que mal poderia acontecer? A não ser, acordar numa manhã e descobrir que todo mundo desapareceu e aparentemente só restaram eles? Celulares e Internet continuam funcionando, mas... não há ninguém do outro lado. Será que toda humanidade desapareceu? Esse é o filme "Bokeh" (2017, disponível na Netflix) no qual a atmosfera "Além da Imaginação” é apenas um pano de fundo para discutir questões geracionais e existenciais da chamada “Geração Y” ou “Millennials”. Ao invés de procurar uma resposta, ou mesmo sobreviventes, o casal de fecha ainda mais no mal-estar que emerge da relação: o estranhamento de estarem cara-a-cara, sem mediações tecnológicas, e o estranho nostalgismo pós-moderno: saudades de épocas que não foram vividas.

sábado, março 31, 2018

Em "Infinity Chamber" o homem enfrenta a versão mais diabólica de HAL-9000


Desde o duelo mortal entre o astronauta Dave Bowman e o computador HAL-9000 no filme “2001” de Kubrick, o cinema não havia conseguido repetir uma luta tão icônica entre a inteligência humana e a artificial. Isso até o filme “Inifinity Chamber” (2016), na qual o homem enfrenta a nova geração da IA: os aplicativos e algoritmos capazes de aprender até o ponto em que poderiam saber mais sobre nós do que nós mesmos. Um homem é raptado em uma cafeteria, para acordar em uma cela high tech observado por uma câmera de teto: é o olho artificial de um computador chamado Howard. Sua função: mantê-lo vivo, para escanear suas memórias e fazê-lo repetir mentalmente em infinitas vezes o mesmo dia em que foi raptado, para tentar achar a evidência da sua ligação com um grupo terrorista. Um filme sobre tecnologia, sonhos e memória. Uma metáfora de como atuais aplicativos que fazem a mediação dos nossos relacionamentos são apenas pretextos para escanear nossos sonhos e pensamentos.

domingo, fevereiro 18, 2018

Em "The Man From Earth: Holocene" aquilo que o homem mais teme: o niilismo


“The Man From Earth: Holocene” (2017) é a continuação da saga iniciada com o primeiro filme em 2007 com um mix de ficção científica e especulação religiosa: John é um homem que diz ter vivido 14 mil anos, imortal. Um homem erudito que a cada dez anos se muda para ninguém perceber que nunca envelhece. Se no primeiro filme, John faz um embate filosófico e teológico com um grupo de cientistas, nesse segundo filme ele enfrentará duas ameaças: as novas tecnologias invasivas que ameaçam revelar sua identidade; e a busca desesperada do homem em busca de sentido para a existência que vê na imortalidade de John a resposta. O problema é que John Young na verdade é o espelho daquilo que o homem mais teme: o niilismo, a inexistência de qualquer propósito na vida terrestre.  

sexta-feira, maio 19, 2017

Jogo Baleia Azul e suicídio: a morte é mais um produto à venda?, por Marcelo Gusmão


Torne a mentira grande, simplifique-a, continue afirmando-a, e eventualmente todos acreditarão nela”. Essa frase de Adolf Hitler descreve bem esse ‘e-fenômeno’ que se tornou o Jogo da Baleia Azul nos últimos meses.  O que aconteceu foi algo semelhante à frase do ditador, ou seja, o jogo é a mentira que se tornou grande, e por isso foi curtida, comentada e compartilhada tantas vezes mundo afora que, eventualmente, muitos acreditaram nela. Sabe-se agora, após investigações de sites especializados, que o Jogo da Baleia Azul é um “fake news” (notícia falsa), fruto do velho e conhecido telefone sem fio. Mas também a vida imita a arte: o  suposto jogo Baleia Azul foi explicitamente inspirado no filme “Nerve: Jogo sem Regras” (2016). E vice-e-versa, a arte imita a vida: a série "Os 13 Porquês” surge no momento em que a ONU divulga números de que ocorre um suicídio a cada 40 segundos: coincidências? sincronismos? Ou também a morte transforma-se em mais um produto à venda?

terça-feira, maio 16, 2017

Curta da Semana: "Day 40" - os animais se amotinam contra Deus na Arca de Noé


Como Noé conseguiu colocar a cadeia alimentar completa de animais dentro da Arca e por 40 dias todos viveram em paz e harmonia enquanto o planeta era punido pelo Dilúvio? O produtor, diretor e animador Sol Friedman, notório pelas suas produções que profanam contos sagrados e tradições religiosas de todo o mundo, no curta de animação “Day 40” (2014) apresenta com muito humor negro uma arca bíblica que mais parece um navio de piratas amotinados. Um lugar tão pecaminoso quanto o mundo deixado para trás e afogado pelo Dilúvio. Em muitos aspectos o curta lembra a leitura gnóstica que Darren Aronofsky fez em “Noah” (2014). “Day 40” não é uma produção aconselhada para pessoas religiosamente mais sensíveis.

sábado, abril 15, 2017

Niilismo e o desejo da morte na Modernidade em a "A Marca do Assassino", por Bárbara Ribeiro


Um filme tão excêntrico que mereceu a expulsão do diretor da produtora japonesa Nikkatsu. Um filme estranho até para uma produtora especializada em filmes “B”. É o filme “A Marca do Assassino” (1967) do diretor Seijun Suzuki (falecido nesse ano), um diretor tão radical que inspirou na atualidade diretores como Jim Jarmuch (pela forma como utiliza a trilha musical) e Tarantino no filme “Kill Bill 1”. Além das muitas referencias ao filme Noir, a narrativa de “A Marca do Assassino” é dominada por personagens que vivem para morrer, na qual sexo e morte são abordados de forma niilista e non sense em um Japão dos anos 1960 já ocidentalizado. É o que nos conta a nova colaboradora do “Cinegnose” Bárbara Ribeiro*.

sexta-feira, abril 14, 2017

"Nocturama": explodam estátuas e palácios, mas deixem os shopping centers!


O cenário é a crise econômica e desemprego na França pós crise do Euro de 2008. Um grupo de jovens de diversas origens étnicas caminha pelas ruas de Paris. Silenciosos trocam olhares, pegam pacotes em cestos de lixo e descartam telefones celulares após utilizarem. Aparentemente cansados da sociedade, planejam um ousado atentado: explosões simultâneas na cidade, mandando pelos ares símbolos do poder financeiro e político. “Nocturama” (2016), do francês Bertrand Bonello, mostra como a própria energia utópica e contestadora naturais da juventude, hipnotizada pela rebeldia da cultura de consumo, é cooptada por uma irônica “rebeldia conformista”. Desafie a sociedade explodindo palácios, estátuas e torres do poder financeiro. Mas mantenha intacto os shopping centers. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.

sábado, março 04, 2017

"Terminus": o sci-fi que anteviu Era Trump


O EUA empreendem o Projeto Terminus de ocupação permanente do Irã por tropas americanas. O que só faz aumentar a tesão diplomática com Rússia e China, disparando a contagem regressiva para uma guerra nuclear. Enquanto isso um estranho meteorito cai em uma cidadezinha no interior dos EUA, onde vivem desempregados e veteranos da guerra no Irã, amputados e paralíticos, que lutam para sobreviver em meio a depressão econômica. Este é o sci-fi australiano “Terminus” (2015) sobre um futuro próximo que poderia muito bem ser o presente. Um filme que representa mais um sintoma do crescente sentimento anti-Globalização – a percepção de que enquanto sofremos no dia-a-dia para conseguir tocar as nossas vidas, lá em cima os poderosos tramam a nossa própria destruição em seus jogos de guerras e das altas finanças. Em 2015, “Terminus” antecipou o mal-estar que criaria muitos subprodutos, assim como a atual Era Trump.

sábado, fevereiro 11, 2017

Em "Black Mirror" a tecnologia é espelho sombrio de nós mesmos


A narrativa corporativa e publicitária sobre as tecnologias da informação sempre foi a da “estrada para o futuro”, uma estrada que supostamente nos conduzirá ao paraíso da comodidade, no qual todo conhecimento  que necessitarmos estará ao alcance de um clique ou de um toque na tela. Mas a série britânica Black Mirror (2011- ) vai na contra mão: sem ser tecnofóbica, mostra futuros próximos, mas estranhamente atuais, onde paradoxalmente a tecnologia evoluiu tanto que atingiu um ponto de inutilidade e disfuncionalidade. Os seis episódios da terceira temporada de 2016 mostram o “vanish point” de gadgets como mídias sociais, realidade aumentada, dispositivos móveis e games: o ponto de viragem tecnológico no qual a racionalidade se converteu em mal estar psíquico, crime, ódio e anomia. A expansão das redes de informação foi muita mais rápida que a produção de conteúdo (conhecimento). E a lacuna foi preenchida por espelhos sombrios de nós mesmos.

quinta-feira, dezembro 29, 2016

Em "Lua de Fel" a contagem regressiva de fim de ano é uma bomba-relógio


Mais um final de ano e outra contagem regressiva para a meia-noite. Por que essa contagem, como fosse uma bomba relógio? Essa é uma pergunta feita por pensadores como Jean Baudrillard até chegarmos ao filme “Lua de Fel” (“Bitter Moon”, 1992) de Roman Polanski. A poucas horas da festa de réveillon em um cruzeiro marítimo, forma-se um bizarro triângulo amoroso entre um casamento que tenta sobreviver e outro que se transformou em ódio mútuo. Um flashback episódico da história de um homem destruído pela paixão. “Por que as coisas boas nunca duram?”, pergunta-se Polanski. A aproximação que o diretor faz dessa questão com a festa do réveillon, sugere uma resposta: a percepção do tempo como bomba-relógio cria as doenças espirituais contemporâneas: o niilismo e o hedonismo.

terça-feira, outubro 18, 2016

O futuro já está entre nós no filme "Metropia"


Em um futuro não muito distante a Europa foi interligada por uma massiva rede de metro, o Estado sumiu e foi substituído por uma gigantesca corporação após o crash financeiro e a crise energética e climática. Enquanto isso, as pessoas isoladas nas suas casas se divertem vendo um game show televisivo com refugiados que disputam visto para legalizarem a situação na Europa. Quem perde é ejetado para o mar. Parece com algo familiar? Essa é a animação sueca “Metropia” (2009) uma paradoxal ficção científica na qual a sensação de futuro deixa de existir. “Metropia” é uma “hipo-utopia”: o futuro já está entre nós, no presente. Diferente das tradicionais distopias, essa animação é uma “hipo-utopia”, a exemplo de filmes como “Distrito 9”: o futuro nada mais é do que uma projeção hiperbólica das mazelas do presente – precarização do trabalho, deterioração urbana, lavagem cerebral midiática, racismo e xenofobia. 

quarta-feira, outubro 05, 2016

Deus é um homem que enlouqueceu em "On The Silver Globe"


Astronautas chegam a um planeta parecido com a Terra com a missão de povoá-lo e recriar a humanidade a partir do zero. Mas ao invés de se tornarem livres, repetem, numa versão caricata e sombria, as mesmas mazelas que deixaram na Terra: a religião, guerras santas, hierarquias, violência e o hedonismo das drogas alucinógenas. Muitos críticos consideram o filme polonês “On The Silver Globe" ("Na srebrnym globie"1988) um “Star Wars com LSD”. Censurado pelo regime comunista polonês em 1977, o diretor Andrej Zulawski conseguiu finalizá-lo em 1988, mesmo com a filmagem incompleta. Para solucionar o problema, o diretor transformou o filme em um “found footage”. Por isso, as duas horas e meia do filme são para espectadores curiosos e corajosos: Zulawski faz um mergulho caótico e lisérgico no psiquismo de astronautas que tinham tudo para serem livres. Mas apenas contaminaram aquele planeta com a “peste” que trazemos em cada um de nós.

sábado, outubro 01, 2016

Curta da Semana: "Waltz For One" - o medo do futuro


Enquanto EUA e URSS disputam a corrida espacial dos anos 1960, um excêntrico milionário financia sua própria viagem espacial buscando quebrar o recorde de permanência solitária em orbita da Terra. Mas um irritante “beep” de mau funcionamento do sistema somado à claustrofobia e delírio no interior de uma minúscula cápsula ameaçam a missão. Esse é o curta “Waltz For One”  (“Valsa para Um”, 2012), lançado pelo coletivo de artistas “Intellectual Propaganda”.  É muito mais do que uma paródia aos cânones de filmes do gênero (entre eles, “2001” de Kubrick): é uma melancólica desconstrução do gênero ficção científica, enfraquecido na pós-modernidade porque perdeu a própria essência que o constituía - a visão confiante e utópica no futuro. O sintoma de uma sensibilidade atual marcada pela incerteza e temor em relação ao futuro.

sexta-feira, setembro 23, 2016

Quando a morte é o único sentido para a vida em "Bridgend"


A cidade de Bridgend (no fundo de vales no sul do País de Gales) no passado sustentou o império britânico com o seu carvão, para depois ser esquecida pela História e pelo mundo. Até que, desde 2007, uma inexplicável onda de suicídios de jovens por enforcamento (79 mortes até hoje) tomou conta da região. Para a mídia, tornou-se a “cidade da morte” e seus jovens estigmatizados. O filme Bridgend (2015) do dinamarquês Jeppe RØnde baseia-se nesse caso misterioso: uma adolescente retorna para Bridgend junto com seu pai, um policial que investiga a causa da onda de suicídios. Um culto suicida na Internet? Efeito copycat motivado pelo sensacionalismo como a mídia trata o assunto? Efeito no sistema nervoso central das ondas UHF do sistema de rádio de emergência da polícia do Reino Unido? Ou um acerto de contas dos jovens contra a civilização? - quando a existência fica vazia, a morte pode se tornar o único sentido para a vida. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.

quinta-feira, setembro 15, 2016

O enigma Cicada 3301 e a filosofia "I Did It!": uma nova Matrix?


Considerado por muitos o maior mistério não resolvido da Internet, “Cicada 3301” consiste num conjunto de quebra-cabeças lógicos envolvendo criptografia e esteganografia publicados na Internet desde 2012 com o suposto propósito de uma misteriosa organização recrutar as pessoas mais inteligentes do planeta. Mas para quê? CIA? NSA? Uma Sociedade Secreta? O fato é que vem mobilizando uma massa de jovens gênios matemáticos que tentam resolver um labirinto de enigmas dentro de enigmas. Lembra a aventura de Alan Turing em decifrar a máquina Enigma dos nazistas, porém sem o heroísmo e glória do passado. Hoje, apenas um sintoma da filosofia minimalista do “I did It!” (“Eu consegui!”) na cultura atual – lógica fetichista de delírio no vazio e exaltação de uma façanha sem consequência. Se isso for verdade, Cicada 3301 pode ser uma armadilha: gênios matemáticos entregando o “modus operandi” hacker ativista como Big Data para a futura Matrix. Uma Internet recém-senciente, como uma gigantesca IA, ávida em prever cyber-ataques de possíveis dissidentes.

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