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quinta-feira, dezembro 15, 2022

Revendo 'Os Outros': Jung tinha razão sobre mortos e fantasmas


Num evento sincromístico, depois de rever o filme “Os Outros” (The Others, 2001), de Alejandro Almenábar, pouco depois, remexendo antigos exemplares da velha revista “Planeta”, esse humilde blogueiro deparou-se com um pequeno texto de C.G. Jung chamado “A Vida Depois da Morte”. Tanto Almenábar quanto o psicanalista austríaco invertem todo senso-comum que temos sobre o após-morte: acreditamos que, chegando lá, teremos todas as repostas das perguntas que nos atormentam. Porém, tudo o que os espíritos sabem é o que sabiam no momento da morte. E nada mais. Na verdade, eles não nos assombram. Porque tanto em “Os Outros” quanto em Jung, todos, vivos e mortos, são fantasmas em busca de respostas.

sábado, dezembro 10, 2022

Do demasiado humano ao AstroGnosticismo no filme 'Nr. 10'

O diretor holandês Alex van Warmerdam é conhecido por esse humilde blogueiro principalmente pelo filme “Borgman” (2013) sobre como uma família burguesa é capaz de se autodestruir pelo demasiado humano que nos habita. Mas, dessa vez, seu espírito desconstrutivista foi mais além: do demasiado humano para uma narrativa AstroGnóstica no filme “Nr. 10” (2021). Uma verdadeira montanha-russa, com guinadas secas no tom, como se quisesse brincar com o espectador: de uma simples comédia de erros, passando para um drama sobre pecados até dar uma guinada AstroGnóstica. “Nr. 10” começa no mundo profano do cotidiano (a rotina de trabalho, traições e mentiras numa companhia teatral) para convergir para o Sagrado: a busca de si mesmo pelas mãos de um estranho homem sussurrante que conduz o protagonista a um excêntrico Monsenhor que parece ter negócios muito além desse mundo.

quarta-feira, dezembro 07, 2022

Para entender o terror gnóstico de 'Skinamarink'



Os mais assustadores filmes de terror são aqueles cujas imagens e narrativas deixam lacunas para que nossa imaginação tente preenchê-las. E a nossa imaginação pode ser mais assustadora do que o próprio filme. “Skinamarink” (2022) nos mostra duas crianças que acordam no meio da noite e descobrem que os pais desapareceram, assim como todas as portas e janelas. Filmada em filme analógico, o resultado são imagens escuras e muito granuladas: o que faz o espectador imaginar as coisas mais diabólicas que possam emergir dos grãos da imagem. Há um plot gnóstico por trás do drama daquelas crianças: realidade, fantasia, o onírico e o lúdico se misturam numa casa que repentinamente perdeu portas e janelas. Abuso infantil, morte e monstros da nossa infância são a superfície de um drama gnóstico que tem a ver com a nossa condição existencial da solidão: nascemos sós e morremos sós.

terça-feira, novembro 22, 2022

Filme 'Cadáver': luzes, câmera... e Inteligência Artificial!


Todos conhecem o papel da Inteligência Artificial (“machine learning”) de plataformas como Netflix que “aprende” com as escolhas e comportamento do usuário, customizando sua “experiência”. Mas hoje a IA faz mais do que isso: analisa e prevê as avaliações dos filmes, interferindo nos estágios iniciais da fase da produção criativa, ajudando decisivamente na produção de roteiros. Economizando tempo e dinheiro. Reversibilidade irônica: uma plataforma de comunicação que não mais comunica. Apenas sinaliza e informa, retroalimentando o repertório do usuário. Um exemplo é o filme de terror norueguês “Cadáver” (Kadaver, 2020): num mundo pós-apocalíptico, uma peça de teatro num hotel com jantar incluído atrai uma multidão faminta. Que descobrirá da pior maneira possível que o preço do ingresso é uma cilada mortal. Um pastiche de “tropos” do gênero que torna tudo previsível e inverossímil – feedback tautista. Porém, para usuários que conheceram o cinema a partir do streaming, essa incomunicabilidade talvez não seja perceptível.

sexta-feira, novembro 04, 2022

Da positividade hipócrita ao riso maligno e viral no filme 'Sorria'


No terror “Sorria” (Smile, 2022) há duas linhas de diálogo que são chaves de compreensão do filme: ““Faça uma cara feliz. Você fica mais bonita quando sorri” e na cena clássica da protagonista diante do monstro: “por que você está fazendo isso comigo?” “Porque sua mente é tão convidativa!”, responde a entidade com um sorriso psicótico. Dessa maneira, “Sorria” incorpora as origens antropológica ambíguas do riso: de um lado como inversão e desestabilização diante da positividade hipócrita da sociedade; e do outro, as origens sardônicas do riso na violência e crueldade: o riso como fenômeno demoníaco. Mas numa sociedade mediada pela Internet e redes sociais, o riso maligno só pode ser infeccioso e viral, cuja força está no trauma, culpa e ressentimento.

sexta-feira, outubro 28, 2022

Na série 'Bem-vindos à Vizinhança' a obsessão e o pesadelo invadem o sonho americano


O deserto e os subúrbios de classe média fazem parte da mitologia norte-americana. Numa sociedade de origem puritana, são lugares que contrastam com vida urbana cosmopolita, sinônimo de caos e degradação moral. Mas mesmo nesses lugares, o Mal está à espreita, aproveitando-se dos pontos fracos morais das pessoas. Essa é a quintessência do gótico americano, representado pela minissérie Netflix “Bem-Vindos à Vizinhança” (The Watcher, 2022), sobre o sonho americano que se transforma em pesadelo: um casal novaiorquino compra uma linda casa em tons pasteis em subúrbio de classe média. Quando começam a receber cartas ameaçadoras de um anônimo que conhece todos os detalhes do cotidiano daquela família. Até a racionalidade ser sugada pela paranoia e obsessão.

quinta-feira, outubro 20, 2022

'O Telefone do Sr. Harrigan': há certas ligações que jamais podem ser atendidas


Certamente o conto de Stephen King “Mr. Harrigan’s Phone” (sobre o fantasma de um recém-falecido que se comunica através de um telefone com o amigo que deixou entre os vivos) inspirou-se na bizarra invenção de Thomas Edison em 1920: uma espécie de “disque fantasma” ou “telefone espiritual” para os mortos poderem se comunicar com os vivos. Um exemplo de como o Oculto misturou-se com a Ciência no início da Era da Informação. A produção Netflix “O Telefone do Sr. Harrigan (2022) adapta o conto de Stephen King indo muito além do sobrenatural: mais do que informar, os meios de comunicação acabaram se tornando reflexos dos nossos próprios fantasmas interiores. 

quinta-feira, outubro 13, 2022

Filme 'Salve-se Quem Puder!': como vencer aliens sem smartphones, tutorial, aplicativo e Google?


Um jovem casal millennial, viciado em smartphones e que passa mais tempo falando com a IA Alexa do que conversando entre si, decide ser “seres humanos melhores”: ficar uma semana desconectados em uma cabana numa floresta remota, para recuperarem a intimidade perdida.  Mas ficam alheios ao início de uma bizarra invasão alienígena que começa a ameaçar os arredores. Como combater aliens sem um aplicativo, tutorial ou a busca do Google? Esse é o hilário argumento da comédia “Salve-se Quem Puder!” (Save Yourselves!, 2020), um crítica bem humorada da geração millennial, a geração mais tecnológica e midiatizada da História.

sábado, outubro 08, 2022

A invenção misteriosa e esotérica da fotografia no filme 'A Noiva'



Desde o início, com a invenção do daguerreótipo, a fotografia esteve envolvida com o misterioso e o esotérico: afinal, em todas as culturas, ver o próprio duplo é um evento misterioso podendo até mesmo ser o prenúncio da morte. Com a fotografia, para começar, a possibilidade de ter a própria alma roubada. E na Rússia? Onde a Ciência e antigas crenças conviveram no período czarista. Esse é o universo que inspira o terror russo “A Noiva” (Nevesta, 2017): uma garota está prestes a se casar com seu namorado e é levada por ele para conhecer sua família numa região remota que parece ter parado no tempo. Uma família de gerações de fotógrafos, especializados em fotografar mortos, antiga crença de que isso os manteria vivos. Logo será incomodada com a estranheza dos seus anfitriões: algum tipo de experimento deve ter saído do controle em algum momento da história daquela família.

sexta-feira, setembro 09, 2022

'O Grande Hotel Budapeste': lapsos de civilização no matadouro que conhecemos como humanidade


No cinema, o imaginário em tornos dos hotéis os torna intrinsecamente estranhos. De Norman Bates em “Psicose” a Jack Torrance de “O Iluminado”, esse imaginário parece traduzir uma ambiguidade desse serviço entre o turismo e os negócios: são lugares transitórios, mas também um lugar que, por um tempo, podemos chamar de lar. Wes Anderson brinca com esse imaginário em “O Grande Hotel Budapeste” (2014): um hotel decrépito entre as montanhas, mas que teve seus tempos aristocráticos de opulência. Com sua linguagem irônica e cenas densamente compostas, com aventuras que mais lembram as HQs de “Tintim”, Wes Anderson nos conta um tema sério e sombrio: como a guerra total nazista destruiu uma bela e frágil civilização da Europa Central, trazendo uma modernidade que alterou drasticamente os hotéis e o turismo – de “lapsos de civilização no matadouro bárbaro que conhecemos como humanidade” a filiais padronizadas e despersonalizadas de grandes cartéis internacionais de turismo.

quarta-feira, agosto 31, 2022

'Não! Não Olhe!': resta algo na galáxia que não possa ser explorado como entretenimento?



Em “Não! Não Olhe!” (Nope, 2022) Jordan Peele abandona o terror racial de “Corra” e “Nós” para ingressar no terreno híbrido sci-fi, terror e muita metalinguagem e alusões ao cinema e cultura pop. Aproximando-se da crítica social de “Não Olhe Para Cima”. Algo ameaçador está vindo do céu sobre um rancho que fornece cavalos para produções de cinema e TV. A primeira reação dos protagonistas não é a de lidar com o horror cósmico, mas encontrar uma maneira de monetizar o estranho fenômeno. Numa cultura na qual Tik Tok, YouTube e canais de notícias 24 horas subliminarmente oferecem diante dos nossos olhos a promessa de fama da noite para o dia, como seria possível a expressão do horror cósmico com toda a sua intensidade numa cultura com tantas camadas semióticas nos separando da realidade?

quinta-feira, agosto 25, 2022

A masculinidade tóxica e líquida no filme 'Men'


Tradicionalmente inspirada na matriz freudiana do Édipo (inocência, culpa etc.), o gênero do terror nesse século está mexendo em um novo lugar nos porões do inconsciente: a má consciência. Como mostra, por exemplo, o terror racial de Jordan Peele. “Men” (2022), de Alex Garland, dessa vez ingressa no terror de gênero: um conto de fadas sombrio no qual a masculinidade tóxica assume uma forma mutante, informe, amoral numa ordem patriarcal que se tornou “líquida”, na acepção de Zygmunt Baumann. Uma jovem viaja para uma idílica vila rural para se recuperar do trauma da morte do seu marido. Não demora muito para ela descobrir que se colocou no centro de um tipo diferente de trauma. Há algo de errado com este lugar, com essas pessoas, que por acaso são em sua maioria... homens.

quinta-feira, agosto 18, 2022

Para entender a série "The Sandman" com a filosofia de Alfred Whitehead


A “Filosofia do Processo” de Alfred Whitehead e os mundos fantásticos da obra de Neil Gaiman têm mais coisas em comum do que podemos imaginar. Ambos pensam numa inusitada cosmologia que rompe com a dualidade cartesiana ao proporem universos (no caso de Whitehead, de elétrons a pessoas) no qual se ingressam entidades metafísicas que criam o potencial, a criação, o novo. Em “The Sandman”, de Neil Gaiman, Morpheus e o reino dos sonhos; em Whitehead, os “objetos eternos”. A série Netflix “The Sandman” (2022-), adaptada pelo próprio autor, repleto de seres míticos que governam seus reinos que tangenciam com o mundo “real”, figura o mundo dos sonhos e sua espécie de “Biblioteca Akáshica” (referência teosófica de Gaiman) que representam como a humanidade cria os seus objetos eternos, os Perpétuos, como o repositório de todos os desejos e potencialidades de um mundo muito além do cartesianismo.

quarta-feira, agosto 03, 2022

Filme 'She Will': a antropologia da ordem patriarcal para além do identitarismo


À primeira vista, o filme produzido pelo mestre do terror Dario Argento e dirigido pela estreante Charlotte Colbert, “She Will” (2021) parece ser mais uma produção mainstream dentro da onda identitarista apropriada pela grande mídia e discurso corporativo – o chamado “neoliberalismo progressista”. Uma atriz idosa confronta-se com os fantasmas do assédio sexual quando, jovem, estreou em um filme cujo remake está para ser lançado. Buscando fugir de todo hype, viaja para as Terras Altas na Escócia. Lá encontrará as origens simbólicas de toda a ordem patriarcal: a lama primordial de uma floresta composta por cinzas humanas das vítimas das inquisições e o carbono negro da queima do carvão industrial. Por isso, “She Will” vai além:  Uma filme sobre abuso infantil, assédio sexual e envelhecimento feminino envolta na lama daquela floresta: a raiz antropológica de todas as desigualdades – a contradição Natureza vs. Sociedade, a Mãe Terra vs. o Deus Capital.

quarta-feira, julho 27, 2022

Memórias, perdas e condicionadores de ar no filme 'Ar Condicionado'


A sociedade apresenta-se de modo invertido para nossas consciências. Esse é um tema que vai de Marx a Freud: coisas inanimadas parecem ganhar vida própria, enquanto nós nos desumanizamos. O afrofuturismo angolano de “Ar Condicionado” (2020) aborda esse tema, fazendo uma crítica ao consumismo e às deformações urbanas usando simbolicamente essa consciência invertida: do nada, condicionadores de ar começam a despencar dos prédios, matando pedestres que estiverem passando na hora errada. Uma conspiração chinesa para vender ventiladores? Uma faceta das mudanças climáticas? Obsolescência planejada assassina? Ou esses objetos cansaram de funcionar e estão se matando? Um mix de sci-fi com realismo fantástico, no qual as memórias das perdas da colonização portuguesa e guerra civil estão por trás desse fenômeno bizarro.

sexta-feira, julho 22, 2022

'2046: Os Segredos do Amor': por que algo tão bom de repente não mais funciona?


Em 2011 o Partido Comunista Chinês proibiu o tema viagem no tempo em produções audiovisuais, sob alegação de que não eram “realistas”. Certamente, o filme “2046: Os Segredos do Amor” (“2046”, 2004), do diretor Wong Kar-wai (“In the Mood for Love”), fez parte dessa tendência de filmes sobre o tema que se tornaram popular na TV do país e irritou o governo. É um filme para cinéfilos corajosos cuja narrativa pula não só do futuro para o passado e vice-e-versa, como também confunde a realidade literária de um livro sci-fi escrito pelo protagonista com o seu próprio presente, cujos personagens reais se transformam em ficção no seu livro. Tentando capturar a experiência da memória de um grande amor perdido, o filme se trata da luta do homem contra o tempo que torna todo momento feliz passageiro. Por que algo tão bom de repente não mais funciona?

sexta-feira, julho 15, 2022

O terror emerge do sonho americano das redes sociais no filme 'Hatching'



O terror que emergia de subúrbios em tons pastéis, como reza o sonho americano, foi a tendência dos anos 80-90. Nesse século, o terror emerge mais uma vez do sonho americano, dessa vez transferido para a busca de likes, compartilhamento e engajamento nas redes sociais. Ao lado de filmes como “Spree” e “Cam”, o filme finlandês “Hatching” (2022) é o mais atual exemplo de uma tendência em filmes que descrevem o que acontece com as pessoas quando buscam aprovação na Internet a qualquer custo. O filme não poupa esforços para ser estranho: uma mãe transforma os treinos da sua jovem filha na primeira competição de ginástica olímpica numa live dentro de um video-blog chamado “Lovely Everyday Life”. Até o momento em que a filha descobre um ovo de um pássaro que cresce, até eclodir um pássaro-monstro que se transformará na sua doppelgänger.

quarta-feira, julho 06, 2022

O ovo da serpente tecnológica que eclodiu o fascismo no filme 'Carro Rei'


Nascido dentro de um carro, uma criança cresce com o poder de se comunicar telepaticamente com um automóvel da frota de taxi do pai. Já adulto, retorna e se reconecta com o velho amigo motorizado para, junto com seu tio, criar uma seita que pretende fazer uma conspiração automobilística de carros sencientes que dominarão os humanos. Esse é o filme brasileiro “Carro Rei” (2021), de Renata Pinheiro, que, para a crítica estrangeira, faz uma reflexão filosófica sobre as relação homem-máquina-natureza, lembrando filmes sobre o pós-humano como “Titane”, de Julia Decournau e “Crash”, de Cronenberg. Porém, essa é apenas a superfície de “Carro Rei”. O filme faz uma metáfora da maneira como foi chocado o ovo da serpente que eclodiu o imaginário que corroeu a democracia brasileira: o ovo da serpente tecnológica e do consumo.

quinta-feira, junho 30, 2022

'Fruto da Memória': o olhar inédito da "onda estranha grega" para pandemia e esquecimento


Uma pandemia global provoca amnésia irreversível em um número crescente de pessoas. Parece que já vimos muitos filmes tratando desse tema. E sem memórias, como descobrir quem somos? Também já vimos outros filmes sobre isso. Porém, lembre-se: o leitor vai assistir a um filme da chamada “Onda Estranha Grega” – narrativas bizarras onde amor, culpa, misticismo e horror se misturam. No filme “Fruto da Memória” (Mila, 2020), o diretor grego Christos Nikou mostra um protagonista amnésico que terá que reiniciar sua identidade em um programa neurológico inédito: reaprender todos os papéis, scripts e convenções sociais, desde as banais como andar de bicicleta, flertar alguém numa festa ou ir ao cinema. Sob comandos de fitas cassete gravadas com orientações para as “tarefas”. O filme é uma oportunidade para descobrirmos o “non sense” dos rituais cotidianos que mecanicamente repetimos, sem percebermos o artifício, muitas vezes involuntariamente cômico.

sexta-feira, junho 24, 2022

McLuhan inspira o horror corporal tecnológico de Cronenberg em 'Crimes do Futuro'


O horror corporal no cinema tem em David Cronenberg o seu grande representante. A sua peculiar fusão do horror com a ficção científica foi inspirada nos tempos de estudante na Universidade de Toronto, quando o guru e profeta da Globalização Marshall McLuhan foi seu professor. “O Meio é a Mensagem” é a tese de McLuhan que perpassa toda a filmografia de Cronenberg, só que tomada na aterrorizante literalidade: a tese resultou no pós-humano, a ideologia do século XXI. “Crimes do Futuro” (2022) é o filme-síntese de toda a filmografia do diretor: num futuro indeterminado uma dupla de artistas faz performances públicas de cirurgias através de dispositivos biomórficos para um público extasiado que vê sendo retirados do corpo do artista novos órgãos híbridos misteriosos que não existem na morfologia humana normal. Um mundo em que softwares moldaram a “New Flesh”: o corpo reduzido a objeto de controle e perversão pornô.

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