domingo, abril 16, 2017

Curta da Semana: "El Empleo" - o emprego que te espera no futuro


Com mais de 100 prêmios na sua trajetória em festivais, o curta de animação argentino “El Empleo” (2008) é uma produção bem oportuna para os tempos atuais em que vivemos onde o melhor remédio prescrito para a crise econômica e o desemprego são eufemismos como “terceirização”, “empreendedorismo” etc. O curta é o paroxismo da situação atual: para gerar emprego uma sociedade parece consumir a si mesma -  pessoas começam a assumir a função de objetos cotidianos em “inovadoras” formas de “prestação de serviço”: a mulher-cabide, o homem-abajur e assim por diante. Um curta surreal e tragicômico, mas que dá muito no que pensar. Curta sugerido pelo nosso leitor A.Lex.

sábado, abril 15, 2017

Niilismo e o desejo da morte na Modernidade em a "A Marca do Assassino", por Bárbara Ribeiro


Um filme tão excêntrico que mereceu a expulsão do diretor da produtora japonesa Nikkatsu. Um filme estranho até para uma produtora especializada em filmes “B”. É o filme “A Marca do Assassino” (1967) do diretor Seijun Suzuki (falecido nesse ano), um diretor tão radical que inspirou na atualidade diretores como Jim Jarmuch (pela forma como utiliza a trilha musical) e Tarantino no filme “Kill Bill 1”. Além das muitas referencias ao filme Noir, a narrativa de “A Marca do Assassino” é dominada por personagens que vivem para morrer, na qual sexo e morte são abordados de forma niilista e non sense em um Japão dos anos 1960 já ocidentalizado. É o que nos conta a nova colaboradora do “Cinegnose” Bárbara Ribeiro*.

sexta-feira, abril 14, 2017

"Nocturama": explodam estátuas e palácios, mas deixem os shopping centers!


O cenário é a crise econômica e desemprego na França pós crise do Euro de 2008. Um grupo de jovens de diversas origens étnicas caminha pelas ruas de Paris. Silenciosos trocam olhares, pegam pacotes em cestos de lixo e descartam telefones celulares após utilizarem. Aparentemente cansados da sociedade, planejam um ousado atentado: explosões simultâneas na cidade, mandando pelos ares símbolos do poder financeiro e político. “Nocturama” (2016), do francês Bertrand Bonello, mostra como a própria energia utópica e contestadora naturais da juventude, hipnotizada pela rebeldia da cultura de consumo, é cooptada por uma irônica “rebeldia conformista”. Desafie a sociedade explodindo palácios, estátuas e torres do poder financeiro. Mas mantenha intacto os shopping centers. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.

terça-feira, abril 11, 2017

Lapso de Trump previu ou antecipou agenda do atentado na Suécia?


Em fevereiro, Donald Trump citou um atentado inexistente na Suécia, para justificar suas medidas anti-imigratórias. A grande mídia tratou o episódio como “gafe” de um presidente “desequilibrado”. Dois meses depois ele jogou dezenas de mísseis na Síria e em seguida um atentado ocorreu em Estocolmo, Suécia. Coincidência? Ato falho de um presidente que sem querer antecipou a agenda? Ou mais sincronismos como ocorreu antes e durante “não-acontecimentos” como os de Nice, Berlim e Londres? Mais sincronismos ocorreram horas antes dos ataques à Síria, à bordo do avião presidencial, dessa vez envolvendo Trump e o filme “Star Wars Rogue One”. O fato é que agora tudo mudou: a grande mídia trata o presidente dos EUA como estadista e até humanitário. Como sempre, esses atos falhos e sincrônicos levantam a suspeita da existência de um script pré-estabelecido. São verdadeiros “espasmos da realidade” pelos quais passamos despercebidos.

domingo, abril 09, 2017

Curta da Semana: "At The End of The Cul-de-Sac" - o prazer voyeurista com um drone


Depois de filmar curtas com Iphone e snorriCam, o diretor Paul Trillo aceitou o desafio de fazer um curta com um único plano sequência (sem cortes) com imagens captadas por um drone. É o curta “At The End of Cul-De-Sac” (2016). A câmera fixa em um drone paira, desliza e gira em torno dos atores que nos mostram um protagonista invadindo um condomínio fechado para bater na porta de uma residência. Ele está transtornado e à beira de um colapso nervoso. Os moradores observam à distância, tentam entender o que acontece. Mas assim como nós espectadores vendo tudo através da onisciência do drone, os moradores parecem ter um prazer voyeurista em observar a cena e registrar tudo através de smartphones. Apesar do experimentalismo tecnológico, o curta aborda uma tradicional representação do cinema: os condomínios fechados suburbanos mostrados como enclaves de intolerância e preconceito.

sábado, abril 08, 2017

A incomunicabilidade produz a Religião e a Política em "A Vida de Brian"


A Vida de Brian” (1979) do grupo inglês de humor Monty Python é um filme que não só se tornou atemporal como, depois de 38 anos, ganhou novas leituras. Paradoxalmente, com a expansão das novas tecnologias de comunicação como Internet e redes sociais. Por que? Porque o filme explora a incomunicabilidade humana: Religião e a Política como subprodutos da mentira, ilusão e ideologias que sempre tentam justificar algum mal entendido resultante da radical incomunicabilidade da espécie: o fato de que cada um vê o que quer ver e ouve o que quer ouvir. Brian é confundido com o Messias e passa a ser perseguido não só pelos romanos como também por uma multidão de seguidores que veem nele apenas aquilo querem ver. Pedem de Brian um “sinal” da sua suposta divindade. Não importa o quanto Brian se esforce para tentar desfazer o mal entendido. Involuntariamente criou uma nova religião. E o que é pior: a multidão está ávida por um mártir que morra por ela na cruz...

quinta-feira, abril 06, 2017

Com o caso José Mayer tautismo da Globo fica na corda bamba


O caso do assédio do ator José Mayer à figurinista Susllem Tonani é marcado por uma ironia fundamental: um ator, conhecido por interpretar nas telenovelas sempre o mesmo perfil de personagens machistas e misóginos, é denunciado por recorrentes assédios nos bastidores da Globo. Mera coincidência ou sincronismo entre ficção e realidade? Desde que o chamado “O Método” (criado pela Actors Studio em 1947) se perverteu em fórmula criadora de um tipo de ator que se limita a interpretar a si mesmo em repetitivos perfis de personagens estimulados pela linha de montagem de TV e estúdios de cinema, casos como esses se tornaram recorrentes. No caso da Globo, marcado por um tautismo (tautologia + autismo) crônico, essa “doença ocupacional” fica ainda mais evidente. Principalmente quando a reação tanto do ator quanto da cúpula da emissora foi idêntica: alheios às mudanças que ocorrem no “deserto do real” (empoderamento feminino, lutas por respeito, diversidade etc.) são pegos de surpresa e tentam dar respostas oportunistas. E a da Globo é a mais equizofrênica: diz respeitar as mulheres enquanto diariamente as submete a papéis subalternos em reality shows, telenovelas e propagandas de cerveja.  

terça-feira, abril 04, 2017

"Guerra Total" na crise política com os filmes "Polícia Federal" e "Real"


Espera-se para esse ano o lançamento de dois filmes nacionais que aproveitam a atmosfera da atual crise política. O thriller judiciário “Polícia Federal: A Lei é Para Todos” e um “thriller econômico” - “Real: O Plano por Trás da História”, sobre o Plano Real e a derrota da hiperinflação. “Esculhambação da Polícia Federal e do Judiciário” (pelo fato da PF ter cedido equipamentos, gravações de vídeos e informações sigilosas para uma produção privada sobre uma investigação ainda em andamento) e “propaganda tucana” foram algumas reações das esquerdas. Qual é a surpresa? Como em toda a História, os conquistadores chegam ao poder determinados a exterminar os vencidos. Desde o nazi-fascismo esse extermínio tornou-se simbólico por meio da “Guerra Total”: a conquista de corações e mentes através do cinema e audiovisual. Assim como o Governo dos EUA fornece armas, aviões e soldados reais para as produções patrióticas hollywoodianas, a PF transforma sua sede de Curitiba em “laboratório de interpretação” para os atores. Dentro do espectro político, quanto mais nos dirigimos à direita vemos uma aplicação mais eficiente das armas da comunicação. Como demonstrou Donald Trump na semana passada em suas incursões pela Internet e redes sociais nas madrugadas.

domingo, abril 02, 2017

"The Discovery": devemos saber o que existe depois da morte?


Em um futuro próximo, finalmente a Ciência conseguiu a prova definitiva da existência após a morte. Porém, o resultado foi catastrófico: uma onda de suicídios varre o planeta com pessoas angustiadas em busca da terra prometida no outro lado. A produção Netflix "The Discovery” (2017) é um filme que aborda o recorrente tema cinematográfico da “segunda chance”: motivados por culpa e arrependimento por decisões erradas na vida, buscamos sempre a segunda chance, seja através da viagem no tempo, em um novo planeta Terra ou por meio de alguma experiência espiritual. Porém, “The Discovery” inova a abordagem do tema ao mostrar protagonistas que buscam a segunda chance dessa vez na possibilidade da vida pós-morte. A chance de um recomeço ou, pelo menos, a oportunidade de corrigir decisões erradas. Mas a mesma máquina que deu a prova científica da imortalidade da alma, pode revelar algo maior e inesperado.

sábado, abril 01, 2017

O projeto "Lance Limpo" da Globo e os "idiotas da objetividade" no futebol


A doença crônica do tautismo (tautologia + autismo), em processo de metástase na TV Globo, assume formas cada vez mais imprevisíveis na emissora. Agora contamina seus jornalistas que começam a levar a sério a própria visão de mundo de uma TV fechada em si mesma. O apresentador do Globo Esporte, Ivan Moré, “teve uma ideia” que prontamente recebeu as bênçãos do indefectível Galvão Bueno em seu programa “Bem, Amigos!”: o projeto “Lance Limpo” no qual serão apresentados “exemplos de nobreza e honestidade” – jogadores que confessam que cavaram pênaltis, por exemplo, fazendo árbitros corrigirem seus próprios erros. Para Moré e Bueno, na situação atual de “corrupção, desonestidade e ladroagem que dominam o País”, o esporte deve dar bons exemplos para ajudar a resolver o “problema sério de formação do cidadão”. Uma espécie de “Pan-Lava Jato” histérico que agora vê em qualquer coisa a necessidade de receber o raio moralizador. Mas pode matar o maior produto global: o futebol – assim como Nelson Rodrigues alertava que os “idiotas da objetividade” queriam destruir o futebol pelo complexo de vira-latas, da mesma forma a  moralização (que não consegue moralizar a si mesma) quer limpar a natureza imaginária de todo jogo: o drama e o lúdico. Mas há também uma agenda secreta por trás do tautista projeto: o anarcocapitalismo no esporte.

sexta-feira, março 31, 2017

Por que ninguém pode ficar sem TV digital? A "Família Dinossauros" sabia porque


Na época que a série “Família Dinossauros” (1991-1994) ia ao ar no início dos anos 1990 não existia a TV digital. Mas um episódio da série em 1993 explicava o porquê do atual esforço concentrado e inédito envolvendo Governo, emissoras, Federação de indústrias e ONGs para evitar que massas de telespectadores ficassem sem televisão com o desligamento do sinal analógico na Grande São Paulo. Praça responsável por 70% do faturamento das emissoras, apenas as possíveis consequências financeiras da perda de telespectadores não explicam esse esforço que até envolveu a entrega de Kits de TV digital gratuitos através do “assistencialista” e “populista” Bolsa Família. O humor ácido da “Família Dinossauros” dizia que jamais em uma crise econômica o Governo permitiria que cobradores tirassem a TV de pessoas endividadas: o sistema que as endivida precisa que a TV mantenha os endividados distraídos e confiantes. Conhecemos bem a função da TV em momentos de conflagração política (censura e manipulação das notícias) mas prestamos pouca atenção à sua função cotidiana e silenciosa: fazer as pessoas acreditarem que a força de vontade, o mérito e o trabalho são moralmente bons e que vale à pena acordar toda manhã confiantes e cheios de esperanças.

quarta-feira, março 29, 2017

O Coringa retorna com mais "efeitos copycat"



O palhaço do crime está de volta. Só nesse mês de março, dois episódios em países diferentes tiveram o Coringa como elemento motivador em situações violentas: um adolescente abriu fogo em uma escola na França após posar armado e mascarado como o Coringa em fotos no Facebook; e um homem carregando uma espada e maquiado e fantasiado como o vilão do Batman foi preso pela polícia caminhando ameaçadoramente pelas ruas em uma cidade na Virginia, EUA. São mais casos de uma extensa lista daquilo que os psicólogos chamam de “Efeito Copycat” (efeito de imitação) iniciado com o filme "Batman: O Cavaleiro das Trevas" (2008) e a controversa morte de Heath Ledger que interpretava o Coringa. Uma extensa lista cujo caso mais famoso foi o Massacre de Aurora (2012) no qual o atirador dizia ser “o verdadeiro Coringa”. Pesquisadores em Sincromisticismo acreditam que o Coringa é um arquétipo vivo, uma forma-pensamento. Se no passado, esses arquétipos eram dissipados em rituais sagrados, hoje tornam-se narrativas midiáticas repetitivas cuja energia psíquica procura receptores vulneráveis para serem “descarregadas” em ações catastróficas e imprevisíveis.   

terça-feira, março 28, 2017

Ocultismo midiático e a psicanálise em Justin Bieber, por Marcelo Gusmão


O grande dia para muitos jovens e adolescentes fãs da cultura pop está chegando. Dia 29 de março acontece no Rio de Janeiro o show tão esperado do cantor canadense de 23 anos e fenômeno midiático, Justin Bieber. Para muitos este momento é esperado com ansiedade desde fevereiro de 2016. Criticados por muitos e admirados por outros estes fãs se revezaram em um acampamento no local do show para garantir os melhores lugares. Mas afinal o que explica tamanha dedicação? Expressão incômoda de amor, ou pura alienação moldada por uma indústria midiática mestre no controle mental manipulando anseios e desejos de toda uma geração?  Apenas as técnicas de publicidade e relações públicas não explicam o sucesso de Justin Bieber, assim como de tantos ídolos pop. Haveria um lado obscuro composto pelo psiquismo coletivo e o "ocultismo midiático" - a introdução de antigos e milenares símbolos de tradições esotéricas oriundas das escolas de mistérios.

domingo, março 26, 2017

Curta da Semana: "The Internet Warriors" - o lado oculto dos "haters"


Haters”, “trolls”, “comandantes do caps lock”. Eles são os “guerreiros da Internet”. Depois de uma pesquisa de quatro anos entrevistando-os por todo o mundo, o cineasta e fotografo norueguês Kyrre Lien produziu uma série de documentários curta-metragem chamada “The Internet Warriors”(2017). Lien ouviu usuários que dedicam a maior parte do seu tempo para ficar diante da tela do computador, “opinando” sobre qualquer coisa através de um discurso polarizado, agressivo, intolerante, racista e preconceituoso. O documentário quer entender como pessoas comuns, pessoalmente agradáveis e educadas com seus filhos e esposas, são capazes de ocupar redes sociais e fóruns de discussão com um discurso tão carregado de ódio.

sábado, março 25, 2017

A celebração da loucura e destruição na viagem do tempo em "Os 12 Macacos"


Uma ambiciosa releitura do clássico francês “La Jetée”(1962), o filme que mudou a perspectiva da viagem no tempo no cinema. Em “Os 12 Macacos” (1995) Terry Gilliam explora o tema do protagonista prisioneiro em um loop temporal, tema dominante naquela década como em “Feitiço do Tempo” ou “12:01”. A humanidade foi devastada por uma praga viral, os animais dominaram o planeta e os sobreviventes vivem em subterrâneos. A esperança é voltar para o passado e trazer uma amostra do vírus antes da sua mutação para que a humanidade retorne à superfície. Em busca de perdão, um presidiário chamado James Cole é enviado ao passado para a difícil missão. Paranoico e perseguido como um louco esquizofrênico, a partir de um estranho sonho recorrente, Cole descobrirá que sua vida rebobina e avança rapidamente numa espécie de fita do tempo, como em um filme antigo. 

sexta-feira, março 24, 2017

Uma ponte para a gnose no filme "Os Famosos e os Duendes da Morte"


"Os Famosos e os Duendes da Morte" (2009) é uma das raras incursões da produção do cinema nacional no imaginário arquetípico gnóstico. A narrativa é um exemplo de como, através do cinema, a subjetividade contemporânea é representada por meio de personagens gnóstico. No filme, caracterização do protagonista como o "Viajante" -  aquele que através do silêncio, melancolia e introversão busca um particular estado alterado de consciência: a "suspensão": a busca de uma ponte (no filme, ao mesmo tempo simbólica e literal) entre esse mundo e a iluminação espiritual.

quinta-feira, março 23, 2017

Ataque em Londres: mais um atentado que não aconteceu


Mais um atentado, desta vez em Londres com atropelamento em série de civis e invasão dos jardins do Parlamento Britânico por um homem armado com duas facas. O local é ao mesmo tempo icônico e sincrônico: escolhido pelos roteiristas para as cenas mais espetaculares do filme “V de Vingança”, cuja famosa máscara foi inspirada em Guy Fawkes, líder da “Conspiração da Pólvora” no século XVII – considerada a primeira “False Flag” da História, que pretendia mandar pelos ares o rei junto com o Parlamento como parte de uma propaganda de guerra. Novamente o ataque revela as mesmas recorrências e anomalias dos atentados desde o ataque ao WTC em 2001: a execução final do vilão, o “lobo solitário”, as conclusões rápidas da mídia e da polícia e a “coincidência” de 72 horas antes do ataque exercícios antiterror foram realizados no rio Tâmisa, com lanchas rápidas, resgatando hipotéticas vítimas civis. Assim como aconteceu no atentado “real”. Mais uma vez, o atentado “não aconteceu”: foi uma forma de meta-terrorismo para irradiação midiática.

terça-feira, março 21, 2017

Filme "Nuit Noire": sonhamos os sonhos ou os sonhos é que sonham conosco?


Oscar é um entomologista solitário que trabalha no museu de história natural e em casa cria insetos em estufas numa monótona rotina. Ele vive num mundo que parece ser um purgatório noturno: há um eterno eclipse solar que só deixa o Sol aparecer por quinze segundos. Até que um dia volta para casa e encontra uma mulher negra, doente e grávida, na sua cama. Oscar usará a ciência da Entomologia para lidar com o problema inesperado. No filme belga “Nuit Noire” (2005) o diretor Olivier Smolders faz um mix do cinema surrealista de Buñuel e David Lynch com a paranoia de “A Metamorfose” de Kafka. O filme mostra como o cinema europeu lida com os temas da mente e do inconsciente de forma bem diferente das produções norte-americanas: não há mais a luta e vitória da Razão sobre a mente, mas como os sonhos e o inconsciente contaminam os diversos níveis da realidade. Será que sonhamos os sonhos ou os sonhos é que sonham conosco?

domingo, março 19, 2017

Curta da Semana: "Beleza Americana 2" - a vingança dos descartados


No filme "Beleza Americana"(1999) o diretor Sam Mendes via em um saco plástico que girava ao vento um momento no qual uma “força benevolente” mostrava o sublime por trás das coisas banais. Mas, e se essa força não for assim tão benevolente e se revoltar contra a humanidade que teima em banalizar as coisas através do descarte e obsolescência? O resultado pode ser uma sangrenta perseguição protagonizada por uma sacola plástica em busca de vingança. Esse é o curta “Beleza Americana 2” (2017) de Zak Stoltz, uma bizarra e surreal releitura da poética sequência do filme original. O curta se integra a uma tradição no cinema de objetos que ganham vida e parecem querer se vingar do homem: tomates, carros, bonecos, pneus, árvores de natal. E agora, sacos plásticos. Uma tendência que reflete o novo mal estar da civilização: de ver na descartabilidade dos objetos a expressão da própria obsolescência humana.

sábado, março 18, 2017

Teoria da Terra Plana renasce mais uma vez em tempos difíceis


A Terra é um disco plano e cercada por um muro de gelo que chamamos de Antártida. O Sol e a Lua são apenas discos luminosos que giram sobre o plano terrestre e os planetas não existem. São apenas estrelas firmadas em uma abóboda. E a NASA esconde tudo simulando viagens espaciais e fotos da curvatura terrestre. Acredite, essa teoria que cada vez mais ocupa espaço na Internet com textos e vídeos com um crescente número de seguidores. Mas teoria da Terra Plana não é nova na era moderna. É recorrente na História em momentos de crise política e econômica, como hoje. Por exemplo, teorias da Terra Oca e Plana foram adotadas pelo Nazismo para se opor à “ciência materialista” e injetar magia e misticismo na Política por meio de sociedades secretas como a Vril e Tule, antes da Segunda Guerra. A Ciência transforma-se em fundamentalismo religioso, expressão da polarização e intolerância política do momento. Mas os terraplanistas acertam em um ponto: toda cartografia é uma representação político-imaginária.

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