Com uma premissa estranha e com sérios problemas nos bastidores, o filme “Mundo em Caos” (Chaos Walking, 2021, disponível na Amazon Prime) lembra até o subgênero “sci fi teen” iniciado por “Jogos Vorazes”. Colonizadores esquecidos num planeta distante têm que lidar com “O Ruído”: involuntariamente, somente os homens materializam seus pensamentos mais íntimos através de uma “nuvem” sobre as cabeças. As mulheres foram massacradas por nativos, resultando numa sociedade religiosa hipermasculinizada, armada, violenta, protofascista. E o “ruído” vira um instrumento de controle. “Mundo em Caos” é um filme peculiar, em que a premissa é melhor que o próprio filme: não só por fazer uma alusão à ideia teosófica das “formas-pensamento” como também suscita a tese central de Friedrich Engels em seu livro “Origem da Família, Propriedade Privada e Estado”: o “comunismo primitivo” cedeu lugar na História à opressão de classe e exploração do trabalho com a derrota histórica do gênero feminino.