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terça-feira, março 23, 2021

Amor, mentiras e algoritmos na série 'The One'


Encontrar a alma gêmea, o parceiro certo e viver uma linda história de amor para sempre. Essa é uma mercadoria escassa e, por isso, valorizada no mercado, atraindo a ambição das Big Techs, oferendo redes sociais e aplicativos de relacionamentos para usuários solitários: a promessa de que os algoritmos farão todo o trabalho porque eles conhecem mais sobre nós do que nós mesmos. Mas, e se os algoritmos se juntarem com bancos de dados genéticos? Esse é o tema da série Netflix “The One” (2021- ): se numa sociedade de incomunicabilidade o outro vira fonte de angústia, que tal entregarmos o livre-arbítrio afetivo a um aplicativo que faça combinações genéticas? Mas, por trás de toda fortuna há um crime. E por trás de todo “match” uma mentira.

domingo, março 07, 2021

Série 'L'Effondrement: a Colapsologia está entre a razão e a barbárie



A Colapsologia, área transdisciplinar que estuda as consequências de um possível colapso global ambiental, econômico ou social, ganha cada vez mais adeptos na França. Inspirado na Colapsologia, o “Collective Parasites” escreveu a minissérie “L'Effondrement” (“O Colapso”, 2019), produzido pelo Canal + da França: oito episódios que se desenrolam alguns dias após uma misteriosa crise que fez com que a França (e provavelmente o mundo todo) desabasse, mostrando a escalada de horror que engolfa a sociedade e destrói as noções de civilização, substituindo-as pelo “salve-se quem puder”. A ironia é que da França, berço filosófico da Razão e Iluminismo, surge uma série com virtuosismo técnico realista e cruel mostrando como a racionalidade Ocidental gerou o seu oposto: a barbárie.

sábado, fevereiro 27, 2021

Nos abismos metalinguísticos e gnósticos da série 'WandaVision'


Não fosse a vinheta que abre cada episódio, com o logotipo da Marvel Studios e o desfile da galeria de super-heróis acompanhado de uma orquestração épica, acharíamos que estamos assistindo à série errada – saem super-heróis esculpidos de forma épica, violência bombástica e música enfática sinalizando alguma reviravolta catastrófica, e temos agora elementos gnósticos e psicanalíticos para narrar os traumas interiores de um super-herói. A série “WandaVision” (2021- ) coloca, dessa vez, dois super-heróis do Universo Marvel (a  Feiticeira Escarlate e Visão) nos abismos metalinguísticos de um pastiche das sitcoms dos anos 1950 e 1960, explorando altos conceitos já vistos em produções como “A Vida em Preto e Branco” (“Pleasantville”) e “Show de Truman”.

terça-feira, janeiro 26, 2021

A fé é uma bomba semiótica da guerra híbrida na série "Messiah"


Certamente a série “Messiah” (2020), produção original da Netflix, é uma das produções audiovisuais recentes que melhor detalha o fenômeno de psicologia de massas de como fé, religião e propaganda podem intencionalmente convergir numa bomba semiótica capaz de aglutinar as dores individuais em um denominador comum, criando um sentido coletivo: o acontecimento comunicacional. Surge um homem misterioso em pleno ataque do Estado Islâmico na Síria, que a pessoas acreditam ser o verdadeiro Messias. Ganha as manchetes internacionais para reaparecer nos EUA e provocar comoção cultural e política. Uma farsa? Um terrorista cultural? Mas se for verdade, é um Messias do quê? Católicos, Evangélicos, Muçulmanos, Judeus, CIA, FBI, governos de Israel, EUA, Estado Islâmico, Hamas, cada qual cria interpretações numa espiral alucinante. Provocando polarização, confusão e caos político e social. Os reais objetivos de uma Guerra Híbrida. Mas de quem? Da Rússia? De algum trabalho interno do próprio governo norte-americano? Ou será mesmo o final dos tempos?

terça-feira, dezembro 22, 2020

Série 'Alice in Borderland': o gnosticismo pop japonês dos mangás ao vídeo

Enquanto o Ocidente absorve religiões orientais pela sua fluidez e exotismo, o Oriente se inspira no esoterismo ocidental. Principalmente a vertente gnóstica na cultura pop japonesa através de mangás e animes. Até chegar aos vídeos, como a série Netflix “Alice in Borderland” (2020-) adaptada do mangá de Haro Aso “Imawa no Kuni no Alice”. Três jovens saem de uma estação de metrô de Tóquio e descobrem que estão num mundo paralelo onde a capital japonesa está deserta e às escuras. Apenas acendem painéis de led exortando a participarem de games repletos de charadas e paradoxos: se não zerar o jogo dentro do tempo, o castigo é a morte. A gameficação da jornada interior do herói se mistura com os mitos gnósticos do Demiurgo, da Alma Decaída e do Divino Feminino.

quinta-feira, novembro 19, 2020

Por que 'Utopia' é a série mais azarada do ano?

Criada em 2013 e transmitida pelo canal britânico Channel 4, “Utopia” era uma série inventiva e inquietante: conseguiu elevar o olhar conspiratório para a realidade a um nível crítico e de relevância cultural. Mas o seu remake da Amazon Prime Video “Utopia” (2020) não teve a mesma sorte. No contexto da atual pandemia, “Utopia” teve um destino amargo: o enredo conspiratório parece ter saído de alguma fábrica de memes negacionistas de extrema-direita e seus protagonistas um grupo de crentes QAnon. Fãs de uma HQ acreditam que nas suas páginas estão codificados pistas e símbolos que de alguma forma previram uma série de pandemias, do Ebola à SARS. E também a atual pandemia de vírus que invade a América, originada em morcegos no Peru. Um magnata da Big Pharma está por trás de uma conspiração global através de uma misteriosa vacina. E começa a perseguir e matar os fãs da HQ que descobriram a verdade... O grande azar da série “Utopia”: a propaganda da “direita-alternativa” apropriou-se do discurso conspiratório da série de 2013, conseguindo fazer ruir as noções de Crítica e Verdade.  

sábado, setembro 26, 2020

Série 'Upload': quando as corporações irão monetizar a imortalidade?


No cinema e audiovisual, sempre as representações sobre a existência após a morte fala muito mais sobre os vivos do que sobre o Além.  Porque o espírito de cada época cria sua própria representação da morte – hoje, influenciada pela Inteligência Artificial e a possibilidade de a alma ser transcodificada em bytes para um dia, conquistarmos a imortalidade no “céu” de uma nuvem de dados. A série da Amazon Prime “Upload” (2020-) tematiza esse sonho que é na atualidade levado bem a sério pelos engenheiros das Big Techs do Vale do Silício. A série acompanha a trilha atual de diversas séries e filmes onde a imortalidade é conquistada por meio da transferência da consciência digital. À beira da morte, um programador aceita os termos de um serviço de upload da consciência para um Paraíso transformado em luxuoso resort virtual hospedado em um servidor da corporação Horizon. No pós-morte descobrirá que a imortalidade pode ser tão enlouquecedora quanto a vida entre os vivos. E como as corporações serão capazes de monetizar a mais íntima experiência humana.

sábado, setembro 12, 2020

Na série 'Ares', 'O Guia Pervertido da Ideologia' de Zizek encontra-se com as sociedades secretas


O documentário “O Guia Pervertido da Ideologia” (2012), com o filósofo Slavoj Zizek, no qual mapeia uma série de filmes para explicar a natureza atual da ideologia, certamente contaria com a série holandesa “Ares” (2020-) como mais um exemplo audiovisual. Disponível na Netflix, acompanha uma jovem e ambiciosa estudante de Medicina que, apesar de não carregar um sobrenome com pedigree, é convidada a entrar numa sociedade secreta de universitários que mais parece um culto. Cujos participantes são capazes de identificar seus tataravôs na conhecida pintura de Rembrandt “Ronda Noturna”. Um terror psicológico que sintetiza a ideologia cínica que permeia todas as elites: “Eu sei muito bem o que estou fazendo, mas mesmo assim faço”. Uma sociedade secreta que gira em torno de um culto aparentemente demoníaco cujo propósito principal é a expiação do sentimento de culpa - o legado do colonialismo da história da Holanda na sua elite: uma riqueza fundada historicamente na exploração, escravidão e violência.  

sábado, agosto 22, 2020

Série "Sl⌀born": a pandemia é uma profecia autorrealizável?


Uma pandemia global avança pelo planeta. Numa comunidade em uma pequena ilha no Mar do Norte as telas de TV mostram o drama que avança pelo mundo. Mas todos estão indiferentes, imersos em seus próprios problemas pessoais. Até que um veleiro abandonado encalha em uma das praias, mudando para sempre o destino da ilha: traz a cepa do vírus que fará aquela ilha fazer parte de uma crise sanitária global sem precedentes. A primeira temporada da série alemã “Slborn” (2020-) descreve de forma precisa e detalhada todas as consequências que estamos vivendo nos últimos meses – políticas, sociais e econômicas. Porém, as coisas ficam mais assustadoras quando sabemos que a série foi rodada e produzida no ano passado – em todos os detalhes, os episódios parecem antever a pandemia COVID-19. Ao lado do “Event 201” de 2019, vazamentos de informações da comunidade de inteligência do EUA e de outros filmes como Contágio (2011), “Slborn” seria mais uma peça de uma gigantesca profecia autorrealizável? Peça de um “Grande Reset” do Capitalismo? 

sábado, agosto 01, 2020

Série "Dark" Temporada 3: uma luz gnóstica no fim da caverna


A terceira e última temporada da série “Dark” (2017-2020) confirma aquilo que todos suspeitavam: toda a complexidade da narrativa está repleta de “paradoxos de inicialização” ou aquilo que em Física chama-se CTC – Closed Timelike Curve – linha de tempo fechada, inspirada em clássicos como “Em Algum Lugar do Passado” (1980). Como, então, os criadores da série poderiam dar uma solução aos ciclos aparentemente infinitos sem criar um final aberto e com muitas pontas soltas? Assim como nos acostumamos a ver em muitas séries do gênero, desde “Lost”. A luz no final do túnel (ou da caverna, no caso) foi a mitologia gnóstica: uma releitura de Adão e Eva do Paraíso bíblico e a Criação como um acidente. E o estranho mundo da mecânica quântica como a confirmação da secreta suspeita dos gnósticos: o Universo é imperfeito por ter sido obra de um acidente cosmológico.

domingo, julho 19, 2020

Série "Dark": o campo unificado da ciência com a tradição mística ocidental


A série alemã “Dark” (2017-2020) coloca o último grão de areia que faltava na ampulheta das viagens no tempo no cinema e audiovisual: a “Teoria de Tudo” ou do “Campo Unificado” - ao lado dos campos nucleares (fortes e fracos), eletromagnético e da força gravitacional, também o campo do conhecimento hermético. A grande novidade na abordagem de “Dark” sobre a viagem no tempo é que ela não é exatamente sobre o “Tempo”, no sentido dado pelos cânones da ficção científica. Viagem no tempo tem a ver com metáforas de passagens, túneis, buracos negros, buracos de minhoca, labirintos criados pelas diferentes linhas de tempo. Tudo isso remete à milenar mitologia das cavernas (elemento central na série), que condensa a tradição mística Ocidental: Tábua de Esmeralda, Alquimia, Ouroboros etc. – Imitar Deus dominando o Tempo para escapar do loop que nos prende ao perverso eterno retorno criado por Ele.

domingo, julho 12, 2020

Don't F**k With Cats: mais do que a morte, tememos a solidão


O serial killer vitoriano Jack, O Estripador jamais procurou a notoriedade: vivia no anonimato o seu inferno pessoal de violência e culpa e jamais foi descoberto. Muito diferente da sociedade midiática em que vivemos, onde assassinos seriais querem dar visibilidade aos seus atos para virarem celebridades - numa cultura em que a popularidade midiática é sinônimo de amor. A minissérie documental da Netflix “Don’t F**k With Cats: Uma Caçada Online” (2019) mostra como um exército de detetives on-line tentaram rastrear um assassino de gatos em aterradores vídeos postados na Internet. E ingenuamente retroalimentaram com a visibilidade até o assassino partir para humanos. Um documentário que ajuda a refletir como os psicóticos caçadores da fama não são apenas “lobos solitários” que a qualquer preço tentam fugir da própria infelicidade. Mas também são produtos de um sistema de entretenimento. Principalmente no contexto digital das redes sociais no qual os cliques e os likes passam a ser os novos vetores da fama e sinônimos de amor ou amizade. Confirmando o insight freudiano: mais do que a morte, o que homem mais teme é a solidão.

domingo, maio 31, 2020

Na série "The Midnight Gospel" zen-budismo é a filosofia perfeita para nosso universo simulado


Cada episódio da série de animação “The Midnight Gospel” (2020-) é um intensivo exercício pop de meditação: tentamos acompanhar os longos diálogos sobre vida e a aceitação da morte sobre o ponto de vista zen-budista, enquanto os protagonistas estão em mundos de colorido intenso e muitas vezes com violência gráfica pesada que tenta desviar nossa atenção. Como se a narrativa nos obrigasse a buscar o silêncio interior perante o caos barulhento da realidade. O protagonista Clancy faz entrevistas para um “spacecast” em um Universo dentro de simuladores cuja interface é análoga a games de computadores. É exatamente essa a ironia metalinguística central do filme: seres de um universo simulado cujas reflexões zen-budistas de que “tudo é um vazio de qualidade inerente” ou de que “vivemos em uma ilusão” é a filosofia perfeita para entidades digitais vazias e sem alma. A série flerta com o niilismo e solipsismo: seriam as filosofias orientais perfeitas para a nossa condição existencial de vivermos num Universo simulado análogo aos mundos de “Midnight Gospel”?

sexta-feira, maio 22, 2020

Série "Undone": os entrelaçamentos quânticos ocultos na nossa vida cotidiana



A série “Undone” (2019-) pode ser considerada a próxima evolução na animação para adultos. Comum em filmes longa-metragem como “Scanner Darkly”e “Waking Life”, “Undone” é a primeira série que usa integralmente a técnica de rotoscopia. Decisão acertada, pela técnica criar uma atmosfera ao mesmo tempo suave e surreal, dando uma sensação de irrealidade e estranhamento. A mesma sensação da protagonista que, após um acidente de carro, deixa para trás uma vida chata e normal: é despertada nela uma capacidade latente de se libertar do contínuo tempo-espaço. E, juntamente com visões do seu pai falecido, faz um exame íntimo dos traumas pessoais e familiares. Descobrindo como a mecânica quântica que estrutura o cosmos também está presente nas impressões mais íntimas e cotidianas. Ir mais rápido do que a luz através do entrelaçamento quântico será o caminho para resolver um mistério que envolve pai e filha.

domingo, maio 10, 2020

A humanidade tenta voltar para a casa que esqueceu na série gnóstica "O Vazio"


Nos primeiros minutos do primeiro episódio três adolescentes acordam em uma sala vazia, sem memória de quem eles são ou de como chegaram lá. Há uma máquina de escrever bem visível no canto e gás verde venenoso está saindo do chão. Cães demoníacos aparecem do nada para persegui-los, e um homem com questionável senso de moda oferece sua ajuda mística, mas com um custo ambíguo. Assim começa a série de animação “O Vazio” (“The Hollow”, 2018-20), disponível na Netflix. Protagonistas tentam encontrar o caminho de volta para casa. Mas como encontrar se não lembram do caminho ou sequer o que ela é? Esse é o paralelo que a série faz entre a Jornada do Herói a e condição existencial gnóstica humana, do nascimento até a morte – somos exilados em um mundo paralelo? Em algum limbo pós-morte? Prisioneiros em um game cósmico?

quinta-feira, maio 07, 2020

Na série "Tales From The Loop" o futuro já passou e a gente não percebeu


Sempre estamos à espera do futuro, seja no gênero ficção científica na literatura e no cinema, seja nas utopias políticas ou religiosas. Ou então deixamos de acreditar no futuro, por meio de distopias ciberpunks ou totalitarismos tecnológicos. Mas, e se o futuro já aconteceu e nós não percebemos? As maravilhas tecnológicas já foram realizadas, mas ainda a humanidade se debate angustiada com velhas questões universais como morte, solidão, luto, amor e identidade. Na série “Tales From The Loop” (2020-) estamos em uma década de 1980 alternativa em uma cidadezinha pastoral e agridoce na qual os cidadãos convivem com robôs e tecnologias quase extraterrestres com a mesma naturalidade com que experimentam a hora do chá ou fazem a lição de casa escolar. Com delicadeza e calma, cada episódio lida com uma questão universal humana numa abordagem dos temas sci-fi que a crítica vem definindo como “anti-Black Mirror”: não há utopias ou distopias – o futuro já passou e a humanidade ainda se debate com o “demasiado humano” ainda sem respostas. 

quarta-feira, abril 15, 2020

A extrema-direita flerta com o Ocultismo na série "Motherland: Fort Salem"


Na História Moderna, a extrema-direita sempre teve uma inclinação ao Ocultismo: a Magia como forma de conquistar o Poder e controlar o imaginário social. Desde o nazi-fascismo no século XX à atual alt-right (direita alternativa) de Trump e Steve Bannon, há uma ação parapolítica envolvendo a apropriação do esoterismo de Aleister Crowley à Magia do Caos de Austin Spare. A série “Motherland: Fort Salem” (2020-) é mais uma evidência disso: num mundo alternativo, as perseguidas e condenadas bruxas de Salém, da América Colonial, fizeram um acordo com o Governo para salvar a sua espécie: se transformaram no braço armado da Nação. A magia utilizada como força bélico-militar em defesa da Pátria e da geopolítica dos EUA. Por trás de muitos clichês das atuais distopias teens, a série tenta esconder as assustadoras implicações dos pressupostos de “Motherland”: as supostas heroínas podem acabar virando vilãs – bruxas à serviço de uma máquina de guerra imperialista. 

domingo, dezembro 29, 2019

A banalidade do tédio conjugal e da pós-morte na série "Forever"


Amor, casamento, rotina, tédio. Uma série sobre amor e a rotina da vida conjugal onde duas pessoas casadas e entediadas tentam não ser chatas uma com a outra. Até o momento em que essa tragédia banal se transforma numa questão cósmica entre a vida e o pós-morte. Essa é a série da Amazon “Forever” (2018-), uma estranha “quase-comédia” sobre pessoas absolutamente banais:  e se você decidisse transformar a sua vida em tudo aquilo que será, como você continuaria encontrando alegria na banalidade familiar, dia após dia, ano após ano? Será que até mesmo depois da morte? E se o inferno for mesmo a repetição, como fala Stephen King, onde até mesmo os segredos do pós-morte são tão banais quanto a rotina entediante dos vivos? 

domingo, dezembro 08, 2019

Série "The Morning Show" abre a caixa-preta de um telejornal

A série “The Morning Show” (2019-) é o carro-chefe da estreia do novo serviço de streaming da Apple TV + da gigante empresa de tecnologia. Tem tudo para ser tão impactante como foram outras séries como “House of Cards” ou “Breaking Bed” - trata de questões complicadas como má conduta sexual, misoginia descontrolada, mulheres em posição de poder e como o jornalismo atual está perdido num cenário geral de radicais transformações tecnológicas e midiáticas. E nesse cenário, como o chamado “infotenimento” aos poucos vai deixando de ser apenas um gênero para redefinir o próprio jornalismo: transformado em protagonista da informação, o jornalista torna-se ele próprio a notícia para entreter o telespectador sob a aparência da investigação e da busca da verdade. “The Morning Show” promete na primeira temporada abrir a caixa-preta dos bastidores de um telejornal.

domingo, novembro 10, 2019

O "lixo branco" Ocidental na série "The End of the F***ing World"


Filmes e series cada vez mais estão escolhendo o “White Crap” Ocidental como anti-herois: o “lixo branco” – depois de negros, hispânicos e imigrantes terem sido explorados até o bagaço, agora é a vez dos brancos caucasianos, filhos de uma classe média que acreditou no sonho que deu errado. São niilistas, ressentidos e cheios de raiva. Esperando apenas que o mundo acabe ou que apareça algum tipo de botão “eject”. Essa é a série Netflix “The End of the F***ing World” (2017-): um jovem tem certeza de que é um psicopata. E escolhe como vítima de estreia uma garota da escola, tão ou mais niilista e cínica que ele. Também à espera do fim do mundo para acabar com uma vida suburbana medíocre. Surge uma improvável estória de amor. Uma espécie de Romeu e Julieta pós-moderna que evolui para Bonnie e Clyde, com assassinatos e fugas. Jovens que vivem numa espécie de “Nowhere” psíquico sem um plano: não querem ficar onde estão, e muito menos chegar a parte alguma.

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