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quarta-feira, novembro 02, 2022

O "Capitólio rodoviário": Joe Biden não quer mais golpes no seu quintal


É irônico ver o senhor das guerras híbridas e cognitivas nos oito anos como vice de Obama, Joe Biden, cumprimentando Lula (alvo da “primavera” brasileira patrocinada por Washington) e o felicitando pelas eleições “livres e confiáveis”. E mais irônico ainda é ver o “Brasil Profundo” (abduzido pelas PsyOps da guerra híbrida) não conseguir mais sair do personagem e viver numa realidade paralela achando que o ministro Alexandre de Moraes foi preso e os militares farão uma “intervenção constitucional” em meio ao “Capitólio rodoviário”. Biden não quer mais golpes no seu quintal. Agora é a agenda neoliberal progressista. Que levou Lula ao segundo turno e a vitória sob condicionante e chantagens – a maior delas, a ameaça de “trancredização”. Enquanto isso, aparecem os primeiros indícios de que a lua de mel da grande mídia com a “festa da democracia” será curta.

sexta-feira, outubro 28, 2022

Na série 'Bem-vindos à Vizinhança' a obsessão e o pesadelo invadem o sonho americano


O deserto e os subúrbios de classe média fazem parte da mitologia norte-americana. Numa sociedade de origem puritana, são lugares que contrastam com vida urbana cosmopolita, sinônimo de caos e degradação moral. Mas mesmo nesses lugares, o Mal está à espreita, aproveitando-se dos pontos fracos morais das pessoas. Essa é a quintessência do gótico americano, representado pela minissérie Netflix “Bem-Vindos à Vizinhança” (The Watcher, 2022), sobre o sonho americano que se transforma em pesadelo: um casal novaiorquino compra uma linda casa em tons pasteis em subúrbio de classe média. Quando começam a receber cartas ameaçadoras de um anônimo que conhece todos os detalhes do cotidiano daquela família. Até a racionalidade ser sugada pela paranoia e obsessão.

terça-feira, outubro 25, 2022

Canastrona False Flag 'Scarface' abre reta final da campanha eleitoral


Se no domingo anterior o ministro Alexandre de Moraes puxou o freio para equilibrar o debate na Band ao mandar excluir o vídeo “pintou o clima”, nesse domingo mais uma vez o ministro entra em cena determinado a prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) que recebeu os policiais federais com pompa e circunstância cinematográficas, ao estilo Tony Montana de “Scarface”. A icônica cena do “Padre” Kelmon ladeado pelo Bob Jeff vestido para a guerra e um agente que mais parecia ter saído de algum conflito do Oriente Médio, aponta para um evento dramaturgicamente coreografado. Com todos os indícios de uma operação “False Flag”: recorrência, sincronismo, canastrice e timing. Bob Jeff, aquele que nada tem a perder se auto-imolando, desempenha seu último papel: o de “apito de cachorro” para desviar a atenção do distinto público do incômodo sincericídio de Paulo Guedes, e chamar os brios do núcleo armado bolsonarista que legitime uma eventual operação de Garantia de Lei e Ordem. Ou antes ou depois da eleição.

segunda-feira, outubro 17, 2022

Timing perfeito do TSE salva o debate de domingo e agenda da grande mídia para segundo turno


Quem ganhou o debate da Band? Lula? Bolsonaro? Não, foi o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que salvou o dia com um timing perfeito: depois de uma live de Bolsonaro no início da madrugada, rouco e consternado, horas antes do debate domingo o ministro determinou a exclusão do vídeo do “pintou o clima” e de que os petistas “se abstivessem de novas manifestações”. Tudo que a mídia hegemônica quer é manter um contexto de estabilidade e que os debates apenas retroalimentem a agenda dominante (pandemia, corrupção etc.), sem intromissões ou surpresas. Como o “efeito Janones”, por exemplo. Manter um quadro de estabilidade com números de pesquisas que pouco mudem. É bom ficarmos atentos ao jogo de freios e contrapesos para manter um quadro diversionista de uma suposta estabilidade. Desviando a atenção das anomalias que levaram a eleição ao segundo turno... e que poderão se repetir. 

Debates políticos na TV pode se tratar de tudo, menos de aprofundar propostas ou um livre debate de ideias. Pelo menos não quando alguém tem um minuto e meio para responder uma pergunta feita por jornalistas ou correr contra o cronômetro para tentar reverter bordões, silogismos falaciosos, acusações e bravatas do adversário. Especialmente quando se tem pela frente estratégias de comunicação alt-right, especializadas em desautorizar o interlocutor através do cinismo.

As fórmulas dos debates televisivos são especialmente criadas para favorecer franco atiradores, com suas lacrações e mitadas, matéria-prima para posteriores clipes que serão repercutidos nas redes sociais. Mas principalmente, as fórmulas são criadas para desgastar o primeiro colocado nas pesquisas eleitorais. Principalmente num segundo turno, quando todas as expectativas estão voltadas em saber se aquele que está atrás nas pesquisas poderá virar o jogo.

Em outras palavras, debate na TV é torcida e “secação” do adversário. 

E para a grande mídia, a oportunidade de manter o controle da narrativa, escolhendo perguntas ou dividindo o debate em blocos de temas que, por fim, retroalimentam tautisticamente a agenda imposta pelo próprio jornalismo corporativo. As únicas “surpresas” toleradas em debates são gafes (incapacidade do candidato de lidar com a linguagem televisiva) ou falácias articuladas como fossem graves denúncias.

No todo, deve manter intocada a narrativa. Principalmente num momento em que o PT está sob o “efeito Janones” desafiando a grande mídia: passou a jogar no mesmo campo simbólico da extrema direita, saindo dos trilhos do “PT parlamentar” ou do “PT jurídico” - o trilho da ideologia midiática de que o único antídoto contra fake news é a informação, a “verdade”, e o combate institucional contra as mentiras através dos canais legais.


    

Por isso, o grande vencedor do debate na Band foi o ministro do TSE Alexandre de Moraes. Com o The Last Minute Rescue de mandar retirar das redes o vídeo postado pelo PT que sugeria pedofilia na fala de Bolsonaro sobre venezuelanas menores de idade, “Xandão” evitou que a narrativa do debate fosse deixada nas mãos do imponderável. Isto é, de que a Band (e de resto, o jornalismo corporativo) perdesse o controle da narrativa – perda dos mecanismos de freio e contrapeso através da agenda restrita aos temas da Pandemia, Corrupção, Responsabilidade Fiscal, Orçamento Secreto e Fake News.

Certamente a equipe de Bolsonaro temia o descontrole do candidato no debate: o tema poderia dominar com um efeito desestabilizador para o chefe do Executivo. A live que ele fez no início da madrugada desse domingo, rouco e com a fisionomia crispada, tentando se defender de um “ataque feito com um vídeo que pega um pedaço e inverte tudo isso”, já prenunciava um debate na TV em que o presidente já entraria em desvantagem.

    Mas o ministro Alexandre de Moraes (notório pelos seus coreografados telecatchs com o presidente para tocar o terror da “crise entre podres”), no final da tarde (timing prfeito!), deu sua decisão, diminuindo o estrago da fala e fazendo o candidato entrar autoconfiante no cenário de estilo metaverso do debate da Band. 



Moro e as pastas de Collor

Mas não ficou por isso. Em vingança, a equipe de Bolsonaro leva o ex-juiz e ex-desafeto de Bolsonaro eleito ao senado, Sérgio Moro, como uma espécie de assessor para temas relativos à corrupção do PT – lembram do controle da narrativa?

Parece que a presença de Bolsonaro teve o mesmo efeito daquelas famosas pastas verdes e amarelas (recheadas de folhas em branco) que Collor levou ao debate da Globo de 1989, sugerindo que poderia disparar a qualquer momento uma bala de prata. Para desestabilizar emocionalmente o oponente.

Criados os freios e contrapesos, foram garantidas as condições seguras para a grande mídia manter o controle da narrativa.

Se não, vejamos. Como sempre, o rescaldo do debate foi polissêmico: a extrema direita diz que Bolsonaro ganhou, e por nocaute. Os progressistas mais pessimistas dizem que deu empate. E a esquerda mais otimista afirma que Lula ganhou, mas por pontos. 

Assim como as mais de 700 pesquisas desse ano sempre apontaram para números estáveis, sugerindo um leitor já decidido (para tudo virar do avesso nos resultados do primeiro turno, depois de uma série de anomalias – clique aqui), também todos os debates promovidos até aqui renderam interpretações polissêmicas. 

Pudera! Sempre os temas mais palpitantes para a opinião pública são deixados de fora para ficar na narrativa monofásica com os temas listados acima. Ou, no máximo, colocar um padre fake como estratégia diversionista.



Assim como, horas antes do debate, um acontecimento palpitante que revelava muito do modus operandi e caráter da extrema direita (a bucha de canhão do “Projeto de Nação” do PMiG – Partido Militar Golpista) foi deixado de fora pela ação do “Xandão do telecatch” que, dessa maneira, salvou o dia.

Colonistas uníssonos

Enquanto no espectro político dominava a polissemia, no campo dos “colonistas” do jornalismo corporativo a interpretação foi, ao contrário, uníssona: Lula ganhou no bloco sobre a pandemia, empatou nas perguntas dos jornalistas e perdeu de goleada no bloco sobre corrupção – supostamente Lula não soube aproveitar seu banco de minutos, deixando mais de cinco minutos livres para Bolsonaro fazer um monólogo. Essa foi a interpretação de dez em cada dez.

Acredito que isso foi deliberado na estratégia de Lula: tentou reverter os previsíveis argumentos de corrupção (mensalão, petrolão etc.) com poucas interrupções, contando ao final com a esperada desarticulação de Bolsonaro em falas longas (frases desescosturadas recheadas de ofensas) que poderiam render pedidos de repostas – Lula ficou frustrado, pois esperava pelo menos dois pedidos aprovados. Apenas contou com um direito de resposta.  



Afinal, por que a interpretação dos “colonistas” ficou tão uníssona? Porque o debate rendeu o feedback tautista que mantém a grande mídia no controle narrativo: confirmou a agenda – Lula ganhou no primeiro bloco porque fez o “match” com a as críticas ao negacionismo feitas pela mídia corporativa contra Bolsonaro durante toda a pandemia. 

 E perdeu para Bolsonaro no bloco sobre corrupção porque, por sua vez, o presidente fez o “match” com todos os bordões criados pela grande mídia no período do jornalismo de guerra: “mensalão”, “o petrolão”, “o maior esquema de corrupção da história” etc. A fala de Bolsonaro, como sempre, foi um pot-pourri fragmentado e apoplético daquilo que a mídia ceivou com muito esmero.

Nesse tema, Lula está condenado a nunca mais ser inocente. Não importa se a Justiça, a ONU, o Papa o absolvam. Não importa o que fale ou a estratégia que utilize: depois de anos de guerra híbrida, “corrupção do PT” virou um meme autoimune, isto é, blindado a qualquer contra-argumento. Porque um meme autoimune não é um argumento: já está no campo da pós-verdade, é evidente por si mesmo.

Ou seja, Alexandre de Moraes foi o freio. E o tema da corrupção (depois os colonistas reclamam que não se discute “propostas”) o contrapeso

Está claro que o plano geral com esses freios e contrapesos é manter um cenário estático e conter quaisquer surpresas que por acaso surjam – como o “efeito Janones”, o bateu-tomou como cura contra fake news, ao invés da “informação profissional” do jornalismo corporativo.

Mas porque a grande mídia quer tanto manter o cenário de estabilidade, sempre com uma pequena vantagem para Lula nas pesquisas?  Será uma estratégia diversionista? Levando-se em conta as estranhas anomalias no primeiro turno por trás da verdadeira ducha de água fria no PT.

É bom ficarmos atentos ao jogo de freios e contrapesos que objetiva manter um quadro diversionista de uma suposta estabilidade. Desviando a atenção das anomalias que levaram a eleição ao segundo turno... e que poderão se repetir. 

 

 

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sexta-feira, outubro 07, 2022

Primeiro turno: urnas eletrônicas, anomalias e o buzz "tem caroço nesse angu"


Ocorreram nas eleições de domingo, por assim dizer, “anomalias” que foram um verdadeiro jato de água fria na esquerda. Para começar, discrepâncias entre a realidade e os números dos institutos de pesquisa. Meio timidamente (afinal, temem ser confundidos com o discurso da extrema-direita) perfis progressistas nas redes sociais e artigos na mídia alternativa começaram a demonstrar a estranheza diante dos resultados. “Tem caroço nesse angu”, era uma expressão que começou a pipocar aqui e ali. Surpreendentemente, Bolsonaro parecia ter recebido bem as apurações do TSE, agora voltando seu ceticismo contra as pesquisas “mentirosas”. Como se espera da lógica semiótica alt-right, assim que percebeu o “buzz” nas redes progressistas, imediatamente voltou a atacar as apurações, comparando-as às de 2014 que deram vitória a Dilma Rousseff. Antes que a esquerda avançasse o sinal, tratou de voltar a se apropriar da pauta. O que há por trás dessa estratégia semiótica? 

quarta-feira, setembro 28, 2022

Filme 'A Mulher Rei' é a 'smoking gun' da Era Joe Biden


Sempre soubemos que Hollywood é o braço ideológico do império americano. Principalmente quando suas produções entram no terreno da História: começam a torcer os fatos para que se transformem em contos morais que justifiquem as agendas políticas do presente. O filme “A Mulher Rei” (The Woman King, 2022) é o mais novo exemplo, mas com uma torção histórica tão exagerada que virou a verdadeira “smoking gun” (objeto ou fato que serve como prova conclusiva de um crime) da propaganda política da Era Joe Biden – que acabou gerando um crescente movimento de boicote ao filme nos EUA: “#BoycottWomanKing”. O filme transforma o Reino de Daomé e seu exército de amazonas “Agojies” em um libelo do empoderamento feminino e da luta racial (historicamente, a violenta economia de Daomé era baseada na captura e comercialização de escravos para o tráfico europeu). “A Mulher Rei” é uma peça de propaganda dos chamados “Novos Democratas”, cujo apoio aos movimentos identitários serve para “colorir” a geopolítica do “Big Stick” ("Grande Porrete"), vigente desde a Era Roosevelt. 

quarta-feira, setembro 21, 2022

Filme 'Land of Dreams': qual foi seu último sonho?


Os EUA irradiaram para todo o planeta uma autoimagem que mistura realidade e ficção, a tal ponto que a ilusão parece sempre preceder a realidade. Só um estrangeiro para entender a dinâmica onírica dessa nação. Ou melhor, dois estrangeiros: a dupla de cineastas iranianos Shirin Neshat e Shoja Azari, que dirigiu e adaptou um roteiro de Jean-Claude Carrière, colaborador de longa data de Luis Buñuel. É o filme “Land of Dreams” (2021) que acompanha uma recenseadora do US Census Bureau que faz uma pergunta inusitada aos entrevistados: qual foi seu último sonho? Além de querer entender o porquê de o Estado Profundo estar tão interessado em colecionar os sonhos dos cidadãos, o filme faz um mergulho no imaginário dos EUA. "Land of Dreams" não esconde suas intenções políticas: mostrar um país construído por imigrantes que se tornaram invisíveis

quarta-feira, agosto 24, 2022

Entrevista do Jornal Nacional revela o domínio total de espectro da guerra híbrida



O mais importante na entrevista de Bolsonaro no JN não foram os seus 40 minutos, mas o que veio depois: de ponta a ponta no espectro político, dos QGs de campanhas às forças políticas, todos acharam que venceram. Por que essa espiral interpretativa? Porque há algo de anômalo que vai muito além do dito popular “cada um puxa a brasa para sua sardinha”: o domínio total de espectro do consórcio Partido Militar/Grande Mídia que conseguiu impor o script de normalização “as-instituições-estão-funcionando”. Por isso, o que chamou a atenção na entrevista foi o que não foi questionado a Bolsonaro: crimes de responsabilidade, inconstitucionalidade dos militares fiscalizando eleições, procrastinação da PF e Judiciário diante das provas semanais que o presidente cria contra si mesmo. Essas entrevistas e debates engessados dos candidatos na TV só podem acontecer sob um horizonte de eventos simulado: o da simulação da normalidade democrática, aceita por todo o espectro político.

sexta-feira, agosto 05, 2022

Após golpe militar híbrido, grande mídia executa script 'instituições estão funcionando'


“Defesa da democracia”, “confiança no sistema eleitoral”, “Estado de Direito” são alguns de uma constelação de mantras diários repetidos pelo jornalismo corporativo. Ajuda a criar a imagem de uma grande mídia imparcial e crítica. Também retroalimenta a “pedagogia do medo”, a ansiedade de que um golpe poderá vir de qualquer lugar. Mas para que essa PsyOp funcione, é necessário mostrar que “as instituições estão funcionando”, paralisando a esquerda. Mesmo que as últimas notícias mostrem o contrário: militares no TSE revisando códigos-fonte, a anomalia da figura jurídica do ‘estado de emergência” na PEC Eleitoral e a oferta de crédito consignado para os desesperados beneficiários do Auxílio Brasil. A grande mídia normaliza e banaliza as anomalias inconstitucionais em série, criando o simulacro da normalidade institucional através de eufemismos e reportagens com angulações que ocultam o essencial: o golpe militar já aconteceu, mas foi híbrido... e ninguém viu. 

sábado, julho 30, 2022

PsyOp militar da pedagogia do medo e a 'Carta em Defesa da Democracia'


As psyOps da guerra híbrida militar veem a sociedade civil e a opinião pública como um “palco de operações” numa analogia à guerra convencional: false flags, guerra criptografada, abordagens informacionais indiretas, controle total de espectro etc. são mobilizados com um objetivo: criar a simulação de que “as instituições estão funcionando”. E seu efeito residual é a “pedagogia do medo”, o medo de que um golpe possa ocorrer a qualquer momento. Ocultando o fato de que o golpe já aconteceu. Mas foi híbrido, mantendo abertamente sob tutela as instituições civis. A Carta em Defesa da Democracia (já com mais de 400 mil signatários) partilha dessa ilusão criada pelo “palco de operações”, com a ajuda midiática que ressuscita na tela fotos e vídeos da velha ditadura militar. Como um fantasma que pudesse voltar. Paralisando a esquerda que, temerosa, permanece pacata, protocolar e institucional. Mesmo sabendo que as instituições foram aparelhadas pelo golpe militar híbrido.

terça-feira, julho 19, 2022

Urnas eletrônicas: das teorias conspiratórias às dúvidas justificadas


A pantomima do chefe do Executivo diante de embaixadores atacando as urnas eletrônicas, com inacreditáveis powerpoints by Dallagnol sobre inescrutáveis “malwares maliciosos”, foi mais um jogo de dissimulação e simulação (blefe) de um fusível para ser queimado. Tal como o jogo de prestidigitação do mágico (que com uma mão distrai o distinto público e com a outra puxa a carta secreta da manga), Bolsonaro não diz o mais importante de qualquer crítica consequente às tecnologias adotadas pelo TSE: o problema não é auditabilidade ou impressão de votos, mas de conflito de interesses e soberania: segurança criptográfica, armazenamento e contagem estão nas mãos de uma multinacional brasileira ligada visceralmente às Forças Armadas e outra com ligações comprovadas com CIA e NSA. O capitão da reserva distrai a patuleia com teorias conspiratórias. Enquanto as dúvidas justificáveis são ocultadas.

sábado, julho 09, 2022

A bomba autorrealizável da PEC; Brasil renitente de Olivetto; infotenimento demite Casagrande


Com o fim da “esperança branca” da Terceira Via, restou para a grande mídia Bolsonaro mesmo! Porém, não está fácil. Depois de passar esses últimos anos acusando o chefe do executivo de ser negacionista, extremista, golpista e mostrar “colonistas” chorando ao vivo pela morte de pessoas sem UTIs durante a pandemia, como apoiar Bolsonaro? Como evitar expor a jogada de “morde-assopra” da mídia nos últimos tempos? A ansiosa e impaciente cobertura da mídia corporativa pela aprovação da “PEC Kamikase” é a reedição de uma psyOp que deu certo no golpe de 2016:  a bomba semiótica autorrealizável, executada em três fases que a grande mídia tentará pôr em ação até as eleições – aparência, percepção e crença. Enquanto isso, o Brasil renitente do velho milagre econômico da ditadura militar (que se aliou com o Brasil Profundo), e que pariu a publicidade brasileira, dá as caras: um artigo inacreditável de Washington Olivetto em “O Globo”. E, por fim, a demissão de Casagrande da Globo, pelos 75% de aumento das verbas publicitárias de Bolsonaro na Globo e o domínio do infotenimento no jornalismo.

sábado, julho 02, 2022

Continuamos com a corda no pescoço, mas... deixamos de discutir Economia


O filósofo José Arthur Giannotti escreveu certa vez: “Nunca se discutiu tanto Economia entre nós. Pudera, estamos com a corda no pescoço”. Isso foi em 1984. Hoje, continuamos com a corda no pescoço. Mas a Economia desapareceu da pauta da grande mídia. PMiG (Partido Militar Golpista) e grande mídia convergem na mesma estratégia semiótica: a guerra permanente informacional militar cria semanalmente crises que ajudam a ocultar a crise econômica sistêmica que a grande mídia embaralha com estratégias semióticas de pulverização, deslocamento, naturalização e despolitização. Telecatchs de Bolsonaro contra a Petrobrás e PF e o fusível queimado de Pedro Guimarães na Caixa ajudam a pulverizar a relevância de qualquer debate econômico e, do outro lado, dá munição à grande mídia para esconder a crise econômica debaixo do tapete e tornar como fato consumado a agenda de privatizações.

sexta-feira, junho 10, 2022

Por que transtornos mentais são aderentes à extrema-direita?

  


Do nada, uma senhora começou fazer ofensas racistas contra uma família negra que entrou em um vagão do metrô em Belo Horizonte. Foi repercutido pela grande mídia e redes sociais como mais um caso de uma escalada de racismo, intolerância e ódio no País. Visivelmente os ataques partiram de uma pessoa que sofria de transtornos mentais. Esse não é um caso isolado: por que, na sua esmagadora maioria dos casos, os transtornos mentais se expressam através de significantes de extrema-direita? Por que o ódio, intolerância, racismo, preconceito, estereotipagem do outro etc. são signos aderentes aos transtornos psíquicos? Alguém já viu um psicótico tendo surtos “esquerdistas” de intolerância contra a classe dominante? Há uma farta bibliografia sobre pesquisas que conectam transtornos mentais com extremismo de direita. As mais recentes são sobre a hipótese da “cognição socialmente motivada” – quando casos como esse criam visibilidade midiática cria-se um paradoxal “efeito copycat”: o efeito de imitação como feedback, matéria prima psíquica da cismogênese da guerra híbrida.

sexta-feira, junho 03, 2022

Bilionários do Vale do Silício se preparam para o apocalipse do Grande Reset do Capitalismo


Era uma vez uma época em que empreendedores tecnológicos Musk, Bezos, Thiel, Zuckerberg tinham planos de negócios otimistas sobre como a tecnologia poderia beneficiar a humanidade. Agora, eles reduziram as expectativas ao verem todo o progresso tecnológico como uma espécie de macabro videogame em que somente aquele que encontrar a escotilha de escape será o vencedor. Será Musk ou Bezo migrando para o espaço? Thiel escondendo-se num complexo na Nova Zelândia? Ou Zuckerberg imortal no Metaverso? Nesse momento, Big Tech e Big Money estão se preparando para “O Evento”: algum tipo de catástrofe que se aproxima (climática, nuclear, hackers, desmoronamento da sociedade por conflitos etc.). O livro “Survival of the Richest - Escape Fantasies of the Tech Billionaires”, de Douglas Rushkoff detalha o que ele chama “The Mindset”: a mentalidade que vê a humanidade não como um recurso, mas um bug no sistema, no qual somente uma elite sobreviverá de um colapso que que eles próprios criaram. E como os fundos de hedge mundiais investem em filmes sobre zumbis e sci-fis que normalizam essa agenda. 

sexta-feira, abril 22, 2022

Presunção da catástrofe da mídia cria arma geopolítica da mitologia da mudança climática


Fez 30 graus na Antártida! Por incrível que pareça foi isso que alguns telejornais (desses que transformam notícias em infotenimento) acabaram induzindo o distinto público a acreditar a respeito de “onda calor inédita” reportada por uma base francesa no continente gelado. É a presunção da catástrofe, construção semiótica operada pela mitologia das “mudanças climáticas” – depois da urgência biológica da pandemia, agora a grande mídia volta para a urgência climática. Uma operação semiótica de despolitização ao reduzir a questão ecológica ao “meio ambiente”, deixando de lado o fator socioeconômico. A mitologia das mudanças climáticas se transforma em chantagem ambiental na grande mídia: a substituição da matriz do combustível fóssil pela “energia limpa” (eólica, solar) além de igualmente destruir o meio ambiente, atende principalmente objetivos geopolíticos: transformar os países outrora chamados de “emergentes” em novas neocolônias high tech.

sexta-feira, março 25, 2022

Um mês de cobertura da guerra na Ucrânia revela clichês e mascara "video news releases"


A cobertura midiática da guerra na Ucrânia completou um mês e já demonstra as mazelas de todas as coberturas extensivas, de Olimpíadas a conflitos como esse no Leste europeu: a obrigação de cumprir o mesmo script por um tempo tão longo expõe a recorrência de clichês e contradições retóricas e das condições em que os fatos são reportados: a retórica da “guerra de narrativas”; civis mortos vs. apologia à resistência civil; o silencioso mascaramento da utilização de vídeo news releases nos telejornais; hipernormalização da tragédia com o pianista ou violinista mais próximo; a avaliação “sobrenatural” do poderio militar russo vs. fracasso militar russo; a retórica metonímica da “guerra nuclear” etc. Porém, o maniqueísmo midiático não faz a pergunta principal: quem ganha com a guerra? O jornalismo corporativo quer ocultar que tanto Biden como Putin ganham, dentro da atual agenda do Grande Reset Global.

quarta-feira, março 09, 2022

Guerra na Ucrânia: o Império vê Hitler no próprio espelho


"Parecem com a gente!”, exclamou o repórter da CBS News ao ver imagens de refugiados ucranianos. Ato falho sintomático: foi a deixa para aumentar a escalada retórica midiática da iminência de uma “guerra mundial” – afinal, guerra mundiais só acontecem quando brancos estão morrendo. No mundo real, a Segunda Guerra Mundial jamais terminou. Os Impérios nunca pararam de lutar em inúmeras guerras quentes e golpes a sangue frio por décadas. Historicamente, as guerras mundiais sempre liberam o Império Branco (América-Europa) da culpa da própria violência colonial e racismo, ao escolherem o Hitler da vez e dizer “esse era o cara mau” e “nós o pegamos”. Agora, é Putin, com todo o “physique du rôle” para o papel. O Império sempre precisa de um Hitler. Caso contrário, eles teriam que se olhar no espelho e ver sua própria hipocrisia. Há 77 anos, Aimé Césaire, no livro “Discurso Sobre o Colonialismo”, chamava de “efeito bumerangue” quando as guerras se voltam contra o próprio Império, com mesmo racismo e violência que dispensam às suas colônias. E novos “Hitlers” são necessários. A diferença é que não mais gerados pelo Cristianismo. Mas agora pela democracia liberal midiática. 

sexta-feira, março 04, 2022

Deep State e Grande Reset Global fazem hipernormalização da guerra na Ucrânia


Através das telas, o mundo se entretém com a cobertura corporativa da Guerra na Ucrânia com todos os elementos semióticos de hipernormalização: discurso infantilizado (maniqueísmo, alívio cômico, contos de fadas com finais felizes etc.), sentimentalismo (busca de boas histórias “motivacionais”) e temor (o Mal onipresente, indeterminado, exponencial etc.). Enquanto isso, as três oligarquias que compõem o Deep State dos EUA estão estourando suas garrafas de champanhe. A alegria dessas oligarquias, que bancam todo esse espetáculo de entretenimento jornalístico que combina canastrice ficcional com fatalismo, logo mandará a conta para os distintos espectadores. Porque não há almoço grátis. Para entendermos o montante dessa conta, precisamos entender como se articulam três esferas nessa conveniente crise: (a) hipernormalização; (b) Deep State; (c) O grande reset global e o novo salto mortal do Capitalismo. 

sexta-feira, fevereiro 25, 2022

Hollywood ao resgate da Ucrânia: guinada geopolítica dos EUA e primeiro dominó multipolar



The Last Minute Rescue! Hollywood vem ao resgate da Ucrânia! Em meio à destruição das suas forças armadas sob a blitzkrieg russa, o presidente-ator-comediante Vlodimir Zelensky arrumou tempo para a canastrice diante da câmera de outro ator: Sean Penn, que faz um documentário sobre a crise ucraniana. Aparentemente nenhuma novidade: Hollywood é o braço imaginário armado dos EUA. Apenas aparentemente: por trás há uma guinada geopolítica dos EUA, iniciada com a saída do Afeganistão. E agora, abandonando a Ucrânia à própria sorte, como isca para atrair a guerra territorial russa. Mas não sem antes render uma boa mais-valia semiótica: a construção da narrativa da Guerra Fria 2.0 – Putin como um nostálgico da velha União Soviética. Uma guinada geopolítica que abandona a tática “boots on ground” para se dedicar à guerra híbrida e cibernética. Diante de uma nova ordem mundial multipolar que, por exemplo, prejudica as sanções contra a Rússia: se acontecerem, poderão ser o primeiro dominó da desdolarização da economia mundial.

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