quinta-feira, fevereiro 18, 2016
Comercial da Samarco é aula sobre as técnicas indiretas e a canastrice da propaganda
quinta-feira, fevereiro 18, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Uma desastrada estratégia de gestão de crise? Ou um exemplo daquilo que o pai das Relações
Públicas, Edward Bernays, chamava de “técnica indireta”? O fato é que o
comercial da Samarco "É sempre bom olhar para todos os lados" veiculado em horário nobre na TV (que a revista “Meio & Mensagem” chama elogiosamente de “prestação de contas” das medidas de
controle de danos ambientais) revoltou muitos internautas. Mas como diria Nick
Naylor (o relações públicas do Tabaco no filme “Obrigado Por Fumar”) “Eu não
quero convencer você, mas eles!”, diz apontando para as pessoas anônimas que
caminhavam ao redor – a Opinião Pública. O comercial da Samarco é uma aula sobre
todas as táticas de propaganda que envolvem as chamadas "técnicas indiretas": naturalizações, descontextualizações,
inversões de hierarquia e, no final, a cereja do bolo: a canastrice da
linguagem audiovisual.
Sobrinho de Freud
e considerado o pioneiro das técnicas de relações públicas, Edward Bernays no
seu livro Crystallizing Public
Opinion (1923) nos oferece um exemplo que abriria a nova era das chamadas
“técnicas indiretas” de manipulação da opinião pública: Os proprietários de um
decadente hotel consultam um conselho de relações públicas. Eles perguntam como
melhorar o prestígio do hotel e incrementar os seus negócios.
quarta-feira, fevereiro 17, 2016
Editor do "Cinegnose" apresenta experiência do Cinema na sala de aula como Acontecimento
quarta-feira, fevereiro 17, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Normalmente pensamos o cinema como entretenimento ou como um meio pelo
qual podemos ter informações que nos façam repensar o mundo. Mas isso é
comunicação? Ou estamos confundindo comunicação com sinalização e informação?
Quando o cinema de fato comunica? Esse foi o tema discutido por esse blogueiro
no III Seminário Anhembi Morumbi de Estudos do Ensino Superior – um estudo de
caso sobre a exibição do filme “Como Fazer Carreira em Publicidade” (1989) em
sala de aula e o mapeamento de fenômenos de comunicação como “Acontecimento”
durante e depois da recepção do filme. A experiência foi tentar redefinir o
conceito de comunicação como Acontecimento – aquilo que provoca crise e altera
a vivência. Aquela experiência que, depois, já não somos mais os mesmos.
Esse humilde
blogueiro que escreve essas mal traçadas participou ontem (16/02) do III
Seminário Anhembi Morumbi de Estudos do Ensino Superior apresentando o trabalho
Como Fazer Carreira em Publicidade com
Massumi, Shaviro e Whitehead: Cinema e Acontecimento Comunicacional na Sala de Aula.
domingo, fevereiro 14, 2016
Curta da Semana: "Estado de Suspensão" - o "estar entre" o sonho e a realidade
domingo, fevereiro 14, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O Curta da Semana vai para uma produção brasileira inspirada em leituras
gnósticas feitas aqui no “Cinegnose”. O curta “Estado de Suspensão” (2015) de Renan Lopes
foi um trabalho experimental do curso de Cinema e Mídias Digitais do Centro
Universitário IESB de Brasília. Baseado no conceito de “suspensão” como estado
de consciência que induziria a gnose (proposto por Basilides de Alexandria em
II DC), um protagonista deve fazer uma importante escolha para sua vida: ou a
realidade, ou o sonho. Mas ele vai buscar uma terceira via: o “estar entre”.
Um personagem vaga pelas ruas de alguma
cidade-satélite de Brasília após olhar para o seu cartão funcional pendurado no
pescoço. Embarca em um ônibus, coloca um headphone e adormece – sonha atravessando
uma ponte e depois com uma câmera digital na mão capturando imagens. As
paisagens são ao mesmo tempo urbanas, desérticas e áridas. Parece que há algo
que deve ser decidido na vida do protagonista – uma escolha entre aquilo que o
cartão funcional representa (o trabalho e a realidade) e o que aquela ponte e a
câmera digital simbolizam – o sonho e o cinema.
quinta-feira, fevereiro 11, 2016
Bebê-diabo, zika vírus e a busca da relevância perdida pela grande mídia
quinta-feira, fevereiro 11, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Se no passado era fácil diferenciar o Jornalismo da chamada “imprensa
marrom”, hoje a perda da relevância da grande mídia frente às tecnologias de
convergência a faz tomar medidas desesperadas que confundem o sensacionalismo
com informação: criam-se situações de exceção, crises
econômicas e políticas, pandemias, ameaças terroristas crescentes, iminentes catástrofes
geológicas, climáticas, astronômicas e assim por diante numa espiral
especulativa. Da clássica história do “bebê-diabo” nos anos 1970 às pandemias
promovidas a cada temporada mudou-se apenas a motivação: lá, o jornalismo por
centavos; agora, a busca de uma relevância perdida.
Numa Chicago dos
anos 1930 marcada por segregação étnica e choques entre culturas de imigrantes,
o sociólogo Ezra Park assinalava a importante função integradora dos jornais –
como a imprensa contribuía para a integração dos imigrantes à população local.
Essa visão sobre a função integradora da imprensa marcou a distinção entre a
grande imprensa e a chamada “imprensa marrom” – ao contrário, uma imprensa
“desintegradora” porque apostava no sensacionalismo, no medo e no
individualismo para unicamente vender mais jornais.
quarta-feira, fevereiro 10, 2016
O Universo foi criado por alguém que não nos ama em "Christmas On Mars"
quarta-feira, fevereiro 10, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um filme estranho, trash e psicodélico que confirma que o rock é um
gênero musical que sempre retirou suas energias da mitologia gnóstica
contemporânea: Detetives, Viajantes e Estrangeiros sempre vagando em nowhere –
o Espaço, o Deserto, o Lugar Nehum como símbolos da condição humana, assim como o
Major Tom de músicas de David Bowie. Dessa vez no filme “Christmas On Mars”
(2008, escrito e performado pela banda de rock indie “Flaming Lips”) vemos
Major Syrtis tentando superar uma crise de niilismo, psicose e paranoia que se
abateu sobre a tripulação de uma base marciana através da organização de uma
festa natalina. Mas terá que superar a confrontação com a “realidade cósmica” –
que o Universo foi criado por alguém que não nos ama.
“Ele está vivendo
a terceira etapa de um episódio psicótico. Está observando algo que realmente
não está ali... isso é causado pela confrontação com
a realidade cósmica”, explicam personagens que habitam uma colônia em Marte
sobre o comportamento do Major Syrtis – está parado, catatônico, olhando
através de uma das janelas da colônia dois técnicos trabalhando no solo
marciano.
Christmas On Mars inicia com o pensamento do Major Syrtis ao observá-los:
“parecem duas mariposas lutando pela sobrevivência... nunca conheceram uma
força do Universo que lhes mostrasse piedade”. A “realidade cósmica” para a
qual o Major Syrtis catatonicamente olha é “uma estranha máquina onde todos
estão presos”. O Espaço, para onde jamais o homem deveria ter ido porque lá são
destruídas todas as nossas crenças internas. Onde a Criação não demonstra a
menor piedade ou compaixão.
domingo, fevereiro 07, 2016
Adeus à carne: uma história gnóstica do Carnaval, por Claudio Siqueira
domingo, fevereiro 07, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Chegamos a mais um carnaval, a famigerada “Festa da Carne”, embora a
etimologia não seja bem essa. Sagrado para os foliões e profano para os
carolas, as origens de tal festa possuem raízes gnósticas como não poderia deixar de
ser. Se “a voz do povo é a voz de Deus”, no Carnaval não poderia ser diferente;
ainda que esse deus fosse Dionísio. Embora pouco conhecido pela metafísica do
inconsciente coletivo nacional, o maior ritual hedonista brasileiro tem muito a
ver com essa antiga divindade grega, que em Roma atendia por Baco. Duvida?
Basta reparar no gordo Rei Momo que preside essa folia. Sim, senhoras e
senhores! Os arquétipos sempre se repaginam, e o maior ébrio do Olimpo não ia
ficar de fora da Saturnália dos trópicos. O "Cinegnose" disseca a história do carnaval,
sem se esquecer da Sétima Arte, que o retratou com maestria.
sábado, fevereiro 06, 2016
Platão se encontra com Tarantino no documentário "The Wolfpack"
sábado, fevereiro 06, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O leitor deve lembrar da alegoria da Caverna
de Platão, diálogo filosófico sobre a condição humana prisioneira de imagens
simulacros do mundo real. Na inacreditável história contada pelo documentário “The Wolfpack”
(2015, disponível no Netflix) de Crystal Moselle, essa alegoria deixa de ser uma tese filosófica para
se tornar real: o que aconteceria se o homem conseguisse sair da caverna de
Platão e olhasse a realidade? Sete irmãos cresceram presos pelos seus pais em um
apartamento em Nova York. Sem sair às ruas tinham o cinema hollywoodiano (e
principalmente filmes do Tarantino, seus favoritos) como o único contato com o
mundo exterior e passavam os dias reencenando sequências dos filmes – montavam
cenografias e fantasias com papelão de caixas de cereais. O apartamento
tornou-se uma caverna midiática e quando finalmente se libertaram, conseguiram
ver a realidade apenas a partir das referencias cinematográficas.
Na antiguidade o filósofo Platão acreditava que se o homem conseguisse
sair da caverna de onde era prisioneiro, a luz do mundo lá fora e do fogo que projetava os
simulacros na parede seria tão intensa que iria ferir os
olhos, e ele não poderia ver bem.
Muitos pensadores falam que a caverna de Platão atual é a midiática e que, mesmo se conseguíssemos tentar ver o mundo real desligando todos os equipamentos elétricos e eletrônicos, ainda assim veríamos as coisas a partir das referencias do mundo das imagens que persistem em nossas mentes.
quinta-feira, fevereiro 04, 2016
Curta da Semana: "O Sanduíche" - e no final do abismo tinha um sanduíche
quinta-feira, fevereiro 04, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Brilhante jogo de “narrativa em abismo” (um filme
dentro de outro filme e dentro de outro filme e assim por diante), o curta “O
Sanduíche” (2000) do brasileiro Jorge Furtado quer trazer o espectador dos
simulacros da tela para a realidade de um set cinematográfico – o que um
espectador acostumado a ver os filmes prontos na sala do cinema acharia de ver
ao vivo o filme sendo produzido no próprio set de filmagem? É o que Furtado
propõe: cair em um abismo narrativo até encontrar no final um prosaico sanduíche. Curta sugerido pelo leitor Rafael Mori.
Jorge Furtado é sem dúvida o cineasta brasileiro que mais profundamente
explorou a linguagem do formato curta-metragem. Ilha da Flores (1989) é o curta mais lembrado do cineasta e o mais
visto na história do cinema brasileiro – considerado pela crítica europeia um
dos 100 curtas mais importantes do século passado.
segunda-feira, fevereiro 01, 2016
Três evidências de que o zika vírus é uma "Operação Pandemia" midiática
segunda-feira, fevereiro 01, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Fica cada vez mais evidente que a grande
mídia possui uma pauta pré-estabelecida e que ciclicamente ela é “enriquecida”
com a, por assim dizer, "Pandemia da Temporada": SARS, Gripe Aviária, Gripe
Suína, Ebola... e agora a pandemia Zika. Com o terrível surto de casos de nascimentos
de bebês com microcefalia. Apesar de estudos científicos contrários, a mídia e
Governo se apressam em estabelecer ligação inequívoca entre o zika e os casos
de má formação. Evidências contrárias são imediatamente rotuladas como “teorias
conspiratórias” diante da inquestionável “emergência sanitária internacional”. A
Crise Zika seria mais uma “Operação Pandemia” midiática? O objetivo dessa suposta operação seria
esconder da opinião pública três outros fatos envolvidos na Crise Zika: o uso
intensivo de pesticidas, a vacina TdaP e mosquitos geneticamente modificados.
Desde que o ano iniciou, o jornalismo da grande mídia brasileira parece
engessado em uma pauta recorrente de cabo a rabo da sua programação diária: no
Brasil, Operação Lava-Jato, corrupção e crise econômica; no Exterior, a
catástrofe econômica da Venezuela (que substitui a da Argentina, agora supostamente
rediviva após a vitória de Macri), o combate anti-terrorismo e a crise dos
refugiados na Europa – o que para a pauta “investigativa” dos correspondentes
no velho continente, sempre apressados em buscar “conexões”, terroristas e
refugiados quase sempre são a mesma coisa.
sábado, janeiro 30, 2016
No filme "O Novíssimo Testamento" Deus não morreu - apenas se tornou inútil
sábado, janeiro 30, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Deus existe, e ele está em algum lugar em
Bruxelas. Arrogante e grosseiro, passa os dias digitando em um computador
ultrapassado regras para tornar a vida de todos um inferno. Mas o que ninguém
sabe é que Ele tem uma filha que está decidida a ser mais bem sucedida do que
seu irmão, Jesus – libertar a humanidade do jugo de um Demiurgo através do
Novíssimo Testamento. Esse é o filme “O Novíssimo Testamento” (Le Tout Nouveau
Testament, 2015) do belga Jaco van Dormael, uma comédia de humor negro
blasfema, herética mas, principalmente, gnóstica: se soubéssemos o momento
exato da nossa morte, paradoxalmente viveríamos melhor a vida que nos resta, sem
o medo do caos e do aleatório que impedem o nosso livre-arbítrio. Para Van Domael, Deus não morreria, mas se tornaria inútil.
O que faria o leitor se soubesse o dia, a hora e o minuto exato da sua
morte? Continuaria levando a vida normalmente cumprindo seus deveres e
reponsabilidades à espera do fim? Ou mandaria tudo às favas e realizaria tudo
aquilo que seus deveres e responsabilidades não deixavam?
Mas quem enviou essa informação tão precisa e perturbadora? Uma pessoa
que teve acesso ao computador de Deus, roubou as informações e, por vingança, as enviou para todos os celulares do planeta via mensagem SMS.
sexta-feira, janeiro 29, 2016
Cidade de Santos vive no caos semiótico
sexta-feira, janeiro 29, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Descer a serra para a Baixada Santista
(litoral de São Paulo) é uma curiosa experiência. Sair da cidade de São Paulo,
onde a Lei Cidade Limpa erradicou a poluição visual de outdoors e fachada
comerciais, e entrar na cidade de Santos é uma experiência impactante: o acúmulos de totens, outdoors, imensas placas de fachadas,
displays etc. Mas há algo de intrigante na cidade: não é apenas a poluição
visual por acúmulo e adição. Há um estranho fenômeno que poderíamos chamar de
“caos semiótico” – pet shop que se confunde com buffet infantil, igreja
evangélica que parece um depósito de galões de água mineral, uma casa de
colchões que lembra a fachada de uma casa noturna e escola que emula parque
temático. É a semiótica mimética por imitação, pastiche, estilização e
contaminações visuais.
Esse humilde blogueiro costuma passar as férias escolares na cidade
natal de Santos/SP. Sair de São Paulo, descer a serra e chegar na cidade do
litoral é uma experiência curiosa: na estrada já começamos a nos deparar com
outdoors, mídia publicitária que foi banida da cidade de São Paulo com a Lei
Cidade Limpa.
domingo, janeiro 24, 2016
Wall Street autoconsciente e cínica no filme "A Grande Aposta"
domingo, janeiro 24, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Desde os anos 1980 fundos de investimento de
Wall Street investem em Hollywood nos chamados estúdios independentes.
Ironicamente, os mesmos estúdios que inventaram o subgênero “cinema da crise”
que desde o crash da bolha especulativa imobiliária de 2008 denunciam as
“fraudes” e “mentiras” de Wall Street em diversos documentários e dramas
ficcionais. O filme “A Grande Aposta”, indicado ao Oscar desse ano, é mais uma
dessas produções supostamente críticas, mas ironicamente financiadas pelo
próprio sistema que denuncia. Wall Street é autoconsciente e cínica ao
financiar filmes como “A Grande Aposta”? Será que toda “ganância é boa” ao ponto do sistema
financeiro lucrar com a própria denúncia de si mesmo?
As ondas da crise financeira global de 2008 continuam se espalhando não
só nas tendências econômicas, mas também no universo cinematográfico. Foi capaz
de criar uma espécie de subgênero que poderíamos denominar como “cinema da
crise”: Capitalismo - Uma História de
Amor (2009), A Ascensão do Dinheiro
(2009), O Último Dia do Lehman Brothers
(2009), Trabalho Interno (2010), Margin Call: O Dia Antes do Fim (2011), O Lobo de Wall Street (2013), para ficar
nos mais conhecidos.
Sejam documentários ou narrativas ficcionais, esses filmes têm em comum
o esforço em tentar explicar aos leigos a terminologia hermética dos sistemas
financeiros como subprimes, swaps, agências de classificação de risco, CDO
sintética, CDO composta, obrigações hipotecárias, tranches etc.
sexta-feira, janeiro 22, 2016
Curta da Semana: "Don't Hug Me, I'M Scared" - o mundo é o inferno das boas intenções
sexta-feira, janeiro 22, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Fenômeno viral na Internet, a série de curtas “Don’t Hug Me, I’M Scared” (2011-2015) de um coletivo de artistas ingleses misturam fantoches, animações 3D e artistas fantasiados de animais, num assustador mix de Vila Sésamo e Backyardigans com o último pesadelo de David Lynch. Para mostrar às crianças que o mundo é um inferno de boas intenções. Os curtas começam com a linguagem dos tradicionais vídeos educativos cheios de boas intenções e saudáveis lições de moral: os temas são abstratos e existenciais (Tempo, Amor, Criatividade) e práticos (comida saudável e computadores). Mas as boas intenções se convertem em momentos sangrentos e de surreal humor negro, mostrando às crianças uma lição sobre o mundo dos adultos as espera: boas intenções amigáveis e altruístas se transforam em infernos autoritários. Curta sugerido pelo nosso leitor Francisco Narde.
Os vídeos educativos atuais fazem um trabalho razoável de ensinar a crianças
e jovens habilidades básicas como matemática, linguagem e outros diversos
conteúdos escolares. Mas ainda não conseguem tratar de certos temas que, apesar
de intangíveis, farão parte do cotidiano no futuro: medos existenciais, a
religião, o tempo, a morte, a disciplina e a obediência.
quinta-feira, janeiro 21, 2016
Faça parte do Clube de Assinantes "Projeto Cinegnose 360 Graus"
quinta-feira, janeiro 21, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
segunda-feira, janeiro 18, 2016
"Cinegnose" passou para o Top 100 do Prêmio Top Blog. Continue votando!
segunda-feira, janeiro 18, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O “Cinegnose” agradece aos internautas leitores e seguidores os votos
que levaram esse blog ao segundo turno.
Por isso nesse segundo turno contamos novamente com o voto dos nossos
amigos leitores e os novos seguidores que estão chegado agora no “Cinegnose”.
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O Top
Blog é um projeto de incentivo cultural baseado em informação democrática e
colaborativa. Desde 2008, premiou, mediante votação popular e técnica, os
melhores blogs nacionais de acordo com seus temas e abordagens. Em 2015, após
ser adquirido por um grupo de investidores com experiência no mundo digital,
retorna sob nova gestão, mantendo sua essência original, porém adequado a um
novo cenário de produção e consumo de conteúdo na internet.
domingo, janeiro 17, 2016
Por que "O Regresso" é o favorito ao Oscar?
domingo, janeiro 17, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Com doze indicações para o
Oscar 2016 com o filme “O Regresso”, mais uma vez o diretor Alejandro Iñarritu está
no centro das atenções: se no ano passado com o premiado “Birdman” homenageou o verniz
artístico de Hollywood (a Broadway), agora é a vez do diretor fazer um tributo
aos elementos mais caros da propaganda da política externa dos EUA: o
sobrevivencialismo como nova tradução do individualismo e o temor das investidas
dos inimigos interno (o traidor) e externo (malditos franceses!). Mas em “O Regresso” esses elementos foram
imersos em camadas de simbolismos místicos, xamânicos e religiosos que transformaram DiCaprio em um santo medieval atormentado por visões. Iñarritu
prova ser um “insider” – parece saber como ninguém atingir os corações da
Academia de Cinema.
Tudo é primal em O Regresso:
a selvageria do homem contra o homem, o persistente desejo de vingança, a força
letal de um urso, as forças brutais da natureza em uma terra que parece que foi
esquecida por Deus. Ou será que o homem foi esquecido por Deus?
quinta-feira, janeiro 14, 2016
Amor, narcisismo e solidão no filme "The Lobster"
quinta-feira, janeiro 14, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em um futuro próximo será
proibido optar pela vida solteira. Aqueles que não acharem a “alma gêmea”
deverão ser confinados em um resort para acharem uma companheira em um curto prazo –
caso contrário, serão devolvidos à Natureza e transformados literalmente em um
animal à sua escolha. Depois de “Dente Canino” (2009) e “Alps” (2012) o
diretor grego Yorgos Lanthimos mergulha mais uma vez em sistemas autoritários
onde amor e sentimentos são a isca para a cooptação. “The Lobster” (2015)
mostra como no mundo atual, seja para solteiros ou casados, o amor transforma-se em
narcisismo e solidão para alimentar formas de controle social e identidade. O drama de Édipo como forma de controle social.
É comum nos filmes distópicos
ou pós-apocalípticos o amor entre personagens surgir como forma de resistência
a uma ordem injusta, repressiva ou trágica. O amor é o que une e dá força para
o herói enfrentar o pior. Mas não para o diretor grego Yorgos Lathimos.
segunda-feira, janeiro 11, 2016
Segredos muito além da morte do gnóstico pop David Bowie
segunda-feira, janeiro 11, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
David Bowie conseguiu
escapar do obituário clichê que a indústria do entretenimento reserva ao astros
do rock: drogado, atormentado etc. Ele conseguiu elevar o rock da adolescência
para a maturidade. Bowie tinha uma obsessão secreta por doutrinas gnósticas, o
Oculto e o Paranormal. Tudo teria começado com a turnê Ziggy Stardust (1972-73)
e a misteriosa figura empresarial por trás do sucesso: Tony DeFries – figura
emblemática no pop, também associada ao sucesso de Madonna, a ressurreição de
Steve Wonder e o fim dos Beatles. Após a blitz de marketing global sem
precedentes, o sucesso tornou Bowie paranoico e obcecado por livros de autodefesa
psíquica. Nas entrevistas falava em “malevolência paranormal”. Como John Lennon
ainda nos Beatles, Bowie passou a colocar mensagens cifradas e enigmáticas em
suas músicas tentando chamar a atenção sobre algo muito sinistro por trás da
indústria do entretenimento.
Nascido David Robert
Jones em 1947, David Bowie sempre teve o gosto pela ficção científica e
“esquisitices espaciais” – refletido no seu filho Duncan Jones, diretor de
“esquisitices” sci fi como os filmes Lunar e Contra O Tempo.
Colocando em perspectiva sua obra, um tipo de arquétipo sempre esteve por trás
como força motriz das letras das suas músicas e performances ao vivo: a figura
do alienígena que caiu na Terra e que, tal como um messias, veio denunciar que
aqui nesse planeta vivemos uma condição semelhante – a de estrangeiros dentro
de nossas próprias vidas.
domingo, janeiro 10, 2016
Chegamos ao futuro: nasceu Roy, o replicante de "Blade Runner"
domingo, janeiro 10, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“É com
muita satisfação que comunico que o replicante Roy Batty, modelo Nexus 6 –
MAA10816, entrou em funcionamento nessa sexta-feira, 8 de janeiro de 2016.
Parabéns ao envolvidos!”. Esse é o texto que acompanhou um meme que circulou
nas redes sociais lembrando que mais uma vez chegamos ao futuro – em 21/10 do
ano passado estivemos também no futuro com “De Volta Para O Futuro 2”. Roy, o
icônico replicante do filme "Blade Runner - O Caçador de Androides" (1982) de Ridley Scott, já nasceu e daqui
a quatro anos terá uma violenta crise existencial ao descobrir que tem tão
pouco tempo de vida. O que significa para nós essa estranha sensação de
chegarmos ao futuro através de filmes como “2001”, “1984”, De Volta Para O
Futuro” e “Blade Runner”? É o que o “Cinegnose” pretende descobrir.
Quando chegou o
ano de 1984, foi irresistível não fazer comparações com o clássico livro de
Orwell 1984: o futuro mundo distópico projetado pelo
escritor inglês em 1949 teria sido enfim realizado? O Estado Big Brother
imaginado por Orwell aconteceu? Ele é comunista ou capitalista? A “novilíngua”
já está presente nas mídias de massas?
sábado, janeiro 09, 2016
Por que jornalistas vestem roupas corporativas?
sábado, janeiro 09, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Foi-se o tempo em que víamos apresentadores de telejornais de paletó e
gravata escondendo bermudas e chinelos por trás da bancada. Hoje devem caminhar
pelo cenário apresentando infográficos em telões. Mas por que vemos jornalistas
e repórteres em um figurino preferencialmente corporativo? Por que o traje mais
informal assemelha-se ao de um funcionário de algum escritório saindo para um “happy
hour” ou em algum “day off” concedido pela empresa? Linguagem cênica para um melhor
rendimento televisual? Ou sintoma de outra coisa: a inveja criada pela diferença de classe
social entre jornalistas e seus entrevistados, o cimento psicológico do chamado
“jornalismo corporativo” posto em prática pela grande mídia.
“Quem se
interessou alguma vez pelos atuais problemas da semiologia, já não pode
continuar a fazer o nó da gravata, todas as manhãs diante do espelho, sem ficar
com a clara sensação de estar fazendo uma opção ideológica. Ou pelo menos de
lançar uma mensagem ou um carta aberta a todos os transeuntes que cruzarem com
ele no dia-a-dia”, afirmou certa vez o pesquisador italiano Umberto Eco.
quinta-feira, janeiro 07, 2016
Em Observação os 13 filmes mais esperados para 2016
quinta-feira, janeiro 07, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Fuja de um ano que será marcado por mais do mesmo na indústria do
cinema: mais Star Wars, Star Trek, Capitão América, X-Men etc., além de remakes
e spin-off de Harry Potter. Preocupado com essa perspectiva sombria, o
Cinegnose resolveu mergulhar nas turbulentas águas do cinema independente e
trazer à tona uma lista de 13 estreias para esse ano. Há apenas três exceções. Incorporamos à lista três filmes mainstream: “Deuses do Egito”, “Alice Através
do Espelho” e "Esquadrão Suicida. O primeiro, por trazer temas gnósticos; o segundo pela Disney
querer apagar na adptação dos livros de Lewis Carroll todas as simbologias
ocultistas e esotéricas; e o terceiro em ver os efeitos de mais uma aparição do Coringa no cinema.
Esse é o ano que
será marcado pela continuidade de franquias (Star Wars, Star Trek, X-Men, Capitão América, Batman lutando junto
com o Super-Homem etc.) e spin-off da
série Harry Potter (Animais Fantásticos e Onde Habitam), e refilmagens (Jumanji, uma versão feminina de Ghostbusters etc.) numa evidência de que
a indústria do cinema pretende se arriscar o menos possível e apostar mais em
fórmulas prontas do que em novos nomes ou temas.
domingo, janeiro 03, 2016
Filme "O Clã" mostra a transparência do Mal
domingo, janeiro 03, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Sob a fachada de uma respeitada família de um burocrata do governo
aposentado e uma professora primária em um dos bairros mais ricos de Buenos
Aires, estava um terrível segredo: no porão daquela casa escondiam-se vítimas
de sequestros, friamente assassinados após o pagamento de cada resgate
milionário. Baseado em caso real, o filme argentino “O Clã” de Pablo Trapero
retrata um tipo bem especial de maldade, bem diferente da hollywoodiana e
próxima da “transparência do Mal” retratada na literatura por Marquês de Sade e
no cinema por Pasolini – não mais a maldade como um ente que desvirtua e
corrompe, mas o Mal originado da própria racionalidade e da virtude: por trás
de uma grande fortuna, esconde-se sempre um grande crime.
Uma família
prepara-se para o jantar em uma casa em San Isidro, um dos bairros mais ricos
de Buenos Aires. O pai reza com a família antes de iniciar a refeição. À mesa, estão
as filhas adolescentes que nasceram em berço de ouro. A mãe, uma pacata
professora. E o filho primogênito é um bem sucedido atleta de rúgbi, presente
em capas de revistas esportivas nacionais e estrela da seleção argentina.
sábado, janeiro 02, 2016
Em Observação a lista dos 10 filmes mais estranhos de 2015
sábado, janeiro 02, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um samurai travesti em uma floresta na Alemanha persegue um policial; o ar pode acabar num submarino porque as massas das panquecas servidas à bordo criam bolhas de ar; uma sociedade secreta japonesa agencia mulheres ninjas dominatrix para atacarem em público homens de negócios que querem ter prazeres sadomasoquistas. Esqueça os blockbusters e os filmes “oscarizáveis”. Estamos no universo dos filmes mais “estranhos” de 2015. Uma lista de dez filmes que mostram até onde o cinema pode chegar ao explorar o excêntrico, o estranho e o incomum.
Mais um ano de
cinema se foi. Mas se o leitor cavar mais fundo para além da superfície cheia
de remakes de grandes sucessos como Mad
Max e Star Wars ou dramas
conservadores que aparecem a cada final de ano para tentar abocanhar um Oscar,
vai encontrar algumas criaturas estranhas se mexendo no porão da indústria do
cinema.
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