Desde o início, com a invenção do daguerreótipo, a fotografia esteve envolvida com o misterioso e o esotérico: afinal, em todas as culturas, ver o próprio duplo é um evento misterioso podendo até mesmo ser o prenúncio da morte. Com a fotografia, para começar, a possibilidade de ter a própria alma roubada. E na Rússia? Onde a Ciência e antigas crenças conviveram no período czarista. Esse é o universo que inspira o terror russo “A Noiva” (Nevesta, 2017): uma garota está prestes a se casar com seu namorado e é levada por ele para conhecer sua família numa região remota que parece ter parado no tempo. Uma família de gerações de fotógrafos, especializados em fotografar mortos, antiga crença de que isso os manteria vivos. Logo será incomodada com a estranheza dos seus anfitriões: algum tipo de experimento deve ter saído do controle em algum momento da história daquela família.