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domingo, abril 16, 2017
Curta da Semana: "El Empleo" - o emprego que te espera no futuro
domingo, abril 16, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Com mais de 100 prêmios na sua trajetória em
festivais, o curta de animação argentino “El Empleo” (2008) é uma produção bem
oportuna para os tempos atuais em que vivemos onde o melhor remédio prescrito
para a crise econômica e o desemprego são eufemismos como “terceirização”,
“empreendedorismo” etc. O curta é o paroxismo da situação atual: para gerar
emprego uma sociedade parece consumir a si mesma - pessoas começam a assumir a função de objetos
cotidianos em “inovadoras” formas de “prestação de serviço”: a mulher-cabide, o
homem-abajur e assim por diante. Um curta surreal e tragicômico, mas que dá
muito no que pensar. Curta sugerido pelo nosso leitor A.Lex.
quarta-feira, março 15, 2017
O Marketing paranormal no filme "Branded"
quarta-feira, março 15, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Imagine um expert em Publicidade que enxergasse muito mais do que promoção, preço, produto e ponto de venda no Marketing. Um expert que descobrisse que a guerra das marcas pelo mercado e pela mente dos consumidores não é meramente retórica através de símbolos, imagens e estímulos visuais – é uma gigantesca batalha travada por monstros gelatinosos em forma de balões em um invisível plano astral da humanidade. O Marketing Paranormal! Esse é apenas um dos temas levantados pelo filme “Branded” (2012), co-produção Rússia/EUA que mistura temas teosóficos com a provocativa tese de que Lênin teria inventado o Marketing em 1918: o Comunismo teria sido o produto e a KGB a “polícia da marca”.
quinta-feira, março 02, 2017
O homem se tornará irrelevante diante de algoritmos e aplicativos?
quinta-feira, março 02, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em uma entrevista para a "Wired Magazine", o
historiador e escritor Yuval Harari alertou para o perigo da humanidade em
pouco tempo se tornar “irrelevante” e “redundante” diante dos avanços da
Inteligência Artificial. Dessa vez, não mais através das distopias como a do computador
HAL 9000 que tenta matar a tripulação de uma nave no filme “2001” ou por replicantes
que perseguem um policial no filme “Blade Runner”. Mas agora por meio dos
aplicativos e algoritmos que “compreendem melhor nossos desejos e sentimentos
do que nós mesmos”. Porém, o discurso de Harari atira no que vê e acerta no que
não vê – só podemos achar que os algoritmos são realmente inteligentes se o
próprio homem rebaixar ou tornar mais flexível o conceito de “inteligência”. A
fala de Harari faz parte de uma nova narrativa publicitária das corporações
tecnológicas: projetar para o futuro distopias que sempre fascinaram a
humanidade por toda a História: ver a si própria substituída por
duplos tecnológicos como reflexos em espelhos, fotografias, frankensteins,
golens, robôs, replicantes e, agora, aplicativos.
terça-feira, fevereiro 21, 2017
Comercial vende carro e ética na política detonando bomba semiótica
terça-feira, fevereiro 21, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Bombas semióticas 2, A Missão! O Império
Contra-ataca! Após as recentes pesquisas revelarem que Lula está mais vivo do
que nunca, liderando com folga todos os cenários eleitorais para 2018, e que ainda
seus principais adversários estão se desgastando com a evaporação do mar de
rosas que, acreditava-se, seria o País pós-impeachment, o complexo
jurídico-midiático reage. Depois de novos vazamentos seletivos e busca de mais
espécimes assustadores do “Brasil profundo” para figurar na capa de revistas
semanais, retiram mais uma vez do paiol midiático a artilharia pesada das
bombas semióticas. Dessa vez, em um comercial para TV da GM Brasil no qual se
posiciona sobre temas como “ética” e “política” para vender o novo Chevrolet
Cruze. Mais uma vez, a tática de engenharia
de percepção – por meio de gestalt, cores e a palavras metonimicamente
contaminadas, bombas semióticas criam um pano de fundo para tornar mais crível
o cenário político do momento. Reforçam subliminarmente pautas, slogans e
clichês disseminados liminarmente pela grande mídia. Um exemplo de como a
criação publicitária torna volátil a fronteira entre consumo e cidadania.
domingo, novembro 13, 2016
Curta da Semana: "Are You Lost In The World Like Me?" - o espelho negro do smartphone
domingo, novembro 13, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Mais um
protesto antissistema que parte do interior do próprio mainstream musical. É o
vídeo-clip “Are You Lost In The World Like Me?” do DJ norte-americano Moby. Uma
animação onde Disney parece se encontrar com Aldous Huxley. Um mundo distópico
de tecno-fatalismo no qual todos são escravos dos verdadeiros espelhos negros
narcísicos atuais representados pelas telas dos smartphones. Como todo produto
industrializado que quer ser anti-establishment, forma e conteúdo estão em
conflito – invoca o arquétipo do Estrangeiro (alienação e estranhamento) mas,
ao mesmo tempo, cria um melancólico conformismo com a previsível estética da
animação vintage e o retrô musical dos anos 1980. É a “Adgnose” na Publicidade
atual.
sábado, outubro 15, 2016
O fim do Cine Brasília em Santos e o projeto oculto da grande mídia
sábado, outubro 15, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O
Cine Brasília, em Santos, litoral de São Paulo, foi o último cinema de bairro da
cidade a fechar suas portas. Com sua estética modernista que procurava emular a
Brasília de Oscar Niemeyer e, assim como todos os outros cinemas de bairro, foi
corroído por dois fatores que ajudaram a implantar no País o projeto da grande
mídia idealizado pelo Golpe Militar de 1964: concentração do lazer
exclusivamente na TV e, principalmente, a recessão econômica e hiperinflação.
Não é à toa que cinemas de bairro viraram supermercados, igrejas evangélicas ou
bingos – explorar a desesperança oferecendo alguma possibilidade de salvação,
seja para o bolso ou para a alma. Esse é o projeto oculto: quanto pior o País, melhor para a grande
mídia. Assim, sempre terá uma audiência deprimida e amedrontada. Por isso, fiel
e isolada dentro de suas casas diante do neuroléptico da TV. Sem renda para
usufruir do verdadeiro lazer, entretenimento e cultura oferecidos por cinemas e
teatros.
quarta-feira, outubro 12, 2016
Tautismo agora ronda telenovelas da Globo
quarta-feira, outubro 12, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Depois do telejornalismo e do esporte, agora o tautismo (autismo+tautologia) chega às telenovelas da Globo. Em crise de audiência pelo desgaste do gênero e a concorrência das séries em streaming na Internet, a emissora apela para a autofagia tautista ao escalar os atores Luís Melo e Giovana Antonelli para o núcleo japonês de “Sol Nascente”, gerando protestos: atores brasileiros se passando por japoneses? "Yellowfaces" e preconceito?. A Globo manda às favas a verossimilhança, a própria essência de um roteiro ficcional, e prefere a sinergia entre o folhetim eletrônico e o mercado publicitário como reação desesperada à crise da telenovelas. Uma sinergia tautista que começa até a criar “coincidências significativas” e ricas de simbolismos como o ator Murilo Benício transformado em garoto-propaganda de uma empresa de investimentos. Sinal dos novos tempos: sai o Tufão (o desajeitado ícone da “Classe C” da Era Lula) e entra o investidor yuppie elegante.
quarta-feira, setembro 07, 2016
Por que a "Folha" também tornou-se tautista?
quarta-feira, setembro 07, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em seu editorial “Fascistas à Solta” de 02/09 o jornal "Folha de São
Paulo" exige a repressão mais dura aos “fanáticos por violência”, jovens
desarmados que insistem em gritar “Fora Temer” nas ruas. Como explicar um jornal que um dia foi sintonizado
com o espírito do seu tempo, quando deu visibilidade às “Diretas Já” e
tornou-se modelo de modernização do Jornalismo, como pode a “Folha” terminar
dessa maneira? Naquele momento jovens ocupavam as ruas exigindo eleições
diretas. Por que hoje a mesma Folha, orgulhosa da “revolução gerencial da mídia
brasileira” do "Manual de Redação", é incapaz de perceber o limiar de uma nova
geração que também clama por eleições diretas? A Folha, no meio impresso,
padece do mesmo mal da Globo, no meio audiovisual: o tautismo (autismo +
tautologia). E a origem desse tautismo pode estar no próprio Projeto Folha iniciado em
1984 cuja contradição era confundir o conceito de opinião pública com uma
relação privada de consumo com seus leitores.
sábado, julho 09, 2016
Ligações perigosas em comerciais na grande mídia
sábado, julho 09, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Que ligações existem entre as
ex-jornalistas Fátima Bernardes, Ana Paula Padrão, Friboi, os intervalos comerciais dos telejornais da
grande mídia, a holding J&F e o ministro da fazenda Henrique Meirelles?
Certamente ligações perigosas que constituem aquela área cinza do chamado
“conflito de interesse” no jornalismo. Desde o caso do milionário comercial da
Samarco veiculado no horário nobre dos telejornais, em plena crise humana e ambiental de
Mariana, as ligações perigosas entre anunciantes e conteúdo jornalístico têm se
ampliado. Agora, acompanhamos a massiva campanha publicitária da JBS Friboi,
com milionários cachês para artistas da Globo, e comerciais do Banco Original em
telejornais da grande mídia. Banco pertencente ao mesmo grupo (J&F) cujo
presidente do Conselho Administrativo desde 2012 até recentemente foi o atual ministro
da fazenda. A mídia estaria sendo silenciada com grossas verbas publicitárias?
quinta-feira, julho 07, 2016
Filme "Sonho Tcheco" pergunta: publicitários mentem?
quinta-feira, julho 07, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Dois estudantes da Academia de Cinema
de Praga (FAMU), República Tcheca, têm a ideia de produzir um documentário
cínico e irônico sobre a campanha publicitária de um hipermercado. Ele se chama
“Sonho Tcheco”, tem jingle, logotipo, folhetos distribuído por toda cidade,
outdoors em rodovias, o rosto carismático dos gerentes em comerciais de TV,
spots de rádio, mas... o hipermercado não existe! O filme “Sonho Tcheco”(Cesky
Sen, 2004) nos mostra como na República Tcheca pós-comunismo os hipermercados
viraram para muitos o único programa de lazer. E como a Publicidade e Relações
Públicas, por meio de estratégias etnográficas e neuromarketing, conseguiram levar três mil pessoas a um descampado para a inauguração de um hipermercado fictício onde apenas havia uma fachada
sustentada por andaimes metálicos. De forma estranhamente engraçada, o
documentário mostra como publicitários são capazes de mentir de forma
consciente, sob o pretexto de apenas “atender a um cliente”.
sábado, junho 18, 2016
Tudo está à venda no filme "Huckabees - A Vida é uma Comédia"
sábado, junho 18, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Quando lançado foi desprezado como
uma enorme baboseira pretensiosa e cheia de diálogos sem sentido. Doze anos depois,
“Huckabees – A Vida é uma Comédia” (2004) ganha sentido e atualidade e vale à pena ser revisto. Além de
mostrar como é possível aliar entretenimento com uma séria discussão
filosófica, o filme faz uma surreal metáfora da vida como uma grande loja de
departamento onde tudo está à venda – da doença até o suposto remédio que iria
nos curar com a paz de espírito. Como a esquizofrênica imagem da rede de lojas
Huckabees (vende ao mesmo tempo consumismo e mensagens ecologicamente
responsáveis) contamina a vida dos protagonistas que buscam soluções possíveis:
ou a melancolia e pessimismo ou a fé nas imagens de sucesso. Mas outros
vendedores aparecerão para lhes oferecer conforto no mercado filosófico:
aristotélicos, sofistas e céticos.
quarta-feira, junho 01, 2016
Cultura do Estupro revela "machismo 2.0"
quarta-feira, junho 01, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A grande mídia escandaliza-se com o estupro coletivo de uma menina no Rio de Janeiro e clama por um país menos machista e sexista. Mas por anos deu espaço para frotas e gentilis, enquanto sua programação sempre foi patrocinada por anúncios onde a mulher-objeto-fetiche é a isca principal para produtos e serviços. A chamada cultura do estupro deve ser contextualizada no surgimento do “machismo 2.0”: uma nova forma de sexismo cujas bases estão lá na velha ordem patriarcal, mas que agora é repaginado e turbinado pelo complexo sociedade de consumo/indústria publicitária/grande mídia, capazes de criar uma nova cadeia de produção imaginária: voyeurismo-exibicionismo-sadismo. Imaginária, mas com sérias repercussões no mundo real.
sábado, maio 28, 2016
O "mexedor para café" e o fechamento do universo da locução
sábado, maio 28, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O que é um “mexedor para café”? Uma
colherinha de plástico? Uma pazinha? Estamos diante de um fenômeno linguístico
previsto por filósofos como Herbert Marcuse nos anos 1960 ou por Rupert de
Ventós nos anos 1980: o fechamento do universo da locução. Um fenômeno quase
invisível, cotidiano, assim como foi o gerundismo dos SACs de empresas. Um
fenômeno repressivo porque as palavras começam a ser operacionalizados como se
antecipassem nossas intenções: as palavras são substituídas pelas suas funções,
tornando os conceitos como tijolos que constróem um universo
unidimensional. Negando a possibilidade de elaboração de novos significados através da semântica e etimologia.
domingo, abril 24, 2016
"Isso Muda O Mundo" e as bikes metalinguísticas do Itaú
domingo, abril 24, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“Isso muda o mundo” estava estampado em
uma bike patrocinada por um banco que parou ao meu lado em um semáforo. Por que
essa necessidade de sobrecodificar (metalinguagem + fático) nossas experiências
e escolhas através do Marketing? Uma pedalada deixa de ser uma experiência
despretensiosa para tornar-se um gesto autoconsciente que exige comunicação.
Alguns pesquisadores apontam para esse fenômeno de comunicação baseado em uma
nova religião confessional (cujos novos apóstolos são os profissionais da
comunicação) baseada na fé de que a soma de escolhas isoladas resultará em um
mundo melhor. Um mundo onde cada pequeno gesto deve ter um significado
importante para ser comunicado a “Deus”.
domingo, abril 17, 2016
Em "Ele Está de Volta" o século XXI recebe Hitler de braços abertos
domingo, abril 17, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O que aconteceria se Hitler reaparecesse hoje graças a algum estranho
fenômeno temporal que o fizesse escapar da morte em seu bunker em 1945? A
resposta que o filme “Ele Está de Volta” (Er Ist Wieder Da, 2015), disponível
no Netflix, dá é no mínimo preocupante. Combinando ficção e documentário, o
desconhecido ator Oliver Masucci fez uma turnê pela Alemanha – em 300 horas de
gravação somente duas pessoas reagiram negativamente. A maioria tirava selfies
com Hitler e confessavam sua preocupação com estrangeiros e refugiados que,
para eles, estariam destruindo a Alemanha. Borrando a fronteira entre ficção e
realidade, Hitler é recebido como um comediante que não consegue sair do papel
e vira uma celebridade midiática. Mas embora ninguém pareça estar levando a sério,
ele prepara planos para finalmente construir o Terceiro Reich através da melhor
invenção que veio depois do cinema: para Hitler, a TV.
domingo, abril 10, 2016
Curta da Semana: "Right Place" e "Break Up Services" - como terceirizar a solidão
domingo, abril 10, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um curta premiado em Cannes que projetou internacionalmente o diretor japonês Kosai Sekine e o seu olhar “neo-futurístico” para as metrópoles do país, presentes nos seus projetos que vão de curtas a vídeos publicitários. “Right Place” (2006) aproxima o transtorno obsessivo compulsivo de um funcionário de uma loja de conveniência com a solidão de Tóquio. Um olhar social que também aparece em um vídeo publicitário para a Adidas, “Break Up Services” (2009), onde uma empresa de serviços terceiriza corações partidos e crises conjugais – o japonês é um povo polido e ocupado demais para confrontar outra pessoa. Então, uma empresa termina o relacionamento para o cliente.
terça-feira, abril 05, 2016
Na exposição "Mondrian e o Movimento De Stijl" o irônico final das vanguardas modernas
terça-feira, abril 05, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
De repente, pessoas pareciam esquecer de Mondrian e passavam a
fotografar os detalhes “art noveau” do histórico prédio do Centro Cultural
Banco do Brasil, Centro de São Paulo. Esse foi um comportamento recorrente
observado por esse humilde blogueiro na exposição Mondrian e o Movimento De
Stijl. Para além da ironia de uma exposição sobre uma radical escola de
vanguarda moderna acontecer no interior de um prédio cujo estilo seria a
síntese de tudo que o Manifesto De Stijl mais odiava, o comportamento de muitos
visitantes pode ser o sintoma do também irônico destino da arte de Mondrian:
inspirado na arte iniciática e esotérica da Teosofia, suas linhas retas e cores
chapadas procuravam a paz espiritual. Mas tornou-se conservador e
artisticamente estéril ao se tornar a base de toda estética da cultura de
massas e publicidade. Da arte e design revolucionários que prometiam que um dia
viveríamos todos no interior de um quadro de Mondrian, hoje vemos crianças em
quartos cenográficos com alusões à animação “Carros” da Disney/Pixar.
segunda-feira, abril 04, 2016
Agora para a Globo é matar ou morrer
segunda-feira, abril 04, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Depois de servir como um substituto midiático a uma incompetente
oposição parlamentar, agora a Globo parte para o desespero: matar ou morrer,
isto é, ou o sucesso do impeachment que lhe garanta sobrevivência num mundo de
hegemonia dos dispositivos de convergência tecnológica ou ser engolida pelo Google. Desde
que a presidenta Dilma apareceu nas mídias dentro de uma carro automático do
Google controlado por GPS no ano passado, a Globo radicalizou contra um governo
que promete favorecer seus adversários tecnológicos e comerciais - Facebook e Google. Nem que seja
ao custo de perder anunciantes, cada vez mais preocupados com a crescente
rejeição ao Grupo Globo estampado em redes sociais e manifestações de rua. Mas
a Globo vive um cenário complexo: está entre a “guerra híbrida” produzida pela
estratégia geopolítica dos EUA para esfacelar os BRICS e a inevitabilidade do
fim do tradicional perfil de publicidade com a entrada do Google com tudo no
País.
sábado, março 19, 2016
Curta da Semana: "Bright Future My Love" - o amor em uma distopia gnóstica
sábado, março 19, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Da Sérvia vem esse enigmático curta distopico sobre uma mulher que tenta
despertar através do amor um homem vazio de espírito e consciência num mundo que lembra "1984" de George Orwell. Mas o Big Brother não é mais um Estado opressor, mas telas de TV que
exibem mensagens de publicidade e propaganda que mantém todos isolados e sós
numa rotina de trabalho sem sentido. Os mitos gnósticos da Queda e de Sophia encontram-se em um mundo sombrio filmado em preto e branco. É o curta “Bright Future My Love” (2014) de Marko
Zunic, um profissional de engenharia da informação de Belgrado que parece ter
transformado o hobby de fazer curtas-metragens em uma expressão fílmica da
distopia do mundo corporativo.
sexta-feira, março 18, 2016
De anti-Collor a anti-Dilma: 24 anos depois midiatização e neomoralismo
sexta-feira, março 18, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Depois de pouco mais de duas décadas o País está às voltas com
manifestações de apoio ao impeachment de um presidente da República. As
manifestações do último domingo na Avenida Paulista, em São Paulo, foram
consideradas “sem precedentes”, tanto em número de participantes quanto à
infraestrutura formada por trios elétricos, canhões de luzes, áreas VIP e todo
um aparato voltado para o “ethos” de um perfil sócio-econômico acostumado a
serviços e hábitos de consumo de alto nível. Pesquisas como a do Datafolha confirmaram
isso. É importante comparar por dentro, nas ruas, as manifestações anti-Collor
de 1992 e a atual anti-Dilma em aspectos como atmosfera, comportamento, marcas
geracionais, signos de consumo etc. Essa comparação pode revelar as profundas
mudanças na opinião pública brasileira – midiatização, neomoralismo e a
ascensão do “cinismo esclarecido”.
Vinte quatro anos depois surgem nas ruas do País manifestações de apoio
a um impeachment de um presidente da República. Esse humilde blogueiro tem
idade suficiente para ter vivido essas duas épocas: das manifestações marcadas
pelo protagonismo dos jovens chamados “caras-pintadas” em 1992 aos protestos
atuais cercado de toda uma parafernália de adereços e fantasias como patos
amarelos gigantes, bonecos infláveis “pixulecos” e Dilma presidiária chagando a
grupos vestidos de Batman e toda a sorte de super-heróis.
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