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quinta-feira, dezembro 01, 2022

'Eike, Tudo ou Nada' recicla pela segunda vez refugo midiático


O brasileiro que chegou ao oitavo lugar na lista Forbes dos mais ricos do planeta. Saudado pela grande mídia brasileira como o “empreendedor genuíno” que “compete honestamente” e que “não tem vergonha da riqueza”. Em pouco tempo, estava exposto ao vivo na TV, cabeça raspada, sendo conduzido ao presídio após mais uma operação da Lava Jato. A produção brasileira Netflix “Eike, Tudo ou Nada” (2022) pretende descrever a vida do mito decaído Eike Batista. Mas tudo o que entrega é uma confortável fábula empresarial: Eike como uma espécie de “Prometeu acorrentado” que ousou desafiar o destino de um país condenado ao fracasso. Seu erro: como nos informa o pôster promocional, repetir o mesmo gesto icônico de Getúlio Vargas e Lula. “Eike, Tudo ou Nada” recicla pela segunda vez o refugo midiático em que se tornou: a primeira vez, um condenado para ser jogado no colo de Lula e Dilma; e agora, como um suposto empresário idealista num país que teima em não dar certo.

sexta-feira, novembro 11, 2022

Paralelo ao Governo de Transição, PMiG deixa no modo de espera Exército Psíquico de Reserva


Todos sabem que não haverá golpe. Para o PMiG (Partido Militar Golpista) já é página virada e para a grande mídia foi a “festa da democracia”. Todos sabem... menos os fanáticos enrolados na bandeira nacional chorando e orando em voz alta diante de quartéis pelo país. Outros, tentam bloquear estradas, como fanáticos milenaristas à espera da salvação. Porém os “apitos de cachorro” dizem o contrário, elevando o moral da patuleia. Porque eles têm que ser mantidos em “stand by”: é o Exército Psíquico de Reserva. No passado, estava na Deep Web. Agora, dá as caras à luz do dia, com apoio logístico empresarial. Entrarão em “hibernação”, no modo de espera. Para serem novamente acionados por cripto-comandos em futuras guerras híbridas. Que parecem não estar muito distantes, depois do fim da lua de mel após o inflamado discurso de Lula no Governo de Transição.

quarta-feira, novembro 02, 2022

O "Capitólio rodoviário": Joe Biden não quer mais golpes no seu quintal


É irônico ver o senhor das guerras híbridas e cognitivas nos oito anos como vice de Obama, Joe Biden, cumprimentando Lula (alvo da “primavera” brasileira patrocinada por Washington) e o felicitando pelas eleições “livres e confiáveis”. E mais irônico ainda é ver o “Brasil Profundo” (abduzido pelas PsyOps da guerra híbrida) não conseguir mais sair do personagem e viver numa realidade paralela achando que o ministro Alexandre de Moraes foi preso e os militares farão uma “intervenção constitucional” em meio ao “Capitólio rodoviário”. Biden não quer mais golpes no seu quintal. Agora é a agenda neoliberal progressista. Que levou Lula ao segundo turno e a vitória sob condicionante e chantagens – a maior delas, a ameaça de “trancredização”. Enquanto isso, aparecem os primeiros indícios de que a lua de mel da grande mídia com a “festa da democracia” será curta.

segunda-feira, outubro 17, 2022

Timing perfeito do TSE salva o debate de domingo e agenda da grande mídia para segundo turno


Quem ganhou o debate da Band? Lula? Bolsonaro? Não, foi o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que salvou o dia com um timing perfeito: depois de uma live de Bolsonaro no início da madrugada, rouco e consternado, horas antes do debate domingo o ministro determinou a exclusão do vídeo do “pintou o clima” e de que os petistas “se abstivessem de novas manifestações”. Tudo que a mídia hegemônica quer é manter um contexto de estabilidade e que os debates apenas retroalimentem a agenda dominante (pandemia, corrupção etc.), sem intromissões ou surpresas. Como o “efeito Janones”, por exemplo. Manter um quadro de estabilidade com números de pesquisas que pouco mudem. É bom ficarmos atentos ao jogo de freios e contrapesos para manter um quadro diversionista de uma suposta estabilidade. Desviando a atenção das anomalias que levaram a eleição ao segundo turno... e que poderão se repetir. 

Debates políticos na TV pode se tratar de tudo, menos de aprofundar propostas ou um livre debate de ideias. Pelo menos não quando alguém tem um minuto e meio para responder uma pergunta feita por jornalistas ou correr contra o cronômetro para tentar reverter bordões, silogismos falaciosos, acusações e bravatas do adversário. Especialmente quando se tem pela frente estratégias de comunicação alt-right, especializadas em desautorizar o interlocutor através do cinismo.

As fórmulas dos debates televisivos são especialmente criadas para favorecer franco atiradores, com suas lacrações e mitadas, matéria-prima para posteriores clipes que serão repercutidos nas redes sociais. Mas principalmente, as fórmulas são criadas para desgastar o primeiro colocado nas pesquisas eleitorais. Principalmente num segundo turno, quando todas as expectativas estão voltadas em saber se aquele que está atrás nas pesquisas poderá virar o jogo.

Em outras palavras, debate na TV é torcida e “secação” do adversário. 

E para a grande mídia, a oportunidade de manter o controle da narrativa, escolhendo perguntas ou dividindo o debate em blocos de temas que, por fim, retroalimentam tautisticamente a agenda imposta pelo próprio jornalismo corporativo. As únicas “surpresas” toleradas em debates são gafes (incapacidade do candidato de lidar com a linguagem televisiva) ou falácias articuladas como fossem graves denúncias.

No todo, deve manter intocada a narrativa. Principalmente num momento em que o PT está sob o “efeito Janones” desafiando a grande mídia: passou a jogar no mesmo campo simbólico da extrema direita, saindo dos trilhos do “PT parlamentar” ou do “PT jurídico” - o trilho da ideologia midiática de que o único antídoto contra fake news é a informação, a “verdade”, e o combate institucional contra as mentiras através dos canais legais.


    

Por isso, o grande vencedor do debate na Band foi o ministro do TSE Alexandre de Moraes. Com o The Last Minute Rescue de mandar retirar das redes o vídeo postado pelo PT que sugeria pedofilia na fala de Bolsonaro sobre venezuelanas menores de idade, “Xandão” evitou que a narrativa do debate fosse deixada nas mãos do imponderável. Isto é, de que a Band (e de resto, o jornalismo corporativo) perdesse o controle da narrativa – perda dos mecanismos de freio e contrapeso através da agenda restrita aos temas da Pandemia, Corrupção, Responsabilidade Fiscal, Orçamento Secreto e Fake News.

Certamente a equipe de Bolsonaro temia o descontrole do candidato no debate: o tema poderia dominar com um efeito desestabilizador para o chefe do Executivo. A live que ele fez no início da madrugada desse domingo, rouco e com a fisionomia crispada, tentando se defender de um “ataque feito com um vídeo que pega um pedaço e inverte tudo isso”, já prenunciava um debate na TV em que o presidente já entraria em desvantagem.

    Mas o ministro Alexandre de Moraes (notório pelos seus coreografados telecatchs com o presidente para tocar o terror da “crise entre podres”), no final da tarde (timing prfeito!), deu sua decisão, diminuindo o estrago da fala e fazendo o candidato entrar autoconfiante no cenário de estilo metaverso do debate da Band. 



Moro e as pastas de Collor

Mas não ficou por isso. Em vingança, a equipe de Bolsonaro leva o ex-juiz e ex-desafeto de Bolsonaro eleito ao senado, Sérgio Moro, como uma espécie de assessor para temas relativos à corrupção do PT – lembram do controle da narrativa?

Parece que a presença de Bolsonaro teve o mesmo efeito daquelas famosas pastas verdes e amarelas (recheadas de folhas em branco) que Collor levou ao debate da Globo de 1989, sugerindo que poderia disparar a qualquer momento uma bala de prata. Para desestabilizar emocionalmente o oponente.

Criados os freios e contrapesos, foram garantidas as condições seguras para a grande mídia manter o controle da narrativa.

Se não, vejamos. Como sempre, o rescaldo do debate foi polissêmico: a extrema direita diz que Bolsonaro ganhou, e por nocaute. Os progressistas mais pessimistas dizem que deu empate. E a esquerda mais otimista afirma que Lula ganhou, mas por pontos. 

Assim como as mais de 700 pesquisas desse ano sempre apontaram para números estáveis, sugerindo um leitor já decidido (para tudo virar do avesso nos resultados do primeiro turno, depois de uma série de anomalias – clique aqui), também todos os debates promovidos até aqui renderam interpretações polissêmicas. 

Pudera! Sempre os temas mais palpitantes para a opinião pública são deixados de fora para ficar na narrativa monofásica com os temas listados acima. Ou, no máximo, colocar um padre fake como estratégia diversionista.



Assim como, horas antes do debate, um acontecimento palpitante que revelava muito do modus operandi e caráter da extrema direita (a bucha de canhão do “Projeto de Nação” do PMiG – Partido Militar Golpista) foi deixado de fora pela ação do “Xandão do telecatch” que, dessa maneira, salvou o dia.

Colonistas uníssonos

Enquanto no espectro político dominava a polissemia, no campo dos “colonistas” do jornalismo corporativo a interpretação foi, ao contrário, uníssona: Lula ganhou no bloco sobre a pandemia, empatou nas perguntas dos jornalistas e perdeu de goleada no bloco sobre corrupção – supostamente Lula não soube aproveitar seu banco de minutos, deixando mais de cinco minutos livres para Bolsonaro fazer um monólogo. Essa foi a interpretação de dez em cada dez.

Acredito que isso foi deliberado na estratégia de Lula: tentou reverter os previsíveis argumentos de corrupção (mensalão, petrolão etc.) com poucas interrupções, contando ao final com a esperada desarticulação de Bolsonaro em falas longas (frases desescosturadas recheadas de ofensas) que poderiam render pedidos de repostas – Lula ficou frustrado, pois esperava pelo menos dois pedidos aprovados. Apenas contou com um direito de resposta.  



Afinal, por que a interpretação dos “colonistas” ficou tão uníssona? Porque o debate rendeu o feedback tautista que mantém a grande mídia no controle narrativo: confirmou a agenda – Lula ganhou no primeiro bloco porque fez o “match” com a as críticas ao negacionismo feitas pela mídia corporativa contra Bolsonaro durante toda a pandemia. 

 E perdeu para Bolsonaro no bloco sobre corrupção porque, por sua vez, o presidente fez o “match” com todos os bordões criados pela grande mídia no período do jornalismo de guerra: “mensalão”, “o petrolão”, “o maior esquema de corrupção da história” etc. A fala de Bolsonaro, como sempre, foi um pot-pourri fragmentado e apoplético daquilo que a mídia ceivou com muito esmero.

Nesse tema, Lula está condenado a nunca mais ser inocente. Não importa se a Justiça, a ONU, o Papa o absolvam. Não importa o que fale ou a estratégia que utilize: depois de anos de guerra híbrida, “corrupção do PT” virou um meme autoimune, isto é, blindado a qualquer contra-argumento. Porque um meme autoimune não é um argumento: já está no campo da pós-verdade, é evidente por si mesmo.

Ou seja, Alexandre de Moraes foi o freio. E o tema da corrupção (depois os colonistas reclamam que não se discute “propostas”) o contrapeso

Está claro que o plano geral com esses freios e contrapesos é manter um cenário estático e conter quaisquer surpresas que por acaso surjam – como o “efeito Janones”, o bateu-tomou como cura contra fake news, ao invés da “informação profissional” do jornalismo corporativo.

Mas porque a grande mídia quer tanto manter o cenário de estabilidade, sempre com uma pequena vantagem para Lula nas pesquisas?  Será uma estratégia diversionista? Levando-se em conta as estranhas anomalias no primeiro turno por trás da verdadeira ducha de água fria no PT.

É bom ficarmos atentos ao jogo de freios e contrapesos que objetiva manter um quadro diversionista de uma suposta estabilidade. Desviando a atenção das anomalias que levaram a eleição ao segundo turno... e que poderão se repetir. 

 

 

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sexta-feira, outubro 14, 2022

Mídia em pânico tenta minimizar 'efeito Janones' e oito anomalias eleitorais



A cúpula da campanha do chefe do Executivo e a grande mídia sentiram o impacto. De um lado, obrigou a campanha da extrema direita ir a público fazer desmentidos. E a grande mídia reclama de “baixo nível da campanha”, “Efeito Janones” ou “estratégia digital que não muda corrida eleitoral”. É o efeito da estratégia da campanha do PT “olho por olho, dente por dente” nas redes: combater fake news com outra fake news. Aquilo que este Cinegnose vem insistindo há anos: a esquerda deve lutar no mesmo campo simbólico da extrema direita já que a leniência do Judiciário e os muxoxos midiáticos mostram que as instituições NÃO estão funcionando numa disputa eleitoral assimétrica. Tão assimétrica que Bolsonaro volta a denunciar uma possível fraude eleitoral, temeroso de que a esquerda (cada vez mais desconfiada) se aproprie da sua pauta. Colaborando com essa desconfiança, este humilde blogueiro elenca oito anomalias ou dúvidas justificadas no primeiro turno. Afinal, os institutos de pesquisa “erraram” porque suas metodologias só funcionam em condições normais de temperatura e pressão. 

sexta-feira, outubro 07, 2022

Primeiro turno: urnas eletrônicas, anomalias e o buzz "tem caroço nesse angu"


Ocorreram nas eleições de domingo, por assim dizer, “anomalias” que foram um verdadeiro jato de água fria na esquerda. Para começar, discrepâncias entre a realidade e os números dos institutos de pesquisa. Meio timidamente (afinal, temem ser confundidos com o discurso da extrema-direita) perfis progressistas nas redes sociais e artigos na mídia alternativa começaram a demonstrar a estranheza diante dos resultados. “Tem caroço nesse angu”, era uma expressão que começou a pipocar aqui e ali. Surpreendentemente, Bolsonaro parecia ter recebido bem as apurações do TSE, agora voltando seu ceticismo contra as pesquisas “mentirosas”. Como se espera da lógica semiótica alt-right, assim que percebeu o “buzz” nas redes progressistas, imediatamente voltou a atacar as apurações, comparando-as às de 2014 que deram vitória a Dilma Rousseff. Antes que a esquerda avançasse o sinal, tratou de voltar a se apropriar da pauta. O que há por trás dessa estratégia semiótica? 

sexta-feira, setembro 30, 2022

Debate da Globo tenta abduzir Lula e dar pernas à terceira via para forçar segundo turno


Não é por menos que sempre o último debate antes da eleição ocorre na maior emissora do País, a Globo – emissora com maior audiência, é sempre a janela de oportunidade para a “bala de prata”: a criação de um acontecimento que controle o cenário eleitoral, seja com um freio ou um contrapeso. Pela primeira vez a “Terceira Via” atuou em casa, ou seja, na emissora que a criou e deu pernas. Para gerar o contrapeso que impeça a vitória de Lula no primeiro turno. Aquilo que foi esboçado no debate da Band, na Globo foi colocado exponencialmente em prática: abduzir Lula para o ciclo vicioso de ataques e pedidos de resposta, enquanto Tebet, Soraya e D’Ávila olhavam para a câmera, balançando a cabeça e se queixando da “polarização” que impede “propostas”. Além do chefe do Executivo poder contar com um alter ego, o simulacro de padre chamado “Kelmon”, fazendo o trabalho “hard” para Bolsonaro poder falar mais mansinho. Para a Globo, ficou um farto material para uma possível edição “matadora” às vésperas da eleição.

sábado, setembro 24, 2022

Grande mídia quer aceitar vitória de Lula com custo semiótico o mais alto possível


Diante de uma bancada de “isentões” que acreditam estar vivendo num processo eleitoral absolutamente normal, no “Roda Viva” da TV Cultura, o cientista político Steven Levitsky, autor do livro “Como as Democracias Morrem”, pediu que os brasileiros “acordem”. Para evitar uma crise, seria necessário “uma oposição massiva e uma vitória no primeiro turno”. O oposto da atual estratégia do jornalismo corporativo: dentro do script da “normalidade” que executa, agora os “colonistas” defendem um “debate transparente com propostas”. Falam que a polarização está impedindo um “debate com propostas” e numa vinheta os apresentadores do JN aparecem folheando as páginas da Constituição. Jogo de cena para dar pernas à “terceira via” e arrastar a eleição para o segundo turno. No qual será cobrado um custo semiótico o mais alto possível à vitória de Lula.

sábado, setembro 17, 2022

Mito da informação e fake news: como grande mídia confunde comunicação com informação


Agências de checagem, projetos de educação midiática em escolas públicas da periferia e nos grupos de WhatsApp, além da cada vez maior judicialização da política. Tudo apoiado pela grande mídia que acredita que o único antídoto para fake news é a informação. Pudera! É o produto que ela vende. E seu marketing é o mito da informação: a ingênua crença propagada para o distinto público de que a informação verdadeira é a única forma para combater a mentira. Do ponto de vista da ciência da Comunicação é um esforço inútil, porque há um mal-entendido conceitual: confundir os conceitos de sinalização, informação e comunicação. Fake news são fenômenos comunicacionais, enquanto as metodologias de checagem e apuração estão no campo da informação. Como combater um acontecimento comunicacional com informação? Como enfrentar um acontecimento a priori com uma informação a posteriori? Com o mito da informação grande mídia quer ocultar a causa de todas as fake news: a privatização da esfera pública. 

sábado, setembro 10, 2022

Morte da rainha evita pânico semiótico do jornalismo corporativo


“Saída pela direita!”, dizia o Leão da Montanha naquele velho desenho animado da Hanna-Barbera. Parece que o espírito do felino animado possuiu o jornalismo corporativo que viu na morte da Rainha Elizabeth II a saída mais rápida do pânico semiótico após o Sete de Setembro protagonizado por Bolsonaro: o forçoso desgaste do malabarismo semiótico que teria que despender - como normalizar, neutralizar e diluir os crimes eleitorais em série que o chefe do Executivo cometeu no suposto desfile cívico militar? Como, mais uma vez, executar o script da normalidade e dizer que “as instituições estão funcionando”? Saindo rapidamente pela direita, jornalistas e “colonistas” mergulharam no infotenimento + viralatismo para deixar tudo esfriar. Porém, criou a prova do pudim para si mesma: como mostrar ao vivo as psyOps de Bolsonaro para depois dizer ser contra? Como defender pautas identitárias sem disfarçar o fascínio por uma monarquia colonialista, racista e genocida?

sábado, setembro 03, 2022

No discurso midiático da polarização, a vítima também é culpada por "polarizar"


Diante da adversidade de ver Lula livre dos cárceres da PF de Curitiba, a grande mídia rapidamente buscou uma mais-valia semiótica: criou o discurso da “polarização” – Lula livre faria crescer a “radicalização”, atrapalhando as “reformas” que fariam a economia “crescer”. O discurso da polarização criou toda a mitologia da “terceira via”: o bom-senso, o nem-nem, e toda uma associação de ideias que desmoraliza a política e a militância, enaltecendo o “suprapartidário” e o “ativismo social”. Nesse ano eleitoral, o discurso da polarização ganha novos sentidos estratégicos: empoderar a terceira via para forçar um segundo turno (no qual o consórcio PMiG e grande mídia apontarão seus tradicionais canhões semióticos) e reforçar a pedagogia do medo ao associar a violência política com a polarização – na qual a própria vítima é também culpada por “polarizar”. E mantendo as ruas vazias e as esquerdas presas ao jogo da judicialização. 

segunda-feira, agosto 29, 2022

Terceira Via, "botão eject" e mais-valia semiótica no debate da Band


Para a grande mídia a senadora Simone Tebet foi a vencedora. Lula teve um “apagão”. E Bolsonaro fez um “ataque misógino”, ironicamente contra um notório desafeto de Lula, a jornalista Vera Magalhães. Somada à mais-valia semiótica de um estúdio que parecia alguma coisa entre o filme Tron e o Metaverso de Mark Zuckerberg, a fórmula de debate engessada, fragmentada e um intervalo publicitário ideologicamente maroto, o script era esse: Lula e Bolsonaro, os dois lados da mesma velha moeda, contra uma “Terceira Via” tão “moderna” quanto o cenário: digital e empreendedora. Lula não caiu na armadilha e ficou na retranca. Enquanto Bolsonaro conseguiu o que pretendia: criar um escândalo no campo simbólico em que fica mais confortável e engaja a base eleitoral: a guerra cultural e de costumes. Como em 2018, grande mídia ainda procura a alternativa “perfumada e limpinha”. E, de novo, Bolsonaro é o “botão eject”. 

Primeira coisa que chamou a atenção no debate da Band (organizado pelo grupo Bandeirantes, Folha de São Paulo, Uol e TV Cultura) desse domingo foi o inacreditável cenário para um debate entre candidatos em uma eleição. O que era aquilo? Políticos perdidos no interior do hardware do filme Tron? Será que seria realizada alguma palestra do TED? Um debate entre aceleradores de startups tecnológicas? Uma homenagem a Zuckerberg e o Metaverso? Ou seria um show da banda “Kraftwerk”?

Isso não é uma mera observação estética. Há uma mais-valia semiótica nesse enorme cenário que mais parecia um nowhere digital com os candidatos perdidos dentro dele. Parece que o processo de semiose (processo de significação capaz de gerar uma cadeia de signos partindo de uma premissa a partir da qual criam relações recíprocas entre significados) ou da cadeia de associações de ideias sugerida era essa: quarta revolução industrial, revolução digital, empreendedorismo, enfim, um wishifull thinking de um suposto Brasil do futuro.

Não por acaso no intervalo publicitário, um vídeo do Sebrae especialmente produzido exortava eleitores a apoiarem candidatos favoráveis ao empreendedorismo. Confortavelmente ao lado de uma também inacreditável peça publicitária da Havan, mostrando Luciano Hang motivando seus funcionários a defenderem a Pátria – para os entendedores, o próprio candidato Bolsonaro.

E pior. Em algumas afiliadas regionais da Band, a inserção de publicidade de Clubes de Atiradores – clique aqui.



Também não por acaso, a “Terceira Via” estava ali representada: Soraya Thronicke (a senadora candidata do União Brasil que disse que vira onça, como a Juma Marruá da novela “Pantanal”, para defender o Imposto único), a senadora Simone Tebet (ainda surfando na CPI da Covid) e o anarcocapitalista candidato do Partido Novo, Felipe “Quero Privatizar Tudo” D’Ávila. Todos falando bastante sobre empreendedorismo, privatização e “economia digital”. Para se contrapor ao “mofo” dos “economistas do PT”, como frisou a candidata-onça.

Pelo menos para esse humilde blogueiro ficou óbvio que a fórmula engessada do debate foi especialmente preparada trazer a Terceira Via para a ribalta – uma ribalta “moderna”, “high tech”, para se contrapor à “velha política polarizada” de Bolsonaro e Lula. 

A fórmula: a ginástica das constantes trocas de âncoras e entrevistadores, uma estranha “sala digital” do Google que checava os assuntos mais acessados pelos internautas/telespectadores – o tema “corrupção” teria sido o mais acessado. As pesquisas qualitativas durante e logo depois do debate disseram o contrário: os principais temas que chamaram a atenção foram emprego, economia e saúde. 



A “sala digital” nada mais foi do que um loop tautista (tautologia + autismo midiático): retroalimentava aquilo que própria fórmula do debate induzia.

Por isso, para a grande mídia, a grande vitoriosa teria sido a senadora Simone Tebet. É a única maneira da Terceira Via que pontua quase zero nas pesquisas ser turbinada: em uma fórmula de debate fragmentado, na qual os bordões (“a salvação do país é acabar com o Estado”, Felipe D’Ávila), fórmulas mágicas (o “Imposto Único”, Soraya Thronicke) surgem dentro de uma dinâmica maluca na qual quem não tem propostas promete tudo e quem tem proposta é obrigado a se conter pelo tempo exíguo – acrescenta-se ainda o tempo tomado por vinhetas, “sala digital”, autopromoções da Band, intervalo publicitário com vídeos que pareciam pontuar aquilo que alguns candidatos diziam no debate etc.

Jogar na retranca

Lula e seus assessores pareciam conscientes dessas limitações. O que muitos analistas consideraram como “derrota” e “mau desempenho” (comparando com a entrevista no JN) de Lula, na verdade foi uma tática de retranca, para não cair na armadilha óbvia: tornar Lula e Bolsonaro como os dois lados de uma mesma velha moeda, contrastando com o “novo” e o “moderno” (lembram do cenário estilo Tron?) representado pela “Terceira Via” com suas soluções mágicas privato-empreendedoras-fiscais.

Bolsonaro bem que tentou: provocou Lula com acusações de corrupção. Claro, esperando de Lula um contra-ataque do tipo “mas no seu governo tem mais”. Lula apenas recuou e listou todas as medidas adotadas em seu governo para facilitar investigações e transparência.


Tron? Kraftwerk? Metaverso?


Uma sabatina como a do JN e um debate engessado com franco-atiradores dispostos a tudo para serem notados como esse da Band são modelos incomparáveis – numa fórmula como a que vimos no domingo, candidatos na dianteira das pesquisas somente têm a perder.

Um modelo de debate que parece esvaziar o próprio evento em si. O debate da Band apenas serviu para fornecer um material bruto para posteriormente ser recortado, editado e ser transformado em clips para serem repercutidos nas redes sociais, como se cada “lacração”, “invertida” ou “jantada” fosse uma bala de prata eleitoral decisiva.

Guerra cultural

Enquanto isso, Ciro Gomes, preocupado em ser uma metralhadora giratória voltada contra Lula e Bolsonaro, perdeu uma grande oportunidade. Mesmo depois de ter respondido na bucha contra bordão do “vou-privatizar-sua-alma-à-meia-noite” Felipe D’Ávila: “o Brasil gasta valores de primeiro mundo na educação e entrega uma educação de terceiro mundo”.

Bolsonaro atacou a jornalista da TV Cultura quando a repórter abordou a importância da vacinação no País ao candidato Ciro Gomes (PDT) e criticou a postura de Bolsonaro no combate à pandemia. Após a resposta de Ciro, Bolsonaro começou uma série de ataques: “Vera, não podia esperar outra coisa de você, você dorme pensando em mim. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro. Já está apelando", afirmou. Ele ainda a agradeceu, ironicamente, a oportunidade de falar "algumas verdades" sobre ela.



Ciro Gomes limitou-se a gargalhar e abanar a cabeça...

Porém, todo esse esforço da grande mídia (em particular esse da Band inserir os candidatos em uma semiose high tech) para encontrar uma opção mais “perfumada e limpinha” para fazer o serviço sujo neoliberal e anarcocapitalista, sempre deve ter um botão “eject”, no caso de dar tudo errado.

E, mais uma vez, esse botão chama-se Bolsonaro. Ao lado da comemoração do desempenho de Simone Tebet, a grande mídia repercutiu o ataque à Vera Magalhães – ironia: antipatia da jornalista por Lula é de conhecimento de todos.

Era tudo que Bolsonaro queria: toda a estratégia alt-right de comunicação precisa de telecatchs como esse. Principalmente quando volta as atenções da patuleia para o campo da guerra cultural e dos costumes. O campo simbólico no qual o chefe do Executivo mais se sente à vontade. Estratégia de prestidigitação para ocultar seu ponto fraco: a economia política.

 O que os “colonistas” do jornalismo corporativo denunciaram como “resposta lamentável”, “absurda”, “ataque misógino” (enquanto jornalistas e a Abraji divulgam as protocolares “notas de repúdio”), para Bolsonaro é nada mais do que um elogio: reforça simbolicamente a importância da guerra cultural e de costumes e serve de “apito de cachorro” para sua base ficar ainda mais engajada – somada a mais outro telecatch: a do ministro Alexandre de Moraes contra empresários bolsonaristas de Whatsapp.

Esse “botão eject” ficou ainda mais evidente no próprio intervalo publicitário cheio de más intenções semióticas: o véio da Havan exortando seus empregados aos valores patrióticos ao lado do Sebrae enaltecendo o maravilho mundo do empreendedorismo – onde a força de trabalho magicamente se converte em capital.

A contaminação metonímica é inevitável. 


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sábado, agosto 27, 2022

Entrevista de Lula no JN: Globo subliminarmente prepara o front 'se ganhar, não vai governar'


Lula foi impecável e vibrante. Mas para aqueles que ainda lembram do jornalismo de guerra da Globo, com seus “colonistas” e âncoras no modo “pitbull hidrófobo espumando de raiva” foi surpreendente o comportamento de Bonner e Renata Vasconcellos: uma espécie de fastio ou previsibilidade nas perguntas, como se estivessem fazendo um condensado ou “digest” de todos os clichês dos anos de guerra híbrida: corrupção, MST, Venezuela, Cuba... Na verdade, diante da ascensão irresistível de Lula, a Globo desistiu de confrontá-lo. A entrevista parece que serviu para um outro propósito subliminar: o reforço de pressupostos que servirão de munição para um hipotético segundo turno e além: “foi inocentado, mas não é inocente”; o presidencialismo de coalizão é intrinsecamente corrupto; polarização política inevitavelmente gera ódio e violência. Nas entrelinhas, a entrevista visou outra coisa: a desmoralização da Política. Para a grande mídia o front agora é outro: se ganhar, não vai governar!

Certamente os leitores devem lembrar da entrevista da então dupla de âncoras do Jornal Nacional, William Bonner e Fátima Bernardes, entrevistando Lula em 2006, no Palácio da Alvorada, em plena crise do mensalão. Foram 11 minutos que se transformaram numa discussão de Bonner com o presidente, batendo o bumbo apenas no tema corrupção. Discussão que no auge do conflito o âncora teve que ser sutilmente contido por Fátima Bernardes, interrompendo o ímpeto inquisidor do companheiro de telejornal – atiçado pelo Diretor de Jornalismo da emissora, Ali Kamel.

Como, também, não lembrar do indefectível croma key com aquele duto enferrujado jorrando dinheiro, que emoldurava cada vazamento seletivo dos procuradores da Lava Jato ao telejornal da Globo.

Mais ainda, uma edição inteira do Jornal Nacional em 2018 fazendo pressão pela prisão de Lula para sua imediata retirada da eleição presidencial – na oportunidade, Bolsonaro virou a única opção emergencial com o derretimento do candidato Alckmin, a primeira opção da grande mídia, da banca financeira e da Faria Lima.



Portanto, esperava-se que mais uma vez os poderosos canhões semióticos da Globo seriam apontados e disparados contra Lula na bancada do Jornal Nacional nesta quinta-feira. Todos os lados do espectro político estavam ansiosos por uma entrevista que poderia ser um ponto de viragem nesse tardio início de campanha eleitoral – aliás, por que, a cada eleição, as campanhas começam cada vez mais tarde e estão progressivamente mais “engessadas”?

O que se viu na quinta foi Lula relaxado, confiante, assumindo as rédeas da entrevista e criando espaços para demonstrar toda a sua experiência de governo quando presidente da República. Sua estratégia de demonstrar que era mais do que um candidato, mas um estadista, deu certo.

Mas o que realmente surpreendeu (partindo do Grupo Globo que foi uma das peças-chave em todo esforço na guerra híbrida brasileira em detonar diariamente bombas semióticas cujo resultado foi colocar as classes médias de verde e amarelo nas ruas empoderada pelo protofascismo do “Brasil profundo”) foi o tom preguiçoso e, até certo ponto, protocolar da dupla de âncoras do JN.


Entrevista do JN com Lula em 2006


Nada parecido com os anos de “colonistas” e apresentadores de telejornais que, atiçados pelo ponto eletrônico, pareciam pitbulls hidrófobos espumando de raiva. Pelo contrário, o percurso das perguntas foi previsível. Mais parecido como um grande condensado de todas as pautas anti-Lula dos anos de guerra semiótica, do Mensalão ao Petrolão da Lava Jato.

A entrevista

A entrevista começou com Bonner dizendo “o senhor não deve nada à Justiça, MAS vamos falar sobre corrupção”. A utilização da conjunção coordenada adversativa “mas” subliminarmente introduzia a principal tese de Merval Pereira e outros comensais da emissora: a de que Lula é foi inocentado, mas não é inocente. A ideia de que Lula não deve mais nada à Justiça graças a “tecnicalidades” ou “filigranas jurídicas”.

Este humilde blogueiro esperava que essa abertura da entrevista seria o ponto de partida de mais jogo pesado dos sabujos âncoras da casa, atiçados por Ali Kamel no ponto eletrônico.

Porém, o que se viu foi um previsível roteiro: diversas tentativas de cortar as falas de Lula para quebrar o raciocínio do entrevistado (modus operandi de entrevistas com “esquerdistas”), além dos temas “clássicos”: “E a Dilma, hein?”... “E a Venezuela, hein?”... “E Cuba, Hein?”... “E o MST, hein?”. Um previsível apanhado de todos os clichês que se esperaria para cercar Lula. Mas tudo o que ficou foi uma sensação de déjà vu.

Claro que as tentativas de corte de raciocínio deram erradas, devido ao rolo compressor discursivo do entrevistado – naquela noite, Lula estava particularmente inspirado.

Até ocorreram tímidas tentativas de trazer alguma novidade discursiva – temas que deveriam ser abordados com Bolsonaro, como orçamento secreto e intervenção na PF, foram jogados contra Lula.



 Agora sabemos que esses e mais outros temas como a corrupção de Michelle e dos filhos foram tirados da sabatina de segunda-feira num acordo com a Globo, como revelou o jornalista Ricardo Noblat: “"Nada de Fabrício Queiroz, rachadinha, mansão milionária de Flávio em Brasília, depósitos na conta de Michelle e coisas afins", escreveu Noblat. Afinal, Bolsonaro sabe dos dois calcanhares de Aquiles da emissora: a renovação da concessão da Globo ainda esse ano e o nome de Dario Messer (o “doleiro dos doleiros”, escrito na mão de Bolsonaro) que em delação afirmou que lavava dinheiro dos irmão Marinho, donos da Globo – clique aqui.

Jogo subliminar

Parece que o verdadeiro jogo da entrevista foi mais subliminar, o de reforçar certos pressupostos que servirão de munição, principalmente para um cada vez menos hipotético segundo turno ou mesmo vitória de Lula: 

(a) Insistiram com a pergunta “que lição o PT tirou?”, variação do “foi inocentado, mas não é inocente”;

(b) Lula será prisioneiro do grande mal do presidencialismo: o “toma-lá-da-cá”. Seu destino será repetir o mesmo jogo político de Bolsonaro com o Centrão.

(c) Ambos, Bolsonaro e Lula, são os dois lados da “polarização”, que gera ódio e violência – aliás, cobrado de Lula quanto à militância do seu partido. Como se a primeira vítima não fosse um quadro do PT, assassinado por um militante bolsonarista em Foz do Iguaçu.

Essa é a pedra de toque ideológico do jornalismo da Globo: a desmoralização da Política.


A pedra de toque ideológica: a Política é intrinsecamente corrupta


Lula foi hábil em, educadamente, mostrar para Renata Vasconcellos que isso não é “toma-lá-dá-cá”, é “usurpação do poder”: Bolsonaro não manda mais no País, mas sim Arthur Lira e seu orçamento secreto. Isso não é um mal inerente ao presidencialismo de coalizão, mas a oportunidade de Bolsonaro construir sua base de sustentação política às custas da renúncia do próprio poder Executivo – e acrescentaria, para a construção da base de sustentação do Partido Militar e o seu golpe militar híbrido cujo desfecho ocorreu em 2018.

Por que pedra de toque ideológica? Com a irresistível ascensão de Lula, a Globo desistiu de confrontar diretamente o líder petista, como fez em todos os anos de guerra híbrida. Agora, a questão é negar in totum a Política: o jogo político mostrado para a patuleia como irracional, viciado e intrinsecamente corrupto. Política é aquilo que atrapalha a racional gestão dos “mercados” (eufemismo para designar a banca financeira), afasta investidores estrangeiros e assim por diante.

Como os “colonistas” da casa martelam diariamente, ano eleitoral só atrapalha a Economia. Principalmente quando o País tenta a retomada econômica pós-pandemia – a “Pandemia”, o álibi para todos os crimes econômicos do anarcocapitalismo de Paulo Guedes.

Em suma: de um lado tivemos uma performance vibrante e impecável de Lula que soube aproveitar a oportunidade depois de anos de invisibilidade (pelo menos para o jornalismo corporativo); e do outro uma espécie de fastio ou preguiça de Bonner e Renata Vasconcellos, transformando o roteiro da entrevista em um condensado ou “digest” de todos os clichês de anos de jornalismo de guerra.

Agora o front é outro: se Lula ganhar, NÃO VAI GOVERNAR.

 

 

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quarta-feira, agosto 24, 2022

Entrevista do Jornal Nacional revela o domínio total de espectro da guerra híbrida



O mais importante na entrevista de Bolsonaro no JN não foram os seus 40 minutos, mas o que veio depois: de ponta a ponta no espectro político, dos QGs de campanhas às forças políticas, todos acharam que venceram. Por que essa espiral interpretativa? Porque há algo de anômalo que vai muito além do dito popular “cada um puxa a brasa para sua sardinha”: o domínio total de espectro do consórcio Partido Militar/Grande Mídia que conseguiu impor o script de normalização “as-instituições-estão-funcionando”. Por isso, o que chamou a atenção na entrevista foi o que não foi questionado a Bolsonaro: crimes de responsabilidade, inconstitucionalidade dos militares fiscalizando eleições, procrastinação da PF e Judiciário diante das provas semanais que o presidente cria contra si mesmo. Essas entrevistas e debates engessados dos candidatos na TV só podem acontecer sob um horizonte de eventos simulado: o da simulação da normalidade democrática, aceita por todo o espectro político.

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