O anúncio de que pela primeira vez cientistas detectaram ondas
gravitacionais que passaram pela Terra originadas de uma fusão de dois buracos
negros foi recebido pela grande mídia como “revolução na astronomia”, “janela aberta para um novo Universo” e “confirmação
das previsões da Relatividade Geral de Einstein”. Mas todo esse “hype” que leva
a grife de Einstein (o ícone pop da genialidade) esconde uma crise na Física
provocada pelos resultados de experiências com interferômetros que buscam ondas desde o século XIX: a disputa entre Éter versus Relatividade – de um lado
os dissidentes de Einstein (Nikola Tesla, Dayton Miller etc.) que defendiam um
Universo cujo espaço é preenchido pelo Éter (substrato pré-físico de onde se
originaria toda energia); e do outro o modelo Newtoniano do vácuo e inércia,
além de Einstein que substituiu a noção de Éter pelo continuum espaço-tempo. A
descoberta dos cientistas do LIGO suscita a dúvida central dessa crise: como uma onda se propaga no vazio?
Pessoas de todo mundo
comemoraram nesse mês o anúncio de cientistas do LIGO (Laser Interferometer
Gravitational Wave Observatory nos EUA) de que, pela primeira vez, foram
diretamente detectadas ondas gravitacionais – ondulações no tecido do espaço-tempo
previsto há 100 anos na Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein.
Em setembro do ano passado a dupla de detectores do observatório, localizados na Louisiana e Washington, gravaram uma fraca vibração que atravessou o planeta. As análises revelaram ser ondas gravitacionais originadas do encontro de dois buracos em movimento de espiral que se fundiram criando um cataclismo cósmico que deformou o espaço-tempo.
Em setembro do ano passado a dupla de detectores do observatório, localizados na Louisiana e Washington, gravaram uma fraca vibração que atravessou o planeta. As análises revelaram ser ondas gravitacionais originadas do encontro de dois buracos em movimento de espiral que se fundiram criando um cataclismo cósmico que deformou o espaço-tempo.
Como não poderia
deixar de ser, a mídia acompanhou o entusiasmo dos cientistas e comemorou a
descoberta como “monumental”, “abertura de uma nova era da investigação
científica”, “uma janela para ver o universo de forma totalmente nova”,
“abertura dos nossos sentidos para um novo conjunto de sinais cósmicos” etc.
E não faltaram
esforços pedagógicos de jornalistas para explicar ao público leigo conceitos tão abstratos como “ondas
gravitacionais” e “deformação do espaço-tempo”: bolas colocadas em um lençol
suspenso estendido ondas as deformações no tecido são comparadas com as do
espaço-tempo; ou repórteres jogando pedrinhas em lagos e comparando as ondas
concêntricas na superfície com as gravitacionais.
Espaço-tempo não é palpável
Mas todo esse hype que leva a grife de Albert Einstein
(o próprio ícone da genialidade pop) parece simplesmente ignorar duas questões
potencialmente incômodas e ignoradas pela grande mídia: as “ondas
gravitacionais” foram detectadas e comprovadas como realidade palpável. Mas o
próprio Einstein fazia questão de enfatizar que “o espaço-tempo não tem
existência própria, mas apenas como qualidade estrutural do campo
gravitacional”. Em outras palavras, Einstein pensava as deformações do
espaço-tempo como modelos matemáticos ou geométricos não-euclidianos e não
condições em que vivemos. “São modos como pensamos”, dizia – sobre isso clique aqui.
Como um modelo matemático
que não tem existência ou substância própria ganha a realidade através do LIGO?
O que foi detectado?
Isso leva a uma
outra questão: então, o que foi detectado? As analogias explicativas das
deformações espaço-tempo mostram lençóis estendidos ou ondas na superfície de
um lago. Mas, ondas (ou deformações) só ocorrem através um meio físico – o
lençol, a água, o ar etc. Então, como ondas gravitacionais podem se propagar no
suposto vazio que é o espaço? A resposta seria que estas ondas seriam
carregadas por partículas, e partículas não precisam de um meio para se locomoverem,
como no caso do fóton na força eletromagnética.
Porém, a hipótese
da existência do gráviton (a partícula que carregaria as ondas gravitacionais)
ainda está por ser comprovada.
O que a grande
mídia não revela é que o anúncio da descoberta do LIGO traz de volta a velha
crise na Física criada pelo conflito entre o atomismo das partículas que
possuem trajetórias independentes (a inércia do modelo newtoniano) e o monismo
do modelo ondulatório da força da gravidade.
Explicando melhor:
o conflito entre a mecânica newtoniano do movimento (a primeira Lei da Inércia
onde objetos mantém-se em constante estado de movimento no vazio ou vácuo) e o
antigo modelo de que tudo no universo se movimenta no interior de um substrato
único chamado éter – termo considerado obsoleto para a Física atual e presente
na história da ciência desde os primeiros modelos de céu criados pelos
filósofos gregos.
Éter luminífero
Antes de Newton acreditava-se
que a luz se propagaria pelo universo através de uma série de ondas de choque
no chamado éter luminífero – todo o Universo seria preenchido por essa
misteriosa substância que, mais do que um meio através tudo se propaga e se
arrasta, seria um reino pré-físico que converteria a energia em forma material.
A Natureza abomina o vácuo, disse certa vez Aristóteles.
Newton formulou as três Leis do Movimento baseado na existência do
vácuo: se
os planetas se mantêm na órbita do Sol apenas pela inércia, é inconcebível a
existência de algum tipo de atrito com uma substância no espaço pois, caso
existisse, haveria desaceleração e os planetas cairiam em direção ao Sol. Dessa
maneira, a ideia do vácuo tornou-se indiscutivelmente correta, e permanece
inquestionável até hoje.
Dissidentes da Relatividade
Nomes dissidentes da
Teoria da Relatividade como o inglês Christopher Caldwell perceberam que apesar
de Einstein ter mostrado que as dimensões absolutas de Newton (massa, atomismo,
tempo, espaço, gravidade) fossem na verdade relativas, isso não o fazia
acreditar que tudo no Universo fosse relativo. Todo o trabalho de Einstein foi
combater as suas próprias descobertas da relatividade, eliminando qualidades
relativas de modo a alcançar no final uma fundação firme e absoluta – sobre
isso clique aqui.
Einstein substituiu
tanto a noção de éter como a de vácuo pelo continuum tempo-espaço preenchendo o
vazio com deformações e ondas gravitacionais, termos bem mais elegante do que
uma velha e mística noção etérica. E acrescentou a constante cosmológica (uma
“energia do vazio”) e a velocidade da luz como constante e insuperável – nada
pode ser mais rápido do que a luz.
Porém, parece que a
velha noção de éter sempre retorna na Física. Após o famoso teste
Michelson-Morley que 1887 a noção de éter foi refutada definitivamente da
ciência por não ter sido verificado algum tipo de “vento etérico” no arrasto da
Terra por esse suposto meio cósmico. Porém, em 1925 um experimento de
interferômetro feito por Michelson-Gale detectou esse arrasto devido à rotação
da Terra. Porém, para os partidários da Relatividade, o experimento nada
acrescentaria por não ser a Terra um referencial inercial.
O desempate entre Éter e Relatividade
Havia um empate nessa
disputa: tanto a teoria do éter quanto a da relatividade de Einstein podiam
explicar os resultados de ambos experimentos. Precisava-se de um golpe decisivo
que levasse ao desempate.
Interferômetro da Dayton Miller nos anos 1920 |
E veio em meados da
década de 1920 e não relatada em livros didáticos: no topo de uma montanha
perto do Observatório Monte Wilson, Califórnia, Dayton Miller vez um novo e
mais preciso experimento de interferometria. O resultado demonstrou que o
planeta estava se movendo através de um éter arrastado que reduziu sua
velocidade de 200 km/s no espaço para 10 km/s na superfície.
A teoria da
relatividade não pode explicar esse resultado e acredita-se que o trabalho
cuidadoso de Miller por vinte anos lançou uma sombra de dúvidas sobre a Teoria
da Relatividade e impediu que Einstein recebesse o Prêmio Nobel pelo seu
trabalho sobre a Relatividade – na verdade Einstein recebeu o prêmio, mas foi
sobre o seu trabalho sobre o efeito fotoelétrico.
A velocidade superior à luz de Nikola Tesla
Outro dissidente de
Einstein, Nikola Tesla (físico e inventor da corrente elétrica alternada e da
comunicação sem fio – 1856-1943), acreditava no conceito do éter onipresente.
Foi o precursor do modelo da estrutura do átomo como semelhante a sistemas
solares e o efeito fotoelétrico – nenhum texto padrão na história da Física
menciona Tesla, embora essas ideias mais tarde levassem ao prêmio Nobel físicos
como Rutherford, Bohr e Einstein.
A noção de éter
onipresente na visão de mundo de Tesla levou a uma série de diferenças
fundamentais com Einstein. Primeira delas a de que a velocidade da luz era
insuperável. Na virada do século Tesla acreditava ter interceptado “raios
cósmicos” emanados do Sol e que atingiam velocidades superiores a da luz.
Nikola Tesla |
Na última década da
sua vida acreditava que esses raios cósmicos poderiam ser aproveitados para
gerar energia elétrica, dentro da sua concepção de energia livre e do próprio
planeta como meio de transmissão sem fio dessa energia.
No perturbador
experimento de 1899 com a torre de transmissão Wanderclyffe em Colorado Springs
foram transmitidos 10 milhões de volts através da Terra: a velocidade teria
sido superior à da luz – os polos terrestres interagiram instantaneamente.
Tesla passou a descrever os fenômenos que manipulava por conceitos sânscritos
como “Akasha”, “Prana” ou “éter luminífero” para descrever a fonte de energia
que construiria toda a matéria – sobre isso clique aqui.
Teoria da Relatividade abalada
Mas a prova concreta
de como a Relatividade pode ser violada veio com um dos fundadores da física
quântica George Gamow no seu livro divisor de águas chamado Thirty Years That Shook Physics ( Os Trinta Anos Que Abalaram a Física).
Gamow descreve como Goudsmit e Uhlenbeck descobriram que não só os elétrons
estão em rotação como também estavam girando a velocidades superioras a da luz
– para adquirir o livro clique aqui.
Nenhum físico fala
sobre isso. O que significa que toda a evolução da Física no século XX e no
nascente século XXI está evoluindo ignorando a constatação dessa dupla de
físicos. E, mais ainda, ignorando as possíveis ramificações das interfaces das
partículas elementares – a de que partículas giram a velocidades superioras a
da luz porque retiram a energia do mundo pré-físico do éter, convertendo
energia em matéria.
Por tudo isso, a
fantástica descoberta do LIGO não é tanto uma “confirmação das teorias de
Einstein de 100 atrás” como bombasticamente a grande mídia promoveu o evento
científico. A descoberta das ondas gravitacionais como fenômeno físico e
palpável suscita esse confronto de séculos na Física entre o modelo do éter
onipresente contra o vácuo de Newton e o espaço-tempo de Einstein; entre a
energia direcionada e contida e a energia livre e onipresente por todo
Universo.
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