quinta-feira, dezembro 10, 2015
"Cinegnose" vê o futuro em escola ocupada
quinta-feira, dezembro 10, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Não veem mais TV, buscam informações na Internet através de dispositivos
móveis, ignoram a grande mídia. Suas diferenças em relação ao tripé grande
mídia, política e partidos não são ideológicas, mas simplesmente geracionais:
já estão imersos em outras formas de organização e de tomadas de decisões.
Essas foram algumas das conclusões finais da Oficina “Táticas de Guerrilha
Antimídia” realizada por esse humilde blogueiro em escola estadual ocupada em
Taboão da Serra/SP nessa semana. Os filmes "Muito Além do Cidadão Kane" e "Obrigado Por Fumar" foram o ponto de partida das discussões. O "Cinegnose" viu o futuro, e lá não mais estão as mídias, políticas e ideologias de massas que fizeram as cabeças do século
passado.
O "Cinegnose" viu o
futuro. E ele estava representado de forma fractal no grupo de alunos que
ocupam a Escola Estadual Antônio Inácio Maciel em Taboão da Serra. Assim como o
fractal na geometria (fragmento que reproduz dentro de si infinitamente o
todo), o grupo que ocupava naquela tarde a escola estadual pode até ser
considerado pequeno mas certamente é uma amostra de uma nova geração. Uma
geração que projeta uma relação com a política e as mídias totalmente distinta
da geração dos seus pais e que certamente colocará em xeque as atuais formas de
como a mídia e a política se organizam.
segunda-feira, dezembro 07, 2015
"Cinegnose" faz aula pública em ocupação escolar
segunda-feira, dezembro 07, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O “Cinegnose” oferece uma contribuição ao movimento estudantil de
ocupação das escolas estaduais contra as medidas de “reorganização”
(fechamento) de unidades escolares no Estado de São Paulo. Com a oficina
“Táticas de Guerrilha Antimídia” que será ministrada amanhã em escola ocupada
em Taboão da Serra, esse blogueiro mostrará o resultado das pesquisas da série “bombas semióticas” iniciada nesse blog a partir das grandes manifestações de
rua em 2013. E as táticas e armas de contracomunicação diante do inimigo mais
invisível e ardiloso que o movimento estudantil terá: a grande mídia.
domingo, dezembro 06, 2015
Curta da Semana: "The Black Hole" - escritórios são as Matrix atuais
domingo, dezembro 06, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O que você faria se encontrasse no seu local de trabalho uma folha com
um círculo preto que revela ser um buraco tridimensional? Você seria dominado
pela curiosidade metafísica ou pela possibilidade de ganhos pessoais? Essa é
uma das leituras possíveis do curta inglês “The Black Hole” (2008). Com um afiado
humor negro, o curta mostra o quanto opressivo pode ser a atmosfera da
verdadeiras Matrix corporativas que são os escritórios atuais. Tão opressivas e
amorais que são capazes de nos fazer passar batidos diante de um evento
potencialmente além da imaginação.
sábado, dezembro 05, 2015
O sobrenatural pode ser digital?
sábado, dezembro 05, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Até aqui nos filmes de terror o Mal, fantasmas e maldições sempre se
espalharam principalmente por meio de linhas telefônicas, monitores de TV e
ondas de rádio. Isso sem falar das contaminações biológicas pelo sangue ou ar.
Ou seja, o Outro Mundo sempre nos alcança no mundo cinematográfico através das
tecnologias analógicas e meios físicos. O que dizer então de filmes recentes
onde o sobrenatural manifesta-se através das tecnologias digitais como Internet
e dispositivos móveis? É verossímil espíritos agirem através de sinais
fragmentados e binários? Se os fenômenos ocultos, mágicos ou espirituais
baseiam-se em um princípio de semelhança (o Outro Mundo precisa sempre de um
meio físico ou contínuo para estabelecer uma ponte com o mundo físico), seria
possível fantasmas ou forças espirituais manifestarem-se por meio das mídias digitais?
terça-feira, dezembro 01, 2015
CAOs, espiral do silêncio e a crise autorrealizável
terça-feira, dezembro 01, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
As intermináveis reviravoltas da Operação Lava Jato; o processo contra o
presidente da Câmera dos Deputados Eduardo Cunha envolvendo diversas
instituições e paralisando o Congresso. E como pano de fundo, o País à beira do
abismo da crise econômica. A grande mídia chegou ao estado da arte: a guerrilha
semiótica organizada pela tática de CAOs (Consonâncias, Acumulações e
Onipresenças das informações) turbinada por duas bombas semióticas: a profecia
autorrealizável e a espiral do silêncio. As mídias abandonaram o campo da propaganda
tradicional (repetição, persuasão e reforço) para ingressar no campo
sofisticado da cognição - mais do que discursos e conteúdos informativos,
construir percepções por meio de CAOs. Mesmo quando desmentidas, essas
informações nunca mais serão falsas porque já foram credíveis no clima de
opinião.
Era 1997. A
Globalização e a desregulamentação dos mercados triunfavam. Os chamados Tigres
Asiáticos (Taiwan, Coréia do Sul, Hong Kong, Tailândia e Cingapura) eram o
modelo econômico para o século XXI. De repente se transformaram no epicentro de
uma onda de pânico afundando as Bolsas em todo o mundo. Boatos e medo invadiram
a suposta racionalidade dos investidores que passaram a girar histericamente em
torno do próprio umbigo em uma onda de vendas baseada nas opiniões de outros
investidores provocando uma espiral viciosa de especulação.
Na época,
analistas de investimentos como Barton Biggs da Morgan Stanley apontaram o
pânico e a retroalimentação à ausência de memória dos profissionais financeiros:
com a ausência de História Econômica na formação acadêmica, os profissionais
eram condenados a repetir ciclicamente os mesmos erros, desde o crash de 1929.
domingo, novembro 29, 2015
Curta da Semana: "Life and The Mirror" e "Goodbye" - Estamos perdendo a fé na vida pós-morte?
domingo, novembro 29, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O Outro Mundo está ficando cada vez
mais parecido com esse. O “Cinegnose” vem percebendo uma tendência no cinema
recente em representar o pós-morte como uma projeção das mazelas já existentes
nessa vida, repetindo uma tendência do gênero ficção-científica: a
“hipo-utopia”, onde o futuro deixa de existir para virar uma projeção dos
problemas do presente. Os curtas da semana “Life and The Mirror” (2007) e
“Goodbye” (2015) são dois exemplos dessa estranha tendência. Assim como estamos
perdendo a fé na vida, também estaríamos perdendo a fé na vida pós-morte?
sábado, novembro 28, 2015
"The Zohar Secret" revela o misticismo no cinema russo atual
sábado, novembro 28, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O auge do Império Romano coincidiu com o surgimento dos textos mais
enigmáticos da humanidade, como o “Zohar” que é a própria mística da Cabala. Se
os seu conteúdo fosse revelado poderia provocar a queda do próprio Império. Mas o roubo
dos pergaminhos por um legionário romano marcará o destino da História do
Ocidente e da vida desse soldado que ficará prisioneiro em uma cilada Tempo-Espaço por sucessivas
reencarnações até os tempos atuais. Esse é o filme
“The Zohar Secret” (2015), mais uma recente produção russa onde está presente o
tema do misticismo gnóstico. Seria o misticismo russo uma forma de reação à
invasão do Marketing e da Publicidade na Rússia pós-comunismo? Uma reação
contra mais um império, assim como os textos místicos judaicos e gnósticos enfrentaram o Império Romano no passado? Filme sugerido pelo nosso
leitor Felipe Resende.
Cinco anos de
arrecadação de recursos por crowndfounding através da plataforma Kickstarter
(site de financiamento coletivo que busca apoiar projetos inovadores), envolvendo
1.300 pessoas de 54 países conseguiram levantar algo em torno de 10 milhões de
dólares entre dinheiro e equipamentos.
terça-feira, novembro 24, 2015
Uma jornada xamânica em "Blueberry: Desejo de Vingança"
terça-feira, novembro 24, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Uma verdadeira cápsula do tempo. Um daqueles filmes que mereciam ser
enterrados na época do seu lançamento para depois serem redescobertos como
verdadeiras pérolas. O filme “Blueberry” (aka "Renegade") do francês Jan Kounen (2004) foi
ridicularizado pela crítica e público para hoje ser saudado como um western
sobrenatural, um cult do xamanismo no cinema.
Blueberry não é apenas um filme sobre jornadas espirituais xamânicas de
um protagonista à beira da morte: os próprios efeitos especiais e imagens
cinéticas induzem o espectador a imergir em estados alterados de consciência. O
desejo de vingança de um protagonista transforma-se em jornada xamânica de
autoconhecimento desconstruindo as códigos do gênero faroeste – vingança,
honra, dominação e conquista.
O gênero western
já foi muitas vezes desconstruído no cinema por sátiras (Banzé no Oeste, 1974, de Mel Brooks), o exagero revivalista do
spaghetti western italiano dos anos 1960-70, a fusão do western com séries policiais urbanas nos anos 1970 (McCloud
– 1970-77) ou a paródia dos códigos e convenções dos duelos e violência nos
filmes de Tarantino.
Mas nada se equipara
ao western francês Blueberry. Baseado
no faroeste em quadrinhos francês homônimo de Jean-Michel Charlier e Jean
“Moebius” Giraud, o filme foi muito mais além da simples adaptação de um comic book: o filme transformou-se em
uma jornada espiritual após o próprio diretor do filme se encontrar com índios
xamãs que o iniciaram a rituais verdadeiros.
sábado, novembro 21, 2015
Curta da Semana: "Bloody Dairy" - Por que os gatos dominaram a Internet?
sábado, novembro 21, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O curta “Bloody Dairy” (2015), projeto de 100 dias de animações em gif,
e mais uma amostra de como os gatos cada vez mais estão tomando conta da
Internet com memes e vídeos virais, superando os seu eternos rivais: os cães.
Tornou-se fenômeno cultural, merecendo até uma exposição no Museum of Moving
Image em Nova York. Por que gatos ao invés de cachorros? A questão pode parecer
inútil e superficial, mas também pode nos conectar com os milenares simbolismos
ocultos e esotéricos dos gatos como guardiões e mediações com outros mundos. Portanto,
para onde os gatos nos apontam em memes e vídeos? Estamos diante de um fenômeno
sincromístico em plena cultura high tech?
sexta-feira, novembro 20, 2015
A lama de Mariana e os atentados de Paris entre os tempos histórico e midiático
sexta-feira, novembro 20, 2015
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Causou estranheza a muitos leitores o título da última postagem: “Os
Atentados de Paris não aconteceram”. Então foi tudo montagem? E os mortos? O
“Cinegnose” está delirando? Por isso, este humilde blogueiro decidiu fazer mais
um postagem detalhando melhor o argumento: os atentados de Paris "não
aconteceram", paradoxalmente, porque foi um acontecimento noticiável. Da lama de
Mariana aos atentados de Paris está em confronto duas noções de tempo: o
histórico (colocado em segundo plano pela mídia) e o midiático. Ambiguidade,
infogenia, noticiabilidade, tempo pontual e o terrorismo como um “pseudoevento”
foram fatores que tornaram os eventos de Paris muito mais noticiáveis para a
grande mídia do que a catástrofe humana e ambiental de Mariana.
Devido à grande
polêmica entre os leitores sobre a postagem anterior sobre os atentados de
Paris, o “Cinegnose” decidiu fazer um maior detalhamento para tentar esclarecer
dúvidas e uns tantos males entendidos. Parece que muitos leitores se apegaram
aos aspectos mais sensacionalistas da postagem - os atentados não aconteceram?
Foi tudo montagem? Falsa Bandeira? E os mortos? Foi tudo simulação? Mais uma
das malucas teorias sobre conspirações? Esse humilde blogueiro estaria virando
um Michael Moore brasileiro?
Tecnologia do Blogger.