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quinta-feira, outubro 20, 2016

Netflix, Operação Lava Jato e o "Smart Power"


O Netflix anunciou para o ano que vem uma série baseada na atual Operação Lava Jato, em cartaz na grande mídia desde 2014, estrelada pelo protagonista Sergio Moro. Curioso sincronismo entre uma operação, cujas ações sempre foram pautadas por simbolismos e timing midiático, e uma série ficcional inspirada em evento real ainda em evolução. Desde “House of Cards”, o Netflix vem protagonizando recorrentes “coincidências significativas” – parece que suas produções pontuam e até interveem na atual crise política brasileira. Coincidência? Ou estamos testemunhando a nova política externa da chamada “Smart Power” (Hard Power + Soft Power) implementada por Hilary Clinton no Departamento de Estado dos EUA em 2009? Armas e bombas + indústria do entretenimento, produções midiáticas que estariam além da mera imposição ideológica. Agora, sofisticada engenharia de opinião pública onde eventos reais dialogam com narrativas ficcionais, até que paradoxalmente a realidade se torne verossímil por meio da ficção: se virou série, então é verdade!

quinta-feira, outubro 13, 2016

Leitor do Cinegnose desconstrói nota informativa do Bank of America sobre a Matrix


Como explicar a adesão de profissionais dos mercados financeiros à hipótese de que vivemos em uma grande simulação computacional – a Matrix? Em postagem anterior o “Cinegnose” discutia quatro hipóteses que explicam o porquê de um anúncio sobre a probabilidade de vivermos em uma Matrix contida em nota informativa para clientes emitida pelo Bank of America Merrill Lynch no mês passado. Nosso leitor Wilson Cardoso sugeriu uma quinta hipótese bem interessante: mecanismo psíquico de projeção à nossa submissão ao capital financeiro.

sexta-feira, setembro 09, 2016

Quando o Brazil se encontra com o Brasil em "Brazil, O Filme"


Nesses dias em que o Brasil transformou-se em uma verdadeira república distópica, um bom filme para assistir é “Brazil, O Filme” (1985) de Terry Gilliam, integrante da trupe de humor inglês Monty Python. Gilliam criou uma nova versão de “1984” de George Orwell: um sistema totalitário obcecado pela posse de informações numa sociedade onde pessoas e coisas estão totalmente interligadas por dutos, tubos e canos. O filme vislumbrou 31 anos atrás a vigilância e totalitarismo das redes de informação atuais e a dissidência de hackers – aqui representado por “encanadores” free-lancers, considerados dissidentes terroristas. Direitos individuais inexistem e qualquer um pode ser condenado e executado através de “provas” recolhidas pelo Ministério da Informação. Alguém pode ser morto por engano, mas tudo foi feito com “boa-fé”. Em tempos onde policiais federais aparecem na mídia como heróis hollywoodianos, “Brazil, O Filme” torna-se amargamente atual.  

quinta-feira, agosto 04, 2016

Estranhas forças governam nossas vidas em "Harodim: Olhe Mais Perto"


Paul Finelli, roteirista que nunca teve uma obra adaptada por algum estúdio de Hollywood, escreve em 2010 outro roteiro, dessa vez sobre a morte do líder da Al-Qaeda Osama Bin Laden. Roteiro que tinha tudo para ser engavetado. Até que, um ano depois, Paul Finelli assistiu perplexo na TV as imagens da morte de Bin Landen por SEALs da Marinha dos EUA no Paquistão. A narrativa dos eventos era quase um espelho do seu roteiro. A realidade imitando a ficção foi o início da produção do filme “Harodim: Olhe Mais Perto” (2012), uma produção austríaca do Terra Mater, estúdio que afinal se interessou pelo roteiro de Finelli. O líder terrorista mais procurado do mundo é capturado e levado por um ex-especialista em black-ops da Inteligência dos EUA para um lugar desconhecido no metrô de Viena. Lá assistimos a uma hora e meia de interrogatório onde serão feitas aterrorizantes revelações sobre fatos da história recente desde os atentados do 11 de setembro nos EUA. E que há forças por trás da nossa vida ordinária que estão muito além do livre-arbítrio. Filme sugerido pelo nosso leitor Romeu.

sábado, julho 30, 2016

Notícias de ataques inspiram "assassinos copycat"?


Diante da sequência de ataques ocorridos na Alemanha, o site da Deutsche Welle (empresa de radiodifusão alemã) cogitou a possibilidade de o país estar sofrendo uma sequência de “assassinatos copycat”, efeito de contágio desencadeado por uma “fórmula dramatúrgica” através da qual a mídia vem tratando diferentes eventos. Atentados terroristas genuínos e ataques de assassinos solitários são descritos dentro de um mesmo script sensacionalista, criando um gigantesco “efeito Heisenberg”: a mídia está cada vez mais cobrindo a si mesma e os seus efeitos sobre as pessoas.

segunda-feira, julho 18, 2016

Ataque em Nice: entre "False Flag" e o "Efeito Copycat"


Atualmente ataques e atentados parecem se tornar relações públicas de si mesmos: buscam sempre a máxima repercussão e visibilidade. Dos “frames” escolhidos pelos fotógrafos até a própria tragédia, tudo é retoricamente tão saturado que entra no campo das mitologias midiáticas. A narrativa é sempre a mesma: o ataque de um “lobo solitário”; a ação que interrompe festas, prazer e diversão, o timing, o oportunismo e, finalmente,  a morte/suicídio final do terrorista. O ataque em Nice mais uma vez repetiu o plot. Porém dessa vez acrescentou mais um elemento: a ambiguidade – ataque terrorista? Apenas um louco que odeia o mundo? Por isso no ataque em Nice podem ser encontrados elementos tanto de "Operação Bandeira Falsa" (“False Flag”) como do chamado “efeito Copycat” (imitação). E a coincidência da estreia do filme de ação “Bastille Day” (cujo plot é a luta para impedir um atentado em Paris) no dia do ataque reforça essa hipótese.

segunda-feira, julho 11, 2016

A Simbologia Alquímica em "As Tartarugas Ninjas", por Claudio Siqueira


Dia 16 de junho deste ano estreou nos cinemas o filme "As Tartarugas Ninjas: Fora das Sombras" (Teenage Mutant Ninja Turtles: Out of the Shadows). Após sua primeira edição em maio de 1984 pela editora Mirage Studios, os quatro esdrúxulos personagens tiveram diversas obras midiáticas envolvendo seu universo, de desenhos animados a videogames. Mas, desde o novo filme de 2014, é apresentada uma versão mais diferenciada entre os personagens. E com razão, já que os quatro diferem bastante não apenas em sua personalidade, mas nos elementos alquímicos que representam.

sexta-feira, julho 01, 2016

Nikola Tesla e a paranoia do detetive em "The American Side"


Onde foi parar o caderno de anotações do físico sérvio Nikola Tesla, com segredos capazes de mudar o mundo? Está nas mãos de agências do Governo? Corporações já aplicam seus segredos? Ou esses segredos já são conhecidos por sociedades secretas como o Bohemian Grove? Ao investigar um caso corriqueiro de infidelidade conjugal, um detetive barato tropeça por acaso numa das maiores conspirações do século XX. Esse é o filme “The American Side” (2016) onde nos revela como o personagem do Detetive sofreu profundas alterações desde Sherlock Holmes de Conan Doyle: enquanto Holmes contava com a lógica dedutiva, o detetive atual tem unicamente ao seu lado a intuição, a experiência e paranoia que comprovam que a realidade em muito supera a ficção. Por isso esse traços pós-moderno vão aproximar o Detetive da mitologia gnóstica. Mais um filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.

sexta-feira, maio 27, 2016

Caso Ana Hickmann, o suicida dos leões no Chile e a patologia dos nossos tempos


Na manhã do sábado, dia 21, um jovem se jogou nu na jaula dos leões em um zoológico no Chile falando frases desconexas de cunho religioso sobre ser filho de Jesus e a chegada do Apocalipse. No mesmo dia, à noite, a apresentadora Ana Hickman sofre atentado de um fã armado com um revólver em um hotel de luxo em Belo Horizonte. Entre frases também desconexas, o fã agradecia a Deus por ter ajudado a encontrá-la naquele hotel, até ser morto por um dos assessores. Quais as coincidências e sincronismos entre esses dois eventos em países diferentes? São apenas fatos isolados protagonizados por “lobos solitários”? Cada sociedade em sua época cria sua própria patologia. O sincronismo desses dois episódios apontam para a patologia da nossa época da sociedade das imagens e do espetáculo: relações fetichistas com pessoas, objetos e símbolos.

domingo, maio 01, 2016

Curta da Semana: "Wrapped" - Pós-moderno e Hermetismo em outra destruição de Nova York


A destruição de Nova York  já se transformou em um verdadeiro arquétipo contemporâneo depois de pouco menos de um século com filmes onde vemos monstros, terroristas, cometas e marcianos tirando a “Big Apple” do mapa. Por isso, de Hollywood esse tema recorrente espalha-se para o mundo, tornando-se também uma fixação global. Uma evidência é o curta alemão “Wrapped” (2015) realizado por estudantes de cinema de Ludwigsburg usando efeitos em time-lapsed e CGI: um pequeno rato morre em uma rua da cidade, espalhando uma espécie vegetal viral (heras mutantes) que se espalha engolfando prédios, ruas e carros. Mas suas lindas flores guardam uma ameaça. Wrapped combina pós-modernidade com hermetismo gnóstico – de um lado a figura da monstruosidade viral; e do outro a narrativa em loop que sugere o princípio hermético da correspondência: “tal como em cima é abaixo”.

sexta-feira, abril 15, 2016

Impeachment: Sincromisticismo, Efeito Copycat e Parapolítica


Loren Coleman, pesquisador norte-americano em Sincromisticismo e os chamados “efeitos copycat” midiáticos, dá um “alerta vermelho” para o mês de abril. O quarto mês do ano historicamente é marcado por “coincidências significativas”. Homicidas e terroristas parecem querer conferir notoriedade a seus atos ao aproximá-los de datas marcadas por acontecimentos tragicamente históricos, dentro de um efeito de imitação (efeito copycat). Também como evento planejado e roteirizado para produzir rendimento midiático, a votação do impeachment em abril também guarda “coincidências” que acabam se tornando muito significativas. As diversas coincidências no planejamento das datas da votação do impeachment sugerem que poderíamos estar diante de um evento que vai para além da Ciência Política para entrar no campo esotérico da Parapolítica.

terça-feira, março 22, 2016

Agenda Hollywood e os super-heróis: ingovernabilidade para o mundo


Numa manhã de domingo de 2001 Karl Rove, Vice-Chefe da Casa Civil do presidente Bush, reuniu-se em Beverly Hills com os chefões de Hollywood. Era o início da criação da “Agenda Hollywood” para esse século – mais uma vez, a indústria do entretenimento norte-americana era convocada  a servir de braço político para o jogo geopolítico mundial. Na época, o terrorismo da Al Qaeda. Hoje, as várias “primaveras”, árabe e brasileira, e o xadrez político jogado contra os países que compõem os BRICS. Sincronicamente quando a Agenda Hollywood intensifica a presença das franquias de super-heróis nas telonas, as diversas “primaveras” (manifestações e protestos em diversos países) são tomadas por bizarros adereços do super-heróis do cinema como metáforas de solução para crises políticas nacionais. Com isso, a Agenda Hollywood avança da simples propaganda para o “neurocinema”: moldar a percepção de que problemas podem ser resolvidos através da amoralidade dos super-heróis. A palavra-chave do jogo é indução à ingovernabilidade em países emergentes, como o Brasil.

domingo, março 06, 2016

Lula prisioneiro em narrativa transmídia da série "House of Cards"


Cinco horas da manhã de sexta-feira: o Netflix libera no Brasil a quarta temporada da série “House of Cards”. Uma hora depois a TV Globo começa a transmitir ao vivo a 24a etapa da Operação Lava Jato onde 200 agentes da Polícia Federal rumam a São Bernando/SP para o ex-presidente Lula ser alvo de condução coercitiva para “prestar depoimentos”. Coincidência? Sincronicidade? Para os fãs a série do Netflix apresenta semelhanças com a atual crise política brasileira. E o cálculo midiático da vara judicial de Curitiba parece saber disso. Se isso for verdade, a Operação Lava Jato demonstra ser uma grande operação semiótica: da narrativa tradicional em três atos de um reality show, agora está evoluindo para um tipo especial de narrativa transmídia conhecida como “Alternate Reality Game” (ARG) – Jogo de Realidade Alternativa. Objetivo: criar uma "zona incerta"entre ficção e realidade que faça alusões ao universo de filmes e séries  para dar legitimidade ficcional a ações que carecem de base jurídica.

Que a Operação Lava Jato é antes de tudo um show midiático sob o pretexto de combater a corrupção, não restam dúvidas a cada vazamento seletivo de informações para a grande mídia cujos âncoras dos telejornais chamam cinicamente de “investigações sigilosas”.

quinta-feira, dezembro 31, 2015

Filme "Deep Dark" atualiza a simbologia fantástica do Buraco


O terror independente “Deep Dark” (2015) é um exemplo de como arquétipos são os principais elementos na composição atual de argumentos e roteiros para filmes. Certa vez, diretor Michael Medaglia imaginou uma cena do buraco em uma parede de onde saiam mensagens misteriosas.  Achou a cena interessante. E todo o resto da narrativa cresceu em torno dessa imagem. Em muitos aspectos “Deep Dark” assemelha-se a “Quero Ser John Makovich” de Spike Jonze ao colocar um buraco como um elemento fantástico, misterioso e aterrorizante. Com isso, “Deep Dark” aproxima-se da recorrência simbólica do buraco como símbolo mágico e sagrado em todas as culturas: da China e Índia antigas, passando pelo surrealismo das obras de Salvador Dali até chegar ao “Mar de Buracos” da animação “Yellow Submarine” dos Beatles. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.

Desde que Lewis Carroll escreveu a história de uma menina chamada Alice cuja narrativa começa com a protagonista caindo na toca de um coelho para conhecer um estranho mundo chamado “País das Maravilhas”, a ficção Ocidental mergulhou junto no antiquíssimo simbolismo dos buracos e cavernas como ante-câmeras de mundos e deuses.

sábado, novembro 21, 2015

Curta da Semana: "Bloody Dairy" - Por que os gatos dominaram a Internet?


O curta “Bloody Dairy” (2015), projeto de 100 dias de animações em gif, e mais uma amostra de como os gatos cada vez mais estão tomando conta da Internet com memes e vídeos virais, superando os seu eternos rivais: os cães. Tornou-se fenômeno cultural, merecendo até uma exposição no Museum of Moving Image em Nova York. Por que gatos ao invés de cachorros? A questão pode parecer inútil e superficial, mas também pode nos conectar com os milenares simbolismos ocultos e esotéricos dos gatos como guardiões e mediações com outros mundos. Portanto, para onde os gatos nos apontam em memes e vídeos? Estamos diante de um fenômeno sincromístico em plena cultura high tech?

sábado, outubro 10, 2015

Top 10 de filmes e séries que estranhamente previram o futuro

A vida imita a arte? Ou há algo mais complexo nas relações entre a ficção midiática e os eventos reais? O Cinegnose tenta dissecar essa questão fazendo o Top 10 dos filmes e séries que supostamente teriam previsto eventos reais como atentados, assassinatos, descobertas científicas e conquistas tecnológicas. Profecias? Coincidências? Ou contaminações sincromísticas do “continuum” midiático que envolve a todos nós?

Para o Gnosticismo a realidade é uma ilusão. Para além das considerações filosóficas, ontológicas ou cosmológicas dessa afirmação, para o Cinegnose a hipótese sincromística seria mais um argumento a favor dessa suspeita gnóstica. Pelo Sincromisticismo, as relações entre a realidade e as narrativas ficcionais midiáticas sobre a realidade são mais complexas do que o velho provérbio de que “a vida imita a arte”.

Haveria uma complexa relação entre os conteúdos midiáticos sedimentados em memes e arquétipos e os acontecimentos sociais, econômicos e políticos. A onipresença dos meios de comunicação criaria um “contínuo midiático atmosférico” que apresentaria estranhas contaminações da ficção na realidade. E o movimento contrário: a realidade contaminando a ficção, de maneira que filmes tornam-se peças de uma agenda (agenda setting) política ou econômica mais ampla.

sábado, agosto 08, 2015

Por que salas de cinema atraem atiradores?

Atiradores que abrem fogo em escolas e salas de cinema já tornaram-se eventos icônicos na cultura pop atual. Acompanhamos nas últimas semanas dois episódios nos EUA envolvendo salas multiplex: Lafayette (onde exibia o filme “Trainwreck” – “Descompensada” no Brasil) e em Antioch (em cartaz o filme “Mad Max: Estrada de Fúria”). O Brasil também teve tiros em sala de cinema num shopping em 1999 onde era exibido “O Clube da Luta”. Por que salas de cinema atraem atiradores? O tom que a mídia aborda esses episódios é monocórdico: sempre retratados como atiradores solitários, sem conexões, e que de repente decidem abrir fogo contra uma plateia. Há algo mais por trás desses eventos? É o que pretende demonstrar as hipóteses do Efeito Copycat, do Sincromisticismo e sobre secretas conexões entre Cinema e Guerra.

Duas semanas depois de um atirador ter aberto fogo contra a plateia em um cinema em Lafayette, Louisiana nos EUA, outro atirador armado com espingarda e um machado, no dia 05 de agosto, foi abatido por policiais em um cinema que exibia Mad Max: Estrada da Fúria em Antioch, no Tenessee.

O atentado anterior, no dia 23 de julho, foi há exatamente três anos do atentado em Aurora, Colorado, onde James Holmes atirou na plateia que assistia ao filme Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge.

sábado, julho 25, 2015

Medida de redução da velocidade em SP atinge "zeitgeist" do carro e das marginais

Há algo além do ódio político-partidário no verdadeiro “freak out” dos motoristas paulistanos e grande mídia contra a medida de redução a velocidades das marginais Tietê e Pinheiros em São Paulo. Parece que a Prefeitura atingiu o coração ideológico e imaginário das verdadeiras “pièce de résistance” do enclave conservador em que se tornou a cidade: o automóvel e as marginais. No automóvel, a representação da velocidade como o último símbolo de distinção e poder; e nas marginais, os tristes portais de entrada na cidade que representam uma modernidade fracassada na qual ainda os paulistanos nostalgicamente se agarram.

FREAK OUT!!! Talvez essa expressão em inglês  (alguma coisa entre “surtar”, “baratinar” ou “perder o bom senso”) seja a que melhor sintetize a reação de motoristas paulistanos com a determinação da prefeitura da cidade de São Paulo em reduzir a velocidade máxima nas vias expressas, centrais e locais das marginas dos rios Tietê e Pinheiros – de 90 km/h para 70km/h ou até 50 km/h dependendo do local.

Reações indignadas nas redes sociais postam vídeos com ciclistas ultrapassando automóveis nas marginais: “quando bicicletas terão placas e restrição de velocidade?”, protestam. Nas viciadas enquetes dos telejornais da grande mídia, selecionam comentários como “vai travar o trânsito”, “vai piorar o trânsito”, “vou perder tempo” e assim por diante – como se diariamente as principais vias da cidade já não estivessem costumeiramente travadas, obrigando motoristas a andarem a menos de 20 km/h.

quarta-feira, julho 15, 2015

Euro crise e a Metafísica vingam-se da Grécia

Há um fantasma que assombra a História, o fantasma da Metafísica. Há uma ironia sincromística na crise econômica de um país que contribuiu com a Metafísica de Sócrates, Aristóteles e Platão e que agora cai de joelhos diante da Troika (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia), representantes de um sistema financeiro do capital volátil e especulativo, sem lastros com a “economia real”, mas com forte poder de destruição. Foram necessários 25 séculos de Filosofia para a Metafísica realizar-se – do “Logos” de Heráclito, passando pela metafísica platônica e a Trindade de Santo Agostinho até chegar à abstração das transações simultâneas, do cálculo probabilístico das transações financeiras e equalização das tendências das bolsas de valores:  tornou-se o no “Logos” (ou no álibi) em nome do qual falam economistas ou técnicos para empurrar goela a baixo a suposta racionalidade das austeridades. O ator Jeremy Irons parece ter percebido isso em um talkshow na TV portuguesa.

O “Não” do povo grego em plebiscito contra as medidas de austeridade da Troika foi saudado como a primeira intervenção da “vontade popular” contra a chantagem da receita neoliberal da financeirização. No país que contribuiu com a Democracia para a história da filosofia política, nada mais natural que a voz do povo vencesse o medo e a chantagem.

Mas a renúncia do Ministro das Finanças grego Yanis Varoufakis (figura “mal vista” pela Zona do Euro) um dia depois do “Não” foi o prenúncio do que viria: a humilhante capitulação final do governo grego  de Alex Tsipras diante da plutocracia financeira representada pela chanceler alemã Angela Merkel.

sábado, junho 20, 2015

Entrelaçamento quântico, moral e livre-arbítrio em "Frequencies"

Co-produção britânica e australiana, “Frequencies” (aka “OXV: The Manual, 2013) foi uma surpresa em festivais de Cinema Fantástico como o Fant 2014 de Bilbao. Embora parta da premissa da atual onda de filmes sci fi distópicos com adolescentes (amores impossíveis em mundos totalitários como em “Divergente”), o filme pretende ser um ambicioso ensaio metafísico sobre o problema da Moral e do Livre-arbítrio: quão livre nós somos em nosso querer agir? Em um mundo onde o conhecimento determina o destino, jovens tropeçam em uma descoberta: o Manual OXV baseado em uma “antiga tecnologia” onde palavras podem interferir nos padrões de frequências que criam entrelaçamentos quânticos entre as pessoas. Isso pode ser usado para o amor... mas também para o mal.

Uma história de amor impossível entre dois adolescentes que vivem em uma ordem social totalitária que impede a concretização dos seus sentimentos. Sintetizando dessa forma o filme Frequencies (aka OXV: The Manual), parece que estamos diante de mais um filme da atual onda de “distopias teens” como Divergente, Jogos Vorazes, Eu Sou o Número 4 etc.

Uma onda de filmes classificados pelo rótulo “ficção científica” pelos seus aspectos mais superficiais do gênero: futuros distópicos, efeitos especiais e alta tecnologia.

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