sexta-feira, setembro 02, 2022
'Freeway': Chapeuzinho Vermelho cai nos anos 1990. E descobre que os lobos são mais malvados
quarta-feira, agosto 31, 2022
'Não! Não Olhe!': resta algo na galáxia que não possa ser explorado como entretenimento?
quinta-feira, agosto 04, 2022
Em 'Georgetown' a América é enganada pela sua própria ilusão
quinta-feira, julho 28, 2022
A ascese solitária dos influenciadores digitais em 'Sweat'
sexta-feira, julho 08, 2022
'Pleasure': a invenção do feminino pelo olhar masculino da indústria pornográfica
#MeToo, Time’s Up, movimentos de mulheres, de gênero, de raça. Uma onda sísmica de denúncias de assédios, intolerância e preconceitos abala Hollywood, mídia e meio corporativo. Encampado pela grande mídia e setores políticos progressistas ou nem tanto. Porém, um setor na sociedade permanece alheio a tudo isso, uma indústria silenciosa e oculta no cotidiano: a indústria pornográfica e sua linha de produção que continua irradiando no dia a dia o prazer escópico masculino que reduz mulheres e raças a fetiches do capital. Tornando os movimentos identitários um trabalho de Sísifo. O filme sueco “Pleasure”, da diretora Ninja Thynberg, é o olhar de uma estrangeira para a indústria multimilionária pornô dos EUA, fugindo dos discursos maniqueístas e moralizantes. Ao narrar a estória de uma jovem que chega em Los Angeles disposta a se tornar uma estrela mundial do gênero, Thynberg lança um olhar corajosamente feminista sobre o prazer escópico masculino da base dessa indústria: a invenção do “feminino” pelo ponto de vista do capital.
quarta-feira, junho 15, 2022
Entrevista com Fábio Shiva, autor de 'Favela Gótica' e ópera-rock 'Anunnaki', por Claudio Siqueira
Ex- baixista da banda doom metal Imago Mortis e autor do romance Favela Gótica, Fábio Shiva desenvolveu, junto com seu irmão Fabrício Barretto, a ópera-rock Anunnaki, da banda Mensageiros do Vento. A história mais antiga da humanidade é contada na forma de um desenho animado, onde as músicas narram a epopeia dos Anunnaki e o consequente surgimento mítico(?) da humanidade. O Cinegnose teve o prazer de entrevistar o autor e compositor de uma das bandas mais importantes para o cenário underground nacional e autor de uma das melhores obras cinematográficas de nossa filmografia. Cinegnósticos, Fábio Shiva.
quarta-feira, junho 01, 2022
A produção social da loucura híbrida no documentário 'I Think We're Alone Now'
Não é por menos que a guerra híbrida tornou-se a tática de intervenção política mais bem-sucedida do século XXI, impulsionando “revoluções coloridas” por todo o planeta. A cultura pop, centrada no culto das celebridades, gerou a matéria-prima psíquica necessária para a criação das cismogêneses que evenenam as sociedades. O documentário “I Think We’re Alone Now” (2008) retrata dois fãs da cantora pop adolescente dos anos 1980, Tiffany, que passaram a acreditar que estavam envolvidos em um relacionamento intenso e pessoal com a celebridade. Fãs limítrofes prisioneiros na cilada imaginária do “duplo vínculo” (Gregory Bateson), condição esquizo criada por relações familiares danificadas e ampliada pela relação paradoxal dos espectadores com as mídias que diluem as fronteiras entre relação exclusiva/anonimato, intimidade/massificação, público/privado. Oferecendo a vulnerabilidade necessária para sociedades-alvo serem corroídas por dentro.
quarta-feira, maio 25, 2022
Em "Psicopata Americano" a psicopatologia foi normalizada no mundo corporativo
quarta-feira, maio 18, 2022
A uberização do ego no filme 'Spree'
terça-feira, abril 26, 2022
Alien's Day: das raízes bíblicas às ocultistas do universo Alien, por Claudio Siqueira
Dia 26 de abril se comemora o Alien’s Day (o Dia do Alien, numa tradução livre, já que ainda não há tradução para a língua portuguesa, pelo menos no Brasil), o famigerado xenomorfo da franquia Alien. O monstro mais famoso e amado do cinema – e dos quadrinhos – não o é por acaso; ele foi concebido pelo pintor e escultor surrealista Hans Ruedi Giger, ou simplesmente H.R. Giger como é conhecido. O Cinegnose vem dissecar a criatura, suas fontes de inspiração e o porquê de Prometheus e sua sequência não serem tão ruins como dizem as más línguas.
quinta-feira, abril 21, 2022
O Pentagrama, o Diabo e o Oculto no game eletrônico 'Pilgrims', por Claudio Siqueira
Eu já falei da Amanita Design aqui, mas falar deles nunca é demais. A equipe de jogos independentes da república tcheca ressuscitou muito bem o estilo de games adventure point-and-click, criando incríveis narrativas mudas, contando às vezes belas histórias ainda que numa atmosfera lúgubre. Neste artigo o Cinegnose vem mostrar o interessante jogo Pilgrims, cujo gameplay se dá todo na mecânica de um único puzzle de Samorost 3 – Pilgrims é um jogo sobre um humilde peregrino em sua jornada esotérica, com elementos do Oculto implícitos. Desde o Pentagrama, que abre o jogo, até o Diabo... que reclama a alma de um padre que teria pecado.
sexta-feira, abril 08, 2022
Série 'For All Mankind': e se os soviéticos tivessem chegado primeiro na Lua?
Ao lado da série “O Homem do Castelo Alto”, “For All Mankind” (2019- ) é uma série que se alinha ao subgênero das realidades alternativas – se a série baseada em Philip K. Dick mostrava uma realidade alternativa na qual Alemanha e Japão ganhavam a Segunda Guerra Mundial, nessa da Apple TV + acompanhamos o efeito em cascata, seja geopolítico, seja na cultura e costumes, dos soviéticos terem sido não só os primeiros a pisar na Lua, mas de também colocar a primeira mulher cosmonauta pisando o solo lunar. A questão é que, mesmo em um mundo alternativo, a série repete as mesmas mitologias do nosso mundo real: a NASA como como uma agência “científica” e astronautas como os playboys do “american dream”.
quinta-feira, abril 07, 2022
Filme "Ham on Rye": a impermanência da juventude entre o sonho e o conformismo
“Ham on Rye” (2019), do diretor Tyler Taormina, é um daqueles filmes para cinéfilos aventureiros: é um filme marcado pela estranheza porque, aparentemente, nada acontece. A única âncora narrativa é uma espécie de ritual de passagem tradicional de uma cidadezinha suburbana sem graça: grupos de adolescentes do final do ensino médio rumam para a lanchonete Monty’s no qual, de alguma maneira, será decidido o futuro adulto de cada um. “Ham on Rye” é um filme sobre a impermanência da juventude e a forma como ela parece desaparecer. É um filme vago, mas, estranhamente prazeroso. Há um subtexto sobre o dilema adolescente do “duplo vínculo”: o medo paralisante da rejeição criado pelo dilema de ficar entre o sonho e o conformismo; entre as aspirações e a resignação.
sexta-feira, abril 01, 2022
O 'mind set' da guerra híbrida no filme 'Batman'
Pouco depois dos atentados de 2001 nos EUA, o Governo Bush reuniu-se com os chefões da indústria do entretenimento, em um hotel de Beverly Hills, definindo uma Agenda Hollywood para os próximos 20 anos com as linhas gerais para produção de conteúdos. Entre elas, a intensificação das franquias de super-heróis das franquias Marvel e DC Comics. Mais do que impor valores americanos, a estratégia era de criar o “neurocinema”: através do universo expandido das franquias, criar um “mind set” necessário para as “revoluções híbridas” planetárias da geopolítica dos EUA. “Batman” (The Batman, 2022) de Matt Reeves é a produção mais acabada dessa Agenda – como o senso particular de justiça de Batman criou um monstro: uma versão Incel do Charada numa Gotham doente e decadente, no qual ressentimento e o senso de antipolítica pavimentam a ingovernabilidade necessária para todas as “revoluções coloridas” globais.
quarta-feira, março 23, 2022
Gnosticismo e o zeitgeist de final de milênio na série "Feria: Segredos Obscuros"
O final do milênio criou um zeitgeist que parecia despertar crenças milenaristas medievais: seitas esotéricas ou ocultistas, envolvendo suicídios coletivos, começaram a pipocar em várias partes do mundo. E na cultura pop, Nostradamus e profecias sobre o fim do mundo (inclusive o Y2K, o “bug do milênio”) estavam em alta. Não foi por acaso que as mitologias gnósticas chegaram ao mainstream hollywoodiano, consolidando o gnosticismo pop em filmes como “Show de Truman” e “Matrix”. É neste espírito de final do século XX que se inspira a série Netflix espanhola “Feria: Segredos Obscuros” (2022). Em 1995, uma pequena cidade é atingida por um evento inexplicável: 23 pessoas aparecem mortas junto a uma antiga mina, envolvendo algum tipo de seita ocultista. Repleta de alusões ao Gnosticismo, a série tenta combinar a mitologia gnóstica com todos os tropos dos filmes sobre seitas e cultos: sacrifícios de sangue, sexo ritual, morte, portais interdimensionais etc. E até uma metáfora política do regime franquista na Espanha.
segunda-feira, fevereiro 28, 2022
HQs e o Nazismo: e se a Alemanha tivesse vencido a Segunda Guerra Mundial?, por Claudio Siqueira
Como se não bastasse tudo o que vem acontecendo nos últimos anos, desde uma eleição nefasta até a disseminação do agente patogênico mais contagioso da história, tivemos a declaração bombástica do antigo Youtuber Bruno Aiub, o Monark do podcast Flow. Durante o bate-papo com a deputada Tabata Amaral do PSB e o deputado Kim Kataguiri do DEM, Bruno Aiub defendeu a criação oficial de um partido nazista alegando que: “A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião (...) Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei”. Pra piorar, Monark deu uma de Phil Anselmo, antigo vocalista do Pantera, em seu episódio onde fez a saldação nazista enquanto gritava “White power!”, alegando que estava bêbado. O Cinegnose vem mostrar uma lista de HQs, animes e personagens que retratam os horrores do nazismo, além de três obras distópicas que mostram o que teria acontecido se a Alemanha tivesse vencido a Segunda Guerra Mundial.
quarta-feira, fevereiro 02, 2022
Todo adolescente é um alien na série 'Nada é o que Parece Ser'
Quando nos deparamos com uma produção audiovisual nórdica sobre adolescentes, temos que prestar melhor atenção. Ao contrário dos congêneres hollywoodianos, centrados em dramas escolares com valentões, bullying e “losers” ansiando pela aceitação no grupo, filmes e séries nórdicas elevam os temas “teens” ao existencial e aos dramas da própria espécie humana. A série Netflix dinamarquesa “Nada É o que Parece Ser” ("Chosen", 2022- ) mantém esse tom ao se filiar ao sub-gênero indie “alt.sci-fi”: os temas da ficção científica são apenas pano de fundo para discutir as questões que cercam a adolescência: identidade, gênero, sexo, autoconhecimento etc. Um meteorito caiu numa pequena cidade há 17 anos e se transformou numa atração turística. Jovens acreditam que tudo é uma conspiração para esconder aliens que ali moram, confundindo-se com humanos. Jovens que encarnam a narrativa mítica de Detetives e Estrangeiros, tanto no cinema quanto na literatura. Afinal, todo adolescente já parece se sentir como um alienígena nesse mundo.
quarta-feira, janeiro 19, 2022
Serial killer, mídia e efeito Heisenberg no filme 'Círculo Vicioso'
quinta-feira, janeiro 13, 2022
'Festival do Amor': Woody Allen implacável com o cinema e com ele mesmo
"Festival do Amor" (Rifkin’s Festival, 2020), 49o longa-metragem de Woody Allen, à primeira vista parece uma comédia leve, romântica e nostálgica. Mas, na verdade, é a produção mais cáustica, melancólica e implacável de Woody Allen dos tempos recentes, não só com o cinema, mas, principalmente, com ele próprio. O dublê da vez do diretor é o ator Wallace Shawn, que faz um escritor com bloqueio criativo e ex-professor de cinema, velho chato vestindo um típico jeans de vovô e que fica tagarelando sobre os mestres do cinema, enquanto sua vida real está desmoronando. Um filme metalinguístico com inúmeras citações dos clássicos, de Orson Welles, Godard a Fellini e Lelouch. Para provar, com o autodistanciamento irônico de sempre, que o cinema abandonou suas questões simbólicas e filosóficas para mergulhar no realismo raso do ativismo midiático.
quarta-feira, janeiro 12, 2022
Série 'Estação Onze': Shakespeare versus história em quadrinhos no fim do mundo