sábado, abril 04, 2020

O "meteoro" midiático coronavírus: o dinheiro público é o papel higiênico do cassino financeiro


A narrativa da grande mídia sobre a pandemia do novo coranvírus (a “Teologia do COVID-19”) basicamente se desenrola através de dois plots principais: Primeiro, de que um “meteoro” (o ministro Paulo Guedes usou também essa expressão) atingiu a economia derrubando as bolsas e trazendo desemprego; e segundo, de que o vírus original veio de um morcego, pangolins ou bananas numa úmida e suja feira de rua chinesa. “Profeticamente”, palavra por palavra dos cenários simulados no “Event 201: Global Pandemic Exercise” em outubro de 2019 (organizado não por cientistas ou pesquisadores, mas por representantes do “Big Money” e da “Big Pharma”) está se concretizando: cenários e mais cenários foram detalhados examinando o que aconteceria nos mercados de capitais, telejornais grande mídia, mídia independente, colapso das bolsas de valores, a extensão do vírus a algo de 65 milhões de pessoas e assim por diante. Não fosse a pandemia, 2020 seria marcado por um crash financeiro global mais violento que de 2008. O colapso ocorreu, mas sob a narrativa midiática do “meteoro” que torna invisível para o distinto público uma fato: de que o dinheiro público é o papel higiênico do cassino financeiro global.

“O dinheiro é o papel higiênico dos mercados financeiros” (tuíte do economista Lex Hoogduin)
    
Mulher: Tudo bem. Agora, avançaremos três semanas para a quarta e última reunião do Conselho de Emergência da Pandemia, em 18 de dezembro de 2019.

Homem: Ok. Obrigado por se reunir novamente e vamos receber uma atualização do Dr. Rivers.

Dr. Rivers: Nas últimas três semanas, o número de casos continuou a crescer exponencialmente. Agora, estimamos 4,2 milhões de casos e 240.000 mortes. Quase todos os países estão agora relatando casos, e aqueles que não o fazem podem simplesmente não ter os recursos para realizar a vigilância. Não vemos nenhuma mudança na taxa de propagação rápida, e os modelos estimam que poderíamos ter mais de 12 milhões de casos e quase um milhão de mortes até meados de janeiro. Não sabemos ao certo o tamanho, mas não há um fim à vista. Os mercados financeiros diminuíram globalmente em 15% ou mais no ano. Medo de uma pandemia catastrófica e incerteza sobre a capacidade dos governos responderem...
Esse foi um diálogo de um suposto encontro científico. Na verdade, fez parte de uma simulação em um evento que ocorreu em outubro do ano passado, em Baltimore (EUA), chamado “Event 201 – Global Pandemic Exercise” promovido pelo Centro de Segurança em Saúde Johns Hopkins Bloomberg (veja vídeo ao final da postagem). Um sistemático e detalhista exercício de simulação antevendo todos os cenários possíveis de uma pandemia e as consequências políticas, financeiras, econômicas e sociais para o planeta.
Vídeos e mais vídeos foram gravados com cenários detalhados examinando o que aconteceria nos mercados de capitais, grande mídia, mídia independente, colapso das bolsas de valores, a extensão do vírus a algo de 65 milhões de pessoas e assim por diante.
Os cenários descritos na simulação parecem estar sendo estreitamente seguidos pela realidade, desde que o vírus COVID-2019 foi descoberto na China apenas dois meses depois do Event 201.

Quando os organizadores dessa simulação foram confrontados por jornalistas, particularmente no auge da crise dos mercados financeiros no final de fevereiro, disseram: “Não prevemos nada... apenas simulamos”. Porém, na verdade, palavra por palavra dos cenários simulados naquele evento estão se tornando reais. Agora, desde então, a situação só evolui.
O “Event 201” não foi composto por algum conjunto independente de cientistas, pesquisadores ou economistas. Na verdade, foi um ensaio logístico e estratégico bancado pelo “Big Money” e pelo “Big Pharma” – a banca do cassino financeiro e as gigantes da indústria farmacêutica global representados pelo Fórum Econômico Mundial e a Fundação Bill e Melinda Gates.
                  Porém, o mais relevante de tudo isso é que as mesmas pessoas que estavam envolvidas na simulação no ano passado, agora também estão envolvidas no gerenciamento da crise da pandemia real, desde que ela eclodiu.


Paulo Guedes: "fomos atingidos por um meteoro"

Coronavírus é um meteoro?

Como colocamos em postagem anterior, há um modus operandi entre a crise da pandemia do COVID-2019 e o tour dos atentados terroristas que assolaram os EUA (Boston, Flórida etc.) e Europa (Londres, Nice, Berlim etc.): sempre foram precedidos de exercícios de simulação de atentados nos mesmos locais... e que se tornavam reais pouco tempo depois.
Esse detalhe coloca no debate pelo menos uma dúvida plausível que põe em xeque os dois principais plots da narrativa construída pela mídia corporativa internacional:
(a) A pandemia do novo coranavírus foi como fosse um meteoro que atingiu os mercados financeiros e a economia real, gerando falências e desempregos. O próprio Paulo Guedes assim se referiu em uma coletiva à imprensa: como fosse um meteoro que atingiu o ritmo das reformas tão caras ao ministro.  
(b) Tudo começou numa feira de rua úmida e suja numa província chinesa, para se espelhar pelo mundo afora... uma guerra biológica comunista chinesa para derrubar o Ocidente?
A imagem de um meteoro que surge do nada, fortuito e aleatório, que atinge os mercados que mal sabiam o que os aguardava, é um argumento inocente que apenas quer inverter na mente do distinto público (aquele mesmo que perdeu as poupanças das suas vidas nas bolsas de valores) as relações causais.
O “Event 201” foi um momento de inflexão na engenharia social em andamento com a narrativa da ameaça terrorista do fundamento islâmico e do choque Ocidente X Oriente – convencer as massas de que é aceitável na guerra ao terrorismo trocar a sua privacidade, direitos civis e liberdade pela segurança diante de um inimigo invisível. 
Como observa o professor de Economia da Universidade de Ottawa, Michel Chossudovsky, “no início estávamos lidando como uma guerra econômica apoiada por uma campanha da mídia, como uma intenção deliberada do governo Trump para minar a economia chinesa”, dentro do cenário de guerra comercial EUA versus China.
                  “Mas agora tudo parece mostrar que faz parte do mecanismo de mercado. Faz parte de um processo de manipulação através de instrumentos especulativos sofisticados, como venda a descoberto”, aponta Chossudovsky – clique aqui.




A maior concentração de riqueza da História Moderna

Por exemplo, se você tem conhecimento prévio de que o presidente Trump vai implementar uma proibição de viagens transatlânticas para a União Europeia, imediatamente aqueles que têm essa informação poderão especular sobre o colapso financeiro das companhias aéreas. É muito fácil. Apostam e ganham dinheiro sabendo que vão cair. É por aí que esses poderosos interesses corporativos, financiadores e fundos de hedge estão gerando uma quantidade enorme de dinheiro.
O que estamos testemunhando nesse momento é uma transferência de riqueza monetária, uma concentração de riqueza monetária talvez sem precedentes na História moderna. Caracterizada por falências de pequenas e médias empresas, gerando dívidas pessoais, corporativas, a aquisição de empresas concorrentes. 
O que essa narrativa do “meteoro” quer esconder é como, apesar do crash de 2008, a engenharia financeira manteve-se a mesma: a excessiva alavancagem dos mercados de capitais – muita dívida baseada em apostas especulativas. Mesmo após a grande crise de 2008-2010, a alavancagem especulativa tornou-se ainda pior.
Enquanto na véspera do colapso de 2008 a dívida corporativa era de US$ 3,3 trilhões, no final de 2019 era ainda maior: US$ 6,15 trilhões, segundo dados do Federal Reserve dos EUA.
A titularização ou securatização das dívidas (conversão das dívidas em mais títulos para serem especulados) de todo tipo do fator da bolha e o iminente colapso que se aproximava o sistema financeiro global.
Mas, segundo Robert Kuttner (professor da Heller School da Brandeis University), o que é mais sinistro é o imoral jogo chamado “swap nu”, que foi muito mais além dos fatores que desencadearam o colapso de 2008: uma coisa é usar swap (contrato derivativo usado como proteção ou como investimento especulativo) como seguro contra um investimento ruim. Outro é fazer uma aposta paralela de que o investimento não será coberto por nenhum capital real – clique aqui
                  É o jogo de ganha-ganha: ganhar seja no investimento, seja na especulação sobre a presunção da catástrofe.



Certamente, o ano de 2020 seria marcado por mais uma crise financeira global com proporções maiores do que vimos em 2008. Enquanto o mundo tem a atenção desviada para o “meteoro” COVID-19, uma corrida bancária está em andamento, mas não de pessoas comuns em frente aos caixas eletrônicos: mas dos bancos retirando dinheiro público sem limite dos bancos centrais.
O colapso financeiro causado pelas ganâncias especulativas precisa da mão invisível da liquidez injetada pelo Estado – como somos completamente dependentes dos bancos privados para o sistema digital de dinheiro e pagamentos, essa dependência pública dá plenos poderes do sistema financeiro sobre os governos.
E a pandemia do coronavirus é a tática diversionista perfeita para a engenharia financeira da crise – com um “bônus track”: também forma de engenharia social ainda mais avançada do que foi o plot da “guerra ao terrorismo” – confinamentos, toques de recolher, controle sobre o ir e vir dos cidadãos pelo planeta, desenvolvimento da gestão avançada de multidões como, por exemplo, vigiar o isolamento social através do rastreamento de celulares.  Além do controle total de espectro político.
Um “meteoro” que ajuda: 

(a) gerir o colapso financeiro global que inevitavelmente aconteceria esse ano, mas, dessa vez, em slow motion, diferente do crash de 2008; 

(b) desviar a atenção das imediatas injeções de liquidez no sistema financeiro provenientes do dinheiro público, enquanto os auxílios pecuniários à massa de desempregados e informais corre a passos de tartaruga; 

(c) esconder o fato de que a engenharia financeira que levou ao colapso de 2008 aumentou esquivando-se das legislações pós-2008 que exigiam total transparência e adequação do capital ao uso de swaps de crédito; 

(d) criar um novo ponto de inflexão geopolítico através de um novo “11 de setembro” – se lá em 2001 tivemos o ato inaugural da “Guerra ao Terrorismo”, agora temos na pandemia global (exaustivamente simulada no ano passado pela sua importância geopolítica e de mudança drástica nos mercados de capitais) como divisor de água de uma nova engenharia social jamais vista.
                  Aquilo que o filósofo Slajov Zizek chama de “sonho erótico” de qualquer governo totalitário – clique aqui.



Gripe espanhola, chinesa...

Mas é óbvio que qualquer instauração de uma “Nova Ordem” precisa da velha narrativa do inimigo externo, assim como foram os terroristas fundamentalistas islâmicos e a velha União Soviética na Guerra Fria.
Nesse momento, temos a narrativa da mutação viral que se originou de um amálgama de morcegos, sujeira e multidões apinhadas numa feira de rua em algum lugar distante na China.
E que agora é reforçada pela mídia corporativa internacional quando repercute mais uma bravata de Donald Trump na qual quer minimizar os números infectados e mortos dos EUA superiores à da China: questiona a “transparência chinesa em relação aos números da pandemia naquele país”. Para os sabujos da grande mídia, nada mais natural em um governo “comunista totalitário”.
É o mesmo modus operandi da propaganda. A pandemia do vírus influenza de 1918-19 recebeu o nome de “gripe espanhola”, embora tenha surgido em campos de treinamento militar nos Estados Unidos. Esses casos aconteceram em trabalhadores de uma fábrica em Detroit e em soldados instalados em um campo militar no estado do Kansas.
Mas a mídia oriental (Japão e Taiwan) começa a levantar evidências de que esse novo coronavírus também teria sua origem nos EUA. Em fevereiro de 2020, uma reportagem da japonesa Asahi (impressa e TV) afirmou que o coronavírus se originou nos EUA, não na China, e que algumas (ou muitas) das 14.000 mortes americanas atribuídas à influenza poderiam ser resultantes do coronavírus. Sugeriu que o governo dos EUA pode não ter conseguido entender o quão desenfreado o vírus foi em solo americano – clique aqui.
Sem falar que dois fatos relevantes são omitidos nessa narrativa midiática: primeiro, o inesperado fechamento do laboratório de armas biológicas de Fort Detrick, em Maryland (EUA) pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos (CDC) do país alegando que as instalações não possuíam salvaguardas contra vazamentos de patógenos – clique aqui. 
Nos EUA, o crescimento de casos de COVID-19 foi rotulado como “epidemia do cigarro eletrônico” e encerrado o assunto.
Segundo, a realização dos Jogos Mundiais Militares (de 18 a 27 de outubro) na cidade de Wuhan (suposto epicentro de um paciente zero jamais encontrado) pouco tempo antes da eclosão da pandemia. 
                   Para o biólogo Kristian Andersen do Scripps Research Institute, o cenário é "inteiramente plausível" de pessoas infectadas trazendo o vírus para a Wuhan de algum lugar externo – clique aqui. 



Alguém carrega um balde cheio de vírus por aí?

Para Larry Romanoff (professor visitante da Universidade de Fudan de Xangai), o Departamento de Estado e a mídia dos EUA estão fortemente “divulgando a teologia do COVID-19: “um vírus chinês que se espalha pelo mundo”. Porém, há uma grande evidência de que essa teologia não bate com uma realidade mais complexa – na verdade houve duas grandes ondas de infecção global, a primeira em janeiro. E a segunda, um mês depois – clique aqui.
A Primeira Onda infectou simultaneamente 25 nações ou territórios em poucos dias, centrados em 25 de janeiro. As áreas infectadas: Macau, Hong Kong, Taiwan, Cingapura, Vietnã, Coréia do Sul, Sri Lanka, Filipinas, Camboja, Nepal, Malásia, Austrália, Tailândia, Canadá, EUA, Alemanha, Itália, Reino Unido, França, Espanha, Bélgica, Rússia, Finlândia e Emirados Árabes Unidos.
A Segunda Onda infectou simultaneamente 85 nações em poucos dias a partir de 25 de fevereiro. Os países infectados: Áustria, Holanda, Suíça, Portugal, Luxemburgo, Mônaco, São Marinho, Vaticano, Liechtenstein, Malta, Nova Zelândia, Paquistão, Afeganistão, Indonésia, Bangladesh, Maldivas, Butão, Andorra, Bulgária, Bielorrússia, Lituânia, Polônia, Hungria, Ucrânia, República Tcheca, Eslovênia, Letônia, Croácia, Estônia, Macedônia do Norte, Geórgia, Romênia, Bósnia e Herzegovina, Eslováquia, Sérvia Moldávia, Albânia, Egito, Iraque, Omã, Bahrein, Kuwait, Líbano, Catar, Arábia Saudita, Jordânia, Palestina, Islândia, Equador, Armênia, Noruega, Dinamarca, Costa Rica, Peru, Colômbia, México, República Dominicana, Paraguai , Chile, Brasil, Argentina, Nigéria, Togo, Camarões, Senegal, Argélia, África do Sul, Marrocos e Tunísia. Kosovo, Namíbia, Uruguai, Sudão, Etiópia, Lesoto, Bolívia, Panamá, República Democrática do Congo, Mongólia, Burkina Faso, Brunei e Chipre foram simultâneos cerca de uma semana depois.
Para Romanoff, um vírus natural não teria a capacidade de infectar simultaneamente 85 países diferentes em todos os continentes do mundo, com surtos em vários locais em cada país.
Mais peculiar é que esses países não foram de modo algum todos infectados com a mesma variedade do vírus, o que significa que as infecções simultâneas nesses 85 países não eram da mesma fonte.
Romanoff salienta que trazendo essas informações à luz dos fatos básicos conhecidos da transmissão de vírus, a intuição sugeriria pelo menos a possibilidade de haver muitas pessoas carregando um balde de vírus vivos.
Guerra biológica? EUA arrastando o mundo inteiro numa guerra geopolítica contra a China? Apenas um “meteoro” que atingiu o “mundo livre” a partir de uma mutação aleatória originada contato de humanos com animais em uma feira de rua? 
A única certeza é que nossas vidas e o mundo nunca mais serão os mesmos. Principalmente porque estamos à beira de um “sonho erótico totalitário” que poderá se transformar em uma nova normalidade: trocarmos direitos civis e liberdade por uma suposta segurança diante de um novo inimigo invisível.
 Com informações do Centre for Research on Globalization - Global Research e The American Prospect.



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