domingo, agosto 31, 2014
Marina e as novas bombas semióticas do "Sim!" e do "Storytelling"
domingo, agosto 31, 2014
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O trágico mergulho fatal do Cessna Citation em Santos não só mudou o
cenário eleitoral como modernizou o arsenal de bombas semióticas midiáticas. No
momento em que a grande mídia esgotava sua estratégia semiótica ainda
condicionada pela Guerra Fria (criar a percepção de caos e pré-insurreição ao
anabolizar as manifestações de rua), eis que surge Marina Silva com o mix de
ambientalismo, fundamentalismo religioso e neoliberalismo potencializado por
duas poderosas bombas semióticas saídas diretamente do atual kit linguístico de
manipulação do mundo corporativo globalizado: a bomba do “Sim!” e a bomba
neuromarketing do “Storytelling”. O problema para os marqueteiros é que Marina
Silva não é um candidato à venda, mas uma narrativa sincromística oferecida
para pessoas sedentas por histórias que seduzem mais do que os dados frios e
duros da realidade.
Quem
não se lembra do personagem Church Lady feito pelo comediante Dana Carvey no
quadro chamado Church Chat no programa Saturday Night Live de 1986-1990? Sempre
preocupada com as conspirações de Satã nesse mundo, Church Lady sempre soltava
um bordão irônico ao perceber satânicas coincidências: “How con-VEEN-ient!”
("Tão conveniente!").
É
difícil não perceber a extrema feliz coincidência e conveniência no trágico
acidente aéreo de Santos que vitimou o candidato à presidência Eduardo Campos:
foi um divisor de águas no cenário eleitoral, substitui um combalido Aécio
Neves pelo fator novidade de Marina Silva e, principalmente, renovou de uma
hora para outra o arsenal de bombas semióticas justamente a poucos meses das
eleições. Exatamente num momento em que se iniciava a propaganda eleitoral na
TV com a candidata à reeleição ocupando a maior fatia de tempo para mostrar
suas realizações.
sábado, agosto 30, 2014
Em Observação: "9 - A Salvação" (2009) - A vida gnóstica dos bonecos
sábado, agosto 30, 2014
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Ao lado animações sombriamente lindas como “Coraline” (2009) e “A Noiva
Cadáver” (2005), “9 – A salvação” de Shane Acker, baseado em um curta indicado
ao Oscar de animação em 2005, é outro exemplar que nos oferece uma alternativa
ao estilo do estúdio Pixar da Walt Disney. O seu estilo obsessivamente
detalhista que os fãs chamam de “stitchpunk” dá um sentido visual à clássica
mitologia gnóstica onde máquinas auto-replicantes tornam-se Demiurgos que
dominam um planeta arrasado, auxiliados por bestas metálicas que perseguem
pequenos bonecos de pano que ganham vida e se descobrem prisioneiros naqueles
cosmos hostil. A animação também é mais um exemplo de como o cinema explora os
antigos simbolismo que envolvem fantoches, bonecos e autômatos.
quinta-feira, agosto 28, 2014
Curso "A Linguagem das Mercadorias" revela a secreta conexão entre magia e consumo
quinta-feira, agosto 28, 2014
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O que há em comum entre a crença mágica das tribos melanésias da Oceania de que conseguiriam atrair aviões para o chão ao fazer réplicas primitivas dos aparelhos
aéreos na terra e a atual relação dos consumidores com produtos e marcas? A
relação fetichista, o renascimento do antigo pensamento mítico e mágico na
moderna sociedade de consumo. Essa foi a descoberta das discussões do segundo
encontro do curso “A Linguagem das Mercadorias” dentro da pós-graduação em
Comunicação e Semiótica da Universidade Anhembi Morumbi/SP, ministrado por esse
humilde blogueiro. Iniciado no nazismo
como estratégia de propaganda política que manipulava a força de símbolos de
origem mítica, a moderna publicidade logo aprendeu que essa tática semiótica
poderia ser aplicada também para a promoção do consumo de produtos e serviços.
O
curso “A Linguagem das Mercadorias”, dentro do segundo módulo da pós-graduação
em Comunicação e Semiótica da Universidade Anhembi Morumbi , chega à segunda
semana com interessantes descobertas. Ministrado por esse humilde blogueiro, no
primeiro encontro os alunos tiveram contato com as ideias dos três principais
nomes nas ciências sociais que chamaram a nossa atenção para o lado
“fantasmagórico” ou simbólico das mercadorias: Karl Marx, Thorstein Veblen e
Max Weber.
sábado, agosto 23, 2014
A linguagem da sedução do nazismo em "Hitler's Hit Parade"
sábado, agosto 23, 2014
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Quando assistimos ao documentário “Hitler’s Hit Parade”
(2005) somos assombrados por uma estranha sensação de atualidade: uma sucessão
de imagens de alta qualidade das décadas de 1930-40 de clipes de filmes de
propaganda, desenhos animados, filmes musicais e vídeos caseiros que demonstram
como a estratégia de comunicação Nazi criou as bases da moderna Publicidade e
da indústria do entretenimento. Sem fazer comentários e apresentando apenas as
imagens da época, o documentário mostra como o mal foi banalizado através de
uma estética kitsch repleta de estereótipos de felicidade (mais tarde imitados
pela sociedade de consumo dos EUA e irradiado para todo o mundo), a estetização
e erotização da política por meio de celebridades, modelos sensuais e a
fetichização dos uniformes. O documentário sugere que o nazismo não morreu - se transfigurou na moderna linguagem midiática.
Quando
pensamos em documentários sobre o nazismo, vem a nossas mentes imagens
impactantes do holocausto, trilhas musicais marciais, soldados em marcha e a
figura de Hitler como um orador enlouquecido nos congressos do Partido Nacional
Socialista.
Bem diferente,
durante pouco mais de uma hora, Oliver Axer e Suzanne Benzer nos apresenta no
documentário Hitler’s Hit Parade uma
surpreendente visão do fenômeno nazi, uma catástrofe política que parece se
originar de uma cultura pop, de um universo paralelo estranhamente
reconhecível, cujo aspecto assustador é a sua alegre normalidade – artistas
cantando em shows exuberantes, enérgicos números de dança, coristas sensuais
sapateando e namorados em jogos amorosos surpreendentemente avançados para os
costumes da época.
quinta-feira, agosto 21, 2014
Bonner e Poeta expõem o desespero tautista da TV Globo
quinta-feira, agosto 21, 2014
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A verborragia estudada e simulada de William Bonner e Patrícia Poeta
(perguntas quilométricas e fisionomias treinadas em longos anos de experiência
olhando para “teleprompters” nos estúdios de TV) na suposta entrevista com a
candidata Dilma Roussef não quis dizer apenas que a TV Globo “não gosta dela”.
A dupla de apresentadores do Jornal Nacional involuntariamente expôs a dramática situação atual da emissora: o desespero “tautista” (tautologia +
autismo) – ter que ao mesmo tempo assumir o papel de oposição política servindo
de câmara de eco da pauta da grande mídia e institutos de pesquisa e ter que
demonstrar histericamente que ela é imparcial para tentar recuperar uma
audiência em queda pela perda de credibilidade e relevância. A resposta da emissora para seu dilema
existencial não poderia ser mais autista quando utiliza a técnica de dissociação
psíquica na entrevista, velha tática do Manual Kubark de Interrogatório e
Contra-inteligência” da CIA.
Em
1985, no último bloco de debate dos candidatos à Prefeitura de São Paulo, o
jornalista Boris Casoy disparou uma pergunta a Fernando Henrique Cardoso:
“Senador, o sr. acredita em Deus? A reposta dessa pergunta simples e direta fez
ele perder uma eleição que parecia ganha.
Um
ano depois, durante a Copa do Mundo no México, o dublê de ator e jornalista
Marcelo Tas, na pele do personagem cínico Ernesto Varela, conseguiu invadir a
concentração da seleção brasileira para dar de cara com o cartola Nabi Chedid,
então chefe da delegação. Varela foi direto: “depois da Copa, qual será a sua
próxima jogada?”. Transtornado com a pergunta maliciosa, Nabi expulsou ele e o
câmera Toniko Melo da concentração.
sexta-feira, agosto 15, 2014
Acidente aéreo em Santos prepara bomba semiótica sincromística
sexta-feira, agosto 15, 2014
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O trágico acidente aéreo em Santos que vitimou o
candidato à presidência da República Eduardo Campos reacende por caminhos
mórbidos a esperança da grande mídia, com a pressão uníssona de que Marina
Silva assuma a candidatura. O timing da tragédia foi perfeito, num momento em
que já estava esgotado o arsenal de bombas semióticas midiáticas – a última foi
a irrelevância da não-notícia da “fraude da Wikipédia”. Mais do que que
levantar teorias conspiratórias, as sincronias e coincidências que cercaram o
acidente, somado a uma espécie de discurso do “destino manifesto”, do
“imponderável” e do “destino”, estão ajudando a preparar a talvez derradeira
bomba semiótica, dessa vez sincromística porque utiliza como matéria-prima a
simbologia arquetípica do “Mágico”, baseado em estratégia do mundo do Marketing e da Publicidade que manipula arquétipos
do inconsciente coletivo para a criação da imagem de marcas, produtos e
serviços.
Teorias
da conspiração não surgem por acaso. É por ser a realidade estranhamente
sincrônica que acaba sugerindo a suspeita de eventos milimetricamente
maquinados, como no caso da trágica morte do candidato à presidência da
República Eduardo Campos em um acidente aéreo na cidade de Santos-SP no último
dia 13.
Logo
após o incidente, redes sociais e grande mídia se apressaram a fazer um mórbido
inventário de “coincidências”: Eduardo Campos morreu no mesmo dia que o seu avô
Miguel Arraes; o DDD de Santos é o mesmo do dia da tragédia (13) que, por sua
vez, é o mesmo número que identifica o PT nas eleições; a soma das letras do
candidato morto soma 13; o acidente aéreo ocorre pouco tempo depois da denúncia
envolvendo o candidato Aécio Neves sobre um aeroporto construído com dinheiro
público ao lado de fazenda da sua família; em 2006, também no período de
eleições presidenciais, ocorreu o acidente aéreo do choque do Boeing da Gol com
um jato Legacy matando 154 pessoas; o acidente aéreo de Santos se soma a uma
sequência de acidentes como o desaparecimento do Boeing da Malaysian Airlines
no Oceano Pacífico (ou teria sido no Índico?), a queda de outro Malaysian na
Ucrânia e uma mais recente de um Boeing na África...
terça-feira, agosto 12, 2014
O pós-humano de "Lucy" e o mito dos 10% do cérebro
terça-feira, agosto 12, 2014
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“Lucy” (2014), do diretor francês Luc Besson (“O Quinto Elemento”, “Leon: The Professional”), é mais um filme da safra atual com o tema do pós-humano (“Transcendence”, “The Machine”, “Limitless” etc.). Todos se baseiam em um mito que é o pressuposto da filosofia pós-humanista que anima a agenda tecnocientífica atual: o homem seria um ser limitado porque utilizaria tão somente 10% da capacidade cerebral. Sua limitação viria do corpo físico que nos aprisionaria no medo e na dor. Mito desconstruído por neurologistas sérios como Barry Gordon, da John Hopkins School of Medicine. Por meio de drogas ou tecnologias cibernéticas o homem daria em “upgrade” em si mesmo, acessando 100% o “banco de dados” cerebral. “Lucy” revela uma nova religião onde Deus é substituído pela tecnologia e a alma pela informação.
segunda-feira, agosto 11, 2014
Editor do Cinegnose dá curso sobre linguagem das mercadorias na pós em Comunicação e Semiótica
segunda-feira, agosto 11, 2014
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O humilde editor desse blog inicia no dia 18 de agosto o curso “A Linguagem
das Mercadorias” na pós-graduação em Comunicação e Semiótica da Universidade
Anhembi Morumbi em São Paulo. Um curso com proposta, por assim dizer, “maquiavélica”: ao
mesmo tempo em que oferecerá ferramentas práticas derivadas da semiótica e
psicanálise para profissionais de gestão e criação em publicidade, marketing e
comunicação, também desenvolverá ferramentas críticas para o consumidor se
proteger das manipulações e abusos da indústria do consumo e entretenimento.
Esse
humilde blogueiro inicia no dia 18 de agosto o curso na pós graduação em
Comunicação e Semiótica da Universidade Anhembi Morumbi intitulado “A Linguagem
das Mercadorias”. O curso pertence ao módulo 2 da pós lato sensu da
Universidade cujo objetivo é a aplicabilidade das ferramentas da Semiótica na
criação e gestão de processos criativos em comunicação, marketing e
publicidade.
O
curso é composto de seis encontros, todas as segundas das 19h às 22h40 no
campus Vila Olímpia da Universidade Anhembi Morumbi.
sábado, agosto 09, 2014
O "escândalo da Wikipédia" e a autofagia da TV Globo
sábado, agosto 09, 2014
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O “escândalo da
fraude da Wikipédia” é a confirmação de que nada mais resta para a grande mídia
do que a bomba semiótica da não-noticia. Em nova “denúncia” jornalistas Miriam
Leitão e Carlos Sardenberg tiveram seus perfis na enciclopédia virtual
Wikipédia “fraudados” com a inserção de difamações e críticas. E tudo teria
partido do endereço virtual “da presidência”... ou teria sido “do Palácio do
Planalto”... ou, então, “de um rede pública de wi fi?”. A ambiguidade dá pernas
à não-notícia que revela um insólito desdobramento de um jornalismo cuja fonte
primária (a Wikipédia) nega a si própria como fonte confiável de investigação. Abre
uma surreal possibilidade de um tipo de jornalismo que se basearia
exclusivamente em fontes onde o próprio repórter pode criá-las para turbinar a
sua pauta. E de quebra revela o momento autofágico da TV Globo que oferece suas
próprias estrelas jornalísticas em sacrifício no seu desespero de ter que lutar
em duas frentes simultâneas: a política e a audiência.
Com o “escândalo Wikipédia” e a perspectiva de uma hilária “CPI do wi fi”
está se confirmando que na atual batalha semiótica pela opinião pública a única
arma que restou para a grande mídia é a da não-notícia – sobre esse conceito clique
aqui.
O jornal O Globo deu a manchete (“Planalto altera perfil de jornalistas
com críticas e mentiras”) e a TV Globo repercutiu nos seus telejornais durante
todo o dia a “notícia” de que os perfis dos jornalistas Carlos Alberto
Sardenberg e Miriam Leitão na enciclopédia virtual foram alterados com o
objetivo de criticá-los. E o IP (endereço virtual) de onde partiram as
alterações era da rede do Palácio do Planalto.
As supostas “críticas” inseridas no perfil dos jornalistas qualificam as
análises e previsões econômicas de Miriam Leitão como “desastrosas” e de ter
defendido “apaixonadamente” os ex-banqueiro Daniel Dantas quando foi preso pela
Polícia Federal em escândalo de crimes contra o patrimônio público. E o
jornalista Sardenberg de ser crítico à política econômico do governo por ter um
irmão economista da Febraban que tem interesse em manter os juros altos no
Brasil.
quarta-feira, agosto 06, 2014
Explode a bomba semiótica da não-notícia
quarta-feira, agosto 06, 2014
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Apesar das
previsões catastróficas a Copa do Mundo foi um evento bem sucedido. As grandes
manifestações de rua declinaram. E as eleições se aproximam, mostrando uma
oposição política cada vez mais inepta. Pressionada, a grande mídia lança a “piece
de resistance” do seu arsenal de bombas semióticas, testada durante a Copa: a não-notícia, blefe turbinado pelos “efeitos de realidade” - estratégia
semiótica de produzir uma sensação de verossimilhança através de imagens e sons
propositalmente “sujos” que, numa televisão de alta definição, ganha uma
conotação “investigativa” ou de “denúncia”. E as supostas denúncias da revista “Veja”,
repercutidas de imediato pela grande mídia, sobre a “farsa da CPI da Petrobrás”
são os primeiros estilhaços das não-notícias na opinião pública, apontando a
necessidade urgente de combate a um novo analfabetismo: o midiático-visual.
Em plena televisão digital de alta definição se repetem em telejornais e
congêneres imagens granuladas em preto e branco, câmeras com imagens desfocadas
e trêmulas e infográficos toscos reproduzindo supostos diálogos telefônicos e
microfones escondidos com áudios sujos e trechos inaudíveis acompanhados de
legendas.
Na medida em que as eleições aproximam-se, a Copa do Mundo foi
organizacionalmente bem sucedida (apesar das previsões catastróficas), as
grandes manifestações de rua acabaram e a oposição política ao Governo se
demonstra cada vez mais inepta, a grande mídia lança a piece de resistance do arsenal das bombas semióticas: o blefe das
não-notícias, turbinadas por uma estratégia que, em tempos de paz, a televisão
sempre utilizou de forma discreta e esparsa: aquilo que o semiólogo francês
Roland Barthes chamava de “efeitos de realidade” – detalhes semioticamente
estratégicos para produzir uma sensação de verossimilhança principalmente em
telejornais – leia BARTHES, Roland, S/Z - Um
Ensaio, Edições 70, 1999.
domingo, agosto 03, 2014
O Templo de Salomão da Igreja Universal e a arquitetura da destruição
domingo, agosto 03, 2014
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O que há em comum entre Las Vegas e Disneylândia com a recém-inaugurada réplica do Templo de Salomão construída pela Igreja Universal? Las
Vegas é a cidade que irradia hiper-realismo kitsch para todo o planeta com suas
réplicas da Torre Eiffel, Esfinge de Gizé e palácios romanos da Antiguidade. Ao
lado da Disneylândia, foi o primeiro parque temático da História, complexas
cenografias de neons, gesso, concreto e metal que, assim como o Templo da
Igreja Universal, exploram a fé nas entidades “espirituais” – Deus, jogo, sorte
e animações digitais. E assim como shoppings e prédios corporativos espelhados,
o Templo é mais um “bunker” em uma cidade que não se integra. Mais um exemplo
de arquitetura da destruição, dessa vez a serviço da teologia da prosperidade
cuja igreja esconde a mesma natureza dos cassinos: a banca sempre ganha.
Nessa semana foi inaugurado em São Paulo o suntuoso
novo prédio da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), uma réplica do que
teria sido o Templo de Salomão como descrito na Bíblia. Os detalhes que
envolveram a construção do complexo de 74 mil m2 de área construída
são faraônicos: todo
o piso do templo e o altar são revestidos com pedras trazidas de Israel. O
altar traz a Arca da Aliança, descrita na Bíblia como o local em que Salomão construiu
para guardar os Dez Mandamentos no primeiro Templo, em torno do século 11 a.C,
em Jerusalém. Foram ainda trazidos do Uruguai doze oliveiras para reproduzir o
Monte das Oliveiras, local sagrado onde Jesus teria transmitido alguns dos seus
ensinamentos.
O templo supera em quatro vezes o tamanho do espaço
construído do Santuário Nacional de Aparecida (SP), além da grandiosidade dos
altos custos de R$ 685 milhões.
Como era de se esperar, a mídia partiu para cima
lembrando a célebre frase de Balzac: atrás de uma grande fortuna há um crime.
Desde 2010 sob investigação pelo Ministério Público, fala-se em alvarás
irregulares, desrespeito à lei de zoneamento, falta de contrapartidas de
trânsito exigidas pela CET, irregularidades na importação de matérias usados na
construção etc.
sexta-feira, agosto 01, 2014
"La Jetée"´foi o marco da viagem no tempo no cinema
sexta-feira, agosto 01, 2014
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O filme de média metragem francês La Jetée (1962) do diretor Chris Marker foi uma das obras que mais influenciaram a cultura atual: da literatura, rock ao cinema de ficção científica como “Os 12 Macacos” de Terry Gilliam, “Red Espectacles” de Momoru Oshi ou “Em Algum Lugar do Passado” de Richard Matheson. Pela primeira vez na ficção científica a viagem no tempo é explorada de forma proustiana como memórias induzidas por estados alterados de consciência. Em um mundo pós III Guerra Mundial, um homem com uma recorrente imagem da infância de uma misteriosa e bela mulher é submetido à experiência de viagem no tempo por meio de drogas como esperança de encontrar no passado um meio de salvar a espécie humana. Mas lá ele encontrará mais do que isso. Filme sugerido pelo nosso leitor Daniel Cruz de Souza.
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