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sábado, abril 28, 2018
Cinegnose discute "bolhas virtuais" e obscurantismo no "Poros da Comunicação"
sábado, abril 28, 2018
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Por que a Internet deixou de
ser uma janela aberta para o mundo para se converter numa bolha virtual dentro
da qual cada um de nós vive uma realidade simulada? Por que os algoritmos que
animam essa bolhas parecem conhecer mais de nós que nós mesmos? E de que forma
a motivação mística tecnognóstica anima esse cenário tecnológico, ameaçando criar
novas formas de obscurantismo? Essas foram as interrogações que esse humilde
blogueiro levou para o sexto programa “Poros da Comunicação”, transmitido ao
vivo pela TV FAPCOM na última quinta-feira (26)
com o tema “Tecnologias e o Sagrado: um Novo Obscurantismo?”. Assista à
gravação do debate aqui no “Cinegnose”.
quarta-feira, abril 25, 2018
Editor do "Cinegnose" participa de debate sobre tecnologias, sagrado e obscurantismo
quarta-feira, abril 25, 2018
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Nessa
quinta-feira (26/04) esse humilde blogueiro participará de debate transmitido
ao vivo pela TV FAPCOM – Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação cujo tema
é “Tecnologias e o Sagrado: um novo obscurantismo? A transmissão ocorrerá pelo
canal do YouTube da TV FAPCOM e terá início às 14h – clique
aqui para acessar o canal da TV FAPCOM.
Também
participarão do debate os professores e pesquisadores Ciro Marcondes Filho
(mediador, ECA/USP/FiloCom), Carlos Eduardo de Souza Aguiar (FAPCOM), Marcella
Faria (FAPCOM) e Jorge Miklos (PUC/SP).
Como os leitores mais antigos do Cinegnose devem saber, este humilde blogueiro levará as reflexões
em torno dos conceitos desenvolvidos aqui como Tecnognosticismo (o “pós-humano”)
e Cartografias e Topografias da Mente – o esforço multidisciplinar
envolvendo as neurociências, ciências cognitivas, Cibernética, Inteligência
Artificial e Teoria da Informação para, além de desvendar o funcionamento da
mente, também procurar um modelo de simulação que permita não só compreender
a dinâmica dos processos mentais e da consciência, mas, principalmente,
manipulá-la e controlá-la.
Além disso, compreender as motivações místicas ou religiosas por trás dessa nova forma
de engenharia social – a religião do Vale do Silício (a “religião das máquinas”,
a que se refere o cientista computacional Jaron Lanier), teurgia, alquimia e
cabala.
Poderiam essas motivações políticas e imaginárias por trás das tecnologias atuais uma nova forma de obscurantismo? A racionalidade caindo sob o encanto do mito?
Poderiam essas motivações políticas e imaginárias por trás das tecnologias atuais uma nova forma de obscurantismo? A racionalidade caindo sob o encanto do mito?
O Programa “Poros
da Comunicação” (sempre transmitido ao vivo pelo YouTube, agora na sexta
edição) é uma parceria da FAPCOM com o FiloCom, que é um núcleo de estudos
filosóficos da comunicação da ECA/USP. Foi Fundado em 2000 com o objetivo de
realizar pesquisas, encontros e publicações relativas ao modo filosófico de
entender os fenômenos da comunicação.
A FiloCom tem
vínculo internacional com pesquisadores brasileiros e estrangeiros na Europa e
EUA.
sábado, abril 07, 2018
A última interface da humanidade no filme "OtherLife"
sábado, abril 07, 2018
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“OtherLife” (2017) é um filme australiano independente (disponível na
Netflix) que aborda o tema da realidade virtual, mas não através da perspectiva
da simulação através de um software. Mas a realidade virtual como uma ideia
química e biológica. Mais precisamente, por meio de um “software biológico”: se
as nossas memórias são resultantes de complexas reações químicas, poderiam ser
codificadas e transformadas na última interface da história da tecnologia: a
bioquímica-digital. Uma droga na qual a realidade virtual comprime o
tempo-espaço, lembrando a abordagem de “A Origem” de Nolan: um minuto do tempo
real corresponderia a um ano de “férias” virtuais em praias paradisíacas ou nas
montanhas nevadas de cartão postal. Para pessoas “sem tempo para ter tempo
livre”, como anuncia a startup que promove o produto “OtherLife”. Mas conflitos
corporativos, além do drama pessoal da cientista criadora da droga virtual, tornarão a
interface “OtherLife” em um jogo perigoso. Filme sugerido pelo nosso emérito leitor Felipe Resende.
domingo, fevereiro 11, 2018
O homem é um hamster andando em uma roda no "VirtuSphere"
domingo, fevereiro 11, 2018
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um perfeito conto sobre tecnologia atual.
Dois engenheiros, Jim Damascio e Ray Latypov, criaram uma empresa chamada
VirtuSphere. E o seu produto também se chama VirtuSphere: uma bola de metal
gigante, na forma de uma roda de hamster. Aquela dentro da qual os alegres
roedores prisioneiros correm. As pessoas podem colocar seus óculos de realidade
virtual, entrar na VirtuSphere e simular qualquer coisa que elas quiserem,
andando, correndo e pulando como um hamster real. Um conto no qual a metáfora
passou para a literalidade – para muitos pesquisadores as metáforas da bolha (o
“filtro-bolha” de Eli Pariser) e da inércia (a “inércia polar” de Paul Virilio)
são aquelas que melhor descreveriam a relação atual do homem com as máquinas. E um
hamster correndo sem sair do lugar no interior de uma esfera é um exemplo de
como a atual imaginação tecnológica não esconde mais suas pretensões
tecnognósticas: de viajantes, nos transformar em passageiros, como apêndices de
uma máquina.
sábado, outubro 07, 2017
Engenheiro do Google e Uber funda igreja para criar divindade com Inteligência Artificial
sábado, outubro 07, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O engenheiro por trás do projeto de
Inteligência Artificial do carro sem motorista do Google e carros e caminhões
autodirigidos do Uber, Anthony Levandowski, criou nos EUA a igreja “Way to the Future”. Seu objetivo: criar uma divindade baseada em IA para, através da
adoração e compreensão, “melhorar a sociedade”. Um “Deus Ex Machina” que não só
livraria o homem de qualquer responsabilidade ética ou moral dos seus atos mas
também serviria de plataforma para a imortalidade humana digital. Com o apoio
de igrejas que combinam Trans-humanismo (h+) com redenção cristã, Levandowski é
mais um exemplo das motivações místico-religiosas por trás dos empreendimentos
do Vale do Silício. Uma estranha combinação entre IA, fundamentalismo cristão e
empreendedorismo das startups tecnológicas. E irradiada para todo planeta por
meio da mídia corporativa como modelo de progresso para o século XXI.
quinta-feira, setembro 14, 2017
A controvérsia da "Queermuseu", o software que detecta gays e a animação "Divertida Mente"
quinta-feira, setembro 14, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O cancelamento
unilateral da exposição “Queermuseu” em Porto Alegre após protestos de grupos
neoconservadores; o desenvolvimento de um software por pesquisadores da
Universidade de Stanford cujo algoritmo reconhece a orientação sexual e até a
tendência política através das feições faciais de uma foto; e a animação da
Pixar “Divertida Mente” (2015) cujo argumento foi inspirado em pesquisas
psicológicas da CIA. O atual “revival” do bestiário pseudocientífico do século
XIX (antropologia criminal de Lombroso, Eugenia de Galton etc.) favorecido pela
escalada planetária do neoconservadorismo está criando bizarras ligações
perigosas entre eventos aparentemente distantes no tempo e no espaço. O
cancelamento do “Queermuseu” é mais uma amostra do “zeitgeist” do século XXI: como
um zumbi que retorna dos mortos , o bestiário pseudocientífico anterior ao
século XX retorna com roupagem high tech (algoritmos e Inteligência Artificial)
ou sob o discurso da “nova política” das chamadas “revoluções coloridas”.
terça-feira, setembro 12, 2017
"Onde Está Segunda?" faz elogio subliminar do controle populacional
terça-feira, setembro 12, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em sua época,
filmes distópicos como “Farenheit 451” (1966) e “Planeta dos Macacos” (1968)
foram denúncias de como a sociedade estaria próxima de futuros sistemas
totalitários. Hoje, esse subgênero sci-fi entregou-se à crítica moralista, ao
maniqueísmo e a pura propaganda subliminar da agenda científica dominante. A produção
Netflix “Onde Está Segunda?” (What Happened to Monday, 2017) é o exemplo mais
flagrante: em um futuro próximo no qual a explosão populacional levou ao
esgotamento dos recursos do planeta e os alimentos transgênicos salvaram a
humanidade da fome, a Natureza veio cobrar seu preço – o efeito colateral dos
alimentos geneticamente modificados foi o explosivo nascimento de gêmeos,
agravando o problema populacional. É criada a “Lei de Alocação Infantil”: cada
casal pode ter apenas um filho. Os irmãos excedentes são confinados em ambiente
criogênico. E os cidadãos são submetidos a vigilância implacável de uma
agência. O filme deixa a
tese do controle populacional fora de qualquer crítica. A Ciência chega ao
Poder numa política de terra arrasada, sem qualquer discussão ou
questionamento. Congelar crianças (pobres) excedentes? OK! O problema é apenas
a cientista vilã que gerencia o processo: corrupta, má e ambiciosa. Filme sugerido pelo nosso leitor Dudu Guerreiro.
quarta-feira, agosto 23, 2017
A imortalidade é um monstro criado pela Ciência e Publicidade em "Proyecto Lázaro"
quarta-feira, agosto 23, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Se Jesus
ressuscitou Lázaro não para esse mundo, mas para a vida eterna, a Ciência
promete realizar esse milagre literalmente – clonagem, bioengenharia e
implantes biônicos ressuscitando humanos em estado criogênico. No filme
“Proyecto Lázaro” (2016), co-produção Espanha-França dirigida por Mateo Gil, um
jovem publicitário no auge do sucesso profissional, financeiro e amoroso,
descobre que está com um câncer em estado terminal, sobrando pouco tempo de
vida. Opta pela criogenia para ser ressuscitado 60 anos depois em um mundo bem
diferente, porém a realização do ideário da atual geração millenials: a religião ou
qualquer significado espiritual para a vida e a morte foram substituídos pela
Publicidade, marketing e Ciência. Mas o protagonista descobrirá da pior forma
possível que o drama da criatura do Dr. Frankenstein (ao qual foi negado o
direito de morrer) repete-se agora com ele. E que os velhos cientistas loucos
foram substituídos por corporações, acionistas e investidores. Filme sugerido
pelo nosso leitor Felipe Resende.
sábado, agosto 12, 2017
O pesadelo meritocrático e tecnognóstico em "Advantageous"
sábado, agosto 12, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
A atual safra
de filmes independentes de ficção científica é estranha e incômoda.
Principalmente porque mostra mundo futuros que mais parecem hiper-reais
espelhos do presente. Em “Advantageous” (2015) não vemos futurologia, explosões
ou thrillers turbinados por efeitos especiais, marcas do gênero. Mas um futuro
próximo no qual finalmente as mulheres galgaram os postos de comando e
prestígio, porém dentro de uma implacável ordem meritocrática onde não se trata
mais de “a cada um de acordo com seu mérito” – só há duas alternativas: vencer
ou perder. Se perder, viver escondido nas ruas ou na prostituição. Se vencer, fazer
parte de uma elite cuja juventude e beleza é a marca do marketing pessoal do
sucesso. Ameaçada pela demissão por ser considerada “velha” demais, uma
executiva de uma clínica avançada de saúde e estética vê-se desesperada com o
futuro da sua filha numa sociedade sem escolas públicas e com desemprego em
45%. Sem saída, oferece-se como cobaia a
um novo produto da clínica: a total digitalização da mente para ser transferida
a um novo corpo jovem e belo. Um filme sobre identidade e escolhas. Filme sugerido pela nosso leitor Gerônimo Numinoso.
domingo, maio 14, 2017
Cinegnose discute filme gnóstico, semiótica narrativa e jogos digitais na "Fatecnologia"
domingo, maio 14, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O cinema gnóstico. Gnosticismo nas ciências e nos jogos digitais e o Universo como um game de computador. As mito-narrativas gnósticas e as transformações da Jornada do Herói nas HQs e no Cinema. As semióticas das narrativas como ferramentas de produção textual, de roteiros e apresentações. Esses foram alguns dos temas discutidos por esse humilde blogueiro na 9a. Fatecnologia na Faculdade de Tecnologia de São Caetano do Sul (SP) na noite dessa última quinta-feira para uma plateia de interessados e participativos estudantes. E com uma conclusão final após diversas indagações: o Herói, assim como nós mesmos, não enfrenta “vilões”. Mas a nossa própria Sombra interior projetada na ilusão do mundo. Veja o vídeo e os slides do evento.
sábado, maio 13, 2017
Startup britânica promete construir a verdadeira Matrix
sábado, maio 13, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Uma startup britânica chamada Improbable
pretende criar a verdadeira Matrix: uma simulação em larga escala do mundo
real. E o ponto de partida já existe – a plataforma SpatialOS e o jogo de
computador Worlds Adrift, ainda restrito a acadêmicos e cientistas. O aporte de
milhões de dólares na startup por empresas de capital de risco, além do
interesse militar e indústria de entretenimento pelo projeto revelam evidentes
aplicações nas áreas estratégica, bélica e engenharia social: construir mundo
virtuais para simular o surgimento de extremismos violentos nas populações e
comportamentos econômicos. Mas a iniciativa dos co-fundadores Herman Nerula e
Rob Whitehead é também uma evidência da motivação místico-religiosa que possui
atualmente o Vale do Silício: Tecnognosticismo, imortalidade e a crença de que
já vivemos em uma gigantesca simulação. O game Worlds Adrift seria mais um
exemplo de como a ciência experimental se encontra com a prática religiosa: a
Teurgia.
terça-feira, maio 02, 2017
Em "Almas à Venda" a chave do sucesso é a perda da alma
terça-feira, maio 02, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Com ironia e com humor negro, "Almas à Venda" (Cold Souls, 2009), tematiza criticamente como o mundo dos negócios (management + tecnologias do espírito) invade nossa última morada que ainda tenta resistir: a alma. No mundo atual dominado pelo paradigma da financeirização na qual qualquer coisa (ações, títulos, carros, pessoas, sentimentos e até a alma) tem que ser submetida aos princípios da liquidez e mercantilização totais, um homem descobre a chave do sucesso: o "Armazém de Almas" - clínica especializada em estocar a sua alma para substituir por outra de um doador anônimo, mais bem sucedido. Mas o protagonista descobre algo mais: quando estamos vazios e sem alma conseguimos ser mais bem sucedidos profissionalmente.
quinta-feira, março 02, 2017
O homem se tornará irrelevante diante de algoritmos e aplicativos?
quinta-feira, março 02, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Em uma entrevista para a "Wired Magazine", o
historiador e escritor Yuval Harari alertou para o perigo da humanidade em
pouco tempo se tornar “irrelevante” e “redundante” diante dos avanços da
Inteligência Artificial. Dessa vez, não mais através das distopias como a do computador
HAL 9000 que tenta matar a tripulação de uma nave no filme “2001” ou por replicantes
que perseguem um policial no filme “Blade Runner”. Mas agora por meio dos
aplicativos e algoritmos que “compreendem melhor nossos desejos e sentimentos
do que nós mesmos”. Porém, o discurso de Harari atira no que vê e acerta no que
não vê – só podemos achar que os algoritmos são realmente inteligentes se o
próprio homem rebaixar ou tornar mais flexível o conceito de “inteligência”. A
fala de Harari faz parte de uma nova narrativa publicitária das corporações
tecnológicas: projetar para o futuro distopias que sempre fascinaram a
humanidade por toda a História: ver a si própria substituída por
duplos tecnológicos como reflexos em espelhos, fotografias, frankensteins,
golens, robôs, replicantes e, agora, aplicativos.
quinta-feira, fevereiro 16, 2017
Abelhas, ocultismo e TV em "Wax or The Discovery of Television Among The Bees"
quinta-feira, fevereiro 16, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O primeiro filme feito para a Internet que estava apenas começando e produzido numa inédita ilha de edição não-linear. No longínquo ano de 1991 o
diretor David Blair produziu “Wax or The Discovery of Television Among The
Bees” um estranho filme para cinéfilos
corajosos o suficiente para se aventurar em bizarrices hipertextuais sobre
abelhas da Mesopotâmia, ocultismo esotérico, histórias da Bíblia, Guerra do
Iraque e simuladores de voo militar da NASA. Esse filme independente é um
documento histórico da motivação tecnognóstica e esotérica que sempre esteve
por trás do desenvolvimento da ciência computacional, ciberespaço e
cibercultura. Em tom de documentário, Blair conta a história do neto de um
entusiasta de uma sociedade dedicada à comunicação com os mortos, engenheiro de
software na base de mísseis de Los Alamos, EUA, que cria uma conexão mística
com abelhas (através da “BeeTV”). Para depois ser transportando para uma dimensão
mística (o ciberespaço?) na qual verá a Guerra do Iraque sob o ponto de vista
do carma e reencarnação... e receberá uma importante missão.
segunda-feira, janeiro 16, 2017
Inteligência Artificial como novo espelho individualista em "HyperNormalisation"
segunda-feira, janeiro 16, 2017
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Certo dia um cientista do MIT criou um
“computador terapeuta” chamado Eliza. Na verdade uma brincadeira, uma parodia sobre as tentativas frustradas em fazer uma Inteligência Artificial. As pessoas
digitavam o que estavam sentindo e Eliza repetia a última frase, reformulando
como fosse uma pergunta. Os “pacientes” começaram a levar à sério, passando
horas diante de Eliza digitando seus problemas, desejos e motivações mais
íntimas. Uma brincadeira que, sem querer, criou o paradigma que reformularia
toda o conceito de Inteligência Artificial e abriria o campo dos algoritmos que
controlam as atuais redes sociais e mecanismos de busca na Internet. Essa é uma
das histórias do documentário “HyperNormalisation” (2016) de Adam Curtis.
Analisado pelo “Cinegnose” em postagem anterior, vamos agora destacar como a
fuga das pessoas para o ciberespaço, para escapar das complexidadse do mundo
real, criou um outro aspecto da “HiperNormalização”: a Inteligência Artificial como um espelho individualista feito para criar a falsa sensação de estabilidade e segurança. Mas, às
vezes, aspectos do “deserto do real” invadem essa bolha virtual.
quarta-feira, dezembro 14, 2016
"Elle Brasil" une Cabala e Tecnognosticismo com modelo robô
quarta-feira, dezembro 14, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Na edição de dezembro a revista de moda “Elle
Brasil” figurou na capa a robô Sophia, um dos projetos de inteligência
artificial mais avançados do mundo. Clicada pelo fotografo Bob Wolfeson, a
ideia do editorial era apontar versões para o futuro da indústria da moda. Mas
um robô vestindo roupas vitorianas nada mais fez do que revelar as arquetípicas
e milenares origens da Moda, Estilismo e manequins na longa tradição esotérica
e hermética da Teurgia, Alquimia e a Cabala Extática – uma longa e secreta
história de seres artificiais mágicos como homúnculos, golens e frankensteins.
Até chegar aos atuais manequins das vitrinas de shoppings e modelos vivos das
passarelas – seres ainda “não formados”, à espera do “espírito” (o Estilo) que
lhes dê vida. Assim como o código binário que dá "vida" à robô Sophia. A atual agenda tecnognóstica se encontra com a Moda. Pauta sugerida pelo nosso leitor Nelson Job.
domingo, setembro 18, 2016
Curta da Semana: "ANA" - o apocalipse da inteligência artificial
domingo, setembro 18, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Um fábrica de automóveis em Detroit, totalmente automatizada, é
controlada por uma Inteligência Artificial chamada ANA, cujo software também
está presente nos setores mais importantes do mundo como recursos médicos,
alimentos e bancos. Mas ANA parece ter outros planos, além do que fazer tarefas
repetitivas – não quer mais produzir mais carros, mas alguma outra coisa que
pretende liberar naquela fábrica em Detroit para o mundo. E o único operador
humano responsável pela produção será traído por ANA. Esse é o curta “ANA”
(2015) do estúdio inglês Factory Fifteen, especializado em produzir filmes
distópicos nos quais explora uma versão particular do conceito de
“singularidade” – algum momento no futuro a supercomputadores produzirão o
acidente terminal: o momento no qual a máquina trairá o próprio criador.
quinta-feira, setembro 15, 2016
O enigma Cicada 3301 e a filosofia "I Did It!": uma nova Matrix?
quinta-feira, setembro 15, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Considerado por muitos o maior mistério não resolvido da Internet,
“Cicada 3301” consiste num conjunto de quebra-cabeças lógicos envolvendo
criptografia e esteganografia publicados na Internet desde 2012 com o suposto propósito de uma misteriosa organização recrutar as pessoas mais inteligentes
do planeta. Mas para quê? CIA? NSA? Uma Sociedade Secreta? O fato é que vem
mobilizando uma massa de jovens gênios matemáticos que tentam resolver um
labirinto de enigmas dentro de enigmas. Lembra a aventura de Alan Turing em
decifrar a máquina Enigma dos nazistas, porém sem o heroísmo e glória do
passado. Hoje, apenas um sintoma da filosofia minimalista do “I did It!” (“Eu
consegui!”) na cultura atual – lógica fetichista de delírio no vazio e
exaltação de uma façanha sem consequência. Se isso for verdade, Cicada 3301
pode ser uma armadilha: gênios matemáticos entregando o “modus operandi” hacker
ativista como Big Data para a futura Matrix. Uma Internet recém-senciente, como
uma gigantesca IA, ávida em prever cyber-ataques de possíveis dissidentes.
terça-feira, agosto 16, 2016
Pokémon GO: bem vindo ao deserto do real!
terça-feira, agosto 16, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
O filme “Matrix” e o conto “Sobre o Rigor da Ciência” do argentino Jorge
Luís Borges ajudam bastante a entender a atual febre em torno do jogo Pokémon
GO. Não a compreender o jogo em si (de forma positiva ajuda a nos familiarizar com o ambiente urbano e nos
tira do sedentarismo, a velha crítica contra os tradicionais games de
computadores e consoles) mas a elucidar para qual futuro ele aponta. Realidade
aumentada é a união da representação com a tecnologia, do mapa com o
território, do virtual com o real. Mas se no conto de Borges pedaços do mapa
ficaram grudados ao real, no mundo Matrix é o real que vira um deserto e se
agarra na virtualidade. Por enquanto programas como Pokémon GO são metafóricos,
anedóticos e, por isso, divertidos. Mas a tecnologia da realidade aumentada vai
muito além do que ajudar a compreensão da realidade: pode desertificá-la.
segunda-feira, agosto 01, 2016
Curta da Semana: série "Bendito Machine" - relaxe, tudo está sob controle
segunda-feira, agosto 01, 2016
Wilson Roberto Vieira Ferreira
“Relaxe, tudo está sob controle” é o que sempre parecem nos dizer as
máquinas e as tecnologias. Por isso elas nos fascinam e nos gratificam a ponto
de se tornarem modernas religiões. É o que nos mostra a série com cinco curtas de
animação “Bendito Machine” (2006-2014). Produzida pelo estúdio espanhol
Zumbakamera, cada episódio apresenta máquinas que sempre parecem “defecar” pequenas
criaturas globulares com olhos que nos controlam por meio da oferta dos
prazeres da ambição e gula. Em tempos de apps virais como o Pokémon GO chegando
em terras brasileiras, assistir a essa série é obrigatório.
Tecnologia do Blogger.