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sexta-feira, agosto 25, 2023

A atmosfera distópica da cultura corporativa no filme 'Corner Office'


A frieza dos ambientes corporativos é um tema bem explorado pelo cinema em diversos gêneros: da comédia em “The Office” ao sci-fi opressivo da série “Ruptura” - ambientes com atmosfera distópica, estéril, labirínticos e cinzentos. Organizações burocráticas modernas tão autocentradas que parecem ter esquecido o seu propósito: é mais importante reproduzir o status quo do que permitir qualquer inovação que, remotamente, possa desafiar a hierarquia . “Corner Office” (2022) é uma comédia sombria sobre o novo funcionário que chega otimista uma organização, para descobrir a hipocrisia da cultura corporativa: a ilusão de que somos livres para pensar fora da caixa. Lá descobre que penas em um lugar poderá ser criativo e independente: em uma misteriosa sala atrás de uma porta que só ele consegue enxergar. O problema é que uma organização não pode tolerar uma atitude tão disruptiva. 

quinta-feira, fevereiro 23, 2023

Por que as pessoas erradas são sempre atraídas pelo poder? É a estupidez... estúpido!


Para defender os “patriotas” presos pelas depredações em Brasília, o médium kardecista Divaldo Franco chegou a lançar mão da célebre frase do ativista Martin Luther King sobre “os gritos dos maus” e o “silêncio dos bons” diante das “coisas feitas pelos poderosos”. Mas quem são os “bons” e os “maus”? Essas noções tornaram-se ambíguas e reversíveis porque ainda são pensadas no campo do julgamento moral. A ponto de um “espírita reaça” se apropriar do pensamento de um ativista dos direitos civis. Como desambiguar essas noções e transformá-las em categorias sócio-psicológicas objetivas? Um caminho é através da Teoria da Estupidez do teólogo Dietrich Bonhoeffer e da teoria do “viés da auto-seleção” do cientista político Brian Klass: por que as pessoas erradas são sempre atraídas pelo poder, assim como as mariposas pela luz?

terça-feira, dezembro 13, 2022

Amor, família e luta de classes no filme 'Um Outro Mundo'


“Bem-vinda ao clube... Isso acontece quando você faz as coisas certas. Talvez esteja chegando a hora da promoção”, dizia Nigel para a esgotada Andy vendo sua vida amorosa ficar arruinada de tanto trabalhar em “O Diabo Veste Prada”. O filme francês “Um Outro Mundo” (Un Autre Monde, 2021) repete essa intuição de Nigel ao mostrar a vida familiar e amorosa de um gerente executivo de uma transnacional irremediavelmente danificada pelas pressões do trabalho. Mas não é apenas “trabalho”, mas a ingerência das cadeias produtivas globais e seus acionistas – a necessidade de o gerente montar um plano de demissões e trair a confiança de seus subordinados do chão de fábrica. Ele tentará lutar contra os CEOs da matriz, revelando como a ética flexível do novo capitalismo (politicamente correto e cheio de eufemismos como “valores”, visão” etc.) é mais um dispositivo para ocultar a velha luta de classes.

terça-feira, novembro 17, 2020

Eleições 2018 e 2020: Bolsonaro foi um 'candidato manchuriano'?


O termo “Candidato Manchuriano” (superespião com Desordem Dissociativa de Identidade artificialmente criado pela CIA e Inteligência militar na Guerra Fria; programado para matar, ativado mediante um sinal aparentemente prosaico, sem conservar alguma recordação disso) foi popularizado no cinema pelo filme “Sob o domínio do Mal”, nas duas versões de 1962 e 2004. Candidato cuidadosamente criado da Inteligência militar brasileira, Bolsonaro não chega à dramaticidade das manipulações neurocientíficas da Guerra Fria: sua Desordem Dissociativa está ao nível discursivo como bomba semiótica de guerra criptografada – Bolsonaro foi programado para rodar três programas que se tornaram mais visíveis nesse ano eleitoral: (a) “Manchuriano Entertainer”; (b) “Guerra Cultural Despolitizadora”; (c) “Aloprar o Cenário Político”: criar o medo antes de vender a bomba.

sexta-feira, novembro 06, 2020

Será Trump o Coringa agente do caos?

Para a grande mídia brasileira as eleições dos EUA são “eletrizantes”, o sistema eleitoral daquele país “complexo” e as bravatas de Trump “polêmicas”. Na sua síndrome de vira-lata tenta salvaguardar o mito da América como a maior democracia do mundo, enquanto dão às costas para um evento histórico que está sendo transmitido ao vivo: assim como foi a queda do Muro de Berlim, vemos agora a derrocada da democracia liberal, transformada em pleito plebiscitário – seja qual for o resultado, a extrema-direita “alt-right” já venceu: como é do seu “modus operandi”, tensionou os pontos fracos de um sistema eleitoral elitista criado por proprietários de terras e de escravos. Implodiu o sistema por dentro ao criar polarizações baseadas na pauta identitária e de costumes, impedindo a opinião pública criar algum consenso a partir de um debate racional. Tal como o Coringa em “The Dark Knight” de Christopher Nolan, poderíamos considerar Trump o “agente do caos” que explora as fraquezas do sistema? Assim como o Coringa que explorou os pontos fracos da moralidade de Gotham City? 

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