De todos os atletas de ponta, o jóquei é o mais parasitário. Porque a verdadeira estrela é o cavalo – um símbolo militar e de conquista, pois sem ele a História não aconteceria. A comédia estranha e surreal argentina “Matem o Jóquei!” (El Jockey, 2024) revela um inusitado encontro simbólico entre a crise de identidade e propósito de um jóquei autodestrutivo e a inversão Queer de um animal símbolo da supremacia masculina na História. Um famoso jóquei cujos dias de glória se esvaíram em drogas, dopping e más decisões tem a última chance: um gangster de corridas de cavalo clandestinas importou um caro cavalo japonês para ele vencer. Se não... pagará a importação do caro animal com a própria vida. “Matem o Jóquei!” faz uma combinação entre os temas da inconsistência das definições de gênero do cinema Queer e a própria crise de identidade e propósito político da Argentina no continente sul-americano. Morrer, renascer e, talvez, viver é o lirismo de "Matem o Jóquei!".