sexta-feira, janeiro 31, 2025

'Trilha Sonora para um Golpe de Estado': do Jazz às redes sociais, a música continua a mesma

“O fonógrafo de paraquedas, a mais nova arma da América jogado do céu com música pró-americana. O toca-discos pode ajudar a vencer a guerra fria”. O jornal NYT estampava essa manchete em 1955, celebrando a mais nova arma na Guerra Fria: o Jazz. O documentário belga “Trilha Sonora para um Golpe de Estado (Soundtrack to a Coup d'Etat, 2024, em cartaz no cinema) revela como a CIA e Departamento de Estado utilizavam os chamados “Embaixadores do Jazz”, músicos como Louis Armstrong, Nina Simone, Duke Ellington e Dizzy Gillespie, como cavalos de Tróia – junto com eles desembarcavam no país anfitrião espiões e mercenários para prepararem golpes de Estado. Como em 1961, na ex-colônia belga República Democrática do Congo: a chegada apoteótica de...

quarta-feira, janeiro 29, 2025

A guinada metafísica PsicoGnóstica de Hollywood no filme 'A Cela'

Uma época em que Hollywood deu uma “guinada metafísica” (Boris Groys), cujo filme “Matrix” foi o ápice dessa guinada, tendo a mitologia gnóstica como impulsionadora. Mas o filme “A Cela” (The Cell, 2000), do então estreante Tarsem Singh (de videoclipes como “Losing May Religion” do R.E.M.), foi ao mesmo tempo síntese e ponto de inflexão. Como síntese, juntou a onda do Mal viral dos anos 1990 (desde “O Silêncio dos Inocentes”) à virada PsioGnóstica no cinema. Uma mistura bizarra de ficção científica, assassinatos em série, psicologia policial pop e efeitos especiais assombrosos que marcaram o início do novo milênio no gênero cinematográfico. Para encontrar a última vítima de um serial killer, o FBI se utiliza de uma tecnologia experimental de...

terça-feira, janeiro 28, 2025

DeepSeek: mídia ignora bolha da IA; a irônica volta de Neymar; uma Fernanda Torres incorreta; e se a China deportasse brasileiros algemados?

A bolha do negócio da Inteligência Artificial está para explodir: num timing perfeito, a chinesa DeepSeek entrega o mesmo e por uma fração do custo do Vale do Silício. Expondo a bolha especulativa alimentada pelo presidente CriptoTrump. Mas para a mídia brasileira está tudo bem... assim como algemas em deportados brasileiros dos EUA. Vamos discutir esse e outros assuntos na Live Extra Cinegnose 360 #83, nessa quarta-feira (29/01), às 18h, no YouTube e Facebook. Primeiro, as Conversas Aleatórias. E depois, a Crítica Midiática: DeepSeek e o fenômeno das bolhas financeiras no Capitalismo; a ironia da volta de Neymar em pleno governo Lula; Mídia: Petro ganhou ou perdeu na queda de braço com CriptoTrump? Internet não é “terra de ninguém”... pelo...

sábado, janeiro 25, 2025

Skank e as 'comunidades imaginadas'; guerra semiótica: alguém ouve o Cinegnose; mídia: desemprego é remédio da inflação! O CriptoTrump

Mal-agradecidos! Latinos fornecem mão de obra barata e entretenimento e os gringos os deportam... Quem é o culpado? Trump? Não, Biden! Esperto, Trump fatura e leva a culpa. É o Império americano. Só que agora sem filtro! Esse é um dos assuntos do costumeiro tijolaço do domingo, a Live Cinegnose 360 #189, nesse domingo (26/01), às 18h, no YouTube e Facebook. Que começa com a banda Skank: do rock dos anos 1980 à PsyOp das “comunidades imaginadas” do neoliberalismo dos anos 1990. Na sessão do cinema, vamos discutir o filme “Pisque Duas Vezes” (terror de gênero e racial) e sobre David Lynch: surrealismo, meditação e gnose. Na sessão dos livros, gim e softpower. E na Crítica Midiática: alguém está ouvindo esse humilde blogueiro: sindicato antecipa...

sexta-feira, janeiro 24, 2025

Não existe perdão, só esquecimento no filme 'Pisque Duas Vezes'

O terror racial e o terror de gênero se encontram numa zona de combate brutal e sangrenta. É o filme “Pisque Duas Vezes” (Blink Twice, 2024, disponível na Prime Video) em que a assustadora mensagem de Jordan Peele em “Corra!” se combina com o terror da masculinidade tóxica de “Men”, de Alex Garland e atual tendência dos thrillers de vingança e luta de classes (“Parasita”, “O Menu”, “Triângulo da Tristeza” etc.). Uma desajeitada garçonete de coquetéis cai aos pés do bilionário tecnológico. Ele a convida, junto com sua melhor amiga, para um retiro na sua ilha privada tropical paradisíaca. Uma história que lembra Cinderela que aos poucos vai se tornando um conto de terror: há algo errado neste paraíso tropical. “Não existe perdão, só existe esquecimento”...

terça-feira, janeiro 21, 2025

Trump entretém no show da comunicação alt-right... e Globo começa a "endireitar"; Agora vai: Governo tem plano de comunicação de 90 dias!

Um show de comunicação alt-right que parecia até um esquete do “Saturday Night Live”. Na posse de Trump cerimonial e entretenimento e fundiram de uma forma única como em nenhum lugar do planeta. Como todo esse hiper-realismo politicamente incorreto de Trump repercute na mídia e política brasileira? Esse é um tema da Live Extra Cinegnose #82, nessa quarta-feira (22/01), às 18h, no YouTube e Facebook. Depois das trepidantes Conversas Aleatórias, vamos de Crítica Midiática do meio da semana: Trump – desconstruções e ironias da comunicação alt-right na cerimônia da posse; Globo se “endireita”:  já começa a abandonar a agenda dos Novos Democratas; “Drill, baby, Drill!”: Vale do Silício em peso na posse; André Esteves faz “ameaça adversativa”...

Surrealismo, meditação e gnose em David Lynch

O surrealismo foi deixado para trás, lá no século XX, e hoje suas imagens viraram de pôsteres que decoram das casas de amantes da arte cult às psyOps publicitárias que fisgam o inconsciente do consumidores. Mas, em plena cena do chamado “cinema da meia-noite” dos anos 1970, David Lynch (que deixou esse mundo aos 78 anos no último dia 15) resgatou a essência incômoda do surrealismo: o cinema como instrumento para revelar como no cotidiano o psiquismo preenche aquele “gap” existente entre a alma e a realidade. Lynch foi o mestre em pegar histórias banais e transformá-las em labirintos obscuros de pistas falsas num mix de filme noir, gótico americano e humor negro. Em uma filmografia que surge o seu principal protagonista: o Detetive – no cotidiano...

sábado, janeiro 18, 2025

'Camisa de Vênus'; Entrevista: Francisco Ladeira - como a esquerda foi apropriada pela extrema-direita; NYT e Zuckerberg já operam eleição 2026

Há saídas para a humilhante derrota do Governo para a fake news do Pix? Até tem, se a esquerda deixar o foco hidrofóbico no “Gabinete do Ódio” e descobrir como opera o “Gabinete de Inteligência Semiótica” alt-right da extrema-direita brasileira. Esse é um dos temas da Live Cinegnose 360 #188, nesse domingo (19/01), às 18h, no YouTube e Facebook. Que terá uma entrevista especial com o prof. Francisco Ladeira, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), para discutirmos como a esquerda foi apropriada pela extrema-direita. E ainda temos dois filmes para discutirmos: o brasileiro premiado “Ainda Estou Aqui” (a cordial luta de classes brasileira) e “Aqui” (o Forrest Gump da nova Era Trump). Na sessão dos livros, vamos conversar sobre um...

sexta-feira, janeiro 17, 2025

A extrema-direita tem um "Gabinete de Inteligência Semiótica". E o Governo?

A humilhante derrota do Governo no episódio da normativa do Pix da Receita Federal (voltando atrás, passando recibo e pulverizando a credibilidade não só de um órgão público, mas também dos próprios jornalistas do campo progressista que lutavam contra a desinformação) revelou a extrema vulnerabilidade diante das operações de um “gabinete de inteligência semiótica” na extrema-direita: a sinergia entre o jornalismo corporativo e extrema-direita, fornecendo insights e munição para a desinformação. Desde o episódio dos imóveis perdidos do Palácio da Alvorada e reencontrados pela Comissão de Inventário (e depois bombado nas manchetes de primeira página) no início de 2024, encontramos um trabalho de prospecção rotineira de crises em potencial, para...

terça-feira, janeiro 14, 2025

O pós-cinema em Los Angeles; um Gabinete de Inteligência Semiótica no Governo? Por que PT quer livrar clã Bolsonaro do caso Marielle?

De Porto Alegre a Los Angeles. Das enchentes aos incêndios. Duas superproduções das vitrines do neoliberalismo. Mas Los Angeles é a vanguarda: a experiência imersiva do pós-cinema nas telas de todo o planeta. Esse é um dos temas da PRIMEIRA LIVE DO ANO: Live Extra Cinegnose 360 #81, nessa quarta-feira (15/01), às 18h, no YouTube e Facebook. E depois da sessão das Conversas Aleatórias, a primeira Crítica Midiática do Ano: por que Governo e PT querem livrar família Bolsonaro do caso Marielle Franco? Atos do 8/1: Lula prisioneiro da agenda da “Defesa da Democracia”; Entrevista do humilde blogueiro a TV GGN: Governo precisa de um “Gabinete de Inteligência Semiótica”; Porto Alegre e Los Angeles: as vitrines do Capitalismo Neoliberal de Desastre;...

Incêndios em Los Angeles: é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do Capitalismo

Vídeos e fotos dos incêndios de Los Angeles que circulam nas redes sociais e na grande mídia são impressionantes: parecem que foram escolhidas pela “fotogenia”, isto é, pela similaridade com as dezenas de filmes-catástrofe já feitos por Hollywood. E o destaque dos incêndios das próprias mansões de atores parecem querer nos mostrar que eles estão estrelando algum tipo de superprodução real. Qual o ardil dessas imagens que viraram bombas semióticas? A resposta está no teórico urbanista e historiador Mike Davis, agora reconhecido pela antevisão do seu livro “Ecologia do Medo: Los Angeles e a Fabricação de um Desastre”, de 1998. Como a urbanização caótica, especulação imobiliária e privatização dos recursos hídricos tornou uma sociedade altamente...

sábado, janeiro 11, 2025

A recriação feminista de Frankenstein, hospitais e instituição total no filme '(Re)Nascer'

Há mais de 200 anos Mary Shelley publicava a primeira edição de “Frankenstein ou O Prometeu Moderno”. Sua fantasia prometeica estava assentada na tecnociência vitoriana (eletromecânica). Ao lado de “Pobres Criaturas”, de Yorgos Lanthimos, “(Re) Nascer” (Birth/Rebirth, 2023), de Laura Moss, é uma recriação feminista do conto atemporal de Shelley: só as mulheres conhecem a dor e o estresse de ter um corpo sujeito aos caprichos da natureza. Portanto, as mulheres estão mais próximas dos mistérios da concepção da vida – a eletricidade e as máquinas cedem ao paradigma orgânico. A recriação feminista de “(Re) Nascer” vai muito além do mito do cientista louco – quando uma patologista de um necrotério e uma enfermeira obstétrica se unem para ressuscitar...

quinta-feira, janeiro 09, 2025

O ato em memória do 8/1 e o jogo perde-perde da comunicação

Por que no ano passado Lula vetou qualquer ato em memória aos 60 anos do golpe militar de 1964? E por que agora decidiu celebrar um ato em memória aos dois anos dos atos golpistas do 8/1? Com descida da rampa e tudo! Será que não quis melindrar a caserna que ainda acredita que o golpe foi a “revolução de 64”? O fato é que, para o Governo, o 8/1 virou uma bomba semiótica do “Sim!” – tem adesão fácil, principalmente da grande mídia que abduziu o campo progressista para a pauta da “Defesa da Democracia” – cujo filme “Ainda Estou Aqui” foi o toque emocional que faltava. Enquanto Lula coloca um marqueteiro na Secom para melhorar a “Comunicação”, mais uma vez confundindo o conceito com “propaganda”. A questão é que o governo caiu no ardil mídia/Faria...

terça-feira, janeiro 07, 2025

'Ainda Estou Aqui' e a cordial luta de classes brasileira

Estamos acostumados (eu diria “treinados”) a considerar um filme apenas pelo seu conteúdo, ignorando a linguagem, o contexto e as relações sociais e de classe que envolvem a fabricação do produto cultural. É a necessidade de termos o olhar materialista histórico, coisa fora da moda na atualidade. Mas é essencial para entendermos o filme “Ainda Estou Aqui” (2024), que guarda paradoxos e ironias que revelam como a cordialidade marca a luta de classes brasileira: de um lado, um cineasta herdeiro de um banqueiro fiador e beneficiário do golpe militar de 1964; e do outro, a Globo – golpista de primeira hora em 1964 e num momento em que, através da plataforma Globoplay, co-produtora do filme, tenta ir além da TV aberta, de olho no mercado internacional....

sábado, janeiro 04, 2025

O horror de 'Nosferatu': o que você faz se o Mal beijar a esposa melhor que o marido?

O que você faz se o Mal beijar a esposa melhor que o marido? Certamente serão colocados em xeque toda racionalidade científica, a moralidade e a religião. Pode parecer grosseiro e simplista, mas este parece ser o argumento central de “Nosferatu” (2024), refilmagem do cineasta Robert Eggers (“A Bruxa”, “O Farol”) do clássico mudo “Nosferatu – Uma Sinfonia do Horror”, de 1922. Ao contrário do original, Eggers vai além de um conto sobre um vampiro: mais do que entidade das trevas, Nosferatu é o Mal puro capaz de distorcer a própria realidade. “Nosferatu” concentra-se no erotismo macabro e numa sexualidade melancólica e crepuscular que vai “além dos oceanos do tempo”. A representação ontológica do Mal e sua perturbadora conexão com o Erótico, o...

quinta-feira, janeiro 02, 2025

Caso Natuza Nery e apropriação semiótica: como a Globo lucra com isso

O caso do ataque sofrido em supermercado pela “colonista” e apresentadora da Globo News, Natuza Nery, é exemplar por revelar, na prática, o efeito da estratégia de comunicação alt-right de apropriação semiótica. A crítica não só a Globo, mas ao monopólio midiático do país, sempre foi uma pauta da esquerda. Apropriada e com sinal invertido de forma paródica pela extrema-direita, virou o mote “Globo Lixo!”. Resultado: o campo sai em defesa do “jornalismo profissional” e a “liberdade de imprensa” contra o “fascismo”, não obstante a “colonista” ter semeado e colhido tempestade, junto com a emissora que deu visibilidade à lama psíquica do Brasil profundo. O campo progressista teme ser confundida com o bolsonarismo. Então, sai em defesa do jornalismo...

Tecnologia do Blogger.

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Bluehost Review