quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Em Observação: "The Five People You Meet In Heaven (2004)

Indicado pelo nosso leitor Hudson Bonomo, "The Five People You Meet In Heaven é uma adaptação para a TV do best-seller publicado em 2003, cujo roteiro contou com a participação do próprio autor Mitch Albom. O filme interessou o Blog por prometer "uma nova perspectiva sobre a morte e o sentido da existência", como afirma o autor. Vamos conferir e ficar atentos, principalmente, à representação do céu que o filme faz: desde 1998 com o filme "Amor Além da Vida" precebe-se uma transformação das representações cinematográficas sobre a morte e o céu em relação aos filmes clássicos sobre o tema. Vamos conferir para um futuro artigo





"The Five People You Meet in Heaven" (2004)

Diretor: Loyd Kramer
Plot: Mitch Albom escreveu o roteiro para esta adaptação feita para a televisão de seu próprio best-seller publicado em 2003 que pretende oferecer, segundo ele,  uma nova perspectiva sobre a morte, a vida, e do sentido da nossa existência. Eddie (Jon Voight) é um técnico que passou a maior parte de sua vida fazendo a manutenção de um parque de diversões e o mantém em bom estado de conservação. Eddie teve uma vida difícil: uma lesão grave durante a Segunda Guerra Mundial a perda da sua esposa, uma infância que passou sendo humilhado pelo seu pai e acabou forçado a herdar o trabalho no parque de diversões. Frustrado, não conseguiu entrar na Faculdade de Engenharia, sua maior meta. Tudo isso tornou Eddie um velho triste e amargo que muitas vezes se pergunta qual é o propósito por trás de tudo isso em uma vida insignificante como a sua. Um dia, Eddie é morre ao tentar salvar uma criança de um dos brinquedos do parque. Após a morte, Eddie descobre que está no "céu" e que é esperado por cinco pessoas que ele conheceu durante a vida e que irão fazê-lo entender o significado dos principais momentos de sua vida foram e o que era para ser aprendido com eles. "The Five People You Meet In Heaven" também conta no elenco Steven Grayhm (que interpreta Eddie na juventude), Ellen Burstyn, Jeff Daniels, Michael Imperioli, e Callum Keith Rennie.

Por que está "Em Observação": Só pelo fato de o autor do roteiro afirmar que o filme pretende ser "uma nova perspectiva sobre a morte, a vida e o sentido da existência" já interessou o blog, mas com um pé atrás: sempre que um filme surge com o tema do "sentido da vida" (como o filme "Clod Atlas", por exemplo) temos que estar preparados para uma avalancha de clichês: "tudo está conectado", "harmonias cósmicas", "coincidências que não são coincidências" etc.
Principalmente ficaremos atentos com a representação cinematográfica do "céu". Principalmente após o filme "Amor Além da Vida" (What Dreams May Come, 1998) as representações celestes passaram a ser mais plásticas, isto é, céus moldados de acordo com a imaginação, fantasias, desejos e pesadelos dos personagens. Enquanto no passado o céu era representada de uma forma "clássica" (nuvens, anjos, mensageiros e mentores sérios e compenetrados que julgam ou simplesmente administram o "céu"), depois de 1998 temos uma recorrência de filmes onde o ambiente celeste é uma ilusão criado por uma espécie de projeção psicológica.
Essa alteração das representações celestes têm dois pontos positivos: primeiro, se aproximam das teses teosóficas das chamadas "formas-pensamentos": formações plásticas de pensamentos tão carregados de sentimentos e emoções que formas entidades autônomas capazer de criar "egrégoras", verdadeiros ambientes espirituais onde espíritos encarnados ou desencarnados podem ficar prisioneios. Segundo: são representações que fogem do moralismo dos julgamentos presentes no cinema do passado.
Mas tem um possível lado negativo: a contradição entre um "céu" solipsista, isto é, fechado em si mesmo e sem conexão com a Verdade e personagens que, mesmo inseridos nessa experiência autista, mesmo assim pretendem dar lições e eninamentos.
O que promete?: Segundo os críticos o filme toca em questões religiosas sem entrar em teses teológicas. Além de ser um filme feito para a televisão sem parecer sê-lo: ótimo roteiro em quase duas horas com caprichada fotografia e efeitos especiais basicamente apoiados em edição e montagem inteligente. Sem computação gráfica. Isso parece ser uma virtude nos tempos atuais.

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