Dizem que ninguém jamais retornou do "Grande Além" para contar a história, mas o cinema nunca precisou de testemunhas para colonizar o pós-morte com nossas próprias angústias. Sob a ótica da Cinetanatologia — o estudo das representações do além como sismógrafos do mundo dos vivos —, as telas revelam que o Céu e o Inferno dizem menos sobre os mortos e muito mais sobre as crises de quem fica. Em seu novo filme, "Eternidade" (2025), o diretor David Freyne leva essa premissa ao limite: ao transformar o luto em um gigantesco centro de convenções e a salvação da alma em um serviço de assinatura, a obra deixa de ser apenas um drama romântico para se tornar um comentário ácido sobre a plataformização da existência e a tirania das escolhas irreversíveis no século XXI. O cinema sempre usou o “Além” para falar do “aqui”.
sexta-feira, dezembro 19, 2025
Wilson Roberto Vieira Ferreira
























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