sexta-feira, janeiro 17, 2025

A extrema-direita tem um "Gabinete de Inteligência Semiótica". E o Governo?


A humilhante derrota do Governo no episódio da normativa do Pix da Receita Federal (voltando atrás, passando recibo e pulverizando a credibilidade não só de um órgão público, mas também dos próprios jornalistas do campo progressista que lutavam contra a desinformação) revelou a extrema vulnerabilidade diante das operações de um “gabinete de inteligência semiótica” na extrema-direita: a sinergia entre o jornalismo corporativo e extrema-direita, fornecendo insights e munição para a desinformação. Desde o episódio dos imóveis perdidos do Palácio da Alvorada e reencontrados pela Comissão de Inventário (e depois bombado nas manchetes de primeira página) no início de 2024, encontramos um trabalho de prospecção rotineira de crises em potencial, para servir como munição às redes extremistas. O caso da normativa do Pix foi outro exemplo. Grande mídia desvia o foco para o “Gabinete do Ódio”, deixando oculta a verdadeira cena: o “Gabinete de Inteligência Semiótica” da comunicação alt-right. Quando cairá a ficha do Governo que propaganda NÃO é comunicação? Comunicação É o campo dos acontecimentos, gerido e operado por um Gabinete de Inteligência Semiótica (GIS). 

terça-feira, janeiro 14, 2025

O pós-cinema em Los Angeles; um Gabinete de Inteligência Semiótica no Governo? Por que PT quer livrar clã Bolsonaro do caso Marielle?


De Porto Alegre a Los Angeles. Das enchentes aos incêndios. Duas superproduções das vitrines do neoliberalismo. Mas Los Angeles é a vanguarda: a experiência imersiva do pós-cinema nas telas de todo o planeta. Esse é um dos temas da PRIMEIRA LIVE DO ANO: Live Extra Cinegnose 360 #81, nessa quarta-feira (15/01), às 18h, no YouTube e Facebook. E depois da sessão das Conversas Aleatórias, a primeira Crítica Midiática do Ano: por que Governo e PT querem livrar família Bolsonaro do caso Marielle Franco? Atos do 8/1: Lula prisioneiro da agenda da “Defesa da Democracia”; Entrevista do humilde blogueiro a TV GGN: Governo precisa de um “Gabinete de Inteligência Semiótica”; Porto Alegre e Los Angeles: as vitrines do Capitalismo Neoliberal de Desastre; Esquerda “paga pau” para Natuza Nery; flagrante de fake news na Globo: Ditadura de Maduro prendeu Corina Machado... venha participar da primeira Live do ano!   

Incêndios em Los Angeles: é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do Capitalismo


Vídeos e fotos dos incêndios de Los Angeles que circulam nas redes sociais e na grande mídia são impressionantes: parecem que foram escolhidas pela “fotogenia”, isto é, pela similaridade com as dezenas de filmes-catástrofe já feitos por Hollywood. E o destaque dos incêndios das próprias mansões de atores parecem querer nos mostrar que eles estão estrelando algum tipo de superprodução real. Qual o ardil dessas imagens que viraram bombas semióticas? A resposta está no teórico urbanista e historiador Mike Davis, agora reconhecido pela antevisão do seu livro “Ecologia do Medo: Los Angeles e a Fabricação de um Desastre”, de 1998. Como a urbanização caótica, especulação imobiliária e privatização dos recursos hídricos tornou uma sociedade altamente vulnerável aos desastres ambientais – e, atualmente, às mudanças climáticas. Mas Hollywood, com seus “disasters movies”, naturalizam um problema político e econômico, porque é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do Capitalismo - L.A. como vítima de uma "crise climática global" e não de um desastre ambiental provocado pelo saco de maldades neoliberais . 

sábado, janeiro 11, 2025

A recriação feminista de Frankenstein, hospitais e instituição total no filme '(Re)Nascer'


Há mais de 200 anos Mary Shelley publicava a primeira edição de “Frankenstein ou O Prometeu Moderno”. Sua fantasia prometeica estava assentada na tecnociência vitoriana (eletromecânica). Ao lado de “Pobres Criaturas”, de Yorgos Lanthimos, “(Re) Nascer” (Birth/Rebirth, 2023), de Laura Moss, é uma recriação feminista do conto atemporal de Shelley: só as mulheres conhecem a dor e o estresse de ter um corpo sujeito aos caprichos da natureza. Portanto, as mulheres estão mais próximas dos mistérios da concepção da vida – a eletricidade e as máquinas cedem ao paradigma orgânico. A recriação feminista de “(Re) Nascer” vai muito além do mito do cientista louco – quando uma patologista de um necrotério e uma enfermeira obstétrica se unem para ressuscitar a pequena filha e mantê-la viva a partir de privilégios nada éticos do sistema hospitalar, cairão naquilo que se chamava de “instituição total” – tecnologia disciplinar para manter os corpos sob o controle de uma finalidade totalitária.

quinta-feira, janeiro 09, 2025

O ato em memória do 8/1 e o jogo perde-perde da comunicação


Por que no ano passado Lula vetou qualquer ato em memória aos 60 anos do golpe militar de 1964? E por que agora decidiu celebrar um ato em memória aos dois anos dos atos golpistas do 8/1? Com descida da rampa e tudo! Será que não quis melindrar a caserna que ainda acredita que o golpe foi a “revolução de 64”? O fato é que, para o Governo, o 8/1 virou uma bomba semiótica do “Sim!” – tem adesão fácil, principalmente da grande mídia que abduziu o campo progressista para a pauta da “Defesa da Democracia” – cujo filme “Ainda Estou Aqui” foi o toque emocional que faltava. Enquanto Lula coloca um marqueteiro na Secom para melhorar a “Comunicação”, mais uma vez confundindo o conceito com “propaganda”. A questão é que o governo caiu no ardil mídia/Faria Lima do jogo de perde-perde na comunicação: perde defendendo uma Democracia abstrata (Democracia para quem?) para, mais uma vez se desconectar do povão, às voltas com precarização e coachs religiosos-motivacionais; e perde aderindo a uma pauta da mídia corporativa, enquanto ela toca o terror fiscal para inviabilizar a esquerda para 2026. Opção? Pensar a comunicação para além da propaganda. Pensar na pauta anticíclica da Comunicação como Acontecimento.

terça-feira, janeiro 07, 2025

'Ainda Estou Aqui' e a cordial luta de classes brasileira


Estamos acostumados (eu diria “treinados”) a considerar um filme apenas pelo seu conteúdo, ignorando a linguagem, o contexto e as relações sociais e de classe que envolvem a fabricação do produto cultural. É a necessidade de termos o olhar materialista histórico, coisa fora da moda na atualidade. Mas é essencial para entendermos o filme “Ainda Estou Aqui” (2024), que guarda paradoxos e ironias que revelam como a cordialidade marca a luta de classes brasileira: de um lado, um cineasta herdeiro de um banqueiro fiador e beneficiário do golpe militar de 1964; e do outro, a Globo – golpista de primeira hora em 1964 e num momento em que, através da plataforma Globoplay, co-produtora do filme, tenta ir além da TV aberta, de olho no mercado internacional. O campo progressista celebra o filme. Por supostamente proporcionar a oportunidade de contar a história da ditadura. Mas porque uma Sony Pictures e outras distribuidoras internacionais se interessaram pelo filme e não por outros sobre o mesmo tema? A resposta está no contexto da luta de classes e da linguagem internacional-popular esperada pelas distribuidoras.

sábado, janeiro 04, 2025

O horror de 'Nosferatu': o que você faz se o Mal beijar a esposa melhor que o marido?


O que você faz se o Mal beijar a esposa melhor que o marido? Certamente serão colocados em xeque toda racionalidade científica, a moralidade e a religião. Pode parecer grosseiro e simplista, mas este parece ser o argumento central de “Nosferatu” (2024), refilmagem do cineasta Robert Eggers (“A Bruxa”, “O Farol”) do clássico mudo “Nosferatu – Uma Sinfonia do Horror”, de 1922. Ao contrário do original, Eggers vai além de um conto sobre um vampiro: mais do que entidade das trevas, Nosferatu é o Mal puro capaz de distorcer a própria realidade. “Nosferatu” concentra-se no erotismo macabro e numa sexualidade melancólica e crepuscular que vai “além dos oceanos do tempo”. A representação ontológica do Mal e sua perturbadora conexão com o Erótico, o Orgasmo e a Morte - o erotismo como a afirmação da vida que se estende até a morte.

quinta-feira, janeiro 02, 2025

Caso Natuza Nery e apropriação semiótica: como a Globo lucra com isso


O caso do ataque sofrido em supermercado pela “colonista” e apresentadora da Globo News, Natuza Nery, é exemplar por revelar, na prática, o efeito da estratégia de comunicação alt-right de apropriação semiótica. A crítica não só a Globo, mas ao monopólio midiático do país, sempre foi uma pauta da esquerda. Apropriada e com sinal invertido de forma paródica pela extrema-direita, virou o mote “Globo Lixo!”. Resultado: o campo sai em defesa do “jornalismo profissional” e a “liberdade de imprensa” contra o “fascismo”, não obstante a “colonista” ter semeado e colhido tempestade, junto com a emissora que deu visibilidade à lama psíquica do Brasil profundo. O campo progressista teme ser confundida com o bolsonarismo. Então, sai em defesa do jornalismo corporativo que faz terrorismo fiscal e prepara o fim da liberdade de expressão com o lobby contra o Marco Civil da Internet. Conscientemente a Globo joga seus jornalistas aos bolsonaristas-zumbis. O "Escândalo da Wikipedia", em 2016, foi o caso seminal, começando com Miriam Leitão e Carlos Sardenberg. E a Globo lucra com isso.  

segunda-feira, dezembro 30, 2024

Poder, Nietzsche e fast food no filme "Obediência"



O telefone toca e uma estressada gerente de uma lanchonete fast food ouve a voz de um policial avisando que uma atendente da loja roubou dinheiro de uma cliente que veio prestar queixa. Nas próximas horas ela cegamente obedecerá as ordens de um suposto policial ao telefone para além dos limites dos seus valores e consciência. Baseado num caso real absurdo e bizarro em uma lanchonete McDonald’s nos EUA, o filme “Obediência” (“Compliance”, 2012, disponível na Amazon Prime Video) narra como a tendência humana de ceder à autoridade leva a atitudes tão irracionais como os maiores crimes da História: nós apenas sempre “obedecemos ordens”. Se para Nietzsche a consciência é a principal fonte de enganos como o medo e o espírito gregário, “Obediência” politiza esse insight do pensador alemão: as organizações sociais e corporativas verticalizadas nos tornam ainda mais vulneráveis. Mais uma sugestão do nosso indefectível leitor Felipe Resende.  

domingo, dezembro 29, 2024

Ninguém vai nos salvar na comédia geopolítica 'Rumours'


Rumours” (2024) é uma sátira geopolítica extremamente engraçada da imaginação fértil do cineasta cult Guy Maddin – o equivalente canadense das elocubrações surrealistas do norte-americano David Lynch. Um cérebro do tamanho de um Volkswagen Beetle no meio de uma floresta, um chatbot projetado para prender pedófilos e cadáveres mumificados da Idade do Ferro que viram zumbis onanistas. Tudo isso atormentará uma reunião de cúpula do G7, realizada em um castelo em algum lugar remoto na Alemanha, liderado por Cate Blanchett, fazendo um avatar de Angela Merkel. Estão redigindo uma declaração conjunta sobre uma crise global indeterminada. Acabam sendo esquecidos lá e ficam isolados. Terão que lutar pela própria sobrevivência. O mundo os esqueceu porque sabe que ninguém irá nos salvar. 

sábado, dezembro 28, 2024

Governo confunde comunicação com propaganda. Mídia e Faria Lima apostam nisso!


Por que, não mais que de repente, os “colonistas” do jornalismo corporativo resolveram dar pitacos sobre a comunicação do Governo? Cinicamente até admitem os bem-feitos de Lula na área econômica. Mas, segundo eles, Lula não está conseguindo transmitir para o povo e o mercado. Qual o ardil dessa súbita preocupação? A resposta está no costumeiro comportamento reativo do Governo e do PT: colocar um marqueteiro na Secom. Reativamente, confunde comunicação com propaganda. Dentro da atual arapuca de ataques especulativos da Faria Lima, a questão não é mais a excelência da informação transmitida à sociedade. Os recentes sincericídios da economista Zeina Latif e do banqueiro André Esteves revelam o ardil mídia-Faria Lima: fazer o governo continuar a confundir comunicação com propaganda, enquanto eles operam a comunicação no verdadeiro patamar epistemológico dessa ciência – a comunicação como acontecimento, que cria uma pauta ou agenda autorrealizável na qual o Governo está prisioneiro. Nesse momento, o Governo deve pensar a comunicação interdisciplinarmente.

quinta-feira, dezembro 26, 2024

Tom Hanks vira o Forrest Gump da Era Trump no filme 'Aqui'


Robert Zemeckis, o artífice de filmes emblemáticos como “De Volta Para o Futuro” e “Forrest Gump: O Contador de Histórias”, parecia ter nesse século perdido o talento, restrito a remakes como “Convenção das Bruxas” e “Pinóquio”. Em “Aqui” (Here, 2024), Zemeckis quer retornar à relevância perdida. Dessa vez, criando uma espécie de Forrest Gump na “nova” Era Trump com o espírito do futuro do pretérito da Era Reagan em “De Volta Para o Futuro”: o futuro baseado na nostalgia do resgate dos valores que fizeram uma América idílica que jamais existiu. E a presença obrigatória do “all american boy” Tom Hanks, sempre requisitado para esse papel. A presunção do filme é colocar a câmera em um lugar fixo para ilustrar todos os eventos que ocorreram numa sala de estar ao longo da história, usando quadros dentro do quadro para fazer a transição de um ponto no tempo para o outro. Hanks resgata os valores supostamente mais caros para a América, refletindo o novo/velho projeto de fazer a América grande, voltando para o passado. Hanks agora é o Forrest Gump da Era Trump.

sábado, dezembro 21, 2024

Kenny Loggins e rock sapatênis; muito além do 'Não Vai Ter Anistia!': o golpe real da Faria Lima; por que Biden e Kamala cancelaram o Natal?


Enquanto Campos Neto toca o terror e a Faria Lima opera o mercado para dar um golpe REAL no governo, a esquerda está preocupada com o SIMULACRO de golpe que dá clickbaits e adesão: “Não Vai Ter Anistia!” é a palavra de ordem diversionista. Esse é um dos assuntos da última live do ano, a Live Cinegnose 360 #187, nesse domingo (22/12), às 18h, no YouTube e Facebook. A última live começa com Kenny Loggins: soft rock, a história do rock com sapatênis. Depois temo dois filmes para discutirmos: “Sanguessugas: Uma Comédia Marxista Sobre Vampiros” e “Herege”: Cibernética, religião e controle. Na sessão dos livros, duas indicações para as férias. E na Crítica Midiática: Primeira Cena – o simulacro de golpe: a bolsonarista que levou coroa de flores para Lula e o “efeito fliperama”; Segunda Cena – o golpe real: Daniela Mercury e Zeina Latif revelam; o estranho vídeo de Lula com Galípolo e Haddad; Pesquisas: maioria dos jovens quer empreender e cresce apoio a ditadura – rumo a 2026; por que “Sleep” Biden e “Axé” Kamala cancelaram o Natal e retornar com urgência à Casa Branca? Grande mídia oculta real significado do atropelamento em massa na Alemanha e mísseis hipersônicos caindo em Kiev. 

sexta-feira, dezembro 20, 2024

Cibernética e a religião do controle no filme 'Herege'


Cada religião reivindica ter o verdadeiro caminho para Deus e a Salvação. Então, qual a religião verdadeira? E se nenhuma for verdadeira? Porque ao longo da História apenas replicaram uma narrativa original, cujo sentido verdadeiro foi se diluindo ao longo do tempo. E o Sr. Reed quer provar isso através de um jogo mental e mortal com duas cobaias: uma dupla de jovens missionárias mórmons. Barnes e Paxton parece que escolheram a pessoa errada para catequizar. Uma casa se transforma num experimento comportamental sobre crença, fé e controle. Sr. Reed quer descobrir nesse experimento perverso qual a verdadeira religião. Ecos de Norbert Wiener, o pai da Cibernética: a Teologia será substituída pela Teleologia, a fé pelo controle.

terça-feira, dezembro 17, 2024

Guerra dos Mundos em New Jersey; os "drovnis" Selic e dólar; Síndrome de Estocolmo de Lula no Fantástico; Mourão: "foi um golpe tabajara"


New Jersey está repetindo como farsa o pânico da transmissão de Guerra dos Mundos de 1938? Lá foi com o rádio; agora as redes sociais? Mas se lá nos EUA eles têm “drovnis” para aterrorizá-los, aqui temos a disparada dos juros e dos dólares, tão alto e velozes quanto os ovnis de New Jersey. Venha discutir esses e outros temas na Live Extra Cinegnose 360 #80, nessa quarta-feira (18/12), às 18h, no YouTube e Facebook. Depois de uma sessão das trepidantes Conversas Aleatórias, a indispensável Crítica Midiática: Guerra dos Mundos em New Jersey? Os ovnis da Guerra Fria 2.0; Globo News dá a ideia de esticar o julgamento do Golpe até 2026; Globo, a fábula do escorpião e a Síndrome de Estocolmo de Lula no Fantástico; Enxugando gelo: Selic sobe e dólar dispara; Mourão admite, mas ninguém entende: “foi um golpe tabajara”; Braga Netto: por que grande mídia não quer saber das ligações perigosas com o caso Marielle Franco? E outras bombinhas semióticas para terminar! 

A burguesia quer sangue em 'Sanguessugas: Uma Comédia Marxista Sobre Vampiros'


Assim como muitos escritores do século XIX, Karl Marx também foi impactado pela literatura gótica sobre vampiros e monstros. Por isso, a melhor metáfora do Capitalismo está em “O Capital”: um vampiro que suga o trabalho vivo para acumular o resultado do trabalho morto (o lucro) por toda a eternidade. Então, por que não transformar essa metáfora em uma alegoria? É o que faz o filme alemão “Sanguessugas: Uma Comédia Marxista Sobre Vampiros” (Blutsauger, 2022), em exibição na MUBI. Um falso barão foge da Rússia de Stálin e chega numa cidade da costa alemã, com um único propósito: encontrar um navio que o leve a Hollywood para tentar a sorte no cinema. Mas tudo o que consegue é conhecer uma elite de vampiros burgueses que sugam o sangue dos moradores, mas que põem a culpa das mordidas em pulgas... judias, chinesas etc. Vampiros que, também, adoram cinema.

sábado, dezembro 14, 2024

Steve Hackett: rock prog e tarot; o spin-off Braga Netto; a cilada Bolsa Família vs. Bets; por que banqueiros debocham da esquerda?


Esse final de ano não está para Papai Noel – Rússia orienta seus cidadãos a não viajarem para EUA, Canadá e União Europeia porque a relação do país com o mundo está “à beira da ruptura”... enquanto aqui, os mísseis estão apontados para 2026: “choque de juros” e dólar dispara com vídeo de Lula andando no hospital... para entender tudo isso, acontece a Live Cinegnose 360 #186, nesse domingo (15/12), às 18h, no YouTube e Facebook. Começando com a guitarra de Steve Hackett: rock prog, tarot e esoterismo; os filmes “Noite Infeliz” (a economia e a antropologia do Papai Noel) e “Conclave” (a máquina semiótica do Vaticano para ocultar o demasiado humano). Na sessão dos livros, o paradoxo da comunicação. E na Crítica Midiática: Mais um spin-off do 8/1: Braga Netto preso... no Comando Militar Leste, o centro do golpe; Juros e dólar: os mísseis semióticos para inviabilizar Lula 2026; Bolsa Família e Bets: mais uma armadilha em que cai o Governo; o jogo de cena alt-right: STF decide manter Xandão como relator; por que nos bastidores banqueiros debocham da esquerda? Turistas russos: go home!

sexta-feira, dezembro 13, 2024

A máquina semiótica que oculta o demasiado humano em 'Conclave'


Um dos eventos mais antigos e secretos do mundo: a reunião do Colégio de Cardeais trancada e incomunicável  com o mundo exterior na Capela Sistina, para a escolha do novo Papa. É o Conclave, um evento que acende a imaginação sobre o que ocorre por trás dos muros da pequena cidade-estado do Vaticano – uma instituição total profundamente hierárquica, inimaginavelmente rica com códigos de conduta rígidos e poder tremendo. Dan Brown imaginou conspirações ocultistas em “O Código Da Vinci”. Enquanto “Conclave” (2024) coloca a questão em termos mais prosaicos: como um grupo tão demasiado humano (ambição, luxúria, inveja etc.) pode escolher o Sumo Pontífice que será o suposto representante de Deus na Terra?  Para ocultar esse paradoxo, a Igreja criou uma máquina semiótica de intrincados símbolos, liturgias e mistérios teológicos.

quinta-feira, dezembro 12, 2024

O espírito do Natal é duro de matar em 'Noite Infeliz'


Esses são os filmes que fazem a síntese do que chamamos “espírito do Natal”: as reprises de “Esqueceram de Mim” e as inúmeras adaptações da obra de Charles Dickens “Christmas Carol”. O Mal tentando invadir o lar e o Natal como oportunidade para fazermos uma reforma íntima moral. E tudo isso costurado pela figura aparentemente a-histórica do Papai Noel. O filme “Noite Infeliz” (Violent Night, 2022) junta tudo isso, acrescentando referência ao clássico “Duro de Matar” – um grupo de mercenários ataca a mansão de uma família rica justamente quando Papai Noel está entregando presentes. Ele terá que agir para salvar a noite de Natal – com uma marreta nas mãos. Aproximar a figura do bom velhinho da comédia “gore” talvez seja a coisa mais verdadeira do Natal: Papai Noel é descendente de uma longa linha de soturnos, sujos e peludos deuses remanescentes da era pré-cristã.

terça-feira, dezembro 10, 2024

Lula no Sírio-Libanês: Faria Lima e Globo esfregam as mãos; André Esteves dá lição para esquerda; Baba Vanga, Síria e Terceira Guerra Mundial


Lula internado uma semana no indefectível Hospital Sírio-Libanês... na semana decisiva do pacote de cortes de gastos no Congresso... pacote execrado pelos Edward Mãos de Tesoura da Faria Lima e pelo rentismo da Globo... enquanto as redes de extrema-direita se assanham e pedem para o vice Alckmin ir para o “aquecimento”... HOW CONVEEEENIENT! Wishfull thinking da Faria Lima? Trabalho feito? Esse é um dos assuntos da Live Extra Cinegnose 360 #79, nessa quarta-feira (11/12), às 18h, no YouTube e Facebook. Que começa com as Conversas Aleatórias e continua na Crítica Midiática: Roteiro dos “colonistas”: Mídia vai aumentando a gravidade da saúde de Lula ao longo do dia; uma lição - banqueiro André Esteves debocha da esquerda nas privatizações; por que Globo pauta o suposto problema da comunicação do PT? Da mulher da janela do avião a Alysson Mascaro: a cultura do cancelamento; Síria e CNN: como transformar um terrorista da Al Qaeda em “herói moderado”; Baba Vanga, a Nostradamus dos Balcãs previu em 1996: a queda da Síria será o início da Terceira Guerra Mundial... e outras bombinhas sincromísticas.

sábado, dezembro 07, 2024

'Chicago': o rock 'WASP'; Mídia e Faria Lima tentam limpar Tarcísio mais branco; STF deixa migalhas de pão no inquérito do golpe tabajara?


Tarcísio “Moderado Bandeirante-Frankenstein” de Freitas já pagou seu “ticket to ride” (com as privatizações a fórceps) para a Faria Lima escolhê-lo como a esperança branca de 2026. Mas... ele não deixa velhos hábitos: uma saia justa para grande mídia e a Banca. Entrando no clima das festas, mas com a pauta ainda pesada, nesse domingo (08/12) acontece a Live Cinegnose 360 #185, às 18h, no YouTube e Facebook. Que começa com a banda “Chicago”: o rock norte-americano “WASP”. Depois, temos dois filmes: “Sorria 2” (a cultura das celebridades é o melhor lugar para a viralização do Mal) e “South Land Tales” (um filme profético e fora da curva). Na sessão dos livros, mais Freud com o Mal-estar na Civilização. E na Crítica Midiática: Por que grande mídia transformou AGORA a violência histórica da PM de SP numa suíte jornalística? “Papagaios” de Ricardo Nunes só AGORA são revelados... Por quê? Por que Bolsonaro não sai das manchetes? Lula dá Comenda da Ordem do Cruzeiro do Sul a Mujica: resposta às Forças Armadas? Alysson Mascaro, Silvio Almeida, Jorge Boaventura... a Indústria do Cancelamento; STF quer deixar propositalmente migalhas de pão de brechas jurídicas pelo caminho no inquérito do golpe tabajara?

sexta-feira, dezembro 06, 2024

O futuro fora da curva no profético filme 'Southland Tales'


A matéria-prima da ficção científica é o futuro. Portanto, se olharmos para o sci-fi do passado, encontramos três tipos de futuros: o retro-futurismo, o distópico e o hipo-utópico. Mas “Southland Tales – O Fim do Mundo” (Southland Tales, 2006), de Richard Kelly (Donnie Darko) é definitivamente um ponto fora da curva que acabou jogando o diretor ao ostracismo. Principalmente depois das vaias no Festival de Cannes. Dezoito anos depois, o filme revela ser assustadoramente profético: nova guerra fria e a escalada da ameaça nuclear; tecnologias supostamente limpas, mas que estão igualmente destruindo o planeta; a destruição da democracia liberal pela polarização alt-right através da viralização da cultura influencer-empreendedora-coach etc. Numa época em que as mídias sociais estavam engatinhando. Tão profético que até parece que o diretor Richard Kelly tinha conhecimento de algum tipo de agenda geopolítica secreta. 

terça-feira, dezembro 03, 2024

'Sorria 2': a cultura das celebridades é o melhor lugar da viralização do Mal


Enquanto o filme anterior tomava o transtorno mental em veículo para uma entidade sobrenatural parasitária que vive da energia dos traumas, em “Sorria 2” (Smile 2, 2024) o Mal encontra a sua melhor performance na cultura das celebridades influencers, mais precisamente através do veículo dos traumas psíquicos de uma cantora pop. Ela está tentando retornar depois do inferno de drogas e depressão – o roteiro clássico fama. Mas não temos mais o Mal e nem a cultura da celebridade do século XX, mas o Mal viral, infeccioso e exponencial. Assim como os memes nas redes sociais. O Mal não precisa mais ser convidado para entrar, ele simplesmente infecta.

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