sexta-feira, novembro 11, 2022

Paralelo ao Governo de Transição, PMiG deixa no modo de espera Exército Psíquico de Reserva


Todos sabem que não haverá golpe. Para o PMiG (Partido Militar Golpista) já é página virada e para a grande mídia foi a “festa da democracia”. Todos sabem... menos os fanáticos enrolados na bandeira nacional chorando e orando em voz alta diante de quartéis pelo país. Outros, tentam bloquear estradas, como fanáticos milenaristas à espera da salvação. Porém os “apitos de cachorro” dizem o contrário, elevando o moral da patuleia. Porque eles têm que ser mantidos em “stand by”: é o Exército Psíquico de Reserva. No passado, estava na Deep Web. Agora, dá as caras à luz do dia, com apoio logístico empresarial. Entrarão em “hibernação”, no modo de espera. Para serem novamente acionados por cripto-comandos em futuras guerras híbridas. Que parecem não estar muito distantes, depois do fim da lua de mel após o inflamado discurso de Lula no Governo de Transição.

Desde o primeiro dia do atual governo que termina, a cada bravata com jornalistas, a cada postagem nas redes sociais e a cada final de semana em que se juntava a turbas que jogavam rojões contra o STF, o atual “pato manco” do Palácio do Planalto performava o script da “tensão entre os poderes”, da “corda que esticava”, “manifesto do apocalipse” e outras tantas expressões ameaçadoras. Ou seja, de que a qualquer momento, o chefe do Executivo poderia, junto com a cúpula das Forças Armadas, desfechar um golpe de Estado com “um soldado e um cabo”.

Deliberadamente, Bolsonaro e as FFAA realizavam semanalmente a coreografia da suposta proximidade de um golpe militar “old school”, com Congresso fechado e tanques e soldados nas ruas. 

Como este Cinegnose sempre observou em todos esses anos, uma ação coreografada com quatro objetivos: (a) alimentar o moral das turbas verde-amarelas das ruas, apoio ideológico ao “mito”; (b) criar paralisia estratégica da esquerda; (c) apagar as digitais do golpe militar híbrido que já tinha ocorrido, resultando num governo de ocupação militar e aparelhamento das instituições do Estado (como bem observamos na ação da PRF, bloqueando eleitores de Lula nas estradas do Nordeste); (d) com o blefe da “tensão entre os poderes”, acovardar STF e STE que acompanharam, passivos, Bolsonaro atropelar a legislação eleitoral ao utilizar eleitoralmente a máquina do Estado.

Com o objetivo (d), foi alcançado o principal objetivo, não só de Bolsonaro e PMiG (Partido Militar Golpista), mas também da mídia hegemônica: NÃO permitir a vitória de Lula no primeiro turno para arrastá-lo a duas consequências: (1) perder capital político, (2) desidratar o PT, obrigando Lula a se transformar numa espécie de guarda-chuva sob o qual  tentariam se acomodar diversas alianças – e para a grande mídia, a possibilidade da chantagem permanente como porta-voz dos operadores de mesa da Faria Lima.

 Com o objetivo (c), deixa uma casca de banana ou um abacaxi (dependendo do desfecho): desaparelhar e desmilitarizar as instituições do Estado – o que, mais uma vez, apaga as digitais do golpe militar híbrido, podendo reverter em desgaste político ou “melindres” para o governo Lula.



Com o objetivo (b), a paralisia estratégia da esquerda (que ainda continua com o medo de ainda haver possiblidade de golpe com as paralisações nas estradas, lockout de empresários bolsonaristas etc.) fez o PT ser docilmente conduzido ao desfecho de um movimento que já havia começado com o distanciamento dos movimentos sociais ao se transformar em Partido-Estado: enquadramento do antagonismo ao neoliberalismo e financismo – como visto após o discurso inflamado de Lula no governo de transição: policiamento da grande mídia e a chantagem da Bolsa e operadores cambiais.

Mas o que o governo Lula 3.0 deve estar bem atento, no aspecto político-comunicacional, é a continuidade das ações do PMiG para atingir o objetivo (a). 

Tudo começou com as 48 horas de silêncio do presidente derrotado. Quando apareceu, o seu discurso ambíguo sobre a legitimidades das “manifestações populares”. E, por fim, o também ambíguo relatório final do PMiG sobre as urnas eletrônicas: não apontaram fraude nessa eleição, mas, por outro lado, as urnas poderiam ser sujeitas a fraudes porque o teste d integridade “foi insuficiente”. Além dos generais dizerem que “não tiveram acesso ao sistema de controle de versões do código-fonte, o que inviabilizou, segundo eles, a comparação da versão do código que foi para as urnas com a versão analisada.



A divulgação do relatório foi deliberadamente usada para manter os manifestantes nas ruas e de fronte dos quartéis pedindo o golpe militar.

Num primeiro momento, os vídeos, imagens e relatos sobre essas manifestações provocam vergonha alheia pelo ridículo: tal como no Muro das Lamentações de Jerusalém, bolsomínios, com a bandeira brasileira como uma capa de super-herói nas costas, põem as mãos nas paredes, oram em voz alta ou ficam prostrados de joelhos nos muros de quartéis ou diante de igrejas; manifestantes marcham em “passo de ganso”, quem sabe tentando atrair a simpatia dos milicos dentro dos muros; muitos choram copiosamente.

Exército Psíquico de Reserva

Mas todos esses eventos como em Porto Alegre (Comando Militar Sul), São Paulo (Comando Militar Sudeste), Rio de Janeiro (Comando Militar Leste) ou a frota de 100 caminhões tentando fechar Brasília contam com uma notável infraestrutura: caminhões de som tocando hinos cívicos, faixas e cartazes com arte bem-acabada e padronizadas nas fontes e cores utilizadas, distribuição de água, banheiros químicos, comida e um eficiente sistema de provisionamento e abastecimento.

Só agora os ministros do TSE e STF falam em “indícios” de apoio de empresários – dentro da sua costumeira procrastinação e pusilanimidade – ver objetivo (d).

Porém, Bolsonaro e PMiG sabem que não haverá golpe e que tudo já é página virada – afinal, como vimos em postagem anterior, Joe Biden não quer mais golpes em seu quintal: na América Latina, os países não podem ser livres nem para dar golpe em si mesmos – clique aqui.

Todos sabem disso, menos a malta de fanáticos em verde-amarelo, bem alimentada e hidratada por empresários. Nesse momento esse é o objetivo principal do consórcio PMiG, grande mídia e operadores da Faria Lima: manter em atividade, ou com a chama da realidade paralela acesa, o Exército Psíquico de Reserva. Continuar sinalizando os apitos de cachorro: agora, acionado pelo clã Bolsonaro. No futuro, a grande mídia – como foi nos anos de jornalismo de guerra.




Por Exército Psíquico de Reserva entendemos como um exército de zumbis (aqui, o Brasil Profundo) que sempre está à disposição à espera de cripto-comandos ou a oferta de significantes políticos (slogans, líderes políticos, “mitos” etc.) para aglutinar ressentimento e ódio, matéria-prima da alt-right desde o laboratório do Brexit.

No passado, esse Exército Psíquico de Reserva era buscado na Deep Web em fóruns e chans a partir de cripto-comandos em videogames ou discursos político de extrema-direita: Incels (Celibatários Involuntários), Hominis Sanctus, PUA (Pick-up Artists) e uma variedade de grupelhos de compartilhavam pseudociência e teorias de conspiração alucinadas.

Com Trump, Bolsonaro e ascensão da extrema-direita internacional, esse exército saiu das sombras para dar a cara em plena luz do dia. Não é mais necessário mineração de Big Data para pescar nas águas turvas da WEB. Agora, às claras (com a procrastinação policial e judiciária), com infraestrutura bancada por empresários, esse exército transpôs a realidade paralela para as ruas.

O importante para as forças de reação é manter esse magma psíquico em stand by, para ser acionado a qualquer momento, quando a conjuntura política radicalizar e exigir.  Claro, com a permissão (ou apoio logístico) do Departamento de Estado dos EUA.

Lua de mel acabou

Desde os anos de jornalismo de guerra, o canal fechado de notícias GloboNews abandonou o jornalismo para fazer o mais descarado trabalho de lobby – virou caixa de ressonância com seus “colonistas”, aqueles que batem bumbo de acordo com o interesse de suas “fontes”.


"Colonistas" fazem lobby no CCBB


Pois o canal decidiu marcar sob pressão o entorno do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, local de trabalho dos grupos temáticos do Governo de Transição.

Esse é o modus operandi, desde as transmissões intimidatórias ao vivo dos julgamentos do Mensalão, Lava Jato, com a presença de repórteres e “colonistas” in loco como grupo de pressão.

Agora repete-se diante do CCBB: uma tenda armada como base logística para repórteres ficarem no entorno para “laçar” entrevistados para serem questionados sobre duas grandes obsessões que agora a grande mídia voltou a lembrar: reponsabilidade fiscal e teto de gastos – convenientemente esquecidas durante as estrepolias eleitoreiras orçamentárias de Bolsonaro. Afinal, ambos tinham um mesmo objetivo: levar Lula ao segundo turno.

Visivelmente, o objetivo da parafernália montada não é trazer informações “frescas” ao assinante: é repercutir a sua obsessão, cujo ápice veio após o discurso inflamado de Lula sobre “essa tal de responsabilidade fiscal” – “colonistas” ao vivo repercutindo o limiar do apocalipse na Bolsa e Faria Lima, arrastando entrevistados à tenda para serem inquiridos.

Basta um olhar superficial para perceber os primeiros ardis semióticos, prenúncio do que o governo Lula 3.0 deverá esperar para 2023.

Quando Alckmin aparece na tela, as ideias conotadoras são de “asserção”, “segurança”, “estabilidade”. Quanto a Lula é o oposto: “insegurança” (qual Lula governará?), “imprevisibilidade” (Lula não define nome de ministros) etc.

Para os “colonistas” Lula fez um “discurso eleitoral” (até chorou!), enquanto no final do dia Alckmin foi se encontrar com o presidente do senado, Rodrigo Pacheco, para “acalmar os mercados”.

Agora, a questão da grande mídia é “onde Lula achará dinheiro para cumprir promessas eleitorais”. Durante a campanha, a grande mídia dizia que eram “propostas” do líder do PT. Mas tudo parece ter mudado: agora trata de forma pejorativa como “promessas eleitorais”.

  

 

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