quarta-feira, dezembro 31, 2014

No quinto aniversário o blog deseja ao leitor um feliz 2015

Em dezembro o blog “Cinema Secreto: Cinegnose” completou o seu quinto ano de atividades. Agradecemos aos nossos leitores pelos comentários, críticas e constantes sugestões de filmes para serem analisados e pautas para serem abordadas. Graças ao estímulo dos nosso leitores o blog alcançou várias conquistas como ampliar parcerias com outros blogs e portais de notícias e desenvolver pesquisas científicas que resultaram em descobertas como: as cartografias e topografias da mente, adgnose, o fenômeno das bombas semióticas, sincromisticismo, parapolítica entre outras. Essa expansão física e de resultados do blog, impõe o desafio mais importante para o próximo ano – a busca da sustentabilidade financeira para manter o “Cinegnose” em atividade. O que nesse final de ano resultou no conflito com o Google AdSense por supostas “violações” e a tentativa de censura em nossos conteúdos. Um Feliz 2015 para nossos leitores, repleto de iluminações gnósticas!

(Na foto algumas personalidades e filmes que fazem a cabeça do "Cinegnose": Freud, Theodor Adorno, Jean Baudrillard, o diretor Stanley Kubrick e os filmes Matrix, Show de Truman, Lucy e The Machine)

Há 5 anos, no encerramento de uma disciplina da pós-graduação na ECA/USP, a professora Glória Kreinz indagou para mim: por que não faz um blog? Era o início da ideia do “Cinema Secreto: Cinegnose”.

Muito material de análise fílmica tinha ficado de fora da dissertação de Mestrado chamada Cinegnose – a recorrência de elementos gnósticos na atual produção cinematográfica norte-americana, pela própria limitação de espaço de uma pesquisa dessa natureza. Um blog seria o espaço perfeito para publicar as análise fílmicas de 20 filmes que fizeram parte do universo de pesquisa da dissertação. Mais tarde, a dissertação se transformaria no livro Cinegnose, publicado pela editora Livrus.


A popularização do Gnosticismo
pelo cinema hollywoodiano
Os dois primeiros anos do blog foram basicamente “doutrinários”: na análise de filmes fazer um inventário da recorrência de simbolismos gnósticos, místicos e esotéricos. E a busca do porquê produtores, diretores e roteiristas subitamente passaram a se interessar especificamente pela mitologia gnóstica.

Depois desse tempo, percebi que essa linha editorial “sobre Gnosticismo” fatalmente restringiria o debate para poucos iniciados ou diletantes sobre o tema. Um blog assim tão especializado iria, inclusive, contra a tendência atual do Gnosticismo no cinema de massas, nas animes japonesas e em elementos esparsos como nas animações como MAD TV ou até infantis como Pink Dink Doo do Discovery Kids – isto é, a popularização dos temas básicos do Gnosticismo.

Resultados das pesquisas do Cinegnose


Desde então, o Cinema Secreto: Cinegnose expandiu o seu universo para além dos filmes gnósticos ou temas filosóficos do Gnosticismo: passou também a construir um “olhar gnóstico” para a mídia, tendências culturais, jornalismo, publicidade e política.

Dentro desse esforço metodológico, as análise do blog acabaram aliando o Gnosticismo à Semiótica e Psicanálise, no que resultou em três séries de postagens que podem ser considerados três autênticos produtos originais do blog: o conceito de Adgnose no marketing e publicidade (que virou verbete no Dicionário da Comunicação da Paulus – veja abaixo), a série Cartografias e Topografias da Mente (uma das motivações do revival do Gnosticismo em Hollywood – projeto tecnognóstico que estaria subjacente a muitos filmes norte-americanos) e o que chamamos de bombas semióticas – a mais polêmica intervenção do blog no cenário político-eleitoral com análises do marketing político e da cobertura midiática das últimas eleições.

Cartografias e topografias da mente
no cinema
Aliás, a série sobre as bombas semióticas foi a responsável por violentos ataques a esse humilde blogueiro, que para alguns leitores passou a ser visto como “chapa branca”, “petista” (“petralha” é o termo mais exato), “comunista”, “bolivariano” ou “blogueiro sujo” – expressão que até no contexto certo vira elogio...). O clima das últimas eleições ficou pesado pela forte polarização Esquerda/Direita e certamente esse blog perdeu alguns leitores por um suposto posicionamento político pró-governo petista.

O leitor mais atento perceberá que a série das bombas semióticas sempre foi crítica para todos os lados.

Conquistas desse ano


Esse ano foi marcado por duas conquistas para as pesquisas do Cinema Secreto: Cinegnose – as transformação de conceitos do blog  em verbetes científicos dentro da área da ciência da comunicação e a ampliação das parcerias com outros blogs e portais de notícias.


Nesse ano foi reeditado o Dicionário da Comunicação pela editora Paulus, organizado pelo Prof. Dr. Ciro Marcondes Filho da ECA/USP. Esse humilde blogueiro fez propostas de verbetes baseados em temas resultantes das pesquisas do Cinema Secreto: Cinegnose, o que resultou na publicação dos seguintes conceitos: Adgnose, Agenda tecnocientífica, Cinegnose, Cinema Esquizo, Filme Gnóstico e Tecnognose – sobre isso clique aqui.

Com isso, as pesquisas sobre as confluências entre Gnosticismo, Cinema e Comunicação ganham o devido espaço dentro dos estudos científicos da área.

E também nesse ano, o blog firmou uma nova parceria com a Revista Fórum. Agora, ao lado do Luis Nassif OnLine, do Jornal GGN e da Carta Potiguar, também a Revista Fórum online está publicando conteúdos do Cinegnose.

Google AdSense censura o blog


Também nesse ano foi tomada a primeira medida de monetização, há muito tempo adiada... parecia até que pressentia algo.

Com a expansão do blog nesses últimos dois anos e o aumento do tempo de dedicação desse humilde blogueiro ao Cinegnose, a questão  da monetização do blog passou a entrar na ordem do dia. Positivamente, o Cinegnose deixava de ser um espaço de puro diletantismo ou hobby para se tornar uma mídia séria e profissional. Mas isso exige, pelo menos, que as horas-máquina do editor sejam remuneradas.

A primeira alternativa foi o Google AdSense, com a inserção de anúncios no blog. Como denunciamos em postagem anterior, depois de seis meses de anúncios no Cinegnose, eis que o Google começa enviar e-mails comunicando que o blog havia sido acusado, julgado e executado (os anúncios foram retirados sem qualquer aviso prévio) alegando que violamos as “diretrizes do programa” por disseminação de conteúdos “chocantes” de “violência”, “pornografia”, “sangue” e “atitudes repulsivas”. Pelo menos é o que disseram os robôs e scripts do Google AdSense – sobre isso clique aqui.

Diante de uma acusação tão bizarra quanto arbitrária, o Cinema Secreto: Cinegnose tem como objetivos para 2015 as seguintes medidas:

(a)Migrar para a plataforma do Wordpress;
(b)Registrar um nome de domínio próprio;
(c)Buscar outras formas de remuneração que garantam a permanência do blog – programas alternativo ao Google AdSense, crowdfunding, patrocínio ou donativos.

O “olhar gnóstico” do blog


Esse “olhar gnóstico” para os fenômenos midiáticos, culturais e políticos talvez tenha sido o grande resultado nesses cinco anos de atividades do Cinegnose. Esta metodologia poderia ser sintetizada através de quatro princípios básicos:

1 – Diferença entre análise ontológica e moralista – Toda análise moralista pretende combater os excessos do mal, mas não eliminar a causa. Parte do princípio de que esses excessos se originam em comportamentos e motivações corrompidas puramente individuais. Diferente disso, uma análise ontológica vai à radicalidade ao ver o mal não nos excessos, mas na própria estrutura que confina os indivíduos. Ao contrário das religiões que veem o Mal no pecado de uma condição humana decadente, o Gnosticismo vê o Mal no próprio cosmos físico criado por um Demiurgo que propositalmente corrompe o homem através da sedução pelas ilusões. Exemplos de postagem que trabalharam com esse princípio: “A ilusão do discurso da ética”; “Filme Margin Call despolitiza crise financeira”.

2 – Princípio dos eventos irônicos – Há uma ironia na estrutura desse cosmos físico em que vivemos: nele encontram-se inconciliáveis e, ao mesmo tempo, inseparáveis, o Bem e o Mal. Dessa forma, para cada ato bom produz-se um efeito perverso: a produção reverte-se em destruição, a paz produz a guerra, a realidade a ilusão, e assim por diante. Um princípio irônico que tornaria todos eventos sociais, políticos e econômicos simulações de fatos com um lastro real, funcional e racional. Como afirma Baudrillard, seriam simulacros dotados de uma “reversibilidade simbólica”.  Sob a aparência da racionalidade e funcionalidade das instituições (dinheiro, Poder, Razão etc.) esconde-se uma perversa e irônica inversão que reduziria tudo em inutilidade, destruição e desperdício. Exemplos de postagem que trabalharam com esse princípio: “Réquiem para um esporte no museu do futebol”; “Fórmula 1: a transparência do mal transmitida ao vivo”; “O ceticismo gnóstico de Jean Baudrillard”.

3 – Princípio sincromístico - A hipótese sincromística baseia-se em três conceitos: formas-pensamento, arquétipos e sincronicidade. Haveria um texto invisível no Universo, conexões significativas entre eventos que, vistos superficialmente, parecem ter causalidade dispare. Na verdade os eventos estariam imersos em uma rede formada pelo inconsciente coletivo cuja dinâmica é baseada nas chamadas formas-pensamento e arquétipos. O pensamento atuante seria capaz de gerar uma forma em um campo etérico ou astral. Quando combinadas com emoções interiores elas tenderiam a se potencializar. Dessa forma produtos da indústria do entretenimento (personagens, filmes, ideias etc.) podem ganhar força ao se sintonizar com arquétipos ou formas-pensamento do inconsciente coletivo e dessa maneira criar eventos como terrorismo, serial-killers, Exemplos de postagens que trabalharam com esse princípio: “O Coringa e o massacre do Colorado”; “Efeito copycat, violência e sincromisticismo”.


4 – Princípio do sintoma – Filmes e produtos audiovisuais não seriam meros produtos de entretenimento, mas documentos vivos do imaginário coletivo e sintomas do mal estar dos indivíduos em determinada época. A indústria do entretenimento teria criado três tipos de personagens (verdadeiros arquétipos contemporâneos) que são sintomas da forma como o indivíduo lidaria com o seu mal estar cotidiano: o Viajante, o Detetive e o Estrangeiro. O chamado “cinema esquizo” e filmes de terror e fantástico seriam veículos privilegiados desse sintoma coletivo. Exemplos de postagem que trabalharam com esse princípio: “Somos todos viajantes, detetives e estrangeiros”; “Uma história do cinema esquizo”; “Filme Capricórnio Um: o pai de todas as conspirações”.

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