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quarta-feira, julho 27, 2016

Mídia faz cortina de fumaça com debate "Escola Sem Partido"


Doze anos depois do surgimento da proposta do “Escola Sem Partido”, o Senado lançou agora um projeto de lei para incluir essa ideia nas diretrizes e bases da educação nacional. A grande mídia deu espaço a essa notícia e tanto Esquerda quanto Direita morderam a isca e se engalfinharam: mordaça para os professores? Retrocesso na educação? Impedir que a esquerda doutrine alunos aproveitando-se da audiência cativa? Por que só agora o projeto ganha expressão política e midiática? O debate coincide com o momento da oligopolização do ensino por grupos educacionais estrangeiros (turbinados por fundos de investimentos) e nacionais que não visam apenas a mercantilização, mas a própria industrialização do ensino. A polêmica midiática do “Escola Sem Partido” parece ser uma cortina de fumaça para esconder um projeto industrial muito mais amplo com a importação de novas metodologias educacionais (“ativas”, “educação por competências”) tomadas como um fim em si mesmas onde o próprio professor desaparecerá junto com o seu ofício. Talvez no futuro nem mais exista professor para ser amordaçado.

domingo, julho 03, 2016

Os novos demiurgos do ensino superior e o materialismo histórico


“Nem parece que estou dando aula”, ouvi certa vez de uma professora entusiasmada com uma nova metodologia de ensino cada vez mais comum em universidades adquiridas por grupos turbinados por fundos internacionais de investimento. Lembra o slogan daquele banco comprado pelo Itaú, “nem parece banco”.  Hoje, a financeirização descobriu o ensino superior e trouxe a racionalidade capitalista para um setor onde o ofício do professor era um entrave na linha de produção moderna por ser ainda um antigo resquício escolástico. Dos antigos donos de faculdades  “boca de metro” pulamos para os “global players”, os novos demiurgos. Repete-se a lógica industrial prevista pelo velho materialismo histórico de Marx: trabalho complexo deve ser convertido em trabalho simples, transformando o professor num profissional destituído do seu ofício. Mas para que isso torne-se uma fatalidade natural da vida é necessário um discurso imaginário:  a ilusão (o fetiche do título e publicações), a ideologia (a meritocracia) e uma retórica - a “metodologia ativa”. Talvez a metáfora daquela professora seja mais literal do que ela imaginava...

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