“Não é motivo para pânico”, afirma a infectologista, enquanto o efeito de cenário virtual mostra dois gigantescos modelos 3D do novo coronavírus girando no estúdio, como se ameaçassem jornalista e entrevistados. Esse flagrante no Fantástico da Globo é o padrão recorrente da atual cobertura da ameaça de pandemia: a presunção da catástrofe induzida por uma narrativa ambígua que gera confusão e medo. Igual as chamadas “fake news”, o álibi da grande mídia para se livrar de qualquer suspeita. Por que essa ambiguidade deliberada? Quem está ganhando? Talvez a resposta esteja lá em outubro de 2019, no “Event 201 - A Global Pandemic Exercise” realizado no Johns Hopkins Center for Health Security, Baltimore. DOIS MESES ANTES da atual crise, o evento realizou uma simulação cuidadosamente projetada de uma possível epidemia de coronavírus, então chamado de “nCoV-2019” – muito próximo do acrônimo atual. Seguindo o mesmo “modus operandi” dos supostos atentados terroristas na Europa e EUA dos últimos anos, sempre antecipados por exercícios de simulação.
O grande álibi do jornalismo é a notícia. A descrição que ele faz de si mesmo é a de um vigilante da verdade, das informações fidedignas que só fortaleceriam os valores democráticos, da liberdade e da cidadania.
Como mais um produto à venda no mercado, esse é o rótulo estampado em cada notícia colocada na vitrine das primeiras páginas e escaladas dos telejornais.
Mas há muito mais por trás desse álibi-rótulo: a notícia é resultante de um grande volume de dados por meio de diversos processos: classificar, priorizar, hierarquizar, incluir, excluir, adaptar, expor etc. São processos tecnicamente chamados de edição.
Mas o trabalho também consiste na transliteração: adequação da linguagem para que o leitor/espectador leigo compreenda assuntos complexos em termos simples. É aqui que a notícia passa do campo da informação para o da percepção. Do campo da linguística para o campo semiótico.
Disso decorre o seguinte: se há edição, há uma intencionalidade. Combinada com uma determinada retórica ou estética da notícia, temos, portanto, uma bomba semiótica – a arbitrária moldagem da percepção do público no sentido daquilo que interessa o chamado “aquário” das redações num movimento de correia de transmissão com os interesses corporativos, políticos e econômicos.
Isso cria situações contraditórias, ambíguas: muitas vezes o rótulo diz uma coisa e a estética da edição diz outra. O que resulta numa outra questão: qual é a intencionalidade? Ou tudo é apenas o resultado dessa contradição inerente à produção de notícias?
A atual cobertura extensiva da grande mídia sobre a ameaça de uma pandemia do novo coronavírus vem revelando essa ambiguidade que transformam as notícias em verdadeiras bombas semióticas: a retórica e estética moldam a percepção das notícias, muitas vezes num sentido contrário do que elas pretendem informar.
“Não há motivo para pânico!”
Se não, vejamos. Como não poderia deixar de ser, a última edição do Fantástico da Globo (01/03/2020) deu destaque ao novo coronavírus. Dois infectologistas foram recebidos no estúdio do programa para serem entrevistados pela jornalista Sonia Bridi.
“Não é motivo para pânico”, diz logo de cara a infectologista Mirian Dalben do Hospital Sírio Libanês. Esse era o tom da entrevista: não confiar nas fake news que só produzem pânico e confusão.
Mas... espere um momento! O que são aquelas duas estruturas 3D gigantescas num tosco cenário virtual girando no estúdio, inseridas ameaçadoramente entre a jornalista e os entrevistados? Algo parecido com aqueles assustadores monstros disformes dos filmes de terror sci-fi B japoneses e americanos dos anos 1950 – “A Bolha Assassina”, o Monstro da Bomba H” etc.
A notícia é: não vamos entrar em pânico, isso é tudo fake news! Mas a transliteração da notícia cria outra percepção: a da assustadora ameaça de duas gigantescas estruturas 3D que emulam o coronavírus, girando dentro do estúdio... Onde estão as fake news?
Ou ainda no infográfico do telejornal Bom Dia Brasil (04/03/2020) da mesma emissora no qual mostra os 29 países monitorados pelo Ministério da Saúde e, mais uma vez, com um modelo 3D gigantesco do COVID-19, como se ameaçasse o mapa-múndi ao seu lado.
Em seguida, mais advertências contra as fake news, que apenas criariam “pânico e confusão”.
Em toda a cobertura da grande mídia parece haver uma ambiguidade intencional para criar um rendimento semiótico bem definido: medo e insegurança. Camadas de retórica visual embrulham a notícia, colocando a informação no campo das bombas semióticas: a intencionalidade não é informar, mas moldar a percepção a partir da contradição entre forma e conteúdo, notícia e estética, informação e percepção.
Daí a insistente necessidade da grande mídia diferenciar o produto do jornalismo corporativo das “fake news”: criar um suposto selo de qualidade, porque, no final, elas não são lá muito diferentes das notícias falsas, com seus cenários virtuais e infográficos deliberadamente toscos.
Pandemia falsa?
Portanto, qual é a intencionalidade por trás dessas bombas semióticas? Por que esse sensacionalismo ambíguo da grande mídia na cobertura do COVID-19?
Para o professor emérito de Economia da Universidade de Ottawa (e fundador e diretor do Centro de Pesquisas sobre Globalização – CRG), Michel Chossudovsky, há uma série de evidências de que a ameaça da pandemia do coronavírus é falsa, com um objetivo bem definido: desestabilização econômico, social e geopolítica global.
Na superfície, deliberada campanha contra a China para criar uma onda de sentimentos racistas contra a etnia chinesa (e mesmo oriental, como demonstram notícias sobre atos racistas contra coreanos em Londres).
Mas para Chossudovsky, essa é apenas a superfície da questão – alimentar o preconceito é a motivação da psicologia de massas para legitimar outras agendas: a financeira e a geopolítica.
Em seu artigo “COVID-19: A Fake Pandemic? Who’s Behind It? Global Economic, Social and Geopolitical Desastabilization” (clique aqui), Chossudovsky começa “triturando” os números:
A população mundial é da ordem de 7,8 bilhões.A população da China é da ordem de 1,4 bilhões.A população mundial menos a China é da ordem de 6,4 bilhões.4691 casos confirmados e 67 mortes relatadas (fora da China) de uma população de 6,4 bilhões não constituem uma pandemia. 4691/6.400.000.000 = 0,00000073 = 0,000073%64 casos nos EUA, com uma população de aproximadamente 330 milhões, não são uma pandemia. (Dados de 28 de fevereiro): 64 / 330.000.000 = 0,00000019 = 0,000019%
Segundo o pesquisador, enquanto isso os mais recentes dados da vigilância do Fluview dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA relatam que em 18 de janeiro de 2020 houve 15 milhões de casos de gripe, 140 mil hospitalizações e 8.200 mortes nessa temporada do influenza.
“Cerca de 84.000 pessoas em pelo menos 56 países foram infectadas e cerca de 2.900 morreram", diz o New York Times. Mas o que não é mencionado é que 98% desses casos de infecção estão na China Continental. Existem menos de 5000 casos confirmados fora da China. (OMS, 28 de fevereiro de 2020).
Michel Chossudovsky |
Por que a propaganda?
“Então, por que a propaganda?”, pergunta-se o autor. Haveria uma “outra dimensão” nessa desinformação da grande mídia.
Além da evidência de fazer parte da estratégia geopolítica dos EUA na guerra econômica contra a China (apesar dos EUA dependerem fortemente das importações chinesas), há o interesse do cassino da banca financeira de Wall Street.
Segundo relatos, cerca de US $ 6 trilhões foram varridos do valor das bolsas de valores em todo o mundo. O declínio nos valores do mercado de ações até agora é da ordem de "15% ou mais".
Ocorreram perdas maciças de poupança pessoal (por exemplo, da média de americanos), sem mencionar falhas corporativas e falências.
Mas em tudo isso, quem levou vantagem foram os especuladores institucionais, incluindo fundos de hedge corporativos. A crise financeira levou a transferências consideráveis de riqueza monetária diretamente para os bolsos de um punhado de instituições financeiras.
Foi sintomático que analistas em coro rapidamente associaram o colapso do mercado à escalada do coronavírus em um momento em que havia menos de 64 casos confirmados nos EUA.
Como esse Cinegnose já abordou em outra oportunidade, a presunção da catástrofe é a alma do negócio do cassino da financeirização global - uma forma perversa de realização de lucros (ganhos por variações nas cotações) onde a lógica da “presunção da catástrofe” midiática ajuda a criar o clima especulativo ideal.
Como dizia um amigo que em 2008 trabalhava no mercado financeiro com títulos de agronegócio: “Para mim nunca esteve melhor... ganho mais com as variações”, comemorava numa situação de nervosismo pela tensão do “derretimento dos mercados”.
O objetivo tácito da “crise” financeira é a concentração da riqueza. Sob os auspícios da presunção midiática da catástrofe que naturaliza esse jogo perverso.
A pandemia simulada
O mercado foi cuidadosamente manipulado por poderosos atores que utilizam instrumentos especulativos no mercado de derivativos, incluindo “venda a descoberto”. A desinformação da mídia sobre a “escalada da pandemia do COVID-19 certamente teve um papel.
Porém, o mais grave no artigo de Michel Chossudovsky é que o crash financeiro provocado pelo novo coronavírus foi “previsto” – houve uma “presciência” da pandemia do COVID-19 e de seus prováveis impactos.
Em 18 de outubro de 2019, o Johns Hopkins Center for Health Security, em Baltimore, realizou uma simulação cuidadosamente projetada de uma epidemia de coronavírus chamada nCoV-2019, intitulado “Event 201 - A Global Pandemic Exercise”.
O evento foi realizado dois meses antes do surto do COVID-19 – assista ao vídeo do evento abaixo.
No “Event 201” foi simulado um cenário de colapso de 15% nos mercados financeiros. O que correspondeu em grande parte ao declínio real do mercado registrado no final de fevereiro de 2020.
Entre os organizadores e patrocinadores do evento, estavam a Fundação Bill e Melinda Gates, além do Fórum Econômico Mundial.
"Event 201" em outubro de 2019 simulou números e cenários praticamente idênticos aos atuais |
Muitas características do “exercício de simulação” correspondem ao que realmente aconteceu quando o Diretor Geral da OMS lançou uma emergência global de saúde pública em 3 de janeiro de 2020.
Para Chossudovsky é necessário observar que os patrocinadores do “exercício de simulação” de John Hopkins são atores poderosos e conhecedores, respectivamente, nas áreas de “Saúde Global” (Fundação B. e M. Gates) e “Economia Global” (WEF).
Também é importante notar que a OMS adotou inicialmente um acrônimo para designar o coronavírus semelhante ao do exercício pandêmico do “Event 201” (nCoV-2019) antes de ser alterado para COVID-19.
Para este humilde blogueiro, essa informação de Chossudovsky confirma um modus operandi dos não-acontecimentos globais como os atentados terroristas que aconteceram na Europa nos últimos anos, supostamente patrocinados pelo ISIS: antes de cada ataque são registrados exercícios de simulação, como no atentado em Boston (2013), Paris (2015), Nice (2016), Berlim (2016), Orlando (2016), Manchester (2017), Londres (2017) entre outros.
São operações psicológicas (psy ops) metodicamente calculadas, tanto na logística quanto nos seus efeitos.
E obedientemente, o jornalismo corporativo brasileiro segue a agenda global, criando uma aparência de informação com muitos cenários virtuais e infográficos sensacionalistas que estimulam a presunção da catástrofe. Tão histericamente como a grande mídia pinta um quadro de possível pandemia do coronavírus, também propagandeia uma suposta ameaça também viral das fake news.
Esse é o álibi das bombas semióticas que se disfarçam de notícias.
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