sexta-feira, agosto 06, 2021

Globo detona bomba semiótica de canastrice política com série 'Ilha de Ferro'


Uma das principais armas na guerra semiótica que levou aos bem-sucedidos impeachment e o golpe militar híbrido (que ninguém viu) foi a “canastrice semiótica”: legitimar a agenda política através da ficção (novelas, minisséries e filmes) por meio da hiper-realidade: quanto mais os fatos políticos se pareçam com a ficção, paradoxalmente ficam mais verossímeis e aceitos pela opinião pública. Com produções como “O Brado Retumbante” e “Questão de Família”, a Globo cumpriu esse papel. E agora, com timing e sincronia com o cenário da agenda de privatização fatiada da Petrobrás, a Globo lança a série “Ilha de Ferro” na TV aberta como exemplar bomba semiótica. O mesmo “modus operandi”: ambientada numa plataforma de petróleo da “Companhia Nacional de Petróleo” reforça todos os estereótipos que justificariam a lendária ineficiência das estatais. Momento crucial em que a grande mídia tenta levantar o baixo astral da patuleia desalentada com medalhas nos Jogos Olímpicos e a campanha da Fundação Roberto Marinho: “Não Desista do Seu Futuro”.

quarta-feira, agosto 04, 2021

Descendo a toca do coelho quântico no filme "The Mandela Effect"


Muita gente possui em comum falsas memórias: de filmes que jamais foram feitos, de lembranças de nomes, logotipos, caixas de jogos de mesa e personagens de desenhos animados bem diferentes do que são na realidade. Mas qual realidade? Essa é a questão principal do chamado “Efeito Mandela”, fenômeno viral no qual muitas pessoas começam a descobrir que têm as mesmas falsas memórias dos mesmos eventos – produzindo conspirações quânticas como a experiência do gato de Schrödinger, a hipótese dos Muitos Mundos e a teoria do Universo como uma simulação computacional. Tudo isso inspirou o filme independente “The Mandela Effect” (2019): inconformado com a morte da sua pequena filha em um acidente, um designer de games de computador desce pelo buraco da toca do coelho quântico do Efeito Mandela acreditando que em alguns desses mundos das suas falsas memórias ela esteja ainda viva. Mas o filme apresente indícios de que a explicação do Efeito Mandela pode estar no fenômeno da hiper-realidade. 

domingo, agosto 01, 2021

'Doutor Sono' aprofunda visão gnóstica de 'O Iluminado' de Stephen King e Kubrick


O escritor Stephen King sempre deixou bem claro sua discordância com a adaptação cinematográfica de Kubrick do seu livro “O Iluminado” de 1977. Achou o filme clássico uma “experiência mórbida, niilista e vazia”. Foi pensando em se livrar do filme que acabou sobrepondo o próprio livro, que em 2013 escreveu o livro “Doutor Sono”, continuação de “O Iluminado” no qual aprofunda o insight gnóstico sobre a “iluminação” que Kubrick não aprofundou: existem forças ocultas nesse mundo que prosperam com a dor e a miséria dos vivos, explorando egoisticamente a luz encontrada dentro dos outros. Coube ao cineasta Mike Flanagan a difícil missão de juntar no filme de 2019 “Doutor Sono” os legados de King e Kubrick. Acompanhamos o menino Danny, agora adulto, lidando com seus dons paranormais de “iluminado” e tendo que enfrentar essas forças ocultas, para retornar ao icônico Hotel Overlook. Agora transformado num parque temático de pesadelos para os fãs do gênero.  

sábado, julho 31, 2021

Live Cinegnose 360: materialidade histórica da banda "Os Mutantes"; a armadilha do Borba Gato e a crítica das Olimpíadas midiáticas


A edição #14 da Live Cinegnose 360 (01/08/2021, 18h00) para espantar o tédio de final de domingo! Na sessão dos vinis desse humilde blogueiro, vamos discutir a materialidade histórica da banda “Mutantes”: da Tropicália ao Rock Progressivo; depois vamos falar sobre a continuação do filme “O Iluminado”: “Doutor Sono” (2019) – por que Stephen King não gostou da adaptação de Kubrick?; a série francesa “L’Effondrement” (O Colapso, 2019): do país berço do Iluminismo surge a ciência da Colapsologia; a guerra híbrida nossa de cada dia: a armadilha do incêndio da estátua do Borba Gato e como a grande mídia transformou os Jogos Olímpicos de Tóquio num seminário remoto motivacional para os brasileiros; e o Kit Semiótico de Manipulação – segunda parte.

sexta-feira, julho 30, 2021

Grande mídia transforma Jogos Olímpicos de Tóquio em seminário remoto motivacional



Desde 2019, o baixo astral domina a pauta do jornalismo corporativo com uma sucessão de desgraças: começou com Brumadinho, jovens mortos no incêndio do CT do Flamengo, o massacre de Suzano etc. Para piorar com a pandemia, aprofundando a crise econômica, desemprego e... o esperado incêndio do galpão da Cinemateca, em SP. Essa escalada quase diária praticamente faz apresentadores e repórteres terem que pedir desculpas: “infelizmente, más notícias”. E o esforço hercúleo de encontrar a “boa notícia” na “má notícia”. A cobertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio é a esperança da grande mídia elevar o moral em baixa, na sua política de morde-assopra com o governo Bolsonaro: o jornalismo esportivo deu lugar ao “jornalismo de personagens” – buscar contos maravilhosos de histórias de superação, transformando a cobertura num seminário remoto motivacional com lições de superação para a patuleia desalentada. Soma-se a isso, a mitologia do Japão como lição moral para os preguiçosos e indisciplinados brasileiros. 

quarta-feira, julho 28, 2021

O inferno da repetição é o que ardeu nas chamas da estátua do Borba Gato


O grande escritor Stephen King fala que “o Inferno é a repetição”. Então, o Inferno é aqui. As chamas da estátua do Borba Gato dão uma sensação de “déjà vu” sobre algo que não terminou bem. Sensação da qual a mídia progressista parece estar imune na sua amnésia: “um brinde para a “Revolução Periférica!”, clamam uns. “A roda da história caminhando!”, exaltam outros. False flag? Mini incêndio do Reichstag? Pouco importa saber se a tal “Revolução Periférica” (o nome, em si mesmo, já é paródico) é fato ou fake. Desde já, a ação já é um produto da cismogênese incitada no imaginário nacional pelos estratagemas diversionistas do golpe militar híbrido que já aconteceu, e ninguém viu. Arrasta o espectro político para o campo semiótico no qual a extrema direita sente-se mais à vontade: o da “guerra cultural”. Para ocultar a infraestrutura da economia política e da luta de classes no caos cognitivo da luta contra os “símbolos fascistas”. Sincronicamente, Bolsonaro encontra-se com deputada da extrema-direita alemã: articulação da extrema-direita internacional como arma, sempre em stand by, aguardando os futuros momentos mais agudos do Grande Reset Global do capitalismo.

terça-feira, julho 27, 2021

Visões gnósticas e budistas sobre a roda da vida e morte em 'Life After Life'


Pegue as visões budistas sobre a Roda do Samsara, o ciclo incessante e doloroso de mortes e renascimentos na qual estamos presos pelo carma. Combine com o mito grego de Sísifo como metáfora do absurdo da existência humana, como descreve o escritor Albert Camus. E ainda mais, tendo como cenário um pequeno vilarejo do noroeste da China, expulso pelo crescimento da rápida industrialização do país. Teremos o filme chinês “Life After Life” (Zhi Fan Ye Mao, 2016). O espírito da mãe falecida assume o corpo do filho para realizar o seu último desejo, para só depois poder renascer: replantar uma árvore muito importante para que esta sobreviva à destruição do pequeno vilarejo pela expansão dos negócios de uma mineradora. Uma narrativa bem diferente dos clichês sentimentais e ocidentais sobre pessoas mortas voltando à vida.  

sábado, julho 24, 2021

Live Cinegnose 360: Cena Punk e Chaos Magick; o Kit semiótico de manipulação midiática e + guerra híbrida


Neste domingo, a simbólica edição número TREZE da “Live Cinegnose 360”, às 18h00, no Facebook. Na sessão dos vinis do humilde blogueiro, Rock e Ocultismo: a Cena Punk e o Chaos Magick; na série “Rised By Wolves” vamos discutir a mitologia sci-fi de Ridley Scott; no filme chinês “Life After Life” Budismo e Gnosticismo; também vamos abordar o Kit Semiótico de Manipulação, as principais ferramentas semióticas de manipulações midiáticas; e os últimos capítulos da Guerra Híbrida: o escândalo da espionagem do software Pegasus e suas conexões com Edward Snowden e Elon Musk; e a ameaça híbrida do golpe militar do ministro Braga Netto.

O golpe militar no labirinto de espelhos da guerra semiótica criptografada


Mais um capítulo da série “A Ameaça do Golpe Militar”. Dessa vez, com a reportagem do “Estadão” sobre um suposto “duro recado” do ministro da Defesa, general Braga Netto, ao presidente da Câmara ameaçando que “não haverá eleição em 2022 se não houver voto auditável impresso”. “Invenção”, disse o general... para depois dar uma nota para lá de ambígua jogando mais gasolina no incêndio... enquanto a “tecla SAP" dos coices de Bolsonaro, o vice general Mourão, falava que o Brasil não é uma “república de bananas”. Mais um flagrante da guerra semiótica criptografada que simula a tensão de um possível golpe militar. Que já ocorreu e ninguém viu por que foi híbrido. Estratégia semiótica para criar um cenário de dissonância cognitiva, como um labirinto de espelhos no qual não percebemos mais o que é reflexo e o que foi refletido. Cenário de dissonâncias para apagar as pistas do verdadeiro golpe que já ocorreu, contando com o efeito Heisenberg midiático e as fraquezas do “terreno humano”: explorar o pecado da vaidade de jornalistas que buscam vantagens pessoais e profissionais.

quinta-feira, julho 22, 2021

Evento 'Cyber Polygon 2021', os segredos de polichinelo de Snowden e o Estado-Plataforma



Bombou tanto na mídia corporativa quanto na progressista o escândalo da espionagem cibernética de proporções internacionais envolvendo uma empresa israelense de cyber vigilância e o software “Pegasus”. Software adquirido, p. ex., por governos de extrema-direita para controlar a mídia investigativa independente. Denunciado por um consórcio de jornais corporativos e ONGs internacionais, Edward Snowden exaltou: “esse vazamento é a reportagem do ano”. Será que agora os jornalões globais estão defendendo o jornalismo investigativo independente? Como todo “vazamento”, tem o timing preciso: ocorre logo após o “Cyber Polygon 2021”, evento do Fórum Econômico Mundial para centralizar o poder de vigilância no “Estado-Plataforma”. Quem ganha com esse segredo de polichinelo do “vazamento”? A fusão público-privado na cyber militarização do espaço, da qual participam, por exemplo, Elon Musk com o StarLink e SpaceX. Segredos de polichinelo que se revelam psyOp da agenda do Grande Reset Global.

quarta-feira, julho 21, 2021

Ciência vs. Religião e a peste humana na série "Raised By Wolves"



Monstros à espreita, androides que parecem ser mais humanos do que os humanos, um planeta alienígena desolado, tudo somado a questões como o quanto a humanidade é solitária num universo sem propósito, as armadilhas da fé e as formas que o futuro distópico pode assumir. Criada por Aaron Guzilowski e com Ridley Scott como produtor executivo, é inegável que a série “Raised By Wolves” (2020-) tem alusões diretas à mitologia da filmografia sci-fi de Scott. Nos episódios da primeira temporada estão os replicantes de “Blade Runner” e os demiurgos e a monstruosidade de “Alien”, “Prometheus” e “Alien: Covenant”. Uma guerra entre ateus e religiosos fundamentalistas destrói a Terra e a última esperança é um exoplaneta. Mas junto com ateus e religiosos vem a peste: o choque Ciência versus Religião. Restando como esperança a missão de um casal de androides cuidar de um punhado de crianças que fuja de toda essa loucura. Ou será que não?

domingo, julho 18, 2021

'Live Cinegnose 360': o subliminar na música pop, Hollywood e Biden, a franquia "A Facada" na guerra híbrida brasileira


Não se esqueça! Nesse domingo tem a Live Cinegnose 360 #12, 18h00, no Facebook. Na sessão dos vinis desse humilde blogueiro, a estrutura erudita do Jazz Bebop de Charlie Parker e Charles Mingus e a estrutura subliminar da música pop; a releitura francesa dos zumbis em “A Noite Devorou o Mundo” (2018) e a propaganda política subliminar da “Doutrina Biden” no filme “A Guerra do Amanhã”(2021). E nas bombas semiótica da guerra híbrida, Bolsonaro lança mais uma continuação na franquia “A Facada”; Além disso, vamos discutir na estratégia de comunicação da direita a Psicologia do Rumor e como turbinar um meme.

sábado, julho 17, 2021

Zumbis e seus subtextos no filme 'A Noite Devorou o Mundo'


Esqueça séries como “Walking Dead” e apocalipses zumbis com aventuras épicas de lutas pela sobrevivência. Desde que a prestigiosa revista francesa “Cahiers du Cinéma”, no final dos anos 1960, apontou o subtexto político negligenciado pelos americanos no seminal “Noite dos Mortos Vivos de George Romero, o cinema francês sempre enxergou muito além na mitologia dos zumbis. Um exemplo é “A Noite Devorou o Mundo” (La Nuit a Dévoré le Monde, 2018, disponível na Prime Video): ao contrário dos cânones do gênero, acompanhamos o isolamento do protagonista, a progressiva normalização psíquica da catástrofe e, por fim, a solidão. Olhando a partir do nosso ponto de vista na era da pandemia, o filme ganha uma surpreendente atualidade: isolamento social e o pânico da contaminação.

Bolsonaro lança continuação da franquia 'A Facada' na tela mais próxima de você!

Reverendo, cabo da PM, parlamentares, coronéis, mesa de chope onde são oferecidas milhões de vacinas, um verdadeiro conto sem pé nem cabeça. A CPI da Pandemia “descobriu” um bizarro submundo, passando a competir com Bolsonaro nas tarjas “Urgente” e “Breaking News” dos canais de notícias. Em resposta o presidente lança mais uma continuação da franquia “A Facada”, cujo piloto foi exibido nas eleições de 2018 - mais uma vez o presidente foi internado numa urgência médica para lá de ambígua e com timing. A gravidade da saúde de Bolsonaro é fato ou fake? Numa guerra semiótica criptografada de informações essa distinção pouco importa, já que, desde o início, o governo Bolsonaro foi eleito para não governar. Apenas manter o Estado no piloto automático à espera das privatizações e reformas, enquanto as psyOps do Partido Militar criam uma realidade paralela imersiva para a patuleia atordoada. 

quinta-feira, julho 15, 2021

Filme "A Guerra do Amanhã" é propaganda da Doutrina Biden para guerras do futuro


Desde que a Primeira-Dama Michelle Obama abriu o envelope de Melhor Filme do Oscar em 2013 em link ao vivo direto da Casa Branca, tornou-se explícita e sem rodeios a função de Hollywood como máquina de propaganda política. O Filme “A Guerra do Amanhã” (2021, disponível na Prime Video) é mais uma peça de propaganda, dessa vez escancarando a “Doutrina Biden” para o planeta. Do futuro vem uma força tarefa alertando que a humanidade está sendo dizimada por alienígenas xenomorfos e pede ajuda: enviar para lá mais tropas que auxiliem na batalha. Um mix dos clichês do gênero: viagem no tempo, monstros alienígenas, problemas mal resolvidos entre pai e filha, um herói que ao mesmo tempo tenta salvar o mundo e reunir a família etc. Mas também os indefectíveis RAVs (russos, árabes e vilões em geral e, agora, chineses também) que estão no filme, porém, de forma indireta, metonímica, com efeitos subliminares de propaganda política.

terça-feira, julho 13, 2021

A incomunicabilidade da condição humana de estrangeiro em 'Paris,Texas'


Um homem caminha pelo deserto sem lembrar de nada da sua vida recente. É resgatado pelo irmão e lentamente reconstruirá suas memórias sobre porque abandonou esposa e filho. Para depois embarcar num road movie tentando reunir sua família. Ou para mais uma vez abandoná-los, paradoxalmente por amor a eles? Tudo dentro de um cenário de incomunicabilidade, ironicamente numa sociedade cercada pelos meios de comunicação e outdoors de publicidade em highways e aeroportos que salientam a condição humana de estrangeiro: alienação e estranhamento. Obcecado pela mitologia norte-americana dos desertos, highways solitárias e grandes cidades, em “Paris,Texas” (1984) o cineasta alemão Wim Wenders tenta encontrar o sublime numa cultura marcada pela saturação e banalização através dos temas do sacrifício e da empatia.

sábado, julho 10, 2021

Live Cinegnose: BB King e The Fall; o cinema alquímico; guerra híbrida e o Efeito Dunning-Kruger e Heisenberg midiático


Mais uma pauta cheia nesse domingo, 18h00, no Facebook, na edição #11 da Live Cinegnose 360. vamos começar com Dialética Negativa no Blues e no Rock: BB King e Mark Smith e a banda The Fall, na sessão dos vinis desse humilde blogueiro. Depois, o cinema alquímico no filme “Homunculus” (2021); a questão gnóstica da incomunicabilidade na condição humana no filme clássico “Paris, Texas” (1984), de Win Wenders. E continuamos com a nossa crônica das bombas semióticas na guerra híbrida brasileira: a visita da CIA foi uma bomba semiótica? O show da CPI e a “tensão militar”; e o Efeito Dunning-Kruger e Efeito Heinsenberg midiático no fenômeno do “sommelier de vacina”.

Todos os vídeos da Live Cinegnose 360 estão no YouTube com minutagem no canal: https://www.youtube.com/user/TheWvferreira

Link da live Cinegnose 360 #11: https://www.facebook.com/cinegnose/live/


sexta-feira, julho 09, 2021

Trepanação craniana e jornada alquímica de transformação em 'Homunculus'



Do viés esotérico da trepanação craniana (abrir um buraco no crânio como “portal para iluminação”) ao enigmático simbolismo do “homúnculo” na Alquimia – a criação do humano artificial a partir de matéria inanimada. Desse estranho mix resulta no filme japonês “Homunculus” (2021, disponível na Netflix), baseado no mangá homônimo de Hideo Yamamoto. Um sem-teto que perdeu a memória desperta de um experimento de trepanação com poder extrassensorial de visualizar o “homúnculo” de cada um: seus traumas e defesas do ego representadas por surreais imagens do psiquismo. O filme segue a interpretação junguiana do homúnculo alquímico, seguindo a clássica jornada da transmutação da Alquimia. Enfrentando as ameaças da máfia Yakuza e o experimento demiúrgico da trepanação.  

quinta-feira, julho 08, 2021

Sommelier de vacina é resultado do 'Efeito Dunning-Kruger' e 'Efeito Heisenberg' midiático


Memes, fake news, boatos são formas parasitárias de um ecossistema de informação que por si só já cria desinformação. Em 1998 o filósofo francês Paul Virilio foi profético ao antever para esse século o fenômeno da “desinformação virtual” criado pela informação on line e em tempo real. Fenômeno confirmado pelo chamado “Efeito Dunning-Krueger” (a ignorância que ganha confiança na Internet) e o “Efeito Heisenberg” (a mídia que mostra nada mais do que os efeitos que sua própria cobertura provoca na sociedade). O episódio dos chamados “sommeliers de vacina” é apenas a ponta do iceberg de um fenômeno (des)informacional mais amplo: o da “pós-verdade”, fenômeno-pânico em que as bases deontológicas da verdade desapareceram pela suposta democratização da informação.

terça-feira, julho 06, 2021

Visita do chefe da CIA no Brasil foi um não-acontecimento


Quando o “número um” da CIA visita o País, ainda mais com toques de surpresa e segredos num momento de fervura política, o chão estremece: “um espectro ronda a América Latina!”, “planejam assassinar Nicolas Maduro!”, “Bolsonaro ameaça um golpe contra a Democracia!”, e por aí vai. O problema é que o que enxergamos é o que a mídia (seja corporativa ou progressista) cobre. Porém, a importância simbólico-tática da “visita” está em outra cena: não a cena do foco das câmeras, mas a do não-acontecimento: A CIA quando aparece não age, quando age não aparece e só aparece depois. Como ocorre agora, visando diversos objetivos de guerra híbrida. O principal: apagar os rastros das psyOps que conduziram a um golpe militar que já aconteceu e ninguém viu. Por quê foi híbrido. 

sábado, julho 03, 2021

Live Cinegnose 360 #10: o horror cósmico no prog rock do VDGG; Filmes; a bomba semiótica Lázaro Barbosa e a visita da CIA no Brasil


Nesse domingo, a Live Cinegnose 360 #10, às 18h00 no Facebook. Vamos começar com a tradicional sessão dos vinis do sótão do humilde blogueiro com o Prog Rock: o horror cósmico e gnóstico de Peter Hammil e sua banda Van Der Graaf Generator; Filmes “In the Earth”(2021) e o horror cósmico de HP Lovecraft despertado pela pandemia global; e “Censor” (2021): os “vídeos nasty” da era do VHS e os efeitos comportamentais da violência em filmes – efeitos hipodérmicos ou copycat?; últimos lances na guerra híbrida: a bomba semiótica do facínora Lazaro Barbosa; o quê o chefe da CIA William Burns veio conversar com a Casa Civil e a Segurança Institucional do Governo Bolsonaro?

'Censor': qual o efeito da violência nos filmes? Copycat ou hipodérmico?


Se no início do cinema os primeiros gêneros de sucesso que alavancaram a nascente indústria cinematográfica foram pornografia e filmes sobre a Paixão de Cristo, na era do vídeo VHS dos anos 1980 foram os filmes slasher, horror gore, nazi exploitation e terror hardcore – os chamados “vídeos nasty” ou “vídeos nojentos”. Na Grã-Bretanha de Margaret Thatcher passaram a ser responsabilizados pelo aumento da criminalidade e ameaça à saúde mental. “Censor” (2021) acompanha Enid, uma censora da British Board of Censors que é responsabilizada pela opinião pública por um crime com requintes de canibalismo, supostamente inspirado por um filme slasher que ela liberou apenas com cortes. Será que os filmes teriam esse poder hipodérmico de influência? Ou seriam apenas “gatilhos cognitivos”? “Efeitos Copycat” de imitação que poderiam ser manipulados politicamente como bombas semióticas.

sexta-feira, julho 02, 2021

O horror cósmico no vazio entre a magia e a ciência no filme 'In the Earth'



A pandemia global vem rendendo duas vertentes temáticas no cinema: de um lado, um novo subgênero, o “Covid Exploitation”; e do outro, a recorrência de filmes sobre o horror cósmico – a pandemia parece ter despertado em nós a consciência de que o universo é totalmente indiferente à humanidade. E isso pode ser uma notícia nada boa. “In the Earth” (2021) é mais um filme que ecoa o horror cósmico de HP Lovecraft: cientistas se perdem entre a magia e a racionalidade científica em uma floresta tentando comprovar que toda a vida vegetal está interligada por uma espécie de rede neural psíquica que pode se comunicar consigo mesma e conosco. Fazendo alusões à hipótese Gaia, se a Natureza for um sistema vivo, então ela não precisa ser salva por nós: a Natureza poderá salvar a si mesma, nos expulsando como fossemos meros parasitas. 

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