domingo, junho 26, 2016

Gnostic paranoia in the film "Luciferous"


A cinematographic project produced by a couple, who shot the film in their own apartment in Toronto, Canada. Along with their little daughter, a real family acts as a fictional family in a so-called “Found Footage” film... (using video footage that appears to be real), found and attached as evidence of a crime investigation. But this is a simplistic synopsis (only one version) of the film Luciferous (2015) where a real family is manipulated by a supernatural force that appears to exist in their apartment, one that slowly tears the family apart. The film explores classic Gnostic topics such as paranoia, memory and confusion between illusion and reality... turning both actors and film viewers into detectives who try to understand the false clues and strange metalanguages throughout the film. As is the case for the contemporary archetype of the Detective, the act of solving the puzzle can lead to an attack on the detective himself, the one who tries to seek the truth. The film was suggested by our reader Felipe Resende.

terça-feira, junho 21, 2016

Nesta semana Cinegnose discute o filme gnóstico no Rio de Janeiro


Está chegando o dia. A convite do Coletivo Transaberes, esse humilde blogueiro fará palestra e workshop no Rio de Janeiro na próxima sexta e sábado, dias 24 e 25. Serão discutidas as conexões entre a mitologia gnóstica e a produção cinematográfica atual, além das implicações culturais e científicas da crescente presença do Gnosticismo no imaginário contemporâneo. Na sexta a palestra “Cinegnose: Cinema e Gnosticismo” será na Casa da Ciência, e no sábado acontece o workshop O cinema secreto: implicações culturais e científicas do Gnosticismo no Cinema” na Estação das Letras.

sábado, junho 18, 2016

Tudo está à venda no filme "Huckabees - A Vida é uma Comédia"


Quando lançado foi desprezado como uma enorme baboseira pretensiosa e cheia de diálogos sem sentido. Doze anos depois, “Huckabees – A Vida é uma Comédia” (2004) ganha sentido e atualidade e vale à pena ser revisto. Além de mostrar como é possível aliar entretenimento com uma séria discussão filosófica, o filme faz uma surreal metáfora da vida como uma grande loja de departamento onde tudo está à venda – da doença até o suposto remédio que iria nos curar com a paz de espírito. Como a esquizofrênica imagem da rede de lojas Huckabees (vende ao mesmo tempo consumismo e mensagens ecologicamente responsáveis) contamina a vida dos protagonistas que buscam soluções possíveis: ou a melancolia e pessimismo ou a fé nas imagens de sucesso. Mas outros vendedores aparecerão para lhes oferecer conforto no mercado filosófico: aristotélicos, sofistas e céticos.

terça-feira, junho 14, 2016

Massacre em Orlando também não aconteceu


Há pouco mais de seis meses o “Cinegnose” afirmava que o atentado à casa de show Bataclan em Paris não havia acontecido. O mesmo agora ocorreu com o massacre na casa noturna LGBT Pulse, em Orlando, EUA. Claro que essa afirmação é uma alusão à tese do filósofo francês Jean Baudrillard de que eventos atuais como o atentado ao WTC em 2001 não “acontecem” por serem eventos prioritariamente destinados ao impacto no contínuo midiático. Pelas recorrências presentes nesses atentados (sincronismos, coincidências etc.), deixam de ser eventos “históricos” para tornarem-se narrativas que confirmam agendas de Estado e pautas prontas das redações da grande mídia. Em todos esses eventos repetem-se os mesmos “plots”: a mitologia do “lobo solitário” que era velho conhecido da inteligência; estranhas ligações com o governo; o suicídio (variando com a execução do atirador); depoimentos contraditórios; exercícios de simulação nas proximidades do atentado; além de pistas deixadas na cultura pop.

domingo, junho 12, 2016

Curta da Semana: "O Homem na Multidão" - Allan Poe se encontra com física quântica


O homem da multidão do conto de Edgar Allan Poe se encontra com o paradoxo quântico da famosa experiência do gato de Schrödinger de 1935. É o curta “O Homem na Multidão”, adaptação do conto original de Allan Poe feita pelo trio de alunos Aderbal Machado, Ricardo Vos e Vitória Silva. O curta foi o resultado do trabalho de conclusão da disciplina Estrutura de Roteiros ministrada por esse humilde blogueiro na Universidade Anhembi Morumbi no curso de Produção Editorial em Multimeios. Um curta enigmático e estranho, com uma pitada de Gnosticismo onde o encontro somente é possível no estado de consciência suspensa entre a vida e a morte.

sábado, junho 11, 2016

Pequeno manual de guerrilha antimídia (2): pegadinhas e trolagens


O jornalista Pedro Bial rugindo de quatro no chão, junto com outros “pacientes” numa sessão de terapia de um “famoso psicólogo” que depois revelou-se falso – um artista plástico norte-americano especialista em “pegadinhas” para desmoralizar a mídia; links ao vivo da TV Globo sendo invadidos por ativistas gritando “ Fora Temer!” ou “Globo golpista!”; falsas mobilizações convocadas na Internet para enganar jornalistas em Portugal. Estamos no campo das guerrilhas antimídia, guerra semiótica de contra-comunicação através de táticas como “ media prank” (“pegadinhas”) ou “cultural jamming” (“trolagens”). Depois que o atual sistema político-partidário for implodido pelo complexo jurídico-midiático (ministérios públicos+Judiciário+Globo) restará às esquerdas não apenas as ruas, mas a oportunidade de sistematizar guerrilhas semióticas contra o ponto fraco da nova hegemonia: a grande mídia.

segunda-feira, junho 06, 2016

Curta da Semana: "ZZZZZZZ" - sonhos e as múltiplas realidades quânticas


Um casal perambula pelas ruas na madrugada como fossem sonâmbulos. Mas aos poucos vão ganhando vida ao experimentar visões, sons e sensações. Durante o dia são solitários, mas nos sonhos se encontram e tentam enviar algum tipo de sinal para a “realidade”. Esse é curta “ZZZZZZZ” (2013) de Tarik Karam, com um argumento que se aproxima da discussão atual onde filósofos e psicólogos tentam aproximar a questão dos sonhos da hipótese da “Interpretação dos Muitos Mundos” (MWI) derivada da mecânica quântica: os sonhos seriam simulações contra-factuais de nossos homólogos em mundos alternativos? Cada evento nesse mundo poderia criar diversas ramificações possíveis e poderíamos estar sonhando com cada uma delas. Ou nós somos os sonhos de cada um desses mundos.

domingo, junho 05, 2016

Cinegnose faz palestra e workshop sobre Cinema e Gnosticismo no Rio de Janeiro


A convite do Coletivo Transaberes, esse humilde blogueiro fará palestra e workshop no Rio de Janeiro nos dias 24 e 25 de Junho. Serão discutidas as conexões entre a mitologia gnóstica e a produção cinematográfica atual, além das implicações culturais e científicas da crescente presença do Gnosticismo no imaginário contemporâneo. A palestra acontecerá na Casa da Ciência na sexta-feira, 24 (“Cinegnose: Cinema e Gnosticismo”), e o workshop na Estação das Letras (“O cinema secreto: implicações culturais e científicas do Gnosticismo no Cinema”), sábado dia 25.

sábado, junho 04, 2016

Em "Regressão" Religião e Ciência trazem medo e histeria



Com o filme “Regressão” (Regression, 2015) o diretor Alejandro Amenábar retorna ao seu tema predileto de filmes como “Abre Los Ojos” ou “Os Outros”: as ilusões criadas pela nossa percepção. Um detetive e um psicólogo investigam o caso de uma jovem vítima de abuso sexual pelo seu pai. A aplicação de terapia de regressão por hipnose revela evidencias de uma seita secreta de cultos satânicos envolvendo estupros, raptos e sacrifícios. O que transforma uma pequena comunidade em vítima do medo e histeria coletiva. Mas Amenábar nos mostra outro tipo de regressão: como a Religião e, principalmente a Ciência, que deveriam ser instrumentos de verdade ou esperança, transformam-se em incitadores do medo, ignorância e histeria. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.

quarta-feira, junho 01, 2016

Cultura do Estupro revela "machismo 2.0"


A grande mídia escandaliza-se com o estupro coletivo de uma menina no Rio de Janeiro e clama por um país menos machista e sexista. Mas por anos deu espaço para frotas e gentilis, enquanto sua programação sempre foi patrocinada por anúncios onde a mulher-objeto-fetiche é a isca principal para produtos e serviços. A chamada cultura do estupro deve ser contextualizada no surgimento do “machismo 2.0”: uma nova forma de sexismo cujas bases estão lá na velha ordem patriarcal, mas que agora é repaginado e turbinado pelo complexo sociedade de consumo/indústria publicitária/grande mídia, capazes de criar uma nova cadeia de produção imaginária: voyeurismo-exibicionismo-sadismo. Imaginária, mas com sérias repercussões no mundo real.

sábado, maio 28, 2016

O "mexedor para café" e o fechamento do universo da locução


O que é um “mexedor para café”? Uma colherinha de plástico? Uma pazinha? Estamos diante de um fenômeno linguístico previsto por filósofos como Herbert Marcuse nos anos 1960 ou por Rupert de Ventós nos anos 1980: o fechamento do universo da locução. Um fenômeno quase invisível, cotidiano, assim como foi o gerundismo dos SACs de empresas. Um fenômeno repressivo porque as palavras começam a ser operacionalizados como se antecipassem nossas intenções: as palavras são substituídas pelas suas funções, tornando os conceitos como tijolos que constróem um universo unidimensional. Negando a possibilidade de elaboração de novos significados através da semântica e etimologia.

sexta-feira, maio 27, 2016

Caso Ana Hickmann, o suicida dos leões no Chile e a patologia dos nossos tempos


Na manhã do sábado, dia 21, um jovem se jogou nu na jaula dos leões em um zoológico no Chile falando frases desconexas de cunho religioso sobre ser filho de Jesus e a chegada do Apocalipse. No mesmo dia, à noite, a apresentadora Ana Hickman sofre atentado de um fã armado com um revólver em um hotel de luxo em Belo Horizonte. Entre frases também desconexas, o fã agradecia a Deus por ter ajudado a encontrá-la naquele hotel, até ser morto por um dos assessores. Quais as coincidências e sincronismos entre esses dois eventos em países diferentes? São apenas fatos isolados protagonizados por “lobos solitários”? Cada sociedade em sua época cria sua própria patologia. O sincronismo desses dois episódios apontam para a patologia da nossa época da sociedade das imagens e do espetáculo: relações fetichistas com pessoas, objetos e símbolos.

quinta-feira, maio 26, 2016

A solidão da comunicação fática no filme "Anomalisa"


Indicado ao Oscar de Melhor Animação, “Anomalisa”(2015) é uma estranha pequena obra-prima de Charlie Kaufman, roteirista de filmes como “Quero Ser John Malkovich” e “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”. Uma realista animação em stop motion sobre um palestrante autor de livros sobre comunicação motivacional que ironicamente passa uma noite solitária e infeliz em um hotel na cidade onde dará um seminário no dia seguinte. “Anomalisa” explora o paradoxo onde, apesar de vivermos em uma sociedade centrada numa variedade de tecnologias de comunicação, a solidão e alienação continuam a ser a principal fonte de mal estar. Talvez porque de todas as formas possíveis de comunicação (poética, emotiva, metalinguística etc.), exercitamos no trabalho e nas redes de relações pessoais e profissionais a forma mais pobre de comunicação: a fática.

segunda-feira, maio 23, 2016

Curta da Semana: trilogia "Hyper-reality" - Google substituirá o real?


Hoje todos nós possuímos câmeras nos celulares e podemos produzir imagens e distribuí-las na Web a todo momento. Inspirado nisso, o arquiteto, designer e diretor Keiich Matsuda fez uma trilogia de curtas ("Hyper-reality", "Augmented (Hyper) Reality" e "Augmented City 3D", 2014-15) onde imagina uma cidade de Medelin, Colombia, customizada pelos usuários da Web: um protagonista imerso em um mix de realidade aumentada e Google Glass num inferno de ícones, pop-ups e animações que pulam de cada objeto, pessoa ou gestos em ruas, supermercado ou no simples ato de prepara um chá. É a hiper-realidade que chegará a tal ponto onde o mapa ficará do tamanho do próprio território – a vida inteira imersa em um Google Maps ou Google Earth com infinitos aplicativos “powered” por uma empresa qualquer que acompanhará tudo como uma onipresente marca registrada.

domingo, maio 22, 2016

Cérebros humanos podem ser ressuscitados no projeto pós-humano "ReAnima"


Longe de Frankenstein e mais próximo de filmes pós-humanistas e tecnognósticos como “A Ilha”, “Ex-Machina” ou “The Machine”. A realidade está cada vez mais próxima da ficção. Estamos falando sobre o Projeto ReAnima da empresa norte-americana Bioquark que pretende ressuscitar cérebros de pacientes dados como clinicamente mortos e ainda mantidos vivos por meio de equipamentos. A ideia é encontrar na mente o botão de “reiniciar” e encarar o cérebro como um HD que poderia ser reformatado. Sem as memórias, de quem seria essa mente ressuscitada? Ou a questão mais sombria: para quê? Guerra, mercado e a imortalidade de uma elite poderiam estar por trás dessa agenda tecnocientífica.

sexta-feira, maio 20, 2016

Semiótica revela anomalias no logo do governo Temer


Discursos podem mentir, mas as imagens não. Talvez porque a linguagem visual esteja próxima da lógica dos sonhos, ela pode revelar atos falhos e sintomas por trás dos simbolismos políticos e ideológicos. A marca visual criada pelo “novo” governo Temer pelo marqueteiro Elsinho Mouco obviamente é dominada por alusões aos simbolismos da bandeira nacional. Mas no meio do azul, verde, amarelo e branco saltam atos falhos análogos aos sintomas da psicanálise: estranhos domínios de cores, degrades e sólidos geométricos  que, comparando as sucessivas marcas de governos anteriores, de Collor a Dilma, tornam-se “anomalias”. Quando a propaganda política dá o salto para convencer corações e mentes pode cair e quebrar o pescoço, revelando as verdadeiras intenções escondidas pelos símbolos.

domingo, maio 15, 2016

A profecia autorrealizável de Temer: assim nascem as crises


No discurso de posse como vice-agora-presidente-interino-em-exercício, mais uma vez Michel Temer exibe a sua tradicional canastrice telegência (gestual, entonação e postura corporal alusivos a apresentadores de TV), atualmente elemento importante na propaganda político. Mas Temer foi além. Já no final, mais descontraído, exortou os brasileiros a “não falar mais em crise” a partir de um outdoor que teria lhe inspirado, onde lia-se: “Não fale em crise... trabalhe!!!”. Temer quer espalhar outdoors como esse pelo País. Ironicamente, depois de três anos onde a grande mídia cultivou meticulosamente o baixo astral para reverter as expectativas dos agentes econômicos. Dessa maneira, Temer sem querer revelou como nascem as crises econômicas: profecias autorrealizáveis. Crises cujas causas estariam muito mais no campo semiótico do que nas conjunturas dos fatores econômicos.

sábado, maio 14, 2016

"Der Samurai" e as "rolhas" que aprisionam nossas almas


Um dos filmes mais estranhos de 2015. O filme alemão “Der Samurai” faz uma releitura da fábula de Chapeuzinho Vermelho onde é explicitado aquilo que sempre foi latente e simbólico nos contos de fadas originais: sexualidade e violência. Uma pequena cidade na fronteira entre Alemanha e Polônia tenta solucionar problemas com lobos. Mas isso será apenas o prenúncio de algo mais sombrio: a chegada de um estranho samurai em vestes femininas empunhando uma katana – o sabre samurai. Ele chegou para acabar “com as rolhas feias que aprisionam nossas almas”. E um jovem policial passa a persegui-lo em uma cruzada para acabar com as mortes aparentemente arbitrárias. Mas ele descobrirá que algo escondido está sendo desencadeado por aquela bizarra figura. “Der Samurai” é também uma oportunidade de compararmos as adaptações dos velhos contos de fadas com as  feitas para o cinema dos super-heróis das HQs, verdadeiros contos de fadas modernos. 

domingo, maio 08, 2016

Curta da Semana: "The Controller" - o recorrente simbolismo de Sophia no cinema


A anime japonesa “Akira” se encontra com o sci-fi norte-americano “Tron”. É o curta “The Controller” (2013) onde uma gigantesca corporação mantém prisioneira uma jovem com grandes poderes psíquicos. Se ela escapar, o mundo poderá virar de cabeça para baixo. Ficções científicas com protagonistas femininas dotadas de poderes psíquicos e que ameaçam poderosos é um tema recorrente no cinema atual. Todos esses filmes parecem se inspirar no arquétipo gnóstico de Sophia – aquela que simboliza simultaneamente o aspecto feminino de Deus e a alma humana. 

Bombas Semióticas, ligações perigosas e as oportunidades perdidas


Com o impeachment da presidenta Dilma aproxima-se o desfecho de uma campanha iniciada ha dez anos com as denúncias do mensalão. Mas em 2013 teve uma virada que acelerou o processo: a nova estratégia semiótica de engenharia de opinião pública com a implementação no Brasil da “guerra virtual” e da “social engineering”. Naquele ano, a grande mídia brasileira levou algum tempo para fazer a ficha cair, acostumada que estava com velhas estratégias hipodérmicas dos tempos do IPES-IBAD nos anos 1960 - surgia no País a "primavera brasileira" com manifestações tomando as ruas. A multipolarização criada pelos BRICS forçou os EUA a implementar estratégias resultantes de uma longa tradição acadêmica de pesquisas sobre engenharia social naquele país: a Mass Communication Research de Lazarsfeld, Agenda Setting de McCombs e Shaw e as pesquisas em “ações não violentas” do cientista político Gene Sharp. Logo a grande mídia brasileira entrou em sintonia com a geopolítica dos EUA ao criar as “bombas semióticas” a partir da matéria-prima das manifestações que começaram por “apenas” 20 centavos.

sexta-feira, maio 06, 2016

O despertar xamânico no filme "O Abraço da Serpente"


Uma jornada antropológica, científica, histórica, mística e espiritual. E conduzida pelo animal de poder da serpente, simbolismo central na cosmologia xamânica. Ela desceu da Via Láctea, criou o mundo e está presente em cada um de nós, adormecida, à espera de algo que a desperte e nos faça deixar de ser instrumentos de morte. Esse é o tema central do filme “O Abraço da Serpente” (2015) que teve por base os diários de dois cientistas cujas expedições na região amazônica contribuíram para a compreensão dos povos indígenas. O diretor colombiano Ciro Guerra consegue tratar o tema do misticismo xamânico de forma a direta e crua numa selva onde o homem branco em busca da borracha extermina povos indígenas, seja pela arma ou pela catequese religiosa. E a última esperança para Karamateke, o último sobrevivente do seu povo, é fazer aqueles cientistas conhecerem um flor sagrada que os faça “abraçar a serpente” (a gnose através da destruição do Ego) e levem essa sabedoria cósmica para a civilização.

domingo, maio 01, 2016

Vídeo de Michel Temer exibe canastrice como força da propaganda


O vice-presidente Michel Temer em vídeo numa igreja onde tece elogios ao presidente da Câmara Eduardo Cunha diante de atentos evangélicos. A performance “videogênica” de Temer é mais um exemplo da força da canastrice na propaganda política – fenômeno ignorado até aqui pela Ciência Política. Em uma atuação exagerada, “overacting”, autoconsciente e fake, Temer parece fazer uma caricatura das caricaturas de personagens como Silvio Santos ou Raul Gil. Tal como a canastrice estudada de Geraldo Alckmin, Temer é mais um personagem político cuja força não vem das estratégias de sedução, persuasão ou da arbitrariedade de golpes militares. Paradoxalmente surge da banalidade de personagens que enfadonhamente imitam outros personagens canastrões com os quais estamos habituados em telenovelas, cinema e programas de auditório. Por que as massas se conformam com essa replicação banal dos simulacros midiáticos?

Curta da Semana: "Wrapped" - Pós-moderno e Hermetismo em outra destruição de Nova York


A destruição de Nova York  já se transformou em um verdadeiro arquétipo contemporâneo depois de pouco menos de um século com filmes onde vemos monstros, terroristas, cometas e marcianos tirando a “Big Apple” do mapa. Por isso, de Hollywood esse tema recorrente espalha-se para o mundo, tornando-se também uma fixação global. Uma evidência é o curta alemão “Wrapped” (2015) realizado por estudantes de cinema de Ludwigsburg usando efeitos em time-lapsed e CGI: um pequeno rato morre em uma rua da cidade, espalhando uma espécie vegetal viral (heras mutantes) que se espalha engolfando prédios, ruas e carros. Mas suas lindas flores guardam uma ameaça. Wrapped combina pós-modernidade com hermetismo gnóstico – de um lado a figura da monstruosidade viral; e do outro a narrativa em loop que sugere o princípio hermético da correspondência: “tal como em cima é abaixo”.

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